Livro 1 - Alvorecer de uma nova era escrita por MsMistery


Capítulo 9
Cap 7 - Parte I: A conferência


Notas iniciais do capítulo

Eu não queria postar essa parte do capítulo sem finalizar meu OC... mas estou levando muito tempo pra trabalhar na caracterização e sua história/origem (que não entra nesse capítulo ainda)... Entãaaao, embora não seja muito minha preferência postar capítulo incompleto... vou postar aqui o que já está feito, enquanto trabalho no resto.

Ta dando um trabalhinho... :x

Sem contar a interação Korrasami... MANO, minha tentativa de fazer slow burn ta sendo pulverizada toda a vez que escrevo interação das duas. O romance se escreve sozinho! (Coitado do Mako... kkkkkk perdeu.)

Bom, essa primeira parte do capítulo é preparação pro que está por vir, não se preocupem que não vai ser sempre esse "resumo de informações"; Isso é como se fosse "passagem de tempo" até o momento em que as partidas do torneio de dominação começam.

Espero que curtam, até as notas finais! o



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Quatro dias depois do almoço com o novo Time Raava, Korra se encontrava em cima de um palanque, com um microfone na mão, encarando um amontoado de jornalistas. Apesar de estarem sentados, eles causavam um grande alvoroço pra conseguir sua atenção. Lidar com a imprensa era com certeza a tarefa mais extenuante para a Avatar. 

A sua expressão de tédio foi mascarada, mas em sua mente, ela se imaginava batendo com a testa naquela superfície de madeira, enquanto grunhia em frustração. 

Embora tenha aprendido a importância das palavras, e o peso que poderiam ter se utilizadas da maneira correta... ainda odiava ter que pensar cuidadosamente no que deveria dizer. Korra é do tipo de pessoa espontânea, que gosta de falar aquilo que vêm à mente, sem filtro. Ter que tomar cuidado com suas palavras pra que não sejam distorcidas e usadas contra ela, era um pé no saco.

Em pensar que ela tinha que fazer isso todos os dias no conselho, argumentando com Tarlok... Quase bate um leve arrependimento.

E agora com esse bando de filhotes de Vaatu, que esperavam uma palavra errada pra tentar derruba-la.

Porque estava fazendo aquilo mesmo?

Ah, é... Agora ela fazia parte do conselho. Tinha que manter sua imagem de ‘sucessora perfeita’, pra aumentar sua influência. Sem contar que cada um dos integrantes do time Raava cooperavam à sua maneira pra ajudar Korra em seu novo objetivo.

Asami usava da própria influência – ou a de seu pai – pra arranjar seu espaço na rádio, e trabalhava no plano de divulgação do programa, além de ajudar seu pai nas indústrias futuro.

Mako, uma vez que o torneio de dominação acabar, se apresentará na academia de policia de cidade República, pra começar o treinamento necessário e ingressar nas tropas. Caso obtivesse sucesso, patrulharia cidade República atento ao movimento das tríades. Ela sabia que seu ex conseguiria entrar pra força, como já o fez no futuro.

Bolin queria fazer parte do esquadrão especial de dominadores de metal, mas Korra conseguiu convencê-lo de que seria uma ideia melhor aprender a dominar metal primeiro, e enquanto não aprendia, poderia se alistar pra academia de polícia, pra fazer parte de uma equipe patrulha com Mako.

A verdadeira habilidade de Bolin não estava na dominação de metal, ela sabia disso, mas seria maldade acabar com as esperanças dele tão cedo. Principalmente quando ela não poderia ensina-lo dominação de Lava... Será que eu poderia aprender a dominar lava também?

O flash de uma câmera a despertou de seus devaneios, e bem rápido, ela engoliu sua frustração abrindo um sorriso.

Era hora de fazer sua parte.

"Avatar Korra! Avatar Korra!"

"Sim?" Disse Korra, dirigindo-se ao jornalista sentado lá nas últimas cadeiras, organizadas em fileiras pra aquela coletiva de imprensa.

"É verdade que você entrou no conselho só pra aprovar as decisões do conselheiro Tenzin?"

"E porque eu faria isso?" Desviou uma pergunta com outra, sabendo a razão por trás daquela questão.

"Ele é filho do Avatar Aang, e seu mestre e dominação de ar. Foi ele quem te influenciou a entrar no conselho?"

