Meus Olhos Enxergam escrita por phmmoura


Capítulo 10
Capítulo 10




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Eliza se sentiu horrível quando acordou. Sua cabeça estava pesada e o corpo lento. Ela respirou fundo várias vezes, tentando reunir energia. Com grande esforço, conseguiu abrir os olhos. Tudo estava embaçado e, não importa o quanto piscasse, sua visão continuava igual.

Um teto desconhecido, ela pensou através de sua mente entorpecida, lembrando-se de um dos filmes que Bianca a forçou a ver. Apesar de como se sentia, ela riu. Eliza esfregou os dois olhos, mas fez pouca diferença. A ideia de usar seus poderes passou pela mente, mas ela desistiu imediatamente. Não tem chances de eu tentar usar agora.

Sua visão ganhou um pouco de foco e ela observou o arredor. Ainda embaçado, não reconheceu nada. Ah, é mesmo… mainha me levou pro hospital. Eliza tinha uma vaga lembrança do que aconteceu. Depois de desmaiar no banheiro, foi perdendo e recobrando a consciência. Ela lembrara-se da mãe gritando quando encontrou a garota desmaiada com todos os analgésicos espalhados. Lembrara-se da ambulância, a sirene alta, o choro e orações.

A garota estremeceu com a lembrança seguinte; sua mãe falando com um psicólogo sobre Eliza tentar se matar. Ao menos isso serviu para algo, pensou, esfregando a barriga gentilmente. Quando reganhou a consciência novamente, estava na UTI, prestes sofrer uma lavagem estomacal.

Ainda bem que desmaiei antes disso. Pensei que ia vomitar da última vez. Ela soltou um suspiro pesado. Nunca imaginei que precisaria passar por aquilo de novo. Ao menos eles pararam com a história de suicídio quando viram que não tomei nenhum analgésico. Pena que preciso arrumar uma desculpa pro motivo dos analgésicos estarem no chão perto de mim. Se eu não tivesse derrubado o frasco… Ah, porcaria. A merda já foi, disse para si mesma, fechando os olhos e caindo no sono.

Eliza acordou poucas horas depois. Ah, puta merda. Preciso mijar, pensou, saindo da cama com toda a força que pode reunir. Tudo a sua volta ainda estava borrado, então ela caminhou até o banheiro lentamente, arrastando o suporte com o soro. Queria não precisar disso… Depois que tiraram o conteúdo do estômago, Eliza tentou comer, mas sua barriga não aceitou comida sólida depois daquilo. Estou com tanta fome…

Depois de lavar as mãos, Eliza olhou-se no espelho. Mesmo embaçada, ela podia ver quão horrível estava. Não pensei que ficaria tão ruim só por abusar dos meus poderes… E dei sorte, ainda por cima… Segundo o médico, a pressão nos olhos estava alta demais. Até pensaram que eu tinha glaucoma ou algo assim. Se eu tivesse usado meus poderes só mais um pouquinho, podia ter ficado cega.

Concentrando-se, ela fechou um olho e focou o outro, mas não aconteceu nada. Tá na mesma. O fato de que não podia usar os poderes ou que sua visão não melhorava não preocupava muito a garota. Espero que seja que nem se exercitar demais… A fadiga vai embora com o tempo e tudo volta ao normal. Caso contrário… Eu posso voltar a ser uma garota normal sem qualquer poder especial. Quem sabe de óculos até.

A ideia de usar óculos colocou um sorriso em Eliza. Aposto que a Bianca vai gostar. Conhecendo a peça, aposto que ela deve ter algum fetiche por garotas de óculos. Pensando bem, ela ficaria uma graça. Eliza se entreteve por um tempo com a ideia, mas logo parou de sorrir.

A ideia de perder seus poderes ficou em sua mente durante as longas horas sozinha na calada da noite. Seria ruim mesmo? Tipo, eu perderia a coisa que quase arruinou minha vida. Mas também foi graças a meus poderes que conheci a Bianca. Se não fosse por esses olhos, poderíamos nunca ter ficado juntas. E eu nunca teria achado a prova que ajudou o chefe. Acho que mesmo que eu nunca use-os de novo, ainda queria ter eles…

Eliza jogou água no rosto. Já que não tenho o poder de ver o futuro, só estou perdendo tempo me preocupando com isso agora. Tudo que posso fazer é esperar, ela pensou, arrastando-se para a cama.

Através das cortinas, ela pôde ver o sol nascendo e o céu indo do cinza para azul. Mainha vai aparecer antes do turno dela. Se tudo der certo, posso ser liberada hoje… Quero ver a Bianca… Se ao menos tivesse meu celular pra falar com ela… Pensando na namorada, Eliza deitou na cama e voltou a dormir, seu estômago resmungava, apesar de não aceitar nada sólido.

— Eliza!

