Além de mim escrita por Lara Queen


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha esquecido de postar o cap ontem, pq tava toda enrolada em casa. Desculpa aí gnt, foi mal :/
Eu tava dando uma lida no cap 8 e notei alguns erros q passou despercebido por mim na hora de postar, então me desculpem por isso. Enfim, esse aqui tá mais curtinho, mas eu achei que seria bem importante.
Quero agradecer aos leitores fantasminhas que finalmente apareceram graças ao meu presentinho Ladynoir. Sério, eu fiquei doida quando vi ♥
Espero que vcs gostem e me desculpem qualquer erro q eu tenha deixado passar, certo?
Boa leitura :)



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Capítulo 9

O GATO

A noite havia sido agitada. Tentei lutar contra a insônia, mas infelizmente perdi essa batalha. Virei de um lado para o outro, procurando por uma posição confortável.

Aquilo tudo era culpa da Ladybug, por ter me proporcionado uma noite tão boa e divertida.

Seus olhos, seu sorriso, o som da sua risada... As curvas de sua cintura, a delicadeza de seu corpo, os belos traços do seu rosto... Tudo mexia comigo. Meu corpo estava quente e um calor incondicional começou a se alastrar sobre mim. Malditos hormônios! Joguei o cobertor para o lado e levantei-me da cama. Olhei para o relógio na cabeceira que marcava duas e meia da manhã.

— Quando chegar à escola amanhã, eu vou estar acabado. – Passei as mãos no cabelo, suspirando.

Plagg estava dormindo profundamente, murmurando algumas coisas estranhas durante o sono. Deveria estar sonhando com uma pilha de queijo ao seu redor, pois mantinha um sorriso sereno. Fui para o banheiro e tomei um banho para me refrescar. Depois fui para a cozinha e preparei um leite quente com chocolate, como minha mãe costumava fazer para mim quando não conseguia dormir.

Mamãe...

Pensar nela não doía tanto como antes, quando ela nos deixou. Preferia lembrar-me de nossos momentos de alegria, quando a família estava reunida na mesa da varanda bebendo suco e comendo biscoitos. Ela gostava de usar um vestido azul-turquesa e cabelos presos num rabo de cavalo, e ficava ainda mais linda quando se misturava entre as flores do jardim. Minha mãe tinha uma grande paixão por jardinagem, então eu costumava ajudá-la a regar as plantas, sujando as mãos de terra e plantando flores no jardim.

Um dia lhe presenteei de aniversário com um buquê de lírios brancos, que era a sua flor favorita pelo aroma adocicado. Ela gostou tanto, que havia uma área apenas com tais flores. Era o recanto dos lírios, onde se encontrava um banco e uma mesa de tons claros para combinar com o ambiente. Ela sentava-se ali todos os dias pela manhã com um livro na mão, respirando o ar fresco e tomando um suco de laranja. Meu pai tinha várias fotos dela naquele lugar. Agora, não sabia onde ele as havia escondido.

Um barulho vindo da sala acabou me despertando. Deixei a caneca de leite em cima da mesa da cozinha e fui em direção ao som que veio da sala.

Meu pai fechava a porta da frente, segurando uma pequena mala de viagem, tentando não fazer muito barulho. Eu o observava sorrateiramente encostado na parede da cozinha, perto da porta que dava para a sala. Quando ele pretendia subir as escadas, notou a luz da cozinha acesa. Desviei rapidamente o rosto, sentindo um calafrio percorrer minha espinha e meu corpo tremer de receio. Engoli em seco e fui correndo pegar minha caneca de leite quente.

Antes mesmo que eu abrisse a outra porta que dava para o corredor dos empregados, meu corpo paralisou ao ouvir meu nome sendo pronunciado.

— Adrien, o que está fazendo acordado a essa hora da noite?

Virei-me lentamente para ele, que me encarava de volta com seu típico olhar reprovador. Dei um sorrisinho forçado e o mesmo uniu as sobrancelhas sem achar graça.

— Isso não é hora para ficar zanzando pela casa. Tens aula amanhã de manhã, sabia?

Abaixei a cabeça e suspirei.

— Eu sei disso, pai. Desculpe-me... Não consigo dormir, então eu fiz leite quente para ajudar o sono vir.

— Entendo.

Ele respirou fundo e massageou as têmporas, como se estivesse estressado. Ele não era a pessoa mais paciente do mundo, mas era possível notar que o motivo daquilo não era apenas por eu estar fora da cama. Deveria ter acontecido alguma coisa durante sua viagem que o deixou daquele jeito. Eu o conhecia bem para diferenciar seu humor, mesmo que ele tentasse se fingir de indiferente. Queria muito perguntar o motivo, mas com toda a certeza eu levaria um belo fora.

— Aconteceu alguma coisa? – Arrisquei.

— Não aconteceu nada que seja do seu interesse, garoto. – Como eu pensei.

Eu senti raiva ao vê-lo ser tão rude comigo. Então eu lembrei-me de sua conversa no telefone sobre a minha mãe. Não entendia a razão de ele esconder aquilo de mim, já que era sim do meu interesse. Minha mãe era importante e eu queria saber o que raio aconteceu.

— Você conseguiu mais alguma pista da minha mãe? – perguntei comprimindo os lábios, com medo de qualquer reação inesperada.

Sem querer enrolar na conversa, decidi ir direto ao ponto. Talvez eu tenha sido muito precipitado.

Ele cerrou os punhos e me olhou feio. Respirou fundo, falhando em sua busca por autocontrole. Estava surpreso pela minha pergunta e com raiva por eu saber de seu segredinho.

