Descobrindo quem eu sou escrita por Ravenclaw s pride


Capítulo 2
Tranquilidade abalada




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Naquela tarde, apenas o barulho suave das folhas ao vento e a água fervendo na lenha preenchiam o silêncio da casa, Cyrene e Eden teciam calmamente, até que alguém bateu palmas a frente da casa frágil.

— Já vai! Já estou indo – Gritou Eden correndo para ver a visita.

— Cherryl! – Disse em voz alta – entre Cherryl, estive tecendo um novo gorro de lã...

Mas foi interrompida por sua amiga.

— Cale a boca ou nos acharão Eden — Soluçou a amiga que entrou correndo na casa.

— Quem nos achará? – Perguntou a garota inocente.

— Lorcan e seus homens, são muitos, cercaram grande parte da vila e estão levando tudo.

— Eu sempre soube, sempre soube que aconteceria aqui um dia – Falou a mãe em prantos.

— O que faremos? Temos que nos esconder!

As jovens meninas ficaram escondidas embaixo da cama sem sequer respirar, os homens entraram em sua casa, derrubando tudo, saqueando os objetos, até que um deles, com um sorriso maldoso ateou fogo e correu.

Em apenas um estante tudo criou um cheiro forte, a casa em chamas, os tecidos rendados da cama que agora pareciam mais uma grande fogueira e a palha crepitando; Eden e sua amiga foram obrigadas a sair correndo, encontrando os homens de Lorcan pela frente. Mal puderam lutar, eles eram fortes e maldosos, arrastaram as meninas pelos cabelos até uma carroça onde mais e mais deles se agrupavam, Cyrene estava jogada no chão em frente à casa visivelmente desmaiada e quando sua visão ficou turva tudo que pôde ouvir foram gritos e o choro de tantas mulheres desesperadas.

 

 

Quando a jovem moça acordou devia ser bem cedo de manhã, os cavalos relinchavam com o esforço e um dos guardas roncava alto, o choro havia cessado dando lugar a murmúrios baixos, uma das garotas que havia gritado foi morta, algo como uma lei do silêncio imposta, nenhuma delas sabia para onde seriam levadas, a única certeza era um futuro totalmente infeliz, a privação de sua liberdade juvenil, a distância de sua família.

Cherryl e Eden viajaram abraçadas, pedindo aos deuses que não fossem separadas no trajeto, não poderiam aguentar perder a última parte viva de seu lar que era uma a outra; durante o percurso às vezes adormeciam, acordando com o tranco dos galhos na estrada.

 

Cyrene acordou com a mente nebulosa, não tinha idade para enfrentar tantas emoções, acreditou ter sonhado com algo horrível, um pesadelo macabro, no qual homens ateavam fogo em sua casa, levando consigo Eden, podia ver o rosto de Xena no farfalhar do fogo, nos olhos de Eden; devia ter sido tudo um sonho ruim.

A idosa levantou em um salto, suas pernas bambas já não eram motivo para permanecer deitada e tudo que  queria era abraçar e beijar a doce garota de que cuidava, mas ela não estava em lugar nenhum.

— Eden? Cherryl? Não se escondam de mim garotas!

O pânico tomava seu coração a cada passo que dava, a cada segundo o pesadelo de ter perdido Eden parecia mais real — Afinal que casa é essa? – exclamou alto.

— Cyrene? – Ecoou uma voz familiar, a mãe de Lilly, uma garota um pouco mais nova que Eden — Oh Cyrene! Que fatalidade se abateu sobre nossa vila! Tantas meninas levadas, minha pobre Lilly! Pobre Eden! – e caiu em um choro convulsivo.

O mundo pareceu girar demais naquele momento, o que durou muito, toda a visão que tinha começou a falhar, a idosa se sentiu muito tonta, como pôde deixar que levassem mais uma pessoa que tanto amava? Primeiro fora seu filho, morto em combate, depois sua filha Xena, morrera tentando ajudar as pessoas e agora Eden, levada para uma vida de sofrimentos inimagináveis ou uma morte dolorosa, não sabia decidir o que era pior; parecia que uma nuvem negra instalara-se sobre sua vida, anos tranquilos agora seguidos de dor profunda; tudo o que podia fazer era descobrir para onde a menina fora levada, tentar salvá-la poderia significar morrer tentando, o que era um preço pequeno demais para se pagar, estaria mais que disposta.


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Notas finais do capítulo

:) o que estão esperando da estória? o que acham que acontecerá com Eden?



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