Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 22
21- O novo acionista




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/724919/chapter/22

—Tem certeza que vocês ficarão bem?- questionei enquanto terminava de tomar meu café.

—Claro que vamos.- Felipe assegurou enquanto servia nosso filho com uma porção de salada de frutas.

—Não precisa se preocupar Valentina, seus garotos não irão morrer de fome.- Madalena garantiu e sorri.

Madalena trabalhava para a família de Felipe por anos. Minha sogra me deu a idéia de contratá-la para cuidar da alimentação do meu marido e do meu filho, pois antes de adotarmos o Rafael, vivíamos comendo ou pedido algo de algum restaurante. Fazendo com que nossa cozinha só fosse usada em alguns raros momentos.

E acabei concordando com Charlotte, afinal meu filho não poderia viver se alimentando de qualquer jeito.

—Viu, vamos ficar bem. Pode ir para o seu trabalho sossegada.- Felipe assegurou amoroso.

—Papai, já acabei. - Rafael disse com a boca toda suja de farelo de bolo e sorrimos.

—Gostei de ver filho, comeu tudo. Agora, que tal subir e escovar os dentes, afinal você não quer chegar atrasado ao primeiro dia de aula, não é?- questionei e ele balançou a cabeça em negativo antes de subir correndo.

—Sem correr Rafael. - Felipe disse serio e nosso filho começou a subir as escadas devagar.

Assim que todos estavam prontos fomos para o carro de Felipe, já que eu não perderia o primeiro dia de aula do meu filho por nada.

Rafael já estava acostumado com a professora e todos os funcionários da escola, pois a mesma tinha um projeto para os alunos do maternal. Os alunos, juntos com seus responsáveis visitariam a escolas todos os dias antes de começar o ano letivo, para fazer algumas atividades, fazendo com que os mesmos se acostumassem com o local. Tornando esse momento que muitas vezes é difícil para a criança e para os pais, em algo bom.

Após meu marido estacionar na porta da escola desci do carro para tirar meu filho da cadeirinha, enquanto Felipe pegava a mochila de Rafael no porta malas.

—Bom dia Rafa. Bom dia Sr. e Sra. Montenegro.- Danilo, o porteiro da escola disse assim que nos viu.

—Bom dia Danilo.- dissemos sorrindo.

—Pronto para o seu primeiro dia Rafa?- Danilo questionou.

—Estou. Gosto de aplende.- Rafael disse animado e sorrimos antes de o levarmos para a sua sala, onde sua professora já o esperava.

—Tem certeza que isso é necessário? E se eles não cuidarem bem dele?- sussurrei baixo para Felipe enquanto caminhávamos em direção a sala de Rafael.

—Estou tão preocupado quanto você, amor. Mas é o certo. Se nosso filho não gostar daqui o colocamos em outra escola.- ele assegurou e concordei.

—Bom dia Rafa. Que bom vê-lo. Está pronto para o seu primeiro dia de aula?- Vanessa, a professora do meu filho disse feliz assim que paramos em sua frente.

—Sim tia.

—Que bom querido, seus amiguinho já chegaram.- ela disse suave e Rafael sorriu antes de me dar um grande abraço.

—Eu te amo meu bem. E qualquer coisa é só ligar que vamos vir correndo.- prometi agarrada ao meu filho.

—Eu sei mamãe. E também te amo.- ele sussurrou suava e me deu um beijo antes de pedir colo para o pai.

—Eu te amo meu príncipe, e qualquer coisa é só ligar. Vou sentir sua falta.- Felipe sussurrou abraçado ao nosso filho.

—Eu te amo papai.- ele sussurrou suave antes de Felipe colocá-lo no chão.

Rafael sorriu e deu um tau para nós, antes de entrar em sua sala.

—Por favor, Sra. Campos fique de olho no nosso filho. Rafael tem asma, e ele teve uma crise alguns dias atrás.- implorei preocupada.

—Não se preocupe Sra. Montenegro, já fui informada da asma do Rafael, e sei como proceder se algo acontecer.- a professora assegurou suave.

—Deixamos ontem na enfermaria um refil do inalador do nosso filho para emergência assim como o contato do pediatra dele. Mas não precisa se preocupar em pegar o refil na enfermaria, pois ele anda com um inalador no bolso da frente da mochila.- Felipe esclareceu.

—E se algo acontecer, por favor, nos ligue. Meu marido irá chegar aqui primeiro, porque sua editora é aqui perto. Apenas, não hesite em nos ligar.- implorei e ela sorriu calmamente para nós.

—Posso perceber que são pais de primeira viagem.- ela disse suave e concordamos.- Não se preocupem, o filho de vocês estará em boas mãos.

—É o que esperamos.- sussurrei apreensiva antes de darmos uma espiada em nosso filho que já estava brincando com os coleguinhas de sala.

Foi difícil deixá-lo, mas sabíamos que era necessário para ele. Afinal, Rafael precisava se relacionar com outras crianças além de aprender.

—Pronto, chegamos.- Felipe disse assim que parou na frente da empresa de advocacia Guerra e Paz.

—Obrigada pela carona amor. -disse tirando o cinto de segurança.

—De nada querida, e quando terminar me ligue que venho buscá-la.

—Tudo bem. E não esqueça de buscar o Rafael.- implorei e ele revirou os olhos me fazendo rir.

—Esperei por aquele garotinho a minha vida toda, Valentina. Acha mesmo que vou esquecê-lo na escola. Isso até me ofende. - ele disse brincalhão e sorrimos.

—Sei disso, apenas não custa nada lembrar.- disse suave ante de me inclinar para lhe dá um beijo de despedida.

—Eu te amo.- sussurrei ainda de olhos fechados sem me afastar dele.

—Eu também te amo. -Felipe sussurrou da mesma forma antes de me dar um ultimo beijo.

Me afastei dele a contra gosto, afinal adoraria passar o dia todo com ele, mas não podia.

Desci do carro e abri a porta do passageiro para pegar a minha bolsa e minha pasta, antes de entrar na empresa para mais um dia de trabalho.

A manhã no escritório foi exaustiva, mas amava meu trabalho e não o trocaria por nenhum outro. Após o almoço todos os chefes dos setores da Guerra e paz se dirigiram a presidência, pois nosso chefe iria nos apresentar o novo acionista da empresa.

E qual foi a minha surpresa em descobrir que meu novo chefe era Rodrigo Patrono.

Meu ex- ficante.

.............................................................................................................................................

 

Já era por volta das dez da noite quando minha equipe e eu terminamos todos os detalhes para um projeto de um cliente, que daria a sua aprovação para o mesmo amanhã. Havia ligado para Felipe assim que terminou a reunião para que ele me buscasse, também estava louca para saber como havia sido o primeiro dia de aula do meu garotinho.

Felipe me garantiu que Rafael havia adorado tudo, e que estava louco para que amanhecesse para poder voltar à escola, e sua animação me fez sorrir.

Enquanto esperava meu marido em minha sala, afinal precisaria da ajuda de Felipe para levar alguns processos que deveria ler em casa para a semana seguinte. Rodrigo entrou em minha sala me surpreendendo.

—Precisamos conversar Valentina.- ele disse serio e o olhei confusa, afinal não tínhamos nada para conversar.

—Por acaso, o relatório sobre o setor de direito ambiental tem algo errado?- questionei preocupada enquanto saia da minha cadeira.

—Não, o relatório do seu setor está impecável.- ele disse serio antes de se aproximar de mim.

—Apenas, gostaria de saber se podemos...- ele sussurrou enquanto me olhava.

E eu sabia o que estava passando pela sua mente, só de ver o jeito que ele me olhava.

Algo que gostava no passado.

Com Rodrigo não era necessário palavras, pois o nosso envolvimento era totalmente carnal.

—Não.- disse firme enquanto o olhava.

—Seus lábios dizem que não, mas sei que você quer relembrar o passado, tanto quanto eu quero.- Rodrigo disse e me beijou.

Um beijo que não durou muito, já que o empurrei para longe de mim.

Mas assim que vi Felipe na entrada da minha sala percebi que o estrago já estava feito.

—O que está acontecendo aqui?- Felipe questionou furioso enquanto olhava para Rodrigo.

—Eu é que pergunto. Quem é você?- Rodrigo questionou furioso por Felipe ter interrompido.

