Segunda Chance escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 10
9- “Namorada”


Notas iniciais do capítulo

E para quem estava doido para saber o que aconteceu após o final misterioso do capitulo sete, hoje teremos a continuação.
Espero que gostem.



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5 anos atrás...

Assim que consegui me orientar depois da batida, senti uma dor terrível na minha cabeça e meus ouvidos zumbiam alto.

—Querida, está tudo bem?- ouvi a voz de Felipe sussurrar ao longe, sendo atrapalhada pela confusão que estava a minha cabeça.

Antes que eu consegui responder, vi alguém abrir as portas  do carro e nos tirar a força de dentro.

—Tem certeza que é ele?- ouvi um cara usando mascara de esqui dizer ao longe.

—É ele sim. Bate com a foto.

—E o que fazemos com ela?- outro cara usando mascara de esqui questionou.

—Acho que vocês merecem uma diversão.- ele sugeriu malicioso e Felipe ficou na minha frente.

—Vocês não precisam dela. Vocês vieram atrás de mim e não dela.- ele disse serio enquanto a confusão em minha cabeça passava.

—Isso quem decide somos nós.- um dos outros seis caras que usavam mascara de esqui disse furioso.

—Pensem bem no que irão fazer. Se nos machucarem isso será uma declaração de guerra contra os Estados unidos. A embaixada não irá aceitar um atentado contra nós.- Felipe alertou serio.

—Não ligamos para isso, só queremos o dinheiro. E você é a nossa aposentadoria. Agora chega de falar e vamos para o carro.- o que parecia ser o chefe da quadrilha disse, e logo os outros começaram a nos levar para o carro, mas antes que pudéssemos entrar começamos a ouvir uma troca de tiros.

Sem dizer uma palavra, Felipe me empurrou para o chão enquanto me protegia com o seu corpo.

A única coisa que se passava em minha cabeça era que eu iria morrer, e não estava pronta para isso. Ainda não tinha feito a maioria das coisas que planejei para mim.

—Vocês estão bem?- ouvi alguém perguntar em português com um forte sotaque americano.

—Sim Paul. Graças a Deus você chegou a tempo.- Felipe disse aliviado enquanto se separava de mim e me ajudava a levantar do chão.

—Dessa vez conseguimos chegar a tempo, mas espero que não haja uma próxima.- Paul disse serio para Felipe que o ignorou enquanto dedicava sua atenção a mim.

—Valentina, você está bem?- Felipe questionou segurando minhas mãos tremulas na suas.

E antes que eu pudesse responder qualquer coisa desmaiei em seus braços.

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—Graças a Deus você está bem.- Laura disse acompanhada de Fabricio assim que ambos entraram  na enfermaria em que eu estava.

Laura me abraçou com força assim que se aproximou de mim.

Depois que acordei, fui informada pelo medico que estava na embaixada dos Estados unidos, e que tinha que dá meu depoimento sobre a tentativa de sequestro do filho do embaixador.

—Você nós deu um baita susto.- Fabricio disse preocupado e me abraçou assim que Laura me soltou.

—Eu estou bem. Apesar do susto.- assegurei suave assim que ele me soltou.- Onde está meu irmão?

—Deixamos ele com a sua vizinha, afinal ele já estava dormindo.

—Obrigada. E me digam que vocês não avisaram para os meus pais?!- implorei e ambos asseguraram que não, o que me deixou aliviada.

—Esse seu primo Laura, é um perigo. Pelo que ouvi pelos corredores da embaixada, esses bandidos eram de alta periculosidade.

—A culpa não foi do Felipe. Pelo amor de Deus, ele quase morreu. Ou melhor, meu primo e a minha melhor amiga quase morreram , então seja mais sensível.- Laura pediu seria.

—Ele não teve culpa. Felipe se arriscou para me defender, só Deus sabe o que eles iriam fazer comigo se ele não tivesse me protegido.- esclareci aos dois e logo vi Felipe entrar na enfermaria escoltado por quatro seguranças enormes.

Felipe  mal cumprimentou  a prima antes de vir em minha  direção  me surpreendendo com um abraço apertado, como se nunca mais fosse me soltar.

—Você está bem?- Felipe sussurrou aflito assim que se afastou um pouco de mim para ver meus olhos.

