Ignorance escrita por AlexiaSinclaire


Capítulo 2
A residência dos Sinclaire


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo e estaremos de volta à Hogwarts '-'



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A sensação de aparartar nunca era agradável quando se era uma menina de 15 anos. Alexia colocou a mão na cabeça, completamente tonta e se apoiou no homem ao seu lado, reclamando de forma inaudível e adentrou novamente a residencia dos Sinclaire, ainda apoiada em seu pai. Assim que abriu a porta da casa, ela se jogou na poltrona, ignorando os protestos de sua mãe sobre amassar as vestes de Hogwarts, enquanto seu pai seguiu para a cozinha para preparar seu famoso e delicioso chá de bombinhas de cereja. A bebida era delicada e transparente como um chá, mas possuia pequenos frutos de cereja que, literalmente, explodiam na boca, liberando todo o sabor da fruta misturada com um toque de pimenta. Alexia odiava quando era criança, mas de uns anos para cá essa tinha se tornado sua bebida favorita em todo o mundo e só seu pai sabia a medida e os encantamentos certos para um chá perfeito.

— Aqui está. Um para minha princesa e um para minha rainha. - Tony falou entregando uma xícara para cada uma e se sentando ao lado da mulher, sendo seguido por uma xícara flutuante que parou em sua mão. - Lexi, querida, vamos aproveitar que estamos aqui em família e me diga, o que vai aprontar esse ano em Hogwarts? - falou sarcástico, rindo. - Não queremos ter nenhuma surpresa esse ano. - Anthony fez um careta enquanto mordia uma cereja que explodiu imediatamente em sua boca, fazendo um pequeno barulinho.

— Muito engraçado. - Alexia disse bebericando o chá que estava quente como fogo e o largando na mesinha da frente para esfriar. - Saiba que minhas detenções começam com os senhores se atrasando para me levar na plataforma. Sou a menos culpada nisso tudo.

Anthony soltou uma gargalhada e tomou mais um gole do chá, fazendo com que mais uma cereja explodisse em sua boca.

— Na minha época, tomar uma detenção era de extrema preocupação para os pais. - Lucy começou a falar, olhando para o marido que concordou com um movimento de cabeça.

— Imagina se a gente fosse se preocupar com cada detenção que essa aí tomasse! - Anthony continuou, brincalhão de modo a irritar a filha.

Teria recebido uma travesseirada na cara se não tivesse tomando um líquido tão quente. Ao contrário, Alexia apenas tomou um gole da bebida e encarou o pai, fingindo uma cara de brava.

— Minha única detenção foi por culpa do seu pai. - Lucy falou deitando sua cabeça no ombro do homem ao seu lado. Seus olhos se fecharam por um segundo e podia se lembrar de tudo exatamente como aconteceu. - Tony marcou de se encontrar comigo nas masmorras à meia-noite, pois era mais fácil para ele. Para mim, foi tudo uma aventura: eu tive que sair da Torre da Corvinal com antecedência, andar escondida pelos corredores e descer as escadarias com todo cuidado até chegar próxima à sala de poções. O seu pai só tinha que sair do salão comunal e andar, no máximo, três passos. E nem para me levar de volta... Ele se despediu de mim na porta do salão dele e eu tive o azar de encontrar com um professor! Mesmo depois de uma noite maravilhosa, em que nos escondemos em uma sala vazia para ficar juntos, beijar e...

— Eca, eca eu não preciso saber disso. - Alexia interrompeu a mãe rindo baixo. - Sempre soube que você não era um cavalheiro, pai. Deixar a mamãe subir as escadarias até a torre da Corvinal? Sozinha? De madrugada? Tsc tsc. - a menina balançou a cabeça em desaprovação, brincando com a situação do casal.

— Na minha defesa, era o começo do relacionamento eu não queria ganhar uma detenção. A Sonserina estava em segundo lugar na taça das casas e eu não ia perder nenhum ponto que ameaçasse essa posição.

— Viu mãe? Ele prefere ganhar a taça das casas do que levar uma detenção por você. - Alexia continuou, soltando uma gargalhada e encarando o pai que tinha uma expressão engraçada no rosto.

— Eu era um adolescente que não conhecia as coisas boas da vida. - riu, puxando o rosto da mulher pelo queixo e dando um pequeno selinho em seus lábios. - Depois que descobri...

Alexia estava prestes à responder o pai, quando Squirrel, sua coruja, entrou pela janela aberta tão rápido que Lucy jurou que era um balaço sendo arremessado na direção deles.

— Você me assustou! - a mulher falou se levantando e colocando a mão no peito, sentindo seu coração batendo rapidamente.

A coruja piava descontroladamente e segurava um pergaminho enrolado, amarrado por uma fita dourada em sua pata esquerda. Lucy retirou o papel e observou o selo de Hogwarts gravado em vermelho e endereçada à seu marido. Já sabendo do que se tratava, ela abriu a carta e passou os olhos, entregando em seguida para o homem que fez o mesmo. Squirrel voou para o lugar vazio no sofá ao lado de Alexia, que fez um carinho em sua cabeça enquanto ainda tomava o chá, observando seu pai -que lia o que deveria a ser a resposta que estavam esperando chegar- curiosa e atentamente.