"Não, eu quem pedi. Insisti na verdade, vocês devem imaginar o quão difícil foi convencê-lo..." Respondeu com certo humor, sabendo que o carisma é que conquistava os jornalistas. A compostura que aprendeu a ter, depois de anos, ajudou a suprimir a irritação. "Infelizmente não tenho idade suficiente pra votar a favor ou contra as decisões tomadas, mas sou grata pela oportunidade de aprender como o nosso sistema governamental funciona" – Que é uma falha, pensou, mas sabiamente não incluiu em sua resposta. – "E agir a favor dos cidadãos de cidade república, que tem sido lesados por certas leis que o conselheiro Tarlok criou.”

Sons de surpresa ecoaram por todo o canto. Korra sorriu com as expressões de choque de alguns jornalistas. Um baixo murmúrio reverberou, enquanto eles conversavam entre si o que pensavam sobre aquela revelação.

Korra aproveitou o momento pra continuar sem ser interrompida por outra pergunta, toda e qualquer oportunidade que tivesse de queimar a imagem do Tarlok seria aproveitada. Sabia que ele não aceitaria tudo aquilo calado, e já esperava algum tipo de retribuição, mas estava preparada pras consequências. O apoio dela seria a população. “Se compartilhar minhas ideias com os outros conselheiros ajuda, então meu papel está sendo cumprido. Devo dizer que tem sido uma experiência edificante, até agora. Todos os dias, aprendo muito com eles, não só com Tenzin."

Ela não era otária de queimar o conselho todo, então lançou um elogio aos outros conselheiros pra inflar um pouco o ego deles, e torna-los mais suscetíveis a ouvir suas ideias. Sabe que se fizer um ataque direto a eles, como fez com Tarlok, estaria colocando-os contra ela e Tenzin.

"Algo mais?" Sabia que ele não tinha mais nada pra perguntar, estava claro que ele desdenhava de sua resposta. No mínimo, esperava que ela respondesse como uma criança sem opinião própria, pra escrever sobre como a Avatar esta sendo manipulada pelo filho de sua vida passada, ou algo do tipo. Odiava esse tipo de jornalista.

"Não." Disse simplesmente, e voltou a sentar.

"Avatar! Avatar Korra! Avatar!" Eram tantas pessoas falando ao mesmo tempo, que ela não sabia quem era quem. Apontou pra um carinha aleatório no meio e disse "você"

Carinha aleatório levantou com um sorriso de superioridade, que Korra imediatamente repugnou. Tinha quase certeza que Tarlok escolheu esses caras a dedo, pra tentar fazê-la sentir ineficiente.

"É verdade que na próxima semana você vai estrear um programa na rádio só seu?" Até que não era uma pergunta ruim.

Korra sorriu, mentalmente pedindo desculpas por ter julgado carinha aleatório, só porque ele exalava esse ar de ‘sou melhor que todos’. E o que é que ele tem com aquele cabelo? Nem Mako usa tanto gel assim... "É sim. A partir dessa terça, vou estar atendendo ligações e respondendo a toda e qualquer pergunta dos cidadãos de Cidade República ao vivo. As terças e quintas, das 18:30 às 19:00 da noite. Algo mais?" Parecia até propaganda das novelas de rádio, mas não ligava. Era importante que as pessoas soubessem que ela estava disponível... e isso meio que já ajudava na divulgação. Asami disse que ela deveria se aproveitar dessas oportunidades, afinal de contas.

Aquele carinha aleatório estava tramando alguma, pois abriu aquele sorrisinho de superioridade de novo. Korra já se preparou pro baque. "É verdade que isso é uma tática do conselho pra distrair as pessoas dos acontecimentos recentes?"

Korra reconheceu que era uma pergunta plausível, mas odiava o jeito como ele perguntou aquilo, como se esse seus projetos não fossem nada além de uma perda de tempo.

Com um sorriso ensaiado, escondeu mais uma vez sua irritação, e respondeu: "É verdade que tenho a intenção de tranquilizar as pessoas de Cidade República, mas não é só por isso que eu concordei com esse programa de Rádio. Eu quero que as pessoas saibam que estou acessível a todos. Estou perto, e presente. Que se tem algo que queiram saber sobre essa revolução, ou sobre como estou lidando com as tríades, ou até qual a minha cor favorita, só ligar. Vai ser um prazer responder."

