Nós sempre nos encontrávamos. Quase todos os dias. Era muito difícil sair escondido de seus pais, mas nós dávamos sempre um jeito. Eu já não tinha mais medo de meus futuros sogros. Por ela, por minha doce Isabella, seria capaz de fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.

Para minha sorte eu e meu querido Edward sempre conseguíamos nos encontrar escondidos sem sofrermos nenhum problema. Meu pai e minha mãe percebiam que estava mais contente e ficavam felizes por me verem assim, por isso respeitavam meus atrasos em casa sem me questionar. Creio que era meio óbvio que estava apaixonada, mas acho que pensavam outra coisa. Que estava tendo encontros com alguém que eles considerassem dignos de mim, talvez. Meus pais não eram más pessoas, apenas não lidavam muito bem com as classes que eles consideravam inferiores.

—Te amo Isabella! É tão perigoso nós encontrarmos assim escondidos, mas é maravilhoso poder abraçá-la e tê-la em meus braços – a beijei suavemente, enquanto fazia um cafuné em seus cabelos sedosos.

—Também te amo muito Edward – me respondeu ela, enquanto retribuía meu beijo, mas não de maneira suave.

Nossa atração e desejo estavam começando a ficar mais fortes e intensos. Porém, por mais que quisesse ir um além, ela não estava apronta, ainda não era o momento certo. Tudo com ela tinha que ser perfeito. Eu sei que o amor não cobra perfeição, mas ela era minha ninfa, minha musa inspiradora e nada com ela poderia ser simples, ou um mero acaso. Isabella merecia o melhor, e o melhor de mim ela teria.

Esse beijo foi tão suave que pareceu apenas um leve toque sobre meus lábios. Eu estava apaixonada e queria mais. Queria que ele fosse meu para sempre. Mas temia que fosse se cansar logo de mim. Então o respondi.

—também te amo muito Edward! – e o beijei ardorosamente, do jeito que queria desde que nos beijamos pela primeira vez.

Edward passara a ser meu chão, minha terra, meu céu, meu tudo. Eu o amava profundamente, e não me importava se tivesse que vê-lo escondido para sempre. O importante era que estava com ele. E que ele ainda me queria.

Passaram-se meses, e nós continuávamos a nos encontrar escondidos. A cada encontro era uma faísca de alegria. Era como se estivesse tocando um pedaço do céu. Ela me preenchia com sua alegria, com sua bondade, com sua luz. Enchia meu coração de bons sentimentos. Eu a queria pedir em namoro, mas não tinha coragem, não sabia até quando ela continuaria amando alguém pobre como eu, alguém que não tinha como lhe oferecer um futuro.

Apesar dos meses terem se passado, ele não me abandonara. Isso me enchia de esperança. A cada encontro com ele, era uma nova descoberta, era uma nova estrela que se acendia no céu, um novo paraíso revelado. Queria poder saber que eu seria dele para sempre. Que poderíamos assumir nosso amor para o mundo inteiro. Mas não, sempre tínhamos que nos encontrar escondidos. Mas por enquanto era nossa realidade. E nossos pequenos momentos juntos eram transformados em nosso mundo particular.