Meus Olhos Enxergam escrita por phmmoura


Capítulo 14
Meus Olhos 2 - Capítulo 03




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Como esperava, os rumores seguiram Eliza para onde quer que fosse. No instante em que se juntaram ao fluxo de estudantes entrando na escola, todos olharam para elas ao menos uma vez. Não ajudou o fato de que seus colegas abriram espaço e deram os holofotes ao casal no corredor lotado.

Para sua surpresa, aquilo não a incomodou tanto quanto pensou que incomodaria. Acho que tudo que passei no primeiro semestre foi um bom treino pra isso… Ou talvez a Bianca tenha razão… Não consigo me focar em nada além do fato de que estou usando a calcinha molhada dela…

Lembrar daquilo só a fez corar.

Mas Eliza sabia que, ainda que não tivesse trocado de calcinha com sua namorada pervertida, haveria algo a impedindo de ser completamente afetada pelo clima.

Não acredito que ela não soltou… eu fiquei tão preocupada que nem notei até ser tarde demais, pensou a garota, olhando para as mãos delas.

Bianca segurava sua mão e parecia ser a menina mais feliz na face da terra.

Eliza parou de ligar para qualquer coisa quando o rumor do casal lésbico ter chegado de mãos dadas se espalhou pela escola numa velocidade inacreditável.

Agora que todos já sabem que somos um casal, não parece que vai dar em nada ruim por enquanto… mas é a incrível que a Bianca consiga cantarolar e sorrir assim com todo mundo olhando pra gente… Queria ser assim também, pensou Eliza, com uma mistura de raiva e inveja.

Bianca e seu grande sorriso pareciam imunes a qualquer coisa ruim enquanto estivessem de mãos dadas.

Ainda bem que tenho ela… Com as maçãs do rosto levemente coradas, Eliza apertou aqueles firmes e delicados dedos.

Elas finalmente terminaram a longa caminhada e chegaram até a sala delas. Mas os rumores só aumentaram. Ou talvez eu só consiga perceber as pessoas falando de mim em um espaço fechado desses… ei, pensando pelo lado positivo. Ao menos não estão falando abertamente na gente… é uma melhora… acho, pensou Eliza, rindo secamente em sua cabeça.

Apesar de todos sussurrarem sobre elas, ninguém falou com o casal diretamente. Só após sentarem no fundo, perto da janela, que alguém veio falar com as duas.

— Eu falei que isso ia acontecer… mas você não me ouviu — disse Raísa, a melhor amiga de Bianca. Ela puxou uma cadeira sem dono e sentou perto de Eliza.

— Eu lembro — disse a ruiva, assentindo devagar.

— E ainda parece estar pouco se lixando.

— Não dá pra chorar sobre o leite derramado! — Bianca deu de ombros.

Raísa encarou a amiga com uma expressão vazia por um instante. Depois ela soltou um suspiro cansado.

— Eu sabia que você era uma idiota, mas pensar que faria isso com a Eliza e ficaria com esse sorrisinho no rosto… ao menos reflita nas suas ações…

— Ela nunca pensa na situação… só age por impulso… — Eliza mostrou um pequeno sorriso.

— Imagino que sim… Sinto muito pelo comportamento imbecil da minha amiga idiota… — Raísa abaixou a cabeça enquanto cruzava os braços.

— Infelizmente, estou acostumada já…

— Isso não é bom…

— Calma lá. Desde quando vocês duas são tão próximas assim? — perguntou Bianca, olhando para a amiga e depois a namorada. — Eu não fiquei sabendo de nada disso!

As garotas trocaram olhares. Depois olharam de volta para a ruiva e deram de ombro ao mesmo tempo.

— Meio que aconteceu — disseram em coro.

— Ei, não me deixem no escuro! Quero saber disso aí! — Bianca reclamou, agarrando um braço de cada garota. Mas antes que pudesse fazer algo mais, o professor entrou na sala cumprimentando a turma numa voz cansada.