O jornalista pareceu aceitar a resposta, então Korra procurou outra pessoa pra dar a oportunidade de fazer a pergunta.

Uma jovem de cabeça baixa, no canto direito da fileira da frente chamou sua atenção. Ela não parecia ter mais de dezenove anos, Korra percebeu que ela estava mais concentrada em anotar tudo o que estava sendo dito, do que em tentar fazer sua própria pergunta. Com isso em mente, fez um sinal com a mão pra que os jornalistas esperassem, e fingiu beber água, pra dar tempo daquela garota terminar sua anotação.

Quando olhou pra cima, os olhos de Korra já estavam focados nela. A Jornalista sorriu com a atenção recebida, e levantou a mão. Foi mais pelo procedimento, do que por necessidade, sabia que a Avatar já tinha a escolhido.

"Você" disse a Avatar com um sorriso gentil no rosto.

Aquela jornalista ouvia seus colegas de trabalho falar sobre noite de gala como se fosse o evento mais marcante da carreira deles. Eles não tiveram pergunta nenhuma respondida, porque alguns jornalistas rudes tiraram a vez de outros. Mas ao final de todas as respostas, seus colegas estavam tão impactados com a 'Energia da Avatar' (como eles haviam chamado), que nem pensaram em fazer suas próprias perguntas. Estavam ocupados demais absorvendo o significado das palavras que ela havia dito.

A matéria que seu amigo Xin publicou sobre a sensibilidade da Avatar, rendeu muitos yuans pro pequeno jornal deles.

Naquele momento, Maia imaginava como seus colegas deveriam ter se sentido. O sorriso gentil da Avatar era cativante, e tranquilizador. Ela tinha a confiança esperada do ser mais poderoso do mundo, e não se permitia cair em armadilhas. Não se envergonhava com respostas ansiosas, pelo contrário, respondia com tranquilidade e bom humor, de maneira que ninguém poderia acusa-la de ser algo que não era...

Geralmente, era trabalho de seu amigo Xin comparecer nas coletivas de imprensa, e escrever uma matéria. Maia apenas revisava o conteúdo, e dava o ‘tudo ok’ para prosseguir pra impressão.

Por conta disso, não tinha preparado uma pergunta, muito menos esperava que a Avatar fosse notar sua presença. Mas diante daquele olhar intenso, ela não podia passar a oportunidade: "Você disse que a primeira coisa que viu ao chegar, foi o poder abusivo das tríades sob as pessoas indefesas de cidade república. Como isso te fez sentir?" Ela queria trazer à tona a sensibilidade que a avatar demonstrou na noite de Gala, queria ver com os seus próprios olhos...

Positivamente deixando Korra num estado de choque. Era a primeira vez que uma jornalista fazia uma pergunta com genuíno interesse, sem intenção de criticar, ou questionar suas atitudes. Por essa razão, a avatar acabou perguntando "Qual o seu nome?"

Pega de surpresa, a garota corou e ajeitou os óculos de armação fina e retangular em seu rosto. "Maia Lan, do Yue Diária."

Um outro jornalista soltou uma baixa risada quando ouviu o nome do jornal, fazendo Maia corar um pouco mais. Ela sabia que o Jornal onde trabalhava estava longe vender tantas cópias quanto o ‘Notícias de Cidade República’, mas as matérias que eles publicavam sempre se baseavam em fatos, e o profissionalismo demonstrado por seu chefe e colegas de trabalho, a mantém inspirada todos os dias. Não trocaria aquele ambiente sadio de trabalho por nenhum outro sensacionalista, que se aproveita de rumores pra vender mais. Ela estava satisfeita com o trabalho que tinha, e estava dedicada a escrever matérias que ajudariam o Yue Diária crescer.

"Amei sua pergunta, Maia." Korra respondeu com o mesmo sorriso gentil, que a jornalista foi incapaz de não retribuir. "Eu vou admitir aqui que naquela época eu não fazia ideia do quão ruim estava a situação de Cidade República. Eu tinha literalmente acabado de chegar, e achava que essa república era um local próspero, e cheio de oportunidades pra todos. Estava muito animada por finalmente poder exercer meus deveres de Avatar." Korra riu, se lembrando do quão divertido foi derrubar aqueles bandidos "Desde criança, eu sempre sonhei com o dia em que eu ia poder sair pelo mundo, lutando contra mal feitores e restaurando o equilíbrio" Seu sorriso se tornou melancólico.