— Theodore? - Anthony gritou assim que terminou de ler a resposta de Dumbledore em suas mãos. - Theodore? - Chamou novamente não obtendo resposta. - Onde ele se met... Ah, aí esta você! - Disse sorrindo para o jovem garoto de cerca de 25 anos que ajeitava o oculos quadrado ao sair de uma porta à esquerda. Estava prestes a falar sobre a resposta do diretor, quando pareceu se lembrar de algo assim que viu o menino. - Como anda a pesquisa?

— Os erumpentes são criaturas fascinantes, Senhor. E as propriedades de explosão de seu chifre mais ainda. - Theodore respondeu rapidamente, dirigindo seu olhar para Lexi confuso.

Theodore Forbes, ou Theo, era o estagiário recém-formado de Hogwarts que trabalhava com os Sinclaire. Lufano e bastante amigável, Alexia adorava o fato de sempre ter alguem com idade mais proxima a ela nas férias -e ele também adorava Quadribol. Tirando seus amigos da escola, Theo era com certeza uma das pessoas mais proximas da menina.

— Perfeito, vamos precisar de alguns exemplares para estudá-los de perto nos próximos meses. - dessa vez foi Lucy que respondeu, sorrindo para o menino. - Vamos partir para uma viagem assim que Lexi for para Hogwarts... - ela respondeu se postando de pé, pegando as xícaras vazias e levando-as em direção à cozinha. - Querido? - ela gritou da cozinha, chamando pelo homem.

— Estou indo! - o homem respondeu se levantando instantaneamente. Anthony tinha a impressão que tinha esquecido de dizer a Theodore algo importante, mas assim que declarou para si mesmo que não conseguia se lembrar, ele andou na direção da cozinha. Assim que adentrou o cômodo, abraçou a mulher por atrás e tirou as xícaras da mão dela, feliz por poder passar algum tempo com ela enquanto Alexia estava distraida com o estagiário.

Na sala, Alexia riu baixo, revirando os olhos pela tentativa totalmente óbiva dos seus pais de ficarem sozinhos. Eles eram meio malucos, mas ela tinha acostumado desde criança com excentricidade deles.

— Perdeu o trem? - Theo perguntou um pouco tímido, se aproximando da menina.

— Não. É o meu fantasma que está aqui, eu morri. - Lexi respondeu com um sorriso cínico no rosto, parando de encarar a cozinha para dirigir seu olhar à Theo. Vendo que o menino estava sério, ela soltou uma gargalhada e perguntou divertida: - De novo, você acredita?

Theo ajeitou os óculos extremamente grandes para seu rosto, que temia cair de seu nariz pequeno todo o tempo e suspirou.

— Você é louca. - comentou, sentando-se na frente dela e segurando nos joelhos, nervoso.

— A culpa foi toda da minha mãe e não minha... - Alexia fez um aceno de cabeça na direção da cozinha, onde risadas extremamente histéricas, que vinham de sua mãe no cômodo ao lado, inundavam o local. - Ela que é louca! - riu baixo, encarando o menino.

— Tem a quem puxar. - ele concluiu, levando a mão nas vestes e checando a hora em um velho e enferrujado relógio de bolso.

— Sabe, tem um relógio bem ali. - Lexi apontou para a parede, onde um relógico quadrado com um fundo reluzente de madrepérola refletia a luz da casa. Tamanho era o reflexo, que quase era impossível ver os números entalhados na pedra. Mas aquele relógio não era só uma decoração: era o primeiro presente de casamento que Anthony deu à Lucy, portanto ele ficaria ali, na parede ao lado da estante de livros enquanto aquela casa estivesse de pé e por mais inútil que fosse. - Acho que eu posso acabar sendo expulsa por me atrasar de novo. - riu deitando-se no sofá e encarando o lufano.

— Você já fez coisas muito piores que chegar atrasada. - Theo disse se recostando um pouco mais a vontade na poltrona.

— É, tem razão... Inclusive esse ano eu acho... - Alexia foi interrompida pela voz de seu pai que chamava pelo estagiário. Ela olhou na direção da cozinha, observando seu pai colocar a cabeça para fora da porta e encarar Theo.

— Ah... Theodore! Quase me esqueci! Eu preciso que, mais tarde, você leve Alexia a Hogsmeade, ok? - Tony falou para o menino segurando uma risada. - Algum professor vai aparecer nos portões e recebê-los. Envie nossas desculpas ao Dumbledore também. - e com essas palavras, o senhor Sinclaire desapareceu mais uma vez pela porta, soltando uma gargalhada rouca.

— Claro... - Theo respondeu mais para sí mesmo, uma vez que seu patrão não estava mais no cômodo.

O olhar do menino se dirigiu para Alexia que arqueou uma sobrancelha com um sorriso divertido no rosto e pulou do sofá, fazendo com que as vestes voassem atrás de si. Ela andou na direção de uma prateleira e pegou um pequeno bolinho de cartas na parte mais alta do móvel de madeira.

— Snaps Explosivos. - falou sacudindo o jogo para mostrá-lo à Theo. - Se temos que esperar o tempo passar, que seja de uma forma divertida... Eu começo!

— Você nunca perdeu de mim, Lexi. Não vale a pena continuar tentando. - ele brincou sentando-se no carpete.

— Um dia o pupilo se torna o mestre, Theodore. - ela disse fingindo um semblante sério, jogando as cartas no chão e se sentando na frente dele.

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