Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 13
12 - Perdão


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam preparados para se emocionar com esse capitulo, porque eu me emocionei enquanto o escrevia.

Musica do capitulo:

https://www.youtube.com/watch?v=zqq3tW3iACw



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Dias atuais...

Nem conseguia acreditar que amanhã iria assinar os papeis do divorcio, encerrando assim a minha historia com Felipe.

E por uma incrível coincidência, hoje era o aniversario dele.

—Você fez um grande progresso Valentina, estou muito orgulhosa de você. Como amiga e como psicóloga. - Laura disse suave em nossa ultima consulta.

—Eu é que agradeço por ter ficado ao meu lado todos esses anos. Por ter aguentado cada crise minha, e por nunca deixar de tentar me ajudar.

—É para isso que servem as amigas, jamais iria desistir de você, nem que tivesse que insistir a minha vida toda.- ela disse amorosa e sorri antes de abraçá-la.

—Eu te amo muito amiga.

—Eu também, e vou sentir muito a sua falta.

—Eu também.- sussurrei abraçando a minha amiga com força.

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 -Tem certeza disso?- Fabrício questionou assim que colocou uma pasta marrom em minha frente.

Assim que cheguei em casa após minha consulta com Laura, liguei para Fabrício e pedi para que trouxesse toda a papelada do divorcio, a qual assinaria amanhã.

Eu devia isso a Felipe.

Devia a ele a felicidade, a qual prometi quando nos casamos e não consegui lhe dá.

—Estou. Será meu presente a ele. Só quero que ele seja feliz. - disse suave antes de abrir a pasta e assinar nos locais indicados por Fabrício.

—Por quanto tempo pretende ficar fora?- ele questionou assim que terminei de assinar tudo e lhe entreguei a pasta.

—Não sei, talvez eu nem volte. - disse e ele concordou suave.

—Vou realmente sentir sua falta. - ele sussurrou entre lagrimas e concordei antes de abraçá-lo com força.

—Eu também vou sentir sua falta. Obrigada por tudo que fez por mim. Por todas as vezes que tentou me mostrar o quanto eu estava errada. Mas eu de teimosa não percebia. - sussurrei abraçada ao meu amigo que chorava sem parar.

—Espero que você encontre a felicidade onde quer que você vá.- ele desejou assim que se separou de mim e agradeci.

—Posso te dá um conselho, Fabrício?- questionei enquanto ele enxugava as suas lagrimas.

—Claro.

—Não tenha medo de dizer o que sente. Diga a Laura o quanto a ama, antes que a perca.

—Eu... Como... - ele sussurrou confuso e sorri suave.

—Conheço vocês dois, sei que gostam um do outro. Só não querem admitir. Apenas, me prometa que irá seguir meu conselho.

—Vou pensar, mas não prometo nada.

—Já é um começo.

—Bom, tenho que voltar para o escritório. Tem certeza que não precisa da minha ajuda para a arrumação?

—Não. Preciso fazer isso sozinha. - assegurei e ele concordou suave.

Abracei meu amigo uma ultima vez antes dele sair da minha casa.

Subi as escadas e fui em direção ao quarto que ficava ao lado do meu, o qual só era aberto para ser limpo e depois fechado de novo.

Felipe tentou inúmeras vezes me convencer que deveríamos desarrumar o quarto e doar todas as coisas que pertenciam ao nosso filho, mas toda vez que ele tocava no assunto acabávamos brigando feio, pois não queria me desfazer de nada.

Era como se todas aquelas coisas fossem um lembrete de que realmente meu filho tinha existindo, mesmo que tenha sido por curtos instantes.

Mas agora sabia que se desarrumasse aquele quarto e doasse tudo, meu Miguel ainda iria existir, só que dentro do meu coração.

Mesmo que não estivesse ao meu lado, sei que meu filho sempre estaria vivo dentro do meu coração, e isso já era um grande balsamo para que eu seguisse em frente com a arrumação.

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Depois que arrumei e separei as varias caixas com todas as coisas do quarto de Miguel, liguei para Laura, pois já havia lhe falado sobre o meu desejo de doar as coisas do meu filho, e ela disse que poderia levar as caixas para o orfanato em que fazia trabalho voluntario.

Assim que resolvi tudo sobre a doação, fui tomar um banho e me arrumei em seguida. Peguei minha bolsa e a caixa de presente que estava em cima da minha cama, as chaves do carro e sai com destino certo.

—Sra. Valentina. - Fernando disse assim que abriu a porta para mim.

—Só Valentina. - disse suave e ele sorriu antes de me convidar para entrar.

—Fiquei surpresa de ainda passar pelos portões, achei que Arthur iria proibir minha entrada. - disse para o mordomo da embaixada.