Se ela dissesse pra sua eu do passado o quanto gostaria de ser só mais uma dominadora de água, e viver uma vida pacífica na tribo da água do sul, provavelmente entrariam numa briga, e sua eu do passado tentaria a convencer do quão incrível é ser o Avatar, a pessoa mais poderosa do mundo! "Era ingenuidade minha achar que o dever de Avatar seria simplesmente chutar os caras maus, e esperar que o resto se resolvesse quando o inimigo fosse derrotado. Eu sou responsável pelos danos causados depois... E não digo isso só porque levei um aperto da Chefe Beifong-" Brincou, fazendo alguns jornalistas, incluindo Maia, rirem. Todos sabem da história de destruição causada pela Avatar em seu primeiro dia em Cidade República. "-Mas também porque depois que eu vi a extensão do problema, finalmente entendi que é responsabilidade minha não só acabar com as tríades, como também garantir que as pessoas que tiveram suas vidas prejudicadas pelo conflito estivessem bem, e seguras. É responsabilidade minha assegurar que os direitos dos cidadãos, não só de Cidade República, como do mundo, sejam respeitados pelos poderes instituídos para isso" Pausou, dando um tempo pra Maia acompanhar na escrita.

Quando os olhos dela voltaram a encarar a avatar, Korra continuou "Porque restaurar o equilíbrio não se trata só de combater os caras maus, e sim de garantir que ninguém... Nem. uma. pessoa. tenha que lidar com as consequências de algo que não é culpa delas. Garantir que ninguém tenha que fazer sacrifícios, ou ser sacrificado... Esse é o meu dever."

Uau... Maia pensou, sem conseguir desviar os olhos da Avatar, entendendo agora exatamente o que seus colegas queriam dizer com 'energia da Avatar'. Era como se as emoções dela fossem palpáveis, suas palavras alimentavam seu desejo de mudança, e seus olhos... Duvidaria que qualquer imagem pudesse fazer jus a determinação que ali brilhava. Antes que perdesse a linha de raciocínio, anotou rapidamente a última frase que ela havia dito, já imaginando a matéria perfeita a ser escrita.

"Respondendo a sua pergunta, desculpa por dar tantas voltas..."

Maia retribuiu o sorriso direcionado a ela. Já estava mais que satisfeita com aquela resposta, tinha até esquecido que pergunta fez para começar! Nunca se sentiu tão feliz pelo gravador de fitas que tinha em seu colo, assim ela poderia escutar novamente tudo o que foi dito. "Quando eu vi aqueles bandidos pela primeira vez, achei que era minha oportunidade de lutar contra o crime. Mas quando eu vi a extensão do problema, e o porque de tantas pessoas clamarem por essa revolução do Amon...” Pausou, sem saber como botar em palavras o que sentia. “Me senti desolada. Eu gostaria de poder estar aqui antes disso tudo. Antes que as pessoas começassem a culpar a dominação, pela falha no caráter de algumas pessoas. Eu garanto que com dominação ou não, é só uma questão de tempo até que as pessoas arranjem um jeito de tirar vantagem umas das outras.” Completou, mas ainda precisava que as pessoas entendessem o que ela quis dizer...

“Finjam por um momento que Amon conseguiu tirar a dominação de todas as pessoas de cidade república... Finja que todos se acostumaram com essa vida. Imaginem agora, essa mesma tecnologia que os igualitários estão usando pra trazer a mudança, sendo copiada, e reproduzida para venda. Quanto tempo até que outras organizações criminosas se formem, e utilizem essas armas como instrumento de coerção, contra pessoas que não tem treinamento pra se defender?” Deu um tempo, para que as pessoas conseguissem visualizar aquele cenário. “Qual a diferença?” Perguntou Korra, observando os rostos dos jornalistas que estavam mudos, atentos a suas palavras. “Tirar a dominação dos outros não livra o mundo do mal, apenas muda os instrumentos utilizados.” Finalizou seu raciocínio, dando continuidade pra sua resposta em seguida:

“O que eu sinto quando vejo pessoas se aproveitando da dominação pra extorquir pessoas indefesas? É o que o criador dessa tecnologia dos igualitários vai sentir, quando inevitavelmente suas inovações forem desviadas de seu propósito." Korra esperava que Hiroshