O Conde escrita por Manta do Deserto


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Por enquanto a classificação vai ser 13 anos, mas provavelmente eu a mude conforme a história vá sem postada



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Sakura POV

 

 

 

 

--Ouvi dizer que ele ficou deformado – ouvi uma senhora dizer para a outra em meio a multidão na feira.

 

--E eu escutei que ele tem tanta vergonha de si mesmo que decidiu de isolar num castelo. Nem a mãe consegue tirá-lo de lá – comentou a outra, uma baixinha e rechonchuda como a maioria das mulheres da sociedade... só Deus sabe o quando eu as detestava.

 

--Pobre da Condessa Mikoto. Ter um filho nesse estado...

 

Não consegui mais ouvir, e acredite eu teria dito umas boas palavras para àquelas duas senhoras. Tudo bem que eu não conhecia o Conde Uchiha pessoalmente, mas por favor, o homem foi à guerra, não era culpa dele estar nesse estado e as pessoas, e quando eu falo pessoas quero dizer principalmente essas mulheres, faziam ele ser o assunto das conversas para qualquer hora do dia. Isso me irritava, mesmo eu não tendo nada  ver com o assunto.

 

--Sakura! Corre! - minha amiga me puxou, e quando olhei para trás certamente estavamos em problemas.

 

--Desculpe TenTen – disse ao lado dela enquanto corria dos guardas.

 

Um destino feliz nunca fora parte da minha vida e da de TenTen. Não tinhamos pais que cuidassem de nós, crescemos em um orfanato precário onde fizemos amizade, mas quando completamos 10 anos nos botaram para fora e tivemos que aprender a sobreviver sozinhas. Não sabiamos o que fazer e quando estavamos quase morrendo de fome começamos a roubar dos senhores.

 

Geralmente nos furtos eu ficava de tocaia já que meus olhos eram melhores e avisava TenTen quando os guardas estavam por perto ou quando alguém estava prestes a ver o roubo e ela, como era mais rápida, cuidava de pegar as carteiras, relógios, jóias ou qualquer outra coisa de valor.

 

Infelizmente com a  conversa daquelas senhoras eu acabei me distraindo do meu trabalho e por causa disso estavamos fugindo, mas não era um grande problema. Depois de doze anos roubando já sabiamos quais caminhos pegar e o que fazer para despistar os guardas para chegar a taverna onde moravamos.

 

Uma ruela enlameada, estreita e cheia de ratos aqui, outra ali, diminuimos o passo da corrida e nos separamos, fingiamos ver algumas mercadorias aqui e ali, mas sempre de olho para ter certeza de que não éramos seguidas e finalmente, após passar por todas aquelas pessoas alcançamos a porta dos fundos da taverna. Suspiramos e deixamo-nos subir as escadas para o nosso quarto, mas antes que pudessemos alcançar o primeiro degrau ouvimos uma tossida vinda da frente da loja e um senhor com seus já 50 anos segurando uma vassoura e nos olhando com censura.

 

TenTen pôs as mãos a trás da cabeça e se dirigiu para trás do balcão, eu a segui e nos sentamos enquanto aguardávamos o já conhecido sermão de Jiraiya.

 

--Estavam arrumando confusão pela cidade de novo, moças? - “Não, só arrumando um jeito de não morrer de fome”, eu pensei.

 

--Se os guardas não nos pegarem então não tem problema – disse TenTen com o rosto deitado no balcão. Para ela contanto que nada de mal acontecesse tudo sempre estava bem.

 

--Eu já disse para vocês pararem com isso – Jiraiya voltou a arrumar a loja, mas sempre prestando atenção em nós duas -. Não obrigo vocês a fazerem isso.

 

--Veja que se nós não fizermos isso vamos passar fome – eu disse -. Jiraiya a loja  sempre esta uma bagunça e ninguém vem aqui, não temos dinheiro, comida e nossas roupas mal nos cabem – olhei para o colete justo que ele usava por cima da camisa branca e que parecia bem desconfortavel -. O mesmo serve para você, imagino. Olhe seu colete como está.

 

--Não fazemos isso por que gostamos. Somos agradecidas por ter cuidado de nós quando ninguém se importou com isso e por ainda nos dar um teto, mas tudo é uma questão de sobrevivência – disse TenTen – Tente entender que já passamos por isso antes.

 

O velho suspirou.

 

--Sei que têm razão, mas não gosto de vocês em perigo por ai – ele tossiu forte. Ultimamente ele vinha tendo muitas crises de tosse e era estranho vindo de um velho que nunca mostrava sinal de doença, pelo menos não na nossa frente -. Só Deus sabe o que esses marmanjos podem fazer com vocês se forem pressas – ele suspirou fundo e pôs a mão no peito, como se doesse -. De qualquer forma, acho melhor vocês irem preparar o jantar. Essa loja suja não é lugar para duas moças lindas ficarem – ele sorriu da maneira brincalhona que sempre fazia, mas algo nele aparentava estar triste.

 

Eu e TenTen nemeamos a cabeça e já íamos nos retirar, mas Jiraiya teve uma acesso de tosse mais uma vez e dessa vez mais forte. Nó duas pulamos o balcão para ajudá-lo, mas não chegamos antes de ele alcançar o chão.

 

 

x---x---x---x

 

 

 

 

Já era noite quando Jiraiya acordou. Eu estava na janela olhando o fraco movimento na rua e TenTen estava na cadeira de balanço do quarto do velho. Quando ele abriu os olhos nós nos sentamos na beirada da cama.

 

--Dei muito trabalho para vocês? - a voz dele estava cansada e o ajudamos a se sentar.

 

--Sim, deu. O que deu em você afinal de contas? Desde quando sabe que esta doente? - perguntei de uma vez esperando uma resposta, apreensiva.

Jiraiya soltou um suspiro e se encostou na cabeceira da cama para se explicar.

 

--Sei da doença à três anos – eu já ia começar a falar, mas ele me inpediu -. Desculpem-me por não ter contado antes, eu não queria mais problemas – ele nos olhou, estava cada vez mais triste com a história e pelo tom de voz dele já dava vontade de chorar -. Meninas, sinto que não me resta mais muito tempo por aqui – agora sim, eu e TenTen não conseguimos segurar as lágrimas, ele morreria e seria em pouco tempo... -. Não quero que vocês fiquem sozinhas, então vou levar vocês para o campo, mais tranquilo, longe da cidade. Lá deve ser um lugar mais confortável para vocês que já não gostam daqui – ele sorriu tentando deixar o clima melhor.

 

--Se nós formos então quem vai cuidar de você, seu velho pervertido? - brigou TenTen.

 

--Olhe o respeito mocinha – exigiu Jiraya puxando a bochecha da morena -. Eu vou com vocês. Quero passar o fim dos meus dias em um lugar melhor, sem ver vocês se metendo em problemas.

 

--E onde vamos ficar? Que eu saiba você não tem casa no campo – eu disse enxugando as lágrimas.

 

--Eu não, mas minha irmã, Tsunade tem e fica perto de onde ela trabalha. Se vocês quiserem podem ir com ela, assim vão ter como ganhar dinheiro honesto – o orgulhoso cruzou os braços e sorriu – e eu vou poder descansar em paz.

 

--Como você consegue brincar com uma coisa dessas?

 

--Oras, só estava tentando melhorar os ânimos aqui – ele se fez de ofendido.

 

Não pudemos evitar de rir um pouco. Ele estava morrendo, mas ainda era o mesmo bobo de sempre.

 

--Bem, Sakura arrume as malas, TenTen arrume os cavalos na carroça e diga para  Kakuzu que desta vez eu realmente não vou devolver os animais dele.

 

--Hahahaha, do jeito que ele é eu duvido que vá gostar de ouvir isso.

 

--Eu vou ficar no campo, então para quê voltar? Só para devolver os cavalos? Nunca!

 

Nós rimos. Definitivamente Kakuzu não irá gostar da notícia de perder dois cavalos, seu único meio de ganhar dinheiro, já que ele trabalhava alugando-os.

 

Sob o comando de Jiraiya eu peguei tudo o que seria necessário para a viagem e como ele havia trabalhado com ciganos a carroça era bem grande e ainda servia como uma casa improvisada, apesar de pequena, mas isso seria o suficiente para termos uma viagem um pouco mais “confortável”, se é que eu posso dizer isso.

 


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que o cap esteja bom '
Prometo me esforçar pra continuar essa fic e pra ela ficar cada vez melhor

Aceito críticas e opniões para tentar melhorá-la e para ter mais vontade de escrever pra vcs õ

Kisses, Kisses ;***