Whispers escrita por Mini Line


Capítulo 1
Sussurros


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Essa é a primeira vez em muito tempo que me arrisco em escrever uma fanfic, mas não suportei o final do filme e precisei escrever essa aqui.
Se vocês perceberem que os personagens estão fora da personalidade original, POR FAVOR me avisem anos comentários ou por mensagem privada.
Espero que gostem tanto quanto eu.

Boa leitura ^^



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Em frente ao que era a belíssima fachada do Castelo do Rei da Montanha, o exército de Dain começou a recuar, já que seus homens, pouco a pouco, caíam pelas mãos do inimigo. O som da grande corneta soou, anunciando o ataque final, que aniquilaria os Pé-de-Ferro, deixando nada além de um muro de pedras entre os orcs e o tesouro que Thron acumulou, para sua perdição.

Mas a doença que aquelas moedas de ouro transmitia não era mais forte ou mais poderosa do que a honra do Rei dos Anões, Thorin, filho de Thrain, filho de Thron. Thorin Escudo de Carvalho não sentaria e observaria seus primos caírem perante seu maior inimigo, lutando a batalha que era sua, e apenas sua.

De cabeça erguida, Thorin pediu, por uma vez mais, que seus amigos o seguissem naquela luta impiedosa e, por fim, terem paz em sua terra natal. Terra deles por direito.

Recuperado e em posição de batalha, Dain já se perguntava onde estava seu primo, quando de cima do muro de pedregulhos, outra trombeta foi tocada, o grande sino dourado destruiu a barreira entre eles, e os anões correram na direção da vitória de seu povo.

Anões, elfos, homens, jovens e mulheres. Nenhum poupou esforços ou coragem para derrotar os orcs.

Thorin, os sobrinhos Fili e Kili, e também seu melhor guerreiro, Dwalin, seguiram para o Morro do Corvo, onde Azog comandava o exército. Mas não imaginava o Rei dos Anões que o Orc Pálido já esperava por isso.

Bolg seguia para aquele lugar, guiando um segundo exército para massacrar de vez os Filhos de Durin.

Por sorte, Legolas e Tauriel chegaram a tempo de avisar Gandalf do terror que se aproximava pelo norte, mas Thranduil, o Rei dos Elfos, desgostoso em ver tantos de seus guerreiros sem vida no campo de batalha, abandonou, mais uma vez, os anões à sua própria sorte. Porém, a coragem de Bilbo, o hobbit, combinado à misteriosa habilidade conferida pelo anel mágico, que o deixava invisível, foi o suficiente para alcançar Thorin e avisá-lo do que estava por vir. Entretanto, já era tarde demais.

Fili estava nas mãos do inimigo, e o inimigo era impiedoso. Azog ceifou a vida do herdeiro mais velho de Thorin, sem qualquer hesitação.

Sedentos por vingança, Kili e o tio correram para uma nova batalha, onde contaram com a ajuda desajeitada de Bilbo, a experiência de Dwalin, as flechas certeiras do Príncipe dos Elfos e a elfa banida, de cabelos ruivos, que voavam com cada movimento de sua ágil luta.

Preocupada com Kili, não percebeu o orc, que se aproximou por suas costas, pegando-a desprevenida. Apesar de suas incríveis habilidades, Tauriel era mais fraca do que ele, e já podia pressentir seu fim, quando o anão, que roubou-lhe o coração e os pensamentos, surgiu, pulando nas costas do orc.

Pensando apenas em salvar sua amada, Kili não imaginou que seu inimigo seria implacável contra ele, sem dar chances de defesa para o anão. Bolg tinha Kili em suas mãos, e não perderia a chance de matá-lo. Tauriel, em uma última tentativa de socorrê-lo, atirou-se em cima do orc, mas foi facilmente lançada longe, onde observou o olhar maligno da criatura erguendo sua arma com uma ponta tão afiada quanto suas flechas, pronto para tirar a vida de seu amado. Por um instante, Kili olhou nos olhos de Tauriel, em uma despedida silenciosa. Para quê palavras, se os sentimentos dele eram compartilhados pela elfa? Nada precisava ser dito. Ela sabia o quanto ele a amava e sentia por deixá-la, embora estivesse satisfeito pelo pouco tempo de vantagem que ela teria em uma fuga.

Conformados com o destino do anão, já não esperavam por uma escapatória, mas quando três flecha cruzaram o céu, encontrando o meio da testa e o peito de Bolg, Tauriel respirou fundo, aliviada, encontrando uma fagulha de esperança em seu coração. Sem perder tempo, ela correu, mesmo debilitada, e pegou suas espadas curtas, fazendo as lâminas deslizarem pelo pescoço do orc, que já estava sem vida, no chão.

