Quando eu te vi escrita por Gloss, Gloss


Capítulo 26
Se dando Conta




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Edward saiu e pela sua expressão percebo que ele não estava nada bem. Eu não estou nada bem. Escutar tudo aquilo foi um soco no estômago.  Mas me dei conta que estava precisando ouvir aquilo. Eu fugi, foi bem isso que fiz.

Estou deitada em minha cama, tapada com minha coberta, afogando minhas mágoas no meu travesseiro. O coitado está todo molhado de tanto choro. Mas nesse momento estou preocupada com ele. Pelo seu olhar, vi que ele estava destruído. Tem um lado meu que está com medo dele não voltar, ou de as coisas não serem como antes. 

Sei que estou sendo dramática e que se ele ficou comigo até agora, é porque não vai desistir de nós tão fácil, quanto eu percebo agora que fiz. Sei que estou me repetindo, mas estou angustiada, não quero vê-lo assim.  Quero abraçá-lo  vê-lo abrir aquele sorriso torto que ele só abre para mim e que eu tanto amo.

No entanto acho que ele precisa de um tempo para si, lamber suas emoções, e eu também preciso de um certo espaço para refletir. Mas está doendo, doendo muito. Se dar conta das besteiras que a gente faz não é fácil. Queria que tivesse esse modo. Entendi que devo aprender com meus erros e encarar isso de frente.

Eu ainda estou com raiva dos meus pais, continuo não querendo vê-los. Mas nunca parei para pensar em tudo que eles sentiram e como poderiam ter sofrido tanto com minha ausência. Minha mãe era minha companheira e cuidava de mim do jeito dela. Ela se preocupava com as aparências, modos , mas consigo perceber que ela sempre pedia para me levarem um bule de chá quente e que suavizava as coisas com meu pai.

Porque a gente só se dá conta das coisas quando é tarde demais para reconhecer. Não posso simplesmente voltar aquela vida. Ela não me pertence. Não me sinto mais a Isabella Swan que todos conheciam. Gosto muito mais da minha vida simples aqui onde estou. Adoro ficar com as crianças e cuidá-las. Gosto dessa minha casa, que é bem singela, mas é do meu jeitinho. Decorei cada cantinho com muito amor. Sinto que aqui é meu verdadeiro lar. E que agora sou quem eu deveria ser sempre. Que lá eu era apenas um fantoche, marionete.

Mas também estou me dando conta, que eu permitia, que eu nunca me posicionei. E precisei fugir e pelo visto magoar muita gente, para me auto-descobrir. Descobrir quem sou verdadeiramente. Continuo achando que poderia haver um caminho mais fácil. Mas pelo visto crescer é assim mesmo. Doloroso, bem doloroso.

Da próxima vez que a Bah vier me ver, irei perguntar como estão meus pais. Ainda não quero vê-los. Mas agora que e dei conta desse sofrimento, preciso entender a complexidade das coisas para poder lidar com tudo isso dentro de mim. Pois nesse momento o monstro está bem grande.

Enquanto refletia, Edward chegou. Ele ficou parado na porta me olhando. Ainda conseguir perceber sua tristeza. Mas seu olhar já estava cheio de amor por mim. E nesse momento me senti especial. E me dei conta que teria que ser a melhor versão de mim mesma para que pudesse me sentir digna dessa amor.

Edward veio me dar um beijo casto na bochecha e foi em direção ao banheiro. Ele sempre fazia isso. Chegava em casa e ia direto para o banho. Fiquei ouvindo o barulho da água caindo e pelo tempo que demorou, creio que ficou refletindo e se energizando. Pois nada como um bom banho para colocar as energias ruins para fora e acalmar a mente. No meu caso não adiantou tanto. Mas sem o banho acho que estaria surtando mais ainda.

Ele saiu do banheiro já de pijama. Um pijama de flanela em azul. Eu o achava lindo, até mesmo de pijama. Ele puxou as cobertas, se ajeitou na cama e me puxou para seus braços. Ao sentir ele em volta de mim, fiquei mais calma e percebi que ele também estava em paz. Ali era meu porto seguro. Meu aconchego.

Ficamos abraçados por um bom tempo, sem falar nada, só sentindo nossa respiração e nossos corações. Não precisávamos falar, não havia necessidade de palavras, só precisamos de amor e sentir um ao outro. E assim aconchegada por seus braços por fim, finalmente consegui dormir. 


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