Pregnancy escrita por Cherry Pitch


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, e espero que gostem.



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Eu, Dominique Delacour Weasley, estou grávida. Eu tinha passado algum tempo tentando me convencer do contrário, tentando me convencer de que a minha menstruação atrasada por dois meses era apenas a irregularidade normal desta, e que os enjoos provavelmente eram resultados dos doces que tio George me dava, mas depois daquele maldito positivo no teste de gravidez que Victoire me obrigou a fazer, não existiam mais dúvidas. 

Eu não podia mais inventar desculpas para mim mesma, porque já tinha provas: eu estou grávida. Eu não podia mais dizer a mim mesma que os enjoos e a sua barriga ficando mais avantajada nas últimas semanas eram resultados dos doces que eu comia; ela não podia mais dizer que a minha menstruação atrasada era a irregularidade no meu ciclo. Não haviam mais desculpas para serem usadas. 

Eu, Dominique Wealsey, estava grávida, e agora precisava dizer isso para a família que provavelmente era a maior do mundo. Primeiro, para James, que era o pai da criança. Depois, para os seus próprios pais. Depois, para todos os meus tios. E ainda teria que lidar com a reação de cada um deles. Grávida. A palavra ainda rodava em sua cabeça. Como ser uma boa mãe quando não podia nem mesmo manter o meu quarto arrumado ou uma planta viva?! Como cuidar de uma criança se há alguns poucos anos eu ainda colocava o dedo na garganta para vomitar e perder peso?

Mãe. 

Dali a poucos anos, teria uma pequena criança chamando-a de mamãe e procurando em seus braços proteção. Grávida. Qual foi o momento que eu e James deixaram de nos proteger? Qual foi o momento que erramos e nos esquecemos, no calor do momento? Qual foi o momento em que demos esse passo em falso, qual foi o momento em que demos esse deslize?

Respiro fundo e deixo as lágrimas caírem dos meus olhos. 

Grávida. 

Eu engordaria, incharia, ficaria com estrias e cicatrizes da cesariana, ou sentiria uma dor infernal com o parto normal. Eu me lembraria da sensação do dedo na garganta, esperando que a minha refeição saísse, enquanto eu vomitava de verdade, naqueles nove meses que se seguiriam. Eu torceria para que a história não se repetisse. Eu prometeria a mim mesma que não teria mais filhos, para que a história não se repetisse. Eu prometeria a mim mesma que a minha filha não teria uma irmã mais velha que fosse um exemplo para todos. Que eu não teria uma filha bonita, alta, inteligente, "boa menina" e desejada por todos os garotos, e outra. A mais nova, a que não era tão inteligente, a que não era tão inteligente, que não era tão alta. 

Que era só a outra. 

Eu prometeria a mim mesma que a história não iria se repetir, e nunca mais faria sexo com James sem a porcaria dos preservativos. 

Em que momento aquele pequeno deslize aconteceu? Será que dali a nove meses eu continuaria pensando que aquilo era um deslize, ou será que acharia que aquele foi o mais belo erro que já cometi? As perguntas rodavam pela minha cabeça, junto com uma palavra. 

Grávida. 

 

***

 

De casa em casa, contei "a grande notícia". Meu pai a meu lado, forçando um sorriso, fingindo estar feliz pelo erro que a sua filha cometeu. Eu sabia que, no fundo, ele estava pensando onde que tinha errado na minha criação. Victoire e Louis tinham saído tão bem feitos e bem educados, bonitos e conscientes, e depois... Eu vim ao mundo. A garota problema, aquela que não era tão bonita quanto os irmãos mais velhos, e agora eu era aquela que tinha ficado grávida precocemente. 

A ovelha negra dos filhos de Gui e Fleur. Deveria ser bela e com gestos sutis, deveria ser inteligente e delicada, como o seu sangue de veela mandava. Mas não. Eu gostava de fazer marotagens, e de competir com James quem recebia mais detenções em Hogwarts (e, surpreendentemente, nós dois recebemos o mesmo número delas.)