— Por acaso anda me bisbilhotando? – Ele levantou a voz e deu alguns passos na minha direção, fazendo-me recuar, apreensivo.

— Não importa como descobri. Quero saber sobre minha mãe. – Desafiei-o. Sim, era arriscado. Sentia-me como se estivesse colocando minha vida em risco, mas era a única maneira de conseguir respostas.

— Adrien, não seja tolo! Isso não te diz respeito!

— É claro que me diz respeito! É a minha mãe! Por que está escondendo algo tão importante de mim? – Minha voz também se elevou.

Meus olhos ardiam pela raiva. Estava farto de ser tratado daquela forma. Sentia falta de minha mãe e de sua doçura. O carinho que ela tinha por mim era sem igual. Era a única que poderia me proteger de tudo aquilo.

Eu entendia que meu pai sentia falta dela, e isso estava mais do que evidente. O mesmo queria esconder seus sentimentos com aquela maldita máscara de empresário sério. Lá no fundo eu sabia que ainda restava um pouco daquele pai que gostava de sorrir quando a família estava unida. Ainda tinha resquícios de gentileza e afeição, mesmo que mínimos.

— Sua mãe está morta, Adrien. Temos que aceitar isso.

Não!

— A pista que eu tinha era falsa. Permiti-me sentir esperanças em um caso sem solução, e no fim não há mais nada pelo que procurar. Acabou, Adrien...

Algo dentro de mim foi dilacerado. Talvez fossem minhas expectativas, minhas esperanças, uma razão pelo o que esperar. Não havia sobrado nada.

Ele aproximou-se de mim, suavizando a expressão. Olhei para seus olhos cinzentos e opacos, havia mágoa também. Tocou meu ombro, querendo me dar apoio. Pela primeira vez em muito tempo eu o vi agindo como alguém que se importava.

Eu queria libertar algo que estava preso em mim havia muito tempo. Algo que estava me agonizando, me sufocando. Acabou saindo como um soluço desesperado, e os olhos que ardiam já estavam banhados pelas lágrimas.

Eu não queria acreditar que não poderia ter a minha família unida de volta. Não poderia mais ver a minha mãe, definitivamente.

Ele estava mentindo para mim! Só poderia ser isso!

— Eu só não lhe contei antes, filho, pois não queria que houvesse a possibilidade de tudo ser uma ilusão. Não queria que você se magoasse novamente.

E ouvir aquilo... foi o ápice para mim.

— Por que está se importando comigo agora? Quando precisei de você, escondeu-se no trabalho com sua máscara de indiferença! Parecia que não ligava para mim!

— Adrien, eu...

— Eu não quero ouvir! Ela queria que cuidasse de mim, e você não cumpriu o propósito. – Estapeei sua mão para que não me tocasse. – Agora é tarde demais para agir como deveria.

Enxuguei os olhos e controlei o choro. Sentia-me como uma criança carente e ressentida. Minhas lágrimas eram de raiva, justamente por ele ter dito o que eu não queria ouvir.

Ele massageava a mão que antes estava em meu ombro. Ele tinha um misto de arrependimento, tristeza e frustração. Também havia mais coisa, mas não soube identificar. Estava abalado demais para me importar com o que ele sentia. Soltou um suspiro de derrota, sem saber o que dizer. Só pude olhá-lo com revolta.

— Sei que não fui o melhor pai do mundo. – E não foi mesmo. – É que você tem os olhos da sua mãe. E sempre quando o vejo, é como se ela estivesse me observando. Um verde vivo, cheio de otimismo e doçura. Era difícil para mim, e está certo que isso não justifica meu erro, mas de qualquer forma me machuca. Arrependo-me profundamente por não ter dado a atenção que você merece, mas saiba que nunca deixei de me preocupar com você, Adrien.

Se ele estava tentando se desculpar, aquilo não era o suficiente para compensar dois anos de ignorância. Havia muito tempo que ele não me tratava como um filho, mas como uma mera imagem a ser exposta pela sua empresa. Balancei a cabeça, negativamente, incrédulo. Passei por ele, esbarrando em seu ombro, aborrecido, indo em direção à porta. Antes de sair, olhei pela ultima vez a sua figura parada perto da mesa da cozinha.

— Pelo menos você admite seus erros, mas ela não se orgulharia com o que se tornou.

Sua postura ficou rígida. Saí dali pisando firme no chão, subindo as escadas marchando. Pela raiva que estava sentindo, havia esquecido completamente de meu achocolatado. Quando voltei para o meu quarto e olhei para o relógio, marcava três e quinze da manhã.

Joguei-me na cama com brutalidade. Meu sono havia se perdido há muito tempo. Se não havia conseguido dormir antes, a raiva não me deixaria dormir nunca. Fiquei me revirando na cama até encontrar a posição certa. Tentei meditar e pensar em outra coisa que não fosse a conversa.

Depois de longas horas lutando para dormir, finalmente alcancei meu objetivo.

Até acordar atrasado no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Bem... Tava faltando um pouco dessa relação entre os Agrestes na história. Gabriel precisa de uma razão para ser tão frio com o filho. Talvez seja pq Adrien lembra muito a mãe, Clarisse Agreste. Seria meio justo, já que Gabriel sofre muito pela perda da mulher.
Me contem o q acharam do cap, pq a opinião de vcs é importante para mim ♥
O próximo vai ser bem maior, acreditem. Talvez seja o maior da fic até agora.
Até segunda - se eu não atrasar :v
Kisses :*