Apesar de estarem cientes dos olhares ocasionais de seus colegas de turma, sem falar nos que nem tentavam esconder, a aula andou. Eliza ficou surpresa ao se ver sorrindo, mesmo após tudo, ela podia ter uma vida escolar normal.

Se as coisas continuarem assim, vai ser melhor do que quando o ano começou, pensou ela, se preparando para a próxima aula…

— Foi um dia longo! — exclamou Bianca após a última aula acabar. — Por que os professores ficaram tentando fazer cada aula parecer durar duas vezes mais?

— Está reclamando do quê? Você dormiu nas duas aulas após o intervalo…

— É, bem… Estou faminta. Que tal almoçarmos lá em casa?

— Boa ideia… — Eliza também estava faminta. O estômago dela estava apertado demais para comer qualquer coisa durante o recesso. Mas ela notou o quão faminta estava agora que o dia acabara.

Enquanto organizava a bolsa, a ruiva se aproximou dela e sussurrou na voz mais sedutora que tinha:

— Meus pais não vão estar em casa durante a tarde. Posso começar a fazer sua viagem valer a pena…

Eliza arregalou os olhos e quase deixou o caderno cair. Com o rosto vermelho, ela continuou a colocar as coisas de volta na bolsa.

— Isso sim é uma ideia melhor ainda — sussurrou, sem olhar nos olhos da namorada.

Ainda sem dar atenção para as pessoas ao redor das duas, Bianca agarrou a mão de Eliza e a levou para fora da sala, até o estacionamento. A ruiva cantarolava e sorria como no começo da manhã, mas, quando estavam quase saindo da escola, ela parou e soltou a mão da namorada.

— Que foi? — Apesar da vergonha, Eliza não queria soltar a mão de Bianca. Seus dedos se sentiam incompletos sem o calor da ruiva.

— Estarei esperando lá fora — disse ela e então se afastou.

Demorou demais para que Eliza entendesse o motivo. Até no corredor lotado, não teria como a garota não ver Amanda parada perto da porta de uma sala.

Sim… com tudo que rolou, eu acabei esquecendo dela, pensou a garota, parada por um instante. Respirando fundo, ela foi até a melhor amiga. Droga… Eu só vou falar com minha amiga, por que estou tão nervosa? O que eu geralmente faço com os braços?

— E-E aí…

— Oi, Eliza. Já faz um tempo que não nos vemos — disse Amanda, com um tom casual. — Desculpa não ter te visitado no hospital.

Porcaria… Com esse tom de voz não dá pra saber no que ela está pensando, pensou a garota enquanto sua amiga a levava até a sala vazia mais próxima.

As garotas ficaram quietas por muito tempo. Enquanto Amanda cruzava os braços e olhava para Eliza, ela evitou encontrar o olhar da amiga. Isso é muito tenso… Conheço a Amanda desde que a gente era criança… Nunca ficamos assim… Preciso dizer algo… Preciso… me desculpar por não contar sobre a Bianca pra ela… Mas como…?

— Então agora você é lésbica? — Amanda quebrou o silêncio.

Apesar de suas palavras sem emoção, Eliza sabia que a amiga não a julgava. Era só a forma dela começar a conversa.

Aquilo a relaxou um pouco. Eu ainda dependo da Amanda…

— Não é de agora… Estou com Bianca faz uns meses. — Ela mostrou um sorrisinho.

Amanda soltou uma risada e descruzou os braços. Depois se aproximou e sentou na mesma mesa que Eliza.

— Deixe-me adivinhar. O lance das duas está rolando desde que você voltou pra escola?

— Por que você acha isso?

— Não foi nessa época que você começou a andar com ela?

— Você notou? — Aquilo surpreendeu e deixou Eliza feliz.

— Bem… Percebi, né… a gente não tava conversando naquela época, mas não era como se eu tivesse deixado de me preocupar com você e tudo mais. — Amanda desviou o olhar.

Eliza ficou quieta por um momento. Não importa o quão complicada as coisas ficaram entre a gente, ela ainda se preocupa comigo… Sou eu quem não deveria ter demorado tanto pra se desculpar… acho que é outra coisa pela qual preciso agradecer a Bianca… mas jamais vou falar isso pra ela… o ego da menina já é inflado o suficiente…

— Bom, tecnicamente não estávamos juntas na época… nós… meio que começamos a andar juntas e ficamos amigas… mas ela não escondeu que queria ser mais que amiga. Depois de dar em cima de mim direto, acabamos namorando… mas isso foi durante o São João…

— Ela dava em cima de você, mas você gostava dela antes disso, né? Seu rosto entrega tudo.

— É, eu gostava dela… mas tinha medo de que se eu retribuísse os sentimentos dela, arruinaria o que a gente tinha… e eu não suportaria perder ela… a nossa amizade significava muito para mim… — Eliza corou e brincou com os dedos.

Amanda ficou quieta por um tempo, observando sua amiga de infância. Depois, ela suspirou.

— Não acredito que, após todos esses anos, você ainda é a mesma idiota que pensa demais nas coisas.

Apesar do que ela dizia, Eliza só podia rir.

— É… Não posso discordar… E acho que a Bianca diria a mesma coisa.

As duas amigas riram em conjunto.

— Não acredito que minha melhor amiga, que estava caidinha de amores por um cara há menos de um ano, agora está caidinha de amores por uma garota… o mundo dá voltas…

Eliza corou e desviou o olhar.

— Pois é… — Mais do que você imagina, pensou, contendo a vontade de tocar nos olhos. — Mas por que você acha que estou caidinha pela Bianca?

— Ah, por favor, né. — Amanda bufou e revirou os olhos. — Como se não estivesse na cara pra mim. Te conheço há vida toda, tá ligada? Além do mais, você acha mesmo que eu esqueci de como você deu a louca quando as pessoas começaram a falar mal da Bianca e dos pais dela?

Eliza abriu a boca, mas não tinha como responder, então só mostrou um sorriso amarelo.

— Eu meio que esperava que todo mundo tivesse esquecido… Nem eu lembrava disso…

— Talvez a maioria tenha… especialmente com a Bianca explodindo por causa de vocês duas — disse Amanda, com um sorriso provocador.

— Não me lembre… — gemeu Eliza. — Graças a deus eu não tava aqui pra ver… Teria morrido de vergonha.

— Provável, já que você odeia ser o centro das atenções. Mas foi fofo, agora que penso nisso. Ela ficou tão brava com as pessoas falando mal de você que acabou confessando o quanto te amava.

— É, e me deu uma voadora pra fora do armário. — As maçãs do rosto de Eliza esquentaram.

— Você diz isso, mas não está brava de verdade. Eita. E seus pais? Contou pra eles?

Eliza não conteve uma risada seca e sem vida.

— Ahãm… Eles já sabem…

— Como assim?

— Eles… me pegaram com a Bianca… pelada na cama… no hospital… — O rosto dela corou de forma alarmante. Droga… ainda dá muita vergonha contar. Pensei que seria uma história divertida!

— Mentira! O que a sua mãe disse? Aposto que enlouqueceu! — Amanda parecia chocada demais.

— Não tanto quanto você imaginaria… como estava no hospital em que ela trabalha, ela precisou se controlar… aí acho que meu pai conversou com ela pra acalmar a fera… mainha até convidou a Bianca para o almoço de domingo ontem.

— Como foi?

— Melhor do que eu esperava. Mas ela ainda não aceitou bem… ficou conferindo a gente no meu quarto depois do almoço. Depois deixou a porta aberta… nem com o Bruno ela era assim.

— Pode culpar ela? É religiosa do tipo conservadora… mas ao menos ela tá tentando, né?

— Acho que sim… é o que a Bianca vive dizendo, mas eu queria que ela nos aceitasse de boa como aceita a namorada do meu irmão…

— Dê tempo a ela. Não é fácil mudar tudo que ela imaginou pro seu futuro.

— Acho que sim… — Eliza queria responder mais, porém sabia que a Amanda estava certa.

