Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 4
3-Guerra e Paz




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5 anos atrás...

—Por que não me disse que teria que conviver com ele por mais de um mês, Laura?- questionei furiosa enquanto escolhíamos meu vestido para o coquetel de indicações da empresa de advocacia em que trabalhava, a Guerra e Paz advocacia.

A Guerra e Paz advocacia, era uma empresa especialista em diversas áreas do direito, na qual havia um advogado responsável por cada uma delas. Havia acabado de ser promovida a responsável pela área do direito ambiental, área em que havia me especializado.

Estava na empresa desde a época do estagio, e fui efetivada assim que o mesmo acabou. Quando sai da faculdade já tinha um emprego garantido em uma das maiores empresas de São Paulo. Acho que minha trajetória profissional meteórica, havia sido o motivo para Felipe ter me escolhido como musa para sua personagem. Mas não estava certa de querer ser sua musa.

—Se eu tivesse te falado você não iria concordar. - ela disse pegando um vestido rosa claro e me mostrando em seguida. - Que tal esse?

—Não. E você tem razão. Mas vou fazer um acordo com ele.

—Que tipo de acordo?- ela questionou curiosa enquanto eu procurava pelo meu vestido ideal nas varias araras da loja.

—Um em que minha vida pessoal não seja literalmente retratada no livro do seu primo. O que acha desse?- questionei mostrando um vestido branco com detalhes em preto para ela.

—É a sua cara. - ela disse e sorri concordando. - E então, quem vai com você ao evento?

—Preferia ir sozinha, mas parece que meu chefe caiu de amores pelo seu primo, e vou ter que levar o Felipe. Não sei o que seu primo tem que fez todo mundo do escritório cair de amores por ele. - disse me lembrando das duas ultimas semanas em que Felipe começou a ser a minha sombra.

—Talvez sejam as covinhas dele. - ela sugeriu sem importância.

—É talvez sejam. Ele sempre fica adorável quando sorrir e elas aparecem. - disse sem perceber e ela me olhou sorrindo como uma louca.

—O que foi?

—Nada. - ela disse sem disfarçar seu sorrindo enquanto me encaminha para provar o vestido.

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—E então, como estou?- questionei desfilando na sala de estar da minha casa para a minha família.

Apesar de ganhar razoavelmente bem, ainda não queria sair de casa, me sentia confortável e segura aqui, e amava a bagunça do dia a dia, algo que não teria se morasse sozinha.

—Está linda filha. - minha mãe disse amorosa e sorri suave.

—Você está linda filha, e tenho muito orgulho de você. - meu pai disse se levantando do sofá antes de me abraçar.

—Obrigada pai.

—Todos nós temos muito orgulho de você. - minha mãe disse carinhosa e sorri, mas logo fomos interrompidos pela campainha.

—Estamos esperando alguém?- meu pai questionou confuso e sorri.

—Deve ser o primo da Laura. - disse enquanto ia abrir a porta.

—O que o primo da Laura está fazendo aqui?- meu irmão caçula Daniel questionou confuso.

—Ele está fazendo laboratório comigo para escrever seu próximo livro. - expliquei antes de abrir a porta.

—Puxa, você está linda. - Felipe disse surpreso e agradeci sem jeito antes de convidá-lo para entrar.

—Felipe, esses são meus pais, Carlos e Agnes. E esse é o meu irmão caçula, Daniel- disse apresentando-os.

—É um prazer conhecê-los. - Felipe disse sorrindo.

—Então, você está fazendo “laboratório” com a minha filha, para o seu próximo livro?- meu pai questionou curioso.

—Sim, e devo ressaltar que Valentina é uma pessoa difícil de ser lida. - ele disse e o olhei feio.

—Sempre soubemos disso. Nossa filha é muito reservada. - minha mãe disse e sorriu suave.

—Então, vocês chamam o namoro de “laboratório”, hoje em dia?- meu pai questionou olhando de mim para Felipe.