—Ele proibiu, mas eu autorizei. - Crystal disse suave enquanto vinha da cozinha.- Pode nos deixar a sós Fernando?

—Claro senhora.- ele disse antes de sair.

—Estou feliz que tenha vindo. Me desculpe pelo comportamento do meu marido, o repreendi sobre isso.- ela disse envergonhada.

—Está tudo bem, não quero que brigue com o Arthur por minha causa, vocês se amam. E isso é o mais importante.

—Sei disso, e como você está?- ela questionou preocupada e sorri suave.

—Apesar de tudo estou bem. Fiz o que era o certo.- assegurei suave.

—Vou levá-la até Felipe. Charlotte decidiu fazer um jantar no jardim para comemorar o aniversario dele, mesmo ele não querendo.

—Crystal, prefiro falar com ele a sós. Não queria que ninguém soubesse que estou aqui.- pedi e ela concordou.

—Tudo bem, que tal você esperar no quarto dele enquanto o chamo. Lá ninguém irá incomodá-los. - ela sugeriu e concordei enquanto subia as escadas em direção ao quarto de Felipe.

Assim que entrei no quarto senti o aroma do perfume dele, o qual tanto me fez falta durante todo esse tempo. Aquele perfume marcante que aquele cômodo possuía, me fez reviver tantos momentos felizes em minha mente.

E pela primeira vez depois do pedido de divorcio, me permitir sorrir agradecida. Por ter vivido um grande amor.

Por ter divido cinco anos da minha vida com uma pessoa incrível.

—Valentina? –ouvi Felipe me chamar e virei para vê-lo, voltando assim a minha realidade.

—Olá Felipe.- disse enquanto ele se aproximava de mim.

—Por que você não foi para o jardim?- ele questionou confuso e pedi que sentássemos em sua cama.

—Por que queria conversar com você as sós, sem que ninguém interrompesse. Se me permitir é claro.

—Sou todo ouvidos. - ele disse suave e respirei fundo organizando todas as palavras que havia ensaiado para falar naquele momento.

—Tudo que peço é que não me interrompa.- implorei e ele concordou.

— Peço perdão por ter dito coisas horríveis para você quando descobrimos que Miguel tinha Cardiomiopatia hipertrófica, não tinha o direito de culpá-lo de nada. Isso foi cruel e peço que me perdoe por isso. - pedi enquanto olhava em seus olhos.- E peço que você se perdoe também, Felipe. Você não teve culpa de nada.

—Tive Valentina, ele herdou os genes doentes de mim. - ele soluçou com dor e logo começou a chorar.

—Isso não faz de você o culpado. O que aconteceu foi uma fatalidade, apenas isso. - assegurei seria enquanto enxugava suas lagrimas. - Me prometa que não irá mais se culpar por isso.

—Prometo.- ele soluçou suave.

—Peço perdão também por tê-lo magoado tanto. Por não ter cumprindo a promessa que fiz quando nos casamos, de fazê-lo feliz. Juro que tentei, mas acabei falhado. E peço perdão por ter quebrado seu coração. Juro que só queria amá-lo, mas acabei fazendo-o sofrer. Você me perdoa?- questionei entre lagrimas e ele enxugou minhas lagrimas enquanto me olhava nos olhos.

—Eu perdoo você de todo o meu coração. E juro que fui feliz ao seu lado.

—Me prometa que você irá tentar de novo. Prometa-me que irá se apaixonar novamente e formar uma família. Você será um pai incrível Felipe Montenegro. - pedi e ele sorriu triste enquanto me olhava.

—Não sei se estou pronto para me apaixonar novamente. E não pretendo ter filhos novamente. Não posso infligir a outra pessoa a mesma dor que causei a você, isso seria crueldade.

—Você pode sim ser pai sem fazer ninguém sofrer. Felipe, você pode adotar ou até mesmo procurar alguma clinica de engenharia genética para que eles mapeiem seu DNA, evitando assim que seus filhos herdem algum gene doente.- expliquei e ele me olhou confuso, acho que ele nunca havia pensado nessas possibilidades.

—Como você... - ele começou a dizer sem saber como terminar e sorri enquanto enxugava as minhas lagrimas.

—Andei me informando, afinal queria lhe dá um presente completo. Queria lhe dá um fio de esperança, um rumo para seguir. - expliquei antes de pegar a caixa que havia trago comigo. - Feliz aniversario.

—Obrigado, não precisava. - ele sussurrou suave assim que lhe entreguei a caixa.

Em seguida ele abriu a caixa e tirou de lá três estojos pretos, o que lhe deixou confuso.