A garota acordou confusa quando alguém gritou seu nome, mas antes que pudesse abrir os olhos, sentiu dois braços abraçando-a com força.

Embora tudo ainda estivesse borrado, não havia como Eliza confundir o cabelo ruivo quando focou sua visão. Com um grande sorriso e o coração batendo mais rápido só de ter aqueles braços em volta dela, a garota ergueu a mão para acariciar a cabeça da namorada.

— E aí, Vermelha — disse com a voz fraca, morrendo de vontade de ver aquele sorriso que amava. — Não tem ideia do quão feliz estou por…

— Idiota — interrompeu Bianca. Quando a ruiva ergueu a cabeça, Eliza pôde ver, ainda embaçado, que tinha algo de errado.

Ela está tão feliz de me ver que está chorando? Foi a primeira coisa que passou pela mente grogue de Eliza.

Sem qualquer aviso, a ruiva deu um peteleco forte na testa dela. Ai! Isso doeu! A garota estremeceu e esfregou o local, porém Bianca pegou sua mão e a beijou antes que ela pudesse perguntar o motivo.

O peteleco fez o quarto girar. Quando a dor diminuiu, Eliza piscou e tentou se focar em Bianca. Quando olhou para aqueles olhos verde embaçados.

— Por que você bateu na sua namorada encamada?

— Por ter me feito preocupar tanto — sussurrou Bianca e abraçou-a de novo, chorando. Embora a ruiva se certificasse que a voz foi baixa, não podia esconder o que sentia. — Os últimos dias sem saber de você… Pensei que algo ruim tinha acontecido…

Isso mesmo… Não fui só eu… Sou uma idiota… Sem meu celular, não tinha como ela saber que eu estava no hospital. Após tanto tempo sem nos ver, sem saber de nada… Se fosse eu…

— Desculpe preocupar você. — Eliza beijou o topo da cabeça de Bianca, acariciando-a. A ruiva diminuiu a força do abraço um pouco. — Sabe, amo quando você me toca, mas, por favor, pode me soltar um pouco? Vou morrer se continuar assim — brincou, esperando que ela risse.

— Idiota! Não diga isso! — Em resposta, Bianca colocou mais força nos braços.

Eliza riu e sorriu, mas, quando notou que a namorada chorava, parou e abraçou Bianca.

— Tem razão. Sou uma idiota.

Demorou para Bianca terminar de chorar. Eliza não desfez o abraço.

Bianca limpou as lágrimas, subiu na cama e inclinou-se contra os seios de Eliza.

— Como você está?

— Parece que um caminhão me atropelou, mas não renasci em outro mundo — disse a verdade e brincou ao mesmo tempo. Quantos desenhos, digo, animes, ela me fez ver com esse começo? — A cabeça dói, os olhos ardem e o estômago parece que levou um soco por dentro.

Bianca a abraçou de novo, mas, dessa vez, escutando Eliza, foi mais gentil.

— Você… — A ruiva não continuou.

Eliza não precisava escutar o resto para entender o que ela ia perguntar.

— Não tomei nenhum analgésico. Eu… estava prestes a tomar um. A dor… era demais — admitiu após um tempo, lembrando de tudo contra a vontade. Ela olhou para a namorada e a puxou para mais perto. — Mas então pensei em você A ideia de voltar pra cá… Não me assustou tanto quanto te perder.

— Não é justo — murmurou Bianca. — É difícil ficar com raiva quando você diz algo assim…

— Ótimo. — Eliza sorriu. — Embora você fique muito linda quanto tá bravinha.

— Cala boca. Para de olhar pra mim. — Bianca colocou uma mão nos olhos de Eliza para esconder o rosto corado.

— Não faz isso — disse, tirando a mão do rosto. — Me deixa ver seu sorriso. É lindo, mesmo embaçado.

— Embaçado?

Eliza hesitou um pouco. Não tem por que esconder dela.

— É… eu… minha visão tá toda embaçada — admitiu. Bianca observou o rosto da garota, então acenou uma mão poucos centímetros na frente do nariz dela. — Não fiquei cega, tá bom?

— E seus poderes? — Bianca abaixou a voz para perguntar.

— Não posso usar. É só temporário — Eliza completou quando sentiu a preocupação de Bianca. — Acho que provavelmente vão voltar com minha visão. Espero que seja cansaço por muito uso.

— Também espero. — Bianca encostou a cabeça nos seios de Eliza de novo. — Mas eu não ligaria de ver você de óculos. Ia ficar gata — adicionou, em um sussurro. Eliza podia sentir o sorriso a ruiva.

— Eu sabia que você diria isso — disse, sorrindo também. — Mas tudo bem. Mesmo sem meus poderes. Ainda posso ver onde te tocar.

A pequena parte embaçada do rosto de Bianca que Eliza conseguia ver ficou quase da cor de seus cabelos.

— Você tem jeito com as palavras, sabia?

— É por isso que você se apaixonou por mim. — Eliza viu Bianca pressionar os lábios para esconder o sorriso.

Bianca virou-se e colocou a mão no rosto da namorada de novo. Sorrindo, Eliza agarrou a mão da ruiva e beijou os dedos.

— Mais — murmurou Bianca.

Eliza obedeceu, beijando e acariciando a mão de Bianca por um tempo, sentindo o batimento cardíaco da namorada pelo dedo anular. Talvez um dia eu coloque um anel aqui, pensou, imaginando como seria viver com a namorada. A ideia fez Eliza sorrir.

— Que tipo de nome é Meus olhos enxergam? — perguntou Bianca. — Você realmente acha que eu não notaria que o informante anônimo era você?

Você percebeu isso, hein? — Eliza mostrou um sorriso desconfortável e desviou o olhar. Sabia que ela notaria.

— Após ver as notícias e descobrir que foi seu pai quem revistou a casa do prefeito, sabia que tinha dedo seu no meio. Como eu não saberia? Parece que você duvida da minha inteligência. — Ela encheu as bochechas e virou o rosto.

Ela é linda demais, até quanto tá brava.

— Nunca duvidei. Sei que a minha namorada é a mais esperta do mundo.

— Não tente me elogiar — disse, embora Eliza soubesse que ela conteve o sorriso. — Eu fiquei tão feliz que você fez tudo isso por mim. Mas quando notei que provavelmente abusou dos olhos, quis falar com você na mesma hora. Só que, não importa o quanto tentasse, você não atendia, daí liguei pra sua casa…

Bianca começou a chorar, e Eliza sabia qual o motive na mesma hora.

— Quando seu irmão disse que você estava na UTI e quase teve outra overdose, eu…

Eliza abriu a boca, mas fechou. Não teria como eu conseguir lidar com isso se estivesse no lugar dela, pensou, beijando Bianca gentilmente no topo da cabeça.

— Desculpa fazer você passar por isso…

— Não entenda errado! Se não fosse por você, meu pai ia acabar na prisão. Não posso te agradecer o bastante, mas é melhor se sentir mal pelo que me fez passar! — Ela quase gritou, envolvendo Eliza em um abraço novamente.

— Prometo que nunca vou fazer algo assim de novo. A menos que alguém próximo precise de um par a mais de olhos — disse com uma risada fraca. Bianca soltou um braço, limpou as lágrimas e abraçou Eliza de novo. — O nome foi tão óbvio? Eu pensei que seria da hora.

— Só você acharia isso — murmurou Bianca. — Mas qual é. Os esconderijos, as anotações de conversas secretas, os números de séries das notas. Como uma fonte anônimo, meus olhos enxergam, saberia de tudo isso se não fossem os seus poderes?

— Não tenho nada a declarar. Ao menos só você descobriu. — Eliza suspirou. — Ei, meu braço está ficando dormente. Pode…

— Não! — interrompeu Bianca e apertou a bochecha de Eliza. — Quando escutei que estava aqui… Eu pensei que… algo tinha acontecido…

Eliza ficou sem reação e apenas acariciou a cabeça de Bianca.

— Eu só queria ajudar.

— E você ajudou! — Bianca enterrou o rosto nos seios de Eliza. — Todas as acusações foram retiradas e meu pai foi reinstaurado. Não tem como te agradecer o bastante!

Eliza riu.

— Precisa decidir se vai ficar feliz ou brava — brincou.

— Posso ficar os dois! — Embora a raiva saísse da voz, Bianca conseguiu mantê-la baixa.

— Ai… por favor, mais cuidado com a menina hospitalizada.

Sem dizer nada, Bianca obedeceu à namorada e diminuiu a força do abraço.

Eliza fechou os olhos, sentindo o calor da mão da ruiva. Isso é bom, pensou. Melhor do que qualquer analgésico.

— Obrigada por estar na minha vida — sussurrou Bianca após um tempo. Ela olhou nos olhos de Eliza com um sorriso. — Estou feliz que esteja bem.

Porcaria… Eu queria ver esse sorriso em alta definição.

— Estou feliz que esteja comigo — disse Eliza, limpando as lágrimas dos olhos de Bianca com o dedão.

— Ei… você realmente está com muita dor?

— Sim… mal dá pra me mover…

— Então… sem chance de nós… sabe? — Eliza sabia que Bianca corava, ainda que visse embaçado.

Eliza demorou um segundo para entender.

— Eu estou encamada e você só consegue pensar em sexo? — perguntou, meio brincando.

— Não é culpa minha! Não nos vemos por tanto tempo… Não toquei você por tanto tempo — disse, colocando um dedo em volta do umbigo de Eliza. — Tem ideia de como eu fiquei? Preocupada com meu pai, mas já que eu não podia ajudar… Só consegui pensar em você… querer que estivesse do meu lado… Melhor tomar responsabilidade por isso!