—Estou.- assegurei e ele respirou aliviado antes de voltar a me abraçar com força, mas percebi que a manga do seu braço esquerdo estava suja de sangue, o que me deixou nervosa.

—Você se machucou?- questionei preocupada assim que me separei dele.

—Estou bem, foi apenas um arranhão.- ele assegurou suave.

—Tem certeza?

—Tenho, devo ter me machucado quando caímos no chão. E a sua cabeça, ainda está doendo muito?- ele questionou preocupado e neguei.

—Temos que ir Felipe.- Paul informou e Felipe suspirou a contra gosto.

—Para onde você vai?- questionei preocupada, pois ele poderia ter se machucado mais seriamente e não querer me contar.

—Não precisa se preocupar, estou bem. Só vou ter que ficar enclausurado na embaixada até não ter nenhuma ameaça contra mim.

—Dra. Torres, estamos prontos para ouvi-la.- um homem disse serio assim que entrou na enfermaria.

—Ela não pode fazer isso depois Edward?- Felipe implorou.

—Não Felipe, se despeça de sua namorada e siga seus guarda-costas.- Edward disse severo e olhei para Felipe de forma questionadora.

—Te explico depois.- ele pediu e concordei contrariada, em seguida ele beijou a minha testa de forma demorada antes de sair escoltado por seus guarda-costas.

—Podemos, Dra. Torres?- Edward questionou e concordei.

—Vou com ela .- Fabricio disse serio e Edward concordou  antes de indicar o caminho para a sala onde eu daria meu depoimento.

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Já havia se passado praticamente duas semanas desde a tentativa de sequestro de Felipe,  era a mesma quantidade de dias em que não falava com ele, nem Laura tinha noticias do primo.

Todos no escritório perguntavam dele e eu já não sabia mais o que dizer, afinal estava tão no escuro quanto eles.

E deve admitir que estava sentindo saudades da minha sombra.

—Sentindo minha falta?- ouvi a voz de Felipe questionar enquanto olhava de forma distraída para o local em que ele sempre se sentava.

—Você voltou.- disse feliz antes de correr para abraçá-lo.

—Nunca pensei que você iria sentir tanto a minha falta.- ele brincou antes de nos separarmos.

—Odeio admitir, mas senti falta de ter a minha sombra.- brinquei e ele sorriu suave.

—Estamos te esperando aqui fora. Você só tem trinta minutos.- Paul disse e Felipe concordou antes dele sair.

—Então você não voltou.

—Ainda não. Meu pai ainda acha que estou em perigo. Ele ficou uma fera quando soube que sai sem meus guarda-costas.- ele explicou suave enquanto pedia que sentássemos.- Me desculpe por não ter ligado para você, mas estou num tipo de “prisão domiciliar”.

—E isso vai durar quanto tempo?

—Só até o serviço secreto confirmar que não estou mais em perigo.

—Puxa, sua cabeça vale mesmo muito dinheiro.- brinquei e ele sorriu.

—Você não faz ideia Valentina.

—Acho que está na hora de você me explicar, por que disse para todo mundo da embaixada que sou sua namorada?- questionei seria e ele gemeu envergonhado.

—Me desculpe por isso, mais foi uma medida desesperada. Você havia desmaiado e não podia pedir asilo para a embaixada, sem isso você não podia entrar. E eu não deixaria você sozinha depois de tudo que passamos, então inventei que você era minha namorada. O que permitiu sua entrada. Me desculpe por tê-la colocado em perigo.

—A culpa não foi sua.

—Foi. Paul me alertou sobre as ameaças, mas não dei ouvidos. Afinal, sou ameaçado todos os dias, se seguisse a risca o plano de segurança não colocaria minha cara na rua.- ele disse envergonhado antes de olhar em meus olhos.- Não sei o que faria se algo de ruim tivesse acontecido com você. Eu a coloquei em perigo e jamais vou me perdoar por isso.

—Não é culpa sua, e além do mais estou bem. Se não tivesse me protegido nem sei o que teria acontecido.

—Não vamos pensar nisso. O que importa e que estamos bem.

—Temos que ir Felipe.- Paul disse assim que abriu a porta.

—Não posso ficar mais trinta minutos.- Felipe pediu suave.

—A não ser que queira que o embaixador venha pessoalmente buscá-lo aqui.- ele lembrou e Felipe suspirou concordando.