James tinha ido anunciar o bebê comigo e com o meu pai em todas as casas do clã Weasley, e estava com um sorriso enorme, mesmo que tentasse escondê-lo. Acho que fazia isso por perceber que eu estava chateada com a situação. E eu queria ter filhos com ele, algum dia. Mas não queria isso agora. Eu não queria ver os olhos verdes dele brilhando ao olhar para a minha barriga, que guardava seu filho naquele momento. Não os seus jovens olhos de vinte e um anos olhando para a minha barriga de vinte e um anos, que já guardava um pedaço de vida que iria nascer dali a alguns meses. 

E ainda corriam os comentários. Que James era tão bom, por assumir o bebê. Que James era realmente um homem maravilhoso, um homem de bem, e que todos os homens deveriam ser como James por ter assumido o bebê que, nesse momento, estava dentro do meu útero. 

James era o herói para eles. Eu era a vadia que tinha transado sem camisinha e agora estava grávida aos vinte e um anos, e aquilo estava acontecendo porque eu mereci. Mas James era o homem de honra que assumiria o bebê. Todos falavam como se ele não tivesse a obrigação de assumir o filho feito por ele, o bebê que tinha os genes dele, como se ele também não tivesse lembrado de usar a camisinha e de tomar os anticoncepcionais antes do sexo. 

Eu amo James, não me entenda mal. Eu acho, sim, que James é um homem maravilhoso e de honra, e que eu estaria totalmente perdida sem ele. Mas o motivo desse pensamento não é o fato de que ele assumiu o próprio filho, porque isso não passa da obrigação dele. Eu amo James e estaria perdida com ele, porque... Ele faz com que eu me sinta completa. Eu sinto que ele me entende de fato, e sempre senti isso. Agora eu sei que ele estará comigo para o que der e vier, não porque assumirá o bebê, mas porque tentou segurar a sua própria felicidade e euforia para me apoiar, e não apontou um dedo na minha cara, por eu estar insegura quanto a esse fato. 

É por isso que eu amo James, e não porque ele fez o que não era mais do que a sua obrigação. 

Eu amo James, mas isso não muda o fato de que ele também não lembrou de colocar a maldita camisinha, e isso também não muda o fato de que tem um feto dentro do meu útero. 

E o fato de eu estar chamando o ato de não ter colocado a camisinha de maldito não faz com que o bebê que nascerá dali a alguns meses seja menos amado, pelo contrário. Eu sei que eu vou amar esse bebê com todas as forças que eu tenho. E sei que James fará o mesmo. 

E é por isso que eu o amo. 


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Notas finais do capítulo

Oi! Vou explicar um pouco sobre como surgiu a ideia para essa história.
Eu estava querendo escrever alguma James/Dominique antes da ideia surgir, e foi quando aconteceu uma coisa realmente inesperada: essa mesma situação aconteceu com a minha prima. A nossa família é grande, tanto quanto os Weasley, e a minha prima também teve que ir de casa em casa contar que estava grávida, apenas com o pai e com o namorado.
O que realmente me magoou, e eu coloquei isso na fanfic, e me mostrou que o feminismo realmente é necessário, foi que todos ficaram comentando sobre como o namorado dela é responsável, que ele ficou com o bebê, e que ele é uma ótima pessoa, enquanto todos falaram da minha prima como uma pessoa que teve a vida jogada no lixo, que foi irresponsável. Ou seja, todos jogaram a culpa toda em cima dela.
É claro que ela tem culpa pelo que aconteceu, mas o namorado dela também tem! Ele não pode ser colocado como um herói só porque ficou com o bebê que é dele! Que está se desenvolvendo com os genes dele, com o espermatozoide dele!
Enfim, espero que tenham gostado da fanfic, e comentem o que vocês acham sobre esse assunto.



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