— Ei, você devia estar feliz. Agora pode andar de mãos dadas com a Bianca em público. Não faça essa cara. Eu vi o quão feliz você estava, sabia.

A garota mordeu os lábios quando não conseguiu pensar em uma resposta boa.

— Porcaria… você e a Bianca me conhecem bem demais — murmurou ela baixinho, sem olhar para a amiga de infância.

— Foi mal, mas não tem nada que você possa fazer quanto a isso. — Amanda soltou uma risada genuína. Depois mostrou um sorriso maldoso. — Na verdade, eu poderia contar algumas histórias embaraçosas do seu passado pra Bianca… tem muitas que ela amaria ouvir.

— Ah! Pelo amor de deus, não! — implorou Eliza, agarrando Amanda pelo braço e balançando-a um pouco. — Eu prefiro manter boa parte do meu passado em segredo dela!

A reação da garota só fez a amiga de infância rir mais.

— Ei, não me culpe. Você devia ser sincera com sua namorada — disse Amanda com um grande sorriso e se levantando. — Especialmente por estar feliz mesmo com ela. É a única coisa que importa.

— É… embora ela me deixe louquinha às vezes — murmurou, alto o bastante para a outra garota ouvir. Mesmo assim, Eliza não podia parar de sorrir.

— Claro. Caso contrário você não podia dizer que está apaixonada por ela.

Amanda hesitou por um instante, mas depois abraçou Eliza.

Ela retribuiu o abraço. Parece que faz vidas desde que a gente fez algo tão simples quanto nos abraçar. Antes que Eliza soubesse, ela apertava a amiga com mais força.

— Ei, pode ser meio ofensivo, mas eu preciso perguntar. Você fica excitada com isso? — perguntou Amanda quando elas se separaram.

A pergunta foi tão repentina que Eliza não teve ideia de como reagir. No segundo seguinte, porém, ela estava rindo.

— Você ficaria brava se eu dissesse que não é meu tipo?

Amanda se afastou, seu rosto dizendo que se sentia ofendida pelo que Eliza dissera.

— Mentirosa. Tenho certeza de que você estaria dando em cima de mim se não tivesse alguém tão bonita quanto a Bianca a disposição.

— Ei, você acha que todas as lésbicas são atraídas por qualquer mulher?

— Claro que sei que isso não é verdade. Mas, caso tenha esquecido, você gostava de praticar beijos comigo quando éramos crianças, lembra? — Amanda balançou a cabeça.

— Quê? Eu não… — Eliza parou para pensar por um instante. Ah, foi… queria praticar com ela após o desastre do meu primeiro beijo… — Eu me esqueci disso… e foi só uma vez!

— Não sei se você está fingindo ou se realmente não lembra, mas praticamos mais do que amigas deveriam. — Amanda soltou um suspiro exagerado. — Nunca pensei que aquelas práticas inocentes eram porque você queria me beijar. Se soubesse, eu nunca teria brincado com seu coração puro.

Eliza só podia rir daquilo.

— Cala a boca. E já que é assim, estou feliz que você não foi meu primeiro amor.

As amigas se olharam e riram ao mesmo tempo.

— Eu sinto falta de conversar assim com você — disse ela em voz baixa.

— Eu também…

Elas se despediram com um último abraço.

Eliza se sentiu bem melhor ao passar pelos portões da escola agora do que no começo da manhã. Como esperava, sua namorada a aguardava no carro.

— Como foi? — perguntou Bianca assim que Eliza se aproximou o bastante.

— Não foi tão ruim quanto pensei… Amanda disse que já sabia que havia algo quando eu tive meu estouro — disse Eliza, entrando no carro. — Na verdade, ela parecia mais irritada por eu não ter contado pra ela.

— Eu te disse. As pessoas que importam para nós vão aceitar nosso relacionamento.