Eliza não conseguiu conter a risada.

— Sabe do que mais? — disse, então se inclinou para mais perto da orelha de Bianca para sussurrar: — Eu também.

As bochechas da ruiva ficaram quase tão vermelhas quanto seu cabelo. A surpresa no rosto durou um momento. Então se transformou em um sorriso malicioso quando ela se aproximou e seus lábios se encontraram.

Eliza esqueceu-se da dor, exaustão e tudo. Apenas se importava agora com Bianca, com aqueles lábios e com o calor que sentia dela.

Ainda beijando, a mão de Bianca se moveu para entre os peitos de Eliza. A respiração da garota acelerou. Como ela pode me fazer sentir isso com só um beijo e um toque? Conseguiu pensar Eliza antes da mente ficar em branco…

— Puta merda… isso… foi… muito melhor… do que eu… lembrava… — Eliza conseguiu fizer através de respirações curtas quando a cabeça de Bianca surgiu debaixo do lençol, sorrindo, apesar de estar quase sem ar também.

A ruiva não ficou satisfeita só com uma vez. Bianca fez Eliza perder a cabeça quatro vezes antes de cansar. Elas deitaram na cama do hospital, com Bianca pelada debaixo do coberto, abraçando a garota.

Espero que ninguém pergunte por que a cama está molhada, pensou Eliza.

— Ei… o que aconteceu depois que desmaiei? — perguntou.

— Não ficou sabendo? Pelo que ouvi, seu pai foi pra a casa daquele policial corrupto e achou o dinheiro. Depois, ele liderou um grupo para a mansão do prefeito e encontrou prova exatamente onde você, digo, meus olhos enxergam, disse estar. Ao mesmo tempo, a mãe da Raísa forçou a TV a passar uma transmissão das suas informações como notícias urgentes — disse Bianca após recuperar um pouco de ar, embora ainda estivesse exausta.

Então tudo correu como planejado, pensou Eliza, surpresa com quão bem as coisas ocorreram.

— O que aconteceu depois?

— Seu pai trouxe o prefeito e família pra a delegacia. O governador interferiu e recolocou meu pai, quem voltou a investigação na mesma hora. O circo na minha casa continuou, mas maioria foi embora. Ficaram irritados que perderam a manchete. — Bianca sorriu e riu. Então parou. — Foi quando tentei ligar para você…

— Eu podia jurar que meu irmão não iria dizer nada — reclamou Eliza, embora não estivesse brava. — Mas estou feliz que ele contou pra você.

— Acho… Parecia que ele sabia da gente — disse Bianca, observando a reação de Eliza.

— Bom… se ele escutou os boatos da escola, pode ter entendido. Mas se sabe, não contou pros meus pais. E estou feliz, porque é algo que eu preciso fazer.

Assim que terminou de falar, sabia o que viria. Eu tinha que mencionar isso… Desde que Bianca introduziu Eliza para Raísa, a ruiva dava dicas nada sutis para ela sair do armário para os pais.

— E quando vai ser? — Bianca ergueu os olhos.

Sabia, pensou com um sorriso amarelo.

— Logo… Prometo. Deixa a poeira baixar um pouco. Digo, eles acham que tentei me matar. Eu até escutei falarem sobre me pôr de volta na reabilitação. Deixaram pra lá depois de descobrirem que não tomei nenhum analgésico — completou Eliza, rápido, ao ver o rosto preocupado de Bianca. — Mas acho que vão querer um psicólogo. Ou, no mínimo, várias conversas com o padre. Se eu falar agora que namoro uma garota, minha mãe vai pirar.

— Você sempre diz isso — murmurou Bianca.

— Você conheceu minha mãe. Ela pode parece compreensiva e tal, mas é muito religiosa.

— É só uma desculpa. Contar a seus pais que você é lésbica é como tirar um band-aid. É só uma puxada dolorosa e pronto.

— Fácil pra você falar. Seus pais já sabiam quando você saiu do armário pra eles.

Antes que a ruiva respondesse, houve uma batida alto na porta.

— Eliza, olha quem veio te visitar — falou uma voz familiar.

Tudo parecia se mover em câmera lenta enquanto ambas viravam-se para voz. Eliza não pôde fazer nada enquanto sua mãe abria a porta.

Ainda embaçado, Eliza podia ver que a mãe não estava sozinha. Painho e o padre… ah merda… Enquanto a enfermeira virava a cabeça, a garota engolia em seco.

— Eliza!

— Mãe, pai e padre… — Eliza agradeceu o fato de não poder ver direito no momento. Não posso imaginar que cara minha mãe está fazendo agora. Ela olhou para os três na porta e Bianca e então desistiu. — Já conhecem minha namorada?


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