Over Game escrita por Kang SoRa


Capítulo 1
Level 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente, essa é a primeira fanfic que eu posto, apesar de não ser a primeira que escrevo. Por isso, perdoem qualquer erro de principiante como... sei lá... esquecer de postar os capítulos nos dias determinados? He, he, he.
Aliás, aproveitando a brecha, os capítulos serão lançados semanalmente, todas as quartas. Ou esse é o plano.
Enfim, obrigada pela atenção e boa leitura.
XD



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—10 SEGUNDOS!

—ESTÁ TUDO PRONTO?!

—CADÊ O FIGURE DAQUI?!

—ALGUÉM VIU MEU CELULAR?!

—9 SEGUNDOS!

Olho em volta com olhar de puro tédio. É sempre assim antes de irmos ao ar: um verdadeiro "baile de favela". Mas tudo bem, já estou acostumada. Então, apenas continuo na minha paz particular, adquirida pela mais perfeita barreira para momentos como esse, também conhecida como fones de ouvido.

—ANA, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! TIRA ESSES FONES AGORA! -Grita o, teoricamente falando, organizador daquela bagunça.  Faço como o ordenado.

—4 SEGUNDOS!

Entretanto, não é como se somente isso fosse satisfazê-lo.

—Eu sei que é permitido comer durante o programa, mas… -como de costume, ele dá uma pausa para respirar. Acho que, em momentos como esse, ele tenta se controlar- SERÁ QUE DÁ PARA, AO MENOS, ESPERAR QUE ELE COMECE?! -berra novamente. Como sempre, não consegue manter a calma.

—Ok, ok. - digo, como sempre, de uma forma tediosa, porém voltando a meter a mão no pacote e levando-a à boca.

—3 SEGUNDOS!

—EU DISSE PARA PARAR!

Ele arranca os salgadinhos da minha mão, lançando-os em qualquer canto dos bastidores.

—Mas...!

—2 SEGUNDOS!

Sou chutada para uma cadeira em frente a um computador, dentro do set.

—1 SEGUNDO!

Olho para as câmeras e faço um esforço para parecer um pouco simpática. Por último, faço-me, baixinho, a pergunta que virou o meu maior dilema desde que cheguei a esse lugar:

—O que eu estou fazendo aqui?

—GRAVANDO!

 

 

Bom… vamos começar do começo.

Faz exatamente # desde a primeira vez que eu adentrei as portas da emissora MBC como contratada. Havia um novo e ambicioso projeto de um programa sobre o universo dos games e acharam-me adequada. E eu sei o porquê disso, mas vamos deixá-lo temporariamente em off.

Creio que, para a maioria, o mais intrigante seja como eu vim parar aqui, digo, na Coréia, mais especificamente em sua capital e no outro lado do mundo. A resposta é bem simples: devido ao trabalho de minha mãe, área relacionada à diplomacia e coisas assim que pouco me interessam. Meu pai nem se importou, pois seu serviço como jornalista e economista não seria afetado, quer estivesse suando no inferno de Lúcifer, quer tomando chá no País das Maravilhas.

Ok, mas... e quando a mim? Bom, a pessoa que vos fala foi, como já deve ter ficado evidente, forçada, para não dizer o que realmente aconteceu, já que fui literalmente -sim, é isso mesmo, literalmente e com o auxílio de um lençol-  amarrada e levada ao aeroporto. Acalme-se, explicarei meu ponto.

Desde pirralha, sou um prodígio em tudo o que envolva jogos, que fizeram -e, como verão, ainda fazem- parte da minha vida. Assim, aos poucos fui montando minha vida nesse mundo.

Quando chegou a questão da mudança, não só de cidade ou estado, mas de país, eu havia acabado de ganhar, pela quinta vez consecutiva, o prêmio geral no Campeonato das Américas, o que significa ter o maior nível de conhecimento em diferentes jogos. Além disso, no mesmo, ganhara vários outros. Só para referência: das 60 competições de jogos em particular, aparecera no top 5 47 vezes, sendo que 32 delas foram no top 3 e 16 como campeã. Compreenda, por favor, o que estou falando.

Com todo esse reconhecimento, inúmeros foram os pedidos para entrar em grupos para competições mundiais, bem como participação de diversos outros eventos. Eu estava no auge da minha vida apenas aos 15 anos e meio. Porém, atenção ao pretérito imperfeito.

O apoio de meus pais sempre foi a maior carência nessa minha jornada e, consequentemente, o que levou ao fim da mesma. Creio que, agora, seja fácil entender o porquê de eu ter dado aos presentes naquele aeroporto, naquele odioso dia ensolarado, uma das visões mais cômicas de suas vidas: uma garota de pijama amarrada num lençol, e que se dividia entre lutar pelos seus direitos e respirar. Às vezes, penso seriamente em bater fortemente minha cabeça contra a parede só para ver se me esqueço dessa situação.

Já na Coréia, não fazia idéia do que fazer. A vontade era entrar logo em algum campeonato ou juntar-me a um grupo de jogadores, porém o peso da língua desconhecida era um empecilho. Não sabia nem falar "olá" em coreano, quem diria discutir estratégias. Nem ferrando.

E assim segui por dois meses, saindo do meu computador, apenas, para ir a escola. Aliás, esse se mostrou ser um momento realmente proveitoso no meu dia, já que o tradutor brasileiro da minha escola é bem zueiro, o que fazia das aulas bem cômicas na verdade. Só assim para se sentir o quanto o povo brasileiro e sua vibe única fazem falta.

Passado esses meses, recebi a proposta da MBC, o que gerou grande conflito em casa, já que meus pais haviam pensado que, finalmente, tinham me tirado dessa vida -algo um pouco contraditório, já que, quando fora da escola, era só eu e o pc o resto do dia. Após muita discussão, fui permitida a virar, oficialmente, uma funcionária da MBC, entretanto, acabei matriculada num curso de coreano, algo que nem falei para os meus pais, mas eu já seria obrigada a fazer pelo contrato.

O programa era bem descontraído, pelo menos se você falasse coreano -algo que eu era incapaz- com a participação de idols do universo do entretenimento do país. Só deus sabe o quão difícil foi ter que conhecer esse mundo da noite para o dia, visto que antes de virar cidadã de Seul, só sabia que eles tinham olhos puxados.

Mas não é como se só convidássemos as celebridades e tals, o enfoque do programa era a gameplay. Fazíamos um grande campeonato, formado por competições  entre eles, as celebridades, num primeiro estágio para, depois, ocorrer o confronto com os MCs. Todo esse esquema definiria o ganhador após cem episódios.  A proposta era, de fato, envolvente.

E hoje, para variar, estamos iniciando mais um desses estágios. Minha animação é tão grande que mal consigo contar as horas para isso acabar.


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Notas finais do capítulo

Erros de português detectados?
Por favor, NÃO hesite em expô-los para o bem dos olhos de todos os leitores.
Realmente, não sou obcecada por favoritos ou comentários, mas, vendo-os como uma ferramenta, são importantes devido o feedback. Então, por favor, não esqueça da sua avaliação.
Por último, gratificações a minha dongsaeng, ~PandasAliens (Spirit), que me ajudou na capa e teve a honra de ser a primeira a ler essa fic. Muito obrigada.



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