—Ele é o meu marido.- disse e Rodrigo me olhou confuso.

—Você casou? Mas você disse que nunca iria casar.

—As pessoas mudam de ideia quando acham a pessoa certa, Rodrigo.- disse e ele me olhou chocado.

—Agora você lembra que é casada Valentina? Porque não pareceu que se lembrava quando estava aos beijos com esse cara.- Felipe disse louco de ciúmes.

—Isso não é verdade. Foi ele que me beijou de surpresa.- me defendi seria.

—Quando foi que você se casou?- Rodrigo questionou ainda chocado com o meu novo status.

—Há cinco anos atrás, e temos um filho de três anos. E quem é você?- Felipe questionou severo e olhei para Rodrigo implorando que ele não contasse nada.

—Eu fui o amante da Valentina.- Rodrigo disse e gemi furiosa, afinal quem tinha que contar isso era eu e não ele.

—Você o que?- Felipe questionou com raiva.

—Rodrigo, sai da minha sala.- disse com raiva enquanto o empurrava para fora.

—Olha como fala comigo, sou seu chefe. -ele disse serio.

—Você não tem o direito de me repreender, afinal acabou de me agarrar na minha sala e posso te processar por assedio. Se não quiser ser processado ou morto acho melhor sair da minha sala.- sussurrei furiosa enquanto o empurrava para fora e fechava a porta, e me virava para ver meu marido que estava possesso de ciúmes.

—Então, ele era o seu amante.- Felipe disse serio e gemi cansada.

Odiava aquela palavra.

—Ele não foi meu amante, essa palavra dá a entender que houve traição. E eu nem estava comprometida com ninguém na época, prefiro dizer que ficamos por um tempo.- expliquei suave.

—Quanto tempo?

—Isso não importa, Felipe.

—Importa assim que vi vocês dois se beijando na sua sala. Isso aconteceu por quanto tempo?

—Quase dois anos.- disse e ele me olhou sem saber o que dizer.

—Você ficou com aquele cara por dois anos?! Quando é que ia me contar sobre o seu ex-namorado?

—Ele não era meu namorado. O único namorado que tive foi você. O Rodrigo era só o cara com quem eu transava, nada além disso.- disse fria e ele me olhou chocado.

—Às vezes esqueço, o quanto você pode agir de modo pratico e frio.

—Não vamos brigar por causa disso, não é?

—Claro que vamos. Você quer que eu fiquei feliz, por ver a minha mulher sendo beijada por outro?!

—Felipe, foi ele que me agarrou.

—Não foi o que me pareceu.

—Pelo amor de Deus, Felipe. Eu te amo, e jamais trairia você. – disse já cansada da nossa discussão.

—Tem certeza disso? Porque não estou certo disso depois do que vi. Talvez, você queira relembrar o passado de vocês. Pode ir, não vou ficar chateado. Afinal, não tenho o direito de cobrar nada de você. - Felipe disse louco de ciúme.

—Porque você está falando isso?- questionei sem entender o porquê ele estava praticamente me jogando para cima de Rodrigo.

—Porque eu não posso ser um homem completo como o Rodrigo ou qualquer outro. Porque não posso engravidar você sem que nosso filho nasça doente, Valentina. Acho, que você deveria ficar com alguém melhor do que eu.- Felipe disse entre lagrimas e o olhei confusa e chocada.

Afinal, pensei que isso já havia sido resolvido entre nós.

—Não fala assim.- sussurrei enquanto abraçava meu marido e fazia um carinho em seu cabelo. –Você é o homem que eu amo. E eu jamais o trocaria por outro.

—Mas eu não posso engravidar você. Que tipo de homem, eu sou?- ele sussurrou com dor em meu pescoço.

—O melhor de todos. O mais carinhoso, leal, gentil, inteligente, parceiro, lindo e melhor pai do mundo.- sussurrei suave antes de me separar de leve dele para ver seus olhos azuis.- E você já me deu um filho incrível, o qual eu amo demais. Não me importo se Rafael não foi concebido por nós de forma natural. O que me importa é que o concebemos em nosso coração, e que ele nos ama mais do que tudo no mundo. É isso o que importa.

—Você tem razão.- ele sussurrou envergonhado. – Me desculpe por tudo que disse, estava fora de mim.