—Espera, é a minha caneta. Onde você a encontrou?- ele questionou surpreso assim que abriu o primeiro estojo preto e encontrou sua caneta tinteiro lá.

Havia dado aquela caneta para Felipe no dia em que nos casamos, foi um presente de casamento.

—Eu a havia levado para recarregar e tinha me esquecido completamente de buscá-la. Mas o senhor Luis me ligou avisado que ela estava lá e fui buscá-la. - expliquei e ele agradeceu enquanto passava o dedo indicador de leve na gravação que havia nela.

—Para o amor da minha vida. Para o homem que me fez esquecer meus ideais, e me mostrou a felicidade. Meu eterno amor. V.M. - Felipe leu perdido em pensamentos.

—Sei o quanto gosta dela, então decide devolvê-la.

—Obrigado. Do fundo do meu coração.

—De nada. - disse enquanto ele passava para a segunda caixa.

—É a medalha do Miguel?- ele questionou assim que abriu a caixa e reconheceu o colar.

—Sim.

—Lembro que a deixei no quarto dele, depois do enterro.- ele disse e me olhou surpreso. -Você entrou no quarto do nosso filho?

—Sim. Entrei e desarrumei tudo. E assim que achei essa medalha do arcanjo Miguel, tive certeza que deveria devolvê-la. Afinal, essa medalha era do seu avô.- disse e Felipe agradeceu pensativo.

—Você ficou chateado, porque não o chamei para desarrumar o quarto do nosso filho?- questionei preocupada e ele sorriu suave.

—Não. Acho que não teria a força que você teve . O que fez com as coisas dele?- ele questionou suave.

—Doei tudo para o orfanato em que Laura é voluntaria.- expliquei e ele concordou com a minha decisão antes de pegar a  caixa menor.

—Por que os está me devolvendo?- ele questionou confuso assim que abriu a caixa menor que continha minha aliança e meu anel de noivado.

—Achei justo. Afinal, foi você que mandou fazê-los. Não tem sentido eu continuar com eles.

—Pois acho que tem sentido. Eles foram um presente.

—Por favor, apenas os aceite de volta. - implorei e ele suspirou resignado.

—Tudo bem, se isso lhe faz feliz. - ele disse fechando a caixa.

—Posso lhe dá um abraço. - pedi suave e Felipe sorriu concordando antes de envolvê-lo em um abraço apertado.

Um que há muito tempo não dávamos um no outro.

—Desejo a você toda a felicidade do mundo. Que partir de hoje, não tenha mais que sofrer por amor. E que você encontre alguém que te ame muito mais que eu amei, que lhe dê o devido valor que você merece. - desejei enquanto sentia seu perfume pela ultima vez.

—Desejo o mesmo a você. - ele sussurrou enquanto me abraçava mais forte antes de me soltar.

—Eu preciso ir. Adeus Felipe. - sussurrei enquanto me levantava da cama e seguia em direção a porta.

—Valentina?- ele me chamou e virei para vê-lo.

—Sim.

—Quero que fique com a medalha.- Felipe disse suave antes de se aproximar de mim com a caixa de joias nas mãos.

—Não posso, essa medalha era do seu avô.- sussurrei e ele revirou os olhos enquanto tirava a medalha da caixa e abria seu fecho.

—Eu aceitei seu anel de noivado e sua aliança de volta. - ele disse e suspirei enquanto afastava meu cabelo para o lado para que ele colocasse a medalha.

—Que o arcanjo Miguel proteja você sempre.- ele sussurrou após colocar a medalha em meu pescoço.

—Obrigada. - sussurrei com os olhos marejados enquanto olhava para Felipe e tocava a medalha em meu peito. – Obrigada pela vida maravilhosa que você me proporcionou e pelo filho lindo que você me deu, mesmo que ele tenha ficando tão pouco tempo conosco. Obrigada por tudo.

—Eu é que agradeço por ter me proporcionado tudo que sempre sonhei.- Felipe sussurrou com os olhos vermelhos e lhe dei um ultimo abraço antes de soltá-lo e ir em direção a porta.

—Vejo você amanhã, não é?- ele questionou preocupado assim que abri a porta.

—Claro, estarei lá. Adeus Felipe. - disse antes de sair do seu quarto.

Desci as escadas rapidamente, pois não aguentava mais segurar minhas lagrimas, que ameaçavam cair de novo. Assim que estava segura em meu carro, me permitir chorar enquanto tentava manter em mente que estava fazendo o certo. Nós dois merecíamos ser felizes, mesmo que não estivéssemos juntos. E com essa certeza em meu coração, depois que me acalmei, dirigi para a minha casa. Afinal, tinha um voo para pegar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Imagem do capitulo:

http://www.polyvore.com/segunda_chance_capitulo_12/set?id=216988687