Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 2
1- O escritor


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao primeiro encontro de Valentina e Felipe



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5 anos atrás...

—Nem pensar Laura. - disse enquanto almoçávamos depois de uma manhã de trabalho.

—Valentina, é apenas um favor, faça isso em nome da nossa amizade de longa data. - ela implorou e suspirei.

Laura e eu éramos amigas desde a infância, desde que seus pais se mudaram para a casa ao lado da minha. Fazíamos tudo juntas, éramos como irmãs.

—Tudo bem.- disse vencida e ela sorriu.- Só você mesma para me pedir uma coisa dessas.

—Meu primo só precisa lhe fazer algumas perguntas sobre seu trabalho para o novo livro dele.- ela disse e gemi.

—Por que tinha que ser justo eu?

—Por que você é a única advogada que eu conheço, e além do mais é a única amiga que tenho com treinamento em primeiros socorros. - ela brincou e revirei os olhos.

O primo de Laura, Felipe, era alérgico a inúmeras coisas. Ainda não conseguia entender como uma pessoa assim conseguiu viver por tanto tempo. Me  lembro de quando éramos crianças e ele veio pela primeira vez dos Estados Unidos visitar a família aqui, pois o pai de Felipe era embaixador do Brasil na America do norte, ele só faltou morrer por causa do clima, lembro que fiquei com muita pena dele.

—Ele ainda continua cliente assíduo da emergência?- questionei e ela revirou os olhos.

—Acho que não, meus tios não falaram  nada sobre isso.

—É verdade que ele largou mesmo o emprego de economista para virar escritor?- questionei curiosa e ela sorriu.

—Largou. E olha que ele está fazendo o maior sucesso lá fora.

—Só não entendi por que ele decidiu fazer laboratório comigo para escrever seu próximo livro? Afinal em Washington deve ter inúmeras advogadas.

—Ele me disse que quer explorar o mercado brasileiro, que quer se conectar com sua outra nacionalidade. Vai lá saber. - ela disse dando de ombros e suspirei.

—Tudo bem, diga a ele para estar na empresa as oito em ponto da manha.- pedi e ela concordou agradecida.

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—Bom dia Gloria. - cumprimentei minha secretaria assim que passei pela recepção.

—Bom dia Dra. Valentina.

—Tem algum recado para mim?- questionei assim que parei perto da sua mesa.

—Não doutora. Mas deixei o senhor Montenegro aguardando na sua sala, como havia me pedido ontem. - ela disse e olhei meu relógio de pulso.

Ele estava sete minutos adiantado. O que me surpreendeu.

—Obrigada Gloria. - disse antes de entrar na sala.

—Bom dia Sr. Montenegro, espero que Gloria tenha lhe oferecido algo. - disse entrando na sala sem prestar atenção nele.

—Bom dia Dra. Torres, e sim a sua secretaria foi muito educada comigo. - ele disse suave e fui até a minha mesa .

—Que ótimo, e me chame de Valentina. - pedi e levantei os olhos para vê-lo sentado a minha frente e perdi o ar surpresa.

Aquele homem lindo a minha frente não podia ser o primo da Laura.

—Como foi que você ficou assim?- questionei me sentando em choque e ele sorriu confuso, revelando covinhas em suas bochechas.

—Acho que a fase adulta foi uma recompensa pela adolescência terrível que tive. - Felipe brincou e pisquei confusa.

—Espera me lembro que você usava aqueles óculos fundos de garrafa por que era quase cego.

—O termo certo é míope, mas uso lentes. Só uso óculos quando estou escrevendo. E se me lembro bem, você também não era a perfeição da beleza. Lembro que você usava aparelho e ainda tinha uma porção de espinhas pelo rosto. Como foi que ficou com o rosto de porcelana desse jeito?- ele questionou brincando e sorri sem humor.

—Tratamento estético. Agora já chega. Quais são suas perguntas, por que estou cheia de processos para lê.- disse e ele me olhou confuso.

—A Laura não te contou?- ele questionou confuso enquanto me olhava.

—Me contou o que?

—Que vou precisar ficar alguns meses com você, para poder escrever meu livro. - ele explicou e sorri tentando controlar a vontade que tinha de esganar a prima dele.

—Claro que contou. Mas você pretende fazer um laboratório de quanto tempo?

—Não sei, isso irá depender da forma que conseguir ler você. -ele explicou suave e pisquei confusa.

—O que isso quer dizer?

—Quer dizer que preciso conhecê-la de todas as formas possíveis, que preciso entender o que se passa na sua cabeça , e a faz ser essa advogada de sucesso. - Felipe disse e se inclinou de leve sob a mesa como se fosse me contar um segredo. - E pelas pesquisas que andei fazendo, você está na lista de consumo da maioria dos caras da sua área. O que a faz ser uma inspiração perfeita para a minha Helena.

—Que ótimo para você. E que pena  para os meus colegas de profissão, por que não pretendo me casar.

—A Helena também, mas ai o Rafael cruzou a vida dela. - ele disse suave e revirei os olhos ignorando seu papo de escritor romântico.

—Que tal se começássemos logo o tal do seu laboratório?- questionei e ele concordou.

Ótimo, por que quanto mais cedo me livrasse de Felipe, melhor seria.


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