—Eu sei. Me promete, que jamais irá duvidar do meu amor por você? Ou que irá se depreciar, por não poder me engravidar?

—Prometo.- ele sussurrou suave e sorri antes de lhe dá um beijo apaixonado.

 

.............................................................................................................................................

 

Após chegarmos em casa fui ver o meu pequeno que já estava em sono profundo, lhe dei um beijo na testa e sai do seu quarto sem fazer barulho.

—Não gosto de chegar em casa tão tarde. Gosto de colocar meu filho pra dormir.- disse assim que entrei no banheiro e vi Felipe preparando a banheira, o que me fez sorrir.- Tentando me fazer esquecer da sua insegurança de hoje?

—Talvez.- ele segredou e sorri antes de puxá-lo para mais perto de mim.

—Só vou esquecer, se você me acompanhar durante um longo banho de banheira, com muitas espumas.

—É um convite irrecusável, meu bem.

—Que bom que é.- sussurrei suave e sorrimos antes de nos beijarmos, deixando claro que nada mais iria abalar o nosso amor.

 

.............................................................................................................................................

 

—Bom dia Gloria.- cumprimentei minha secretaria assim que me aproximei de sua mesa.

—Bom dia Dra. Valentina.- ela disse amável.

—O que temos hoje?- questionei a ela.

—Seus processos para hoje já estão na sua mesa, e o Dr. Patrono a aguarda na sala dele. - ela informou e estreitei os olhos, afinal o que Rodrigo queria?

Já foi bem difícil acalmar Felipe e sua crise de ciúmes de ontem, e tudo o que não queria era ter que enfrentar outra. Mas não podia fugir do meu chefe e nem do passado que tivemos, então decide enfrentar o problema de cabeça erguida.

—Obrigada Gloria. – disse antes de ir até a sala de Rodrigo.

Assim que me aproximei da porta bati e logo escutei um entre.

—Que bom que veio.- Rodrigo disse sorrindo assim que me viu entrar em sua sala.- Por favor, sente-se.

—Obrigada, mas estou bem de pé.- disse seria e ele suspirou.

—Sei que fui um idiota ontem.

—Eu diria cafajeste.

—Isso também, mas achei que poderíamos começar de onde havíamos parado. Afinal, você nunca me contou o motivo do nosso rompimento.- ele se explicou e suspirei.

—Rodrigo, tecnicamente não tínhamos um relacionamento. Tudo o que tínhamos era algo carnal e nada mais.

—Porque era o seu desejo Valentina. Apenas, não entendo como você está casada hoje e ainda é mãe.- ele disse abismado e revirei os olhos.

—As pessoas mudam.- disse dando de ombros.

—Você está feliz? Está feliz com essa vida, apesar de não ser aquela que desejava?

—Sim.- disse e sorri de forma sincera.- Não era o que eu idealizava, mas quando conheci Felipe me vi desejando tudo o que tenho hoje. E hoje, não me vejo vivendo de outra forma.

—Eu invejo o seu marido.

—Por quê?

—Porque ele foi capaz de fazer você se apaixonar por ele e ainda desejar e realizar algo que nunca passou na sua cabeça. Algo que eu tentei, mas não consegui.- ele disse e sorriu triste.- Mas, agradeço por ter conhecido você. Uma mulher incrível.

—Obrigada. E eu também agradeço por ter te conhecido.

—E me desculpe por ontem, jamais voltarei a lhe beijar. Só achei que você ainda estaria como antes.- ele disse sem graça e sorri.- E peça desculpas em meu nome ao seu marido.

—Vou dizer.

—Ele é um cara de sorte, por você ser completamente apaixonada por ele.

—Eu é que sou a sortuda. Felipe é um homem maravilhoso e todos os dias, fico maravilhada dele ter se apaixonado por mim.

—O amor tem razões Valentina, que nem a ciência é capaz de explicar.- ele disse e concordei antes de me despedir de Rodrigo e voltar para a minha sala, afinal tinha muito trabalho para fazer.

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Imagem do capitulo:
https://br.pinterest.com/kayallac/dreamcast-da-fic-segunda-chance/


E se preparem por que amanhã teremos fortes emoções.