—O que? Não pai. Não estamos namorando. E além do mais ele é o primo da Laura. - disse e estremeci de leve.

Jamais ia ter algo com o primo da minha melhor amiga.

—E ele não deixa de ser bonito, por causa disso. - meu pai apontou e fiquei nervosa enquanto Felipe sorria.

—Dá para parar com o interrogatório?!  Vocês sabem muito bem que não quero compromisso, e acho melhor irmos se não chegaremos atrasados. E não iria ficar bem para mim, uma futura chefe do setor de direito ambiental. - disse  sem parar antes de me despedir de todos e levar Felipe comigo.

—O que foi aquilo?- ele questionou enquanto ligava o carro.

—Aquilo o que?

—Você falando sem parar. Desde quando você faz isso?- ele questionou surpreso enquanto dirigia.

—Eu não falo sem parar. Você que não ouviu direito. -desconversei e ele sorriu suave.

—Sabe o que eu acho? – ele questionou e não respondi. - Acho que você fala sem parar quando se senti insegura. O que é extraordinário, afinal você é todo tempo uma mulher forte e destemida.

—Não é extraordinário, isso é uma fraqueza. E não gosto de ser fraca.

—Ser fraco não é algo ruim, Valentina. Ser fraco é ser forte. Por que só os fortes reconhecem que precisam de ajuda. -ele disse suave e não disse nada.

Continuamos o resto do caminho até a empresa em silencio.

Assim que chegamos fui cumprimentar meus colegas, antes de tomar duas taças de champanhe para tentar esquecer o momento constrangedor em minha casa.

—Está tudo bem, Valentina?- Felipe questionou  preocupado assim que peguei a terceira taça.

—Sim, só preciso esquecer o momento constrangedor com a minha família. Me desculpe por tudo aquilo.- disse sem graça e ele sorriu.

—Tudo bem, até parece que foi a primeira vez que um rapaz foi na sua casa. - ele brincou e não sorri. - Espera, foi à primeira vez?

—Pode-se dizer que sim. Nunca namorei serio, apenas fiquei. Por que nunca quis me prender.- me justifiquei e ele sorriu surpreso.

—Foi uma honra para mim, ser o primeiro rapaz a ir a sua casa.

—De nada. Eu acho. - disse e logo ouvi meu chefe me chamar pelo microfone.

—Bom, essa é a minha deixa. - disse sem jeito e Felipe me desejou boa sorte antes de eu ir até o meu chefe.

—Hoje é uma noite muito especial para mim. Afinal, é com muito orgulho que anuncio que a área de direito ambiental ficou sob a responsabilidade de Valentina Torres. Uma jovem que nos surpreendeu, a qual sei que tem um futuro brilhante pela frente. - meu chefe disse orgulhoso e agradeci enquanto todos me aplaudiam.

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—Bom, você está entregue. - Felipe disse assim que estacionou na porta da minha casa.

—Obrigada. E gostaria de lhe pedir uma coisa. - pedi seria e Felipe se virou para me dá atenção.

—Claro.

—Será que tudo que você escrever, eu posso dá uma olhada antes. - pedi e ele me olhou confuso.

—Por quê?

—Por que quero saber o que você vai falar de mim, afinal tenho uma carreira sendo construída e não quero que seu livro a destruía. - me justifiquei e ele suspirou resignado.

—É justo, afinal vou “espionar” a sua vida. Assim que terminar os três primeiros capítulos te envio por email.- ele assegurou e agradeci antes de lhe desejar boa noite.

Sai do seu carro e por incrível que pareça, Felipe também saiu, o que me deixou confusa.

—Onde você está indo?

—Vou acompanhá-la até a porta, não vou deixá-la sozinha. - ele disse e sorri confusa enquanto ele me esperava abrir a porta e entrar em casa antes de voltar para seu carro.


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Notas finais do capítulo

Imagem do capitulo:

http://www.polyvore.com/segunda_chance_capitulo/set?id=213049730