Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke
Notas iniciais do capítulo
Bem vindos a mais um capitulo cheio de emoções para vocês.
Dias atuais...
Assim que abri os olhos e olhei para o lado, percebi que tudo que havia acontecido ontem realmente era verdade. Afinal, estava no quarto em que vive durante vinte e cinco anos antes de me casar com Felipe, e a prova maior da minha realidade era que ele não estava dormindo no seu lado da cama.
Essa constatação me levou as lagrimas, por que não conseguia entender o que tinha feito de errado para acabar com meu casamento daquela forma.
Nós nos amávamos e isso deveria ser o bastante para manter duas pessoas unidas, mas talvez não fosse para Felipe.
—Viemos alegrar você. - Fabrício disse sorrindo assim que entrou no meu quarto ao lado de Laura, mas parou assim que me viu chorando.
—Vai ficar tudo bem amiga. - Laura disse antes de vir me abraçar.
—Você está mesmo um caco. - ele disse com pena e Laura olhou feio para ele.
—O que você esperava? Ela acabou de se separar, seja mais sensível. - ela pediu e Fabrício pediu desculpas enquanto se sentava ao meu lado e tentava me consolar.
Fabrício e eu estudamos juntos durante o curso de direito, e viramos grandes amigos. Fomos estagiar na Guerra e Paz advocacia juntos, apenas em áreas diferentes, eu fiquei na área de direito ambiental e ele na área de direito civil, mas precisamente em questões familiares.
Ele e Laura eram os melhores amigos que tinha, aqueles que sempre estão ao seu lado, tanto nos momentos alegres quanto nos tristes.
Os dois eram como água e óleo.
Laura era doce, gentil e companheira. Já Fabrício era baladeiro, divertido e falava tudo o que achava sem se importar com as conseqüências, mas acima de tudo ele era leal e amigo, assim como Laura.
—Acho que deveríamos sair.- Fabrício sugeriu e olhamos para ele confusa.
—Como assim?- questionei com a voz rouca de tanto chorar.
—Você tem que cair na balada e tomar todas para comemorar o luto pelo seu casamento. E ai vamos ver quando você entrará com o pedido.- ele disse e pisquei confusa.
—Você só pode ter batido com a cabeça. Fabrício, ninguém faz isso. – Laura disse indignada e logo os dois começaram a brigar.
—Chega. Não vou comemorar luto nenhum e nem vou entrar com o pedido de divorcio, vou esperar o meu marido decidir o que fazer para que eu faça o mesmo.
—Ex-marido, Valentina. - Fabrício me lembrou e Laura lhe deu um tapa atrás da sua cabeça.
—Ele ainda é o meu marido Fabrício. - disse enquanto olhava para minha aliança e meu anel de noivado, ambos em minha mão esquerda.
—Olha Valentina, sei que posso estar sendo insensível, mas não gosto de te ver sofrendo. Você é a minha amiga, e faria tudo por você. - ele disse suave e sorri comovida antes de abraçá-lo.
—Obrigada por tentar me animar.
—De nada. E se isso lhe fizer sorrir, posso dá uma surra no Felipe ou tirar tudo dele no divorcio. O que acha?- ele sugeriu como se fosse uma idéia brilhante o que me fez sorrir.
—Até quando você tenta ser gentil acaba sendo um idiota. - Laura disse decepcionada me fazendo sorrir.
—Pelo menos fizemos a Valentina sorrir. - ele disse e sorri suave antes de envolver meus dois amigos em um abraço apertado. - Amo muito vocês dois.
—Nós também te amamos. - os dois disseram juntos.
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No final meus amigos concordaram que eu precisava sair, e decidiram que seria melhor se fossemos para uma sorveteria, comer todos os sorvetes de chocolate disponíveis para curar toda a minha dor.
—Não acredito que Felipe disse isso.- Laura disse chocada após contar aos dois sobre o telefonema de ontem.
—Ele disse. Ainda estou sem chão. Não consigo entender direito o que está acontecendo.
—Isso é normal, você não esperava por isso. Chamo isso de estado de choque.- Laura disse usando seu tom profissional de psicóloga.
—Sabe o que eu acho? O que eu acho como homem, e não como um psicólogo?- Fabrício disse e Laura revirou os olhos. -Acho que ele te ama. Ama muito.
—Então, por que ele pediu o divorcio?- eu e Laura questionamos confusas.
—Na minha opinião, ele pediu o divorcio por sua causa.- ele disse e pisquei confusa.
—Como assim?
—Há quanto tempo vocês dois não transam?- ele questionou e Laura engasgou com seu sorvete.
—Que tipo de pergunta e essa?- ela questionou sem jeito.
—O que isso tem haver com o meu divorcio?- questionei perdida.
—Minha querida amiga, desde que o nosso afilhado morreu, você e seu marido parecem dois inimigos. Tenho certeza que ele não agüentou isso.
—Por que todo mundo acha que surtei quando... - sussurrei e tremi de leve, pois não queria falar seu nome. Dizer seu nome em voz alta me enchia de dor. - Quando tudo aquilo aconteceu.
—Pelo simples fato de você nem conseguir falar o nome do seu próprio filho. Ou de nunca ter ido falar com um psicólogo sobre o que houve. Afinal, foi demais para você, principalmente para o Felipe. Você disse coisas horríveis para ele, e isso é algo que ninguém esquece. - ele disse e o olhei chocada.
—Isso não é verdade. E já disse que não preciso de ajuda alguma.
—Precisa sim, me ofereci inúmeras vezes para ajudá-la, mas você nunca quis. Ao contrario do Felipe. - Laura disse e pisquei confusa.
—Meu marido foi se consultar com você?! Por que nunca me disse nada?
—Por que ele foi como meu paciente, e não posso revelar o que é dito no meu consultório, isso seria falta de ética.
—Você sabia que ele iria pedir o divorcio e não me contou? Que tipo de amiga é você?- questionei furiosa.
—Você acha que é fácil para mim escolher um lado? Ele é o meu primo, que amo muito. E você e a minha melhor amiga, a qual amo demais. Não posso escolher qual dos dois apoiar por que não seria justo. - ela se defendeu com pesar e sorri sem humor enquanto me levantava da mesa e pegava minha bolsa.
—Então escolho por você. Fique com seu primo, por que nossa amizade acaba aqui.- disse traída antes de sair da sorveteria e pegar um táxi, para voltar para casa.
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