—Tudo bem, posso me despedir de Valentina a sós?- ele perguntou e Paul concordou antes de nos deixar a sós.

—Seu pai está aqui?- questionei confusa  e ele concordou enquanto tirava um convite do bolso do paletó.

—Meus pais querem conhecer a mulher por quem o filho deles deixou o protocolo de segurança de lado. – ele disse me entregando o convite.

O convite por si só já era imponente.

Ele era feito com um papel um pouco pesado, além de possuir o meu nome em letras elegantes.

—O que é isso?

—Isso é o convite anual do baile da embaixada, e gostaria muito que você me acompanhasse.- ele pediu e o olhei confusa.

—Isso é um encontro?- questionei receosa.

—Não. Apenas, gostaria de apresentar minha família para você, afinal já conheço a sua. Não acha justo?

—Acho. Tudo bem. A que horas você irá me pegar?- questionei e ele me olhou sem saber como falar.

—Ainda vou estar em “prisão domiciliar”, então vou pedir ao Paul para buscá-la. Você se importaria?

—Ele é de confiança?- questionei e Felipe sorriu.

—Ele salvou a nossa vida, acho que isso é uma prova de que ele pode ser confiável.

—É verdade.- sussurrei Felipe sorriu suave.

Em seguida ele se despediu de mim e saiu.

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Laura havia passado o dia todo me ajudando a escolher um vestido para o baile, assim que encontrei o vestido perfeito decidimos ir para a sua casa fazer um lanche e assistir a um filme, como fazíamos antigamente.

—Mãe, pai chegamos.- Laura disse assim que entramos em sua casa.

—Estamos na cozinha, e venha aqui rápido. Temos  uma surpresa.- Ouvimos Sophia dizer e Laura me arrastou em direção a cozinha.

Assim que chegamos a cozinha vimos seus pais e um homem que nunca tinha visto na vida.

—Oi prima.- ele disse sorrindo e Laura sorriu antes de correr para abraçá-lo.

—Nem acredito que você está aqui. Crys e Lice vieram com você?- Laura questionou feliz assim que se separou do primo.

—Não, preferi deixá-las na embaixada. Depois do que houve com o meu irmão, ainda não me sinto seguro em sair com elas.- ele disse suave e ela concordou.

—Valentina, esse é o irmão mais velho do Felipe, o Arthur. Arthur, essa é a minha melhor amiga, Valentina.- Laura disse nos apresentando.

Então, aquele era o irmão de Felipe.

—É um prazer conhecê-lo.

—Então, você deve ser a mulher que virou a cabeça do meu caçulinha?- ele questionou se dirigindo a mim e o olhei confusa.

—Acho que você deve estar se confundindo. Felipe e eu somos apenas amigos.

—Meu irmão  jamais se arriscou diante de uma ameaça. Se ele fez isso é porque ama você.

—Vivo dizendo isso a ela, mas quem disse que Valentina me escuta.- Laura disse e olhei feio para ela.

—Será que poderíamos conversar a sós, Valentina?- Arthur  pediu e concordei enquanto íamos para a sala.

—Aconteceu alguma coisa com o Felipe?- questionei preocupada assim que nos encontramos a sós.

—Não, ele está bem.

—Então, porque gostaria de conversar comigo?

—Porque gostaria de lhe pedir um favor.- ele disse e concordei confusa, afinal mal nos conhecíamos.

—Se você não quiser algo com meu irmão, diga isso a ele. Não alimente o que ele está sentindo. Não suportaria vê-lo sofrendo.- Arthur pediu e pisquei confusa.

—Jamais fiz uma coisas dessas. Sempre deixei bem claro que não queria ter nada com ele.- disse seria e ele sorriu suave.

—Sei disso, mas não podemos mandar em nosso coração Valentina. E, mesmo que  nem você e nem meu irmão admitam o que estejam sentindo, posso ver nos olhos dos dois.

—E o que você vê?- questionei curiosa e ele sorriu suave.

—Vejo um amor épico.- ele disse suave antes de sua tia vir até a sala para perguntar se ele ficaria para o jantar.

Perturbada com suas palavras, disse a Laura que tinha alguns processos para terminar de ler,  por isso não poderia ficar mais.

Enquanto caminhava para minha casa, não pode deixar de pensar em tudo que Arthur me disse.


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