— Só falta a minha mãe… Eu sei, eu sei. Um passo de cada vez — completou Eliza antes da namorada falar algo. Enquanto Bianca apertava o cinto, ela se aproximou. — Mas, quando ela não estiver por perto, nós podemos fazer isso…

Ela beijou Bianca de leve. Mas, conforme seus lábios e línguas se tocavam, Eliza podia sentir seus sentimentos contidos vindo à superfície. De repente, ela queria mais que um beijo. Queria tocar a garota que amava. Queria ser tocada por aqueles dedos firmes e gentis que a faziam perder a cabeça.

— Espera… espera… — Bianca já arfava, seu rosto estava quase tão vermelho quanto o cabelo. — Aqui não… vamos pra minha casa primeiro… aí posso tirar a sua calcinha e fazer o que estivesse morrendo de vontade de fazer o dia todo.

O sorriso de Eliza diminuiu enquanto ela exercia todo o seu autocontrole. Com muito esforço, ela se inclinou para trás, indo para o próprio assento. Ela não notou, mas haviam algumas pessoas olhando para elas. Merda… esqueci completamente de onde a gente tá, pensou, ficando tão vermelha quanto os cabelos de Bianca.

A ruiva dirigiu mais rápido do que deveria. Mas Eliza não pensou que sua vida estava em perigo por nem um segundo; sua mente estava focada demais tentando parar sua mão de agarrar a coxa macia de Bianca e passar um dedo por entre aquelas pernas de novo.

Mas, no instante em que Bianca estacionou na garagem dela, Eliza parou de se conter.

Ela tirou o sinto e se inclinou sobre o volante, sentando em cima de Bianca, beijando sem qualquer restrição aqueles lábios que andava ansiando.

Até a ruiva parecia surpresa. Mas logo estava retribuindo o beijo da namorada. Ao mesmo tempo, ela inclinou o assento do motorista para que as duas tivessem mais espaço.

Sem separar seus lábios, Eliza deslizou as mãos para baixo, acariciando os peitos da ruiva.

Quando ela escutou os gemidos de Bianca, soube que era hora de ir mais baixo. Deixando uma mão nos peitos, Eliza deslizou a outra para baixo.

Mas, diferente da manhã, ela deslizou um dedo entre a pele e calcinha da namorada. Ela já estava molhada. Porra! A Bianca tinha razão. Não sei por que, mas pensar que ela está usando minha calcinha é bem excitante!

— Embora eu tenha te dado prazer hoje de manhã, você já está assim — disse Eliza, com um tom provocador enquanto mordiscava a orelha. — Tadinha… você tem se contido bastante, né?

— Sim… — Bianca conseguiu dizer, mesmo beijando o pescoço de Eliza.

— Então me deixa cuidar de você.

Antes que ruiva pudesse dizer qualquer coisa, a garota soltou o cinto e tirou o jeans. Nem o volante pressionando seu traseiro tirou sua atenção daquela feminilidade molhada. Ela só se importava em beijar os lábios entre as pernas de Bianca, fazê-la se contorcer e gemer.

Enquanto a língua se movia dentro dela, a ruiva mordeu as costas dos dedos para impedir que sua voz escapasse.

Pode fazer isso o quanto quiser, Vermelha, mas eu vou ouvir seus lindos gemidos. Como sempre, pensou Eliza enquanto olhava para cima e procurava pelo ponto de prazer de Bianca ao mesmo tempo.

A ruiva se contorcia de prazer, suas pernas tremiam.

Eliza podia sentir a namorada ficando mais fraca conforme ela se aproxima do orgasmo. Mas, enquanto acariciava Bianca, ela se sentiu ficar excitada ao mesmo tempo. Porém não se tocou nem nada.

Quero me focar nela agora, conseguiu pensar antes da mente ficar mais turva por causa do prazer.

Que nem de manhã, Bianca teve um orgasmo. Mas, agora que Eliza podia fazer o que não pôde antes; beber feliz todos os fluídos da namorada. Tem o gosto dela, pensou a garota, com a mente feliz demais.

Enquanto limpava os cantos da boca, ela se inclinou para observar o rosto excitado da namorada. Nunca me canso dessa expressão.

A respiração de Bianca era profunda e pesada. Seu rosto estava vermelho e suado, seus olhos sem foco, sua boca levemente entreaberta.

— Amo ver você assim, como um trapo — sussurrou Eliza na voz mais provocadora que tinha.

Demorou um pouco, mas os olhos de Bianca voltaram a ter foco, e ela envolveu Eliza com os braços. Aproximou a namorada de si para dar um beijo profundo.

Eliza ainda tentava pensar quando a ruiva a virou.

Enquanto Bianca beijava a garota no pescoço, ela deslizou uma mão para a barriga de Eliza. Logo sua mão estava dentro da lingerie preta e já molhada.

Sem dizer nada, Bianca colocou dois dedos lá dentro e moveu-os da forma que sabia deixar Eliza louca.

Eliza se contorceu e gemeu enquanto aqueles dedos adentravam mais. Merda… o toque da Bianca é muito bom…!

Ela tentou manter a mente vazia para prolongar o momento, mas não conseguiu. Aqueles dedos, a garota que sabia tocá-la muito bem. Então ela alcançou o prazer antes do que queria.

— Você foi mais intenso que o normal — conseguiu dizer Eliza, apesar de estar ofegante.

— É porque estive morrendo pra tocar você há dias — disse Bianca, mostrando um sorriso provocador. — Vamos continuar no meu quarto.

Eliza corou, mas também sorriu.

Foi a melhor tarde que elas tiveram em muito tempo.

Ambas esqueceram o quão famintas estavam, só queriam provar uma da outra.

Eliza e Bianca conseguiram soltar seus desejos contidos uma pela outra.

A ruiva tocou e beijou onde queria.

Eliza chupou e fez sua namorada sentir prazer como bem queria.

Elas só pararam quando ambas estavam exaustas demais para se moverem.

A cama estava uma mistura do suor e amor delas.

Apesar de estar exausta, Eliza se virou para Bianca.

— Eu te amo.

As maçãs do rosto da ruiva ficaram com a mesma cor do cabelo dela.

Depois ela encontrou força para rolar sobre a namorada e abraçá-la apertado.

— Eu também te amo!

Eliza abraçou Bianca de volta o mais apertado que seus cansados braços permitiram.

Ela sentia falta daquele abraço mais do que tudo. Prometo que nunca vou parar de abraçá-la assim, não importa o que aconteça…

Se pudessem, as duas continuaram em seu mundinho para sempre.

Mas uma batida leve na porta as trouxe de volta à realidade.

— Bianca? Tem um policial aqui — disse a empregada do outro lado.

— Um policial? — perguntou, conseguindo sentar. — Ele quer falar com o pai?

— Não… ele diz que quer falar com você e a Eliza…

As garotas olharam uma para a outra por um instante.

— Já vamos.

Um policial? Aqui pra falar comigo? Eliza tentou pensar em um motivo para isso enquanto procurava suas roupas. Porra… cadê meu sutiã e calcinha?

Bianca não disse nada, seu rosto se concentrando. Nem pareceu notar ter colocado a camisa ao contrário.

— Não sei o que ele quer, mas vamos bancar a tonta. Duvido que ele esteja aqui por causa daquilo, mas, de todo jeito…

Eliza assentiu, mas seu coração estava acelerado. Não tem motivo pra um policial vir atrás de mim… a menos que painho tenha contado pra alguém que fui eu que achou os cadernos… Mas ele não faria isso… a menos que tivesse bebido demais… ou foi o Eduardo… ah, merda…

Com a cabeça pesada, Eliza não percebeu que Bianca apertava sua mão. Antes que notasse, elas estavam na sala de estar, onde um estranho as aguardava.

O policial era um homem negro por volta de trinta anos com cabelo curto e usando um terno azul escuro. Ele tinha dois dedos pressionados contra a têmpora, mas, assim que as garotas entraram, ele voltou sua atenção para elas.

— Olá, Eliza e Bianca — disse, com um tom educado. — Meu nome é João Paulo e eu gostaria de falar sobre meus olhos enxergam.


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