O olhar da elfa seguiu a direção de onde as flechas vieram, embora soubesse a quem pertenciam.

 

— Legolas — sussurrou, esboçando um sorriso para o amigo.

 

De cima de uma torre, Legolas fitou Tauriel, sorrindo timidamente para ela. Também estava aliviado por ter salvo a vida do anão e da mulher que mexia com sua cabeça de tal forma a ponto de desobedecer o Rei Thranduil sem pensar duas vezes.

A elfa finalmente deixou suas armas escorregarem de suas mãos, enquanto observava, com lágrimas nos olhos e um sorriso crescente, o homenzinho se levantar com dificuldade, gemendo baixinho. Quando seus olhares se encontraram, ele também sorriu e disparou em sua direção, assim como ela. Abraçaram-se com força, embora ela tivesse que se inclinar um pouco e ele, ficar na ponta dos pés. De olhos fechados, encostaram suas testas e se aproximaram ainda mais, porém um estrondo assustou os dois, fazendo-os se afastar. Era Legolas que havia derrubado a torre em que estava, com a ajuda involuntária de um orc enorme e desajeitado, formando uma ponte entre eles. Agilmente, ele a atravessou, ficando frente a frente com o casal.

 

— Legolas, eu não…

— Não diga nada, Tauriel — interrompeu, sorrindo. — Fico feliz em ver que todos estão bem. Mas ainda temos alguns orcs para derrotar.

 

Ele deu as costas para os dois, deixando o sorriso morrer, enquanto uma expressão de pesar tomava conta de seu rosto. Mas a surpresa veio a seguir, ao sentir os braços dela envolvendo sua cintura, enquanto encostava a cabeça em suas costas.

 

— Nunca serei capaz de agradecer o suficiente! Nunca! — sussurrou, entre as lágrimas.

— Já disse que não precisa! — Ele suspirou e se virou, para abraçá-la também e depositar um beijo suave no topo de sua cabeça. — Seja feliz, Tauriel. Seja feliz e eu também estarei, aonde quer que esteja.

 

Afastaram-se, ainda sem jeito, e Kili pigarreou, tão constrangido quanto eles.

 

— Devo minha vida a você, elfo. Espero um dia poder pagar essa dívida.

— Não se preocupe com isso, anão. Tomarei sua vida caso faça uma única lágrima, que não seja de felicidade, cair dos olhos dela. — Mantendo-se sério, estendeu a mão para Kili, que a apertou em um breve cumprimento.

— Não farei! — disse simplesmente, esboçando um sorriso de gratidão.

 

A batalha se estendeu por mais algum tempo, já que o exército que Bolg guiou era tão numeroso quanto o primeiro. Mas a luta decisiva aconteceu no topo da cachoeira congelada, onde Azog, o Profano, e Thorin, Escudo de Carvalho, enfrentavam-se em um embate violento. Ambos estavam machucados e cansados, mas continuavam em sua batalha pessoal. O gelo fino do rio já havia se rachado, tornando difícil se equilibrar nas placas solta, mas o orc continuou a acertar o gelo com sua arma, que era uma corrente com um bloco de ferro na ponta, pesado o suficiente para esmagar os ossos de quem fosse atingido.

Em uma de suas investidas, o bloco ficou preso no gelo dando alguns instantes para que recuperassem o fôlego. Foi quando as águias gigantes sobrevoaram a cachoeira, lançando-se no campo de batalha e destruindo os inimigos com facilidade.

Distraído ao ver as aves massacrando seus guerreiros, não percebeu o plano de Thorin. O anão deixou sua espada cair e pegou a ponta da corrente em que ficava o bloco, lançando-a nas mãos do orc. Logo que ele a segurou, Thorin deu um passo para trás, saindo da placa de gelo solto em que estavam, e Azog afundou-se nas águas geladas.

Mas o orc não fora derrotado. Pegando Thorin de surpresa, cravou sua espada no pé do anão e quebrou o gelo, furioso. Conseguiu derrubar o Rei dos Anões e uma batalha de forças se iniciou. Thorin usou a espada para segurar a de Azog, mas sabia que não aguentaria por muito tempo. Com toda sua bravura, deixou a espada escorregar para o lado, permitindo que a lâmina do Profano atingisse-o. Após a dor do primeiro instante tirar-lhe um suspiro, cravou sua espada no peito do orc, que já sorria, vitorioso. Com um movimento rápido, pôs-se sobre Azog, fazendo com que a lâmina atravessasse o inimigo, assim como o gelo sob ele.

Thorin pode, enfim, observar a vida de Azog esvair-se por seus olhos, colocando um fim naquele ódio de anos e anos.

Por mais que soubesse que não teria muito tempo, ele estava, de certa forma, feliz. Seu povo poderia voltar para casa, seu inimigo caiu, e, ao seu lado, tinha um amigo de verdade, que ficou com ele até seu último suspiro.

Quando assinou um contrato de trabalho um tanto estranho e arriscado, Bilbo não imaginou que suas aventuras o levariam até aquele momento. Perdeu tantos amigos preciosos, mas os que restaram, os guardaria para a vida toda. Nunca mais seria o mesmo hobbit de antes, assim como Gandalf dissera.

 

~*~

 

Mais uma vez, a trombeta foi tocada. Seu som contínuo anunciou o fim da batalha, assim como a morte do Rei dos Anões e de tantos outros entes amados. Em reverência, os homens tiraram seus chapéus e curvaram a fronte, com pesar e tristeza em seus olhares, mas a chama da esperança reacesa em cada coração.

Balin anunciou uma grande festa, com banquetes, música e histórias para contar. Thorin seria lembrado com alegria e orgulho, assim como merecia. As mulheres organizaram seu exército para os preparativos da festa, colocando Alfrid, ainda vestido de mulher, para lavar a entrada do Palácio com uma escova pequena, mas ele contou com a “ajuda” de algumas crianças que corriam por ali com os pés enlameados, chutando seu traseiro vez ou outra. Logo a animação tomou conta dos Filhos de Durin, que começaram a cantar em meio ao trabalho, terminando a limpeza e o banquete antes que o último raio do sol se ocultasse.

Ninguém estava vestido apropriadamente para uma celebração no castelo, mas não havia alguém ali que se importasse com isso. A vida precisava ser festejada, independente dos trajes e penteados.

A mesa foi posta com tudo o que Dain conseguiu improvisar e, para um improviso, podia se dizer que era suficiente para alguns batalhões. Bilbo não ficou para a celebração, pois preferiu voltar para o aconchego de seu lar, ficando apenas com as memórias daqueles dias — e o anel —, como pagamento.

Os elfos também voltaram para seu reino, deixando para trás apenas Legolas e Tauriel. Os dois estavam em frente à uma estradinha ali perto do Palácio, estendendo-se até o horizonte, rumo ao norte.

 

— É aqui que nos despedimos, Tauriel. — Ele suspirou, voltando o olhar para a mulher.

— Você não precisa partir. Pode ficar aqui, conosco!

— Sabe mais do que ninguém dos sentimentos que carrego em meu coração acerca de você. Não posso continuar ao seu lado, mas desejo-lhe toda a felicidade e amor que aquele anão pode lhe dar.

— Você é único, sabia? — Riu fraco, desviando o olhar. — Já sabe para onde ir?

— Procurar os Dúnedain. Meu pai disse que lá encontrarei um jovem guardião conhecido como Passolargo. Quem sabe lá eu possa me reencontrar e recomeçar a vida? — Deu de ombros, observando a estrada. — Seja como for, só peço que não esqueça de mim, assim como não esquecerei de você.

— Como esquecerei de um amigo como você, Legolas? — Com lágrimas nos olhos, ela o abraçou. — Todos os treinos, brincadeira escondidas de seu pai e as batalhas que travamos lado a lado, ficarão para sempre em meu coração. Agora vá. E cuide-se!

— Irei fazer o possível! — Sorrindo, montou em seu cavalo branco e assentiu para Tauriel. — Adeus.

— Adeus.

 

A elfa continuou ali, observando os cabelos de Legolas esvoaçarem conforme cavalgava. Sabia o quanto o coração dele estava partido, mas não havia nada que pudesse fazer. Ele ficaria bem. Tinha certeza.

 

— Até que ele não é tão ruim para um elfo — Kili comentou, tirando-a de seus pensamento quando se aproximou por suas costas.

— Não gosta de elfos, anão? — Voltou-se para ele e cruzou os braços, sorrindo de canto, com uma sobrancelha levantada.

— Não muito. Eles são altos. — Ele assentiu, com um sorriso no rosto.

— Até que ele não é dos maiores, sabia?

— Mas é tão feio quanto os outros. — Deu de ombros, tirando uma risada contida de Tauriel. — Qual a graça?

— Nada de mais. Só me recordei de algo parecido que ouvi uma vez. — Desviou o olhar para o castelo e suspirou. — Sinto muito pelo seu tio e seu irmão.

— Eles deveriam estar aqui. Thorin sentado no trono, festejando com os outros… — Ele abaixou a cabeça, deixando seu sorriso desaparecer. — Aposto que eles me chutariam se me vissem assim. — Riu fraco. — Mas prometo que vou honrá-los ao governar nosso povo. Esse será meu primeiro pensamento a cada manhã.

— Sei que será um rei justo e corajoso. Cada anão tem sorte por ter você como líder.

— Eu não teria tanta certeza. — Kili coçou a nuca, rindo baixinho. — Farei meu melhor, com certeza, mas seria mais fácil se eu tivesse uma rainha para me ajudar. — Sorriu, olhando-a nos olhos.

— E já existe uma mulher à sua altura? — Ela desviou o olhar, sem conter um sorriso discreto.

— Não. Não existe. — Deu de ombros, surpreendendo a elfa, um tanto constrangida. — Sabe, ela é um tanto maior do que eu — sussurrou como se estivesse contando-lhe um segredo.

 

Tauriel revirou os olhos, mas não deixou de sorrir.

 

— Sabe, você é bem idiota para um rei — sussurrou de volta.

— E você é linda. — Seus olhos brilharam ao observar cada detalhe do rosta dela. — Não posso ver ninguém além de você ao meu lado, Tauriel. Nem que, para isso, eu tenha que ficar em cima de um toco de madeira.

— Não sei se isso é apropriado.

— Eu sou o rei agora. — Deu de ombros, rindo. — Se eu disser que é apropriado, é apropriado. A não ser que você diga não.

— Sua mãe tinha razão quando disse que você era inconsequente. — Ela riu, tirando de seu bolso uma pedra azul, com uma escrita gravada. — De qualquer forma, fizemos uma promessa, não é?

— Pensei que havia esquecido disso, elfa.

— Eu nunca esqueceria, anão.

— Então… — respirou fundo, tentando aquietar seu coração palpitante ao segurar as mãos dela entre as suas, envolvendo a runa. — Eu preciso saber se… Bem, o que eu estou tentando perguntar é…

 

Rindo do constrangimento de Kili, Tauriel riu baixinho e balançou a cabeça em reprovação, puxando suavemente suas mãos e deixando o pedra com o anão. Ele se perdeu ainda mais nas palavras,  imaginando que Tauriel o rejeitaria, ou que estava indo rápido demais.

Pegando-o de surpresa, ela o segurou pela gola do casaco e o puxou para cima, deixando-o na ponta dos pés para alcançar-lhe os lábios.

Assim que o primeiro instante de surpresa se foi, Kili a envolveu pela cintura e acariciou a pele alva de Tauriel, beijando-a com ternura.

Mais uma vez, palavras foram dispensadas. Tudo o que ouviam era o som da celebração no interior do castelo, o vento suave e constante e os sussurros em seus ouvidos, vindos direto do coração. Cada sibilar dizia que, daquele momento em diante, a distância ou rivalidade entre seus povos, não seria mais um motivo para separá-los

Os dois sorriram ao juntar suas testas, olhando nos olhos um do outro, sem conter o sorriso bobo. Abraçaram-se forte mais uma vez, e, com os olhos fechados, Tauriel sussurrou no ouvido de Kili:

 

— Eu aceito!

 

Ele não respondeu. Apenas sorriu e a abraçou ainda mais forte.

Voltaram de mãos dadas para o Palácio, onde os amigos anões os receberam com cumprimentos, tapinhas nas costas e felicitações, embora não tivessem dito nada a respeito de seus planos. Eram óbvios para quem olhasse nos olhos dos dois apaixonados.

Durante toda a noite, comeram, dançaram, beberam e festejaram, e cada anão fez questão de contar à todos, suas aventuras ao lado de Thorin, enaltecendo a bravura do amigo.

Aquele dia seria lembrado de muitas maneiras, mas entre todas elas, uma coisa teriam em comum. O sacrifício do Escudo de Carvalho, para trazer seu povo para casa. Ele era, de fato, um rei para ser recordado por todos os Filhos de Durin.


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Notas finais do capítulo

E então, meus lindos, gostaram? Não?! Deixem-me saber pelos comentários ♥
Muito obrigada a quem leu até aqui.

Beijos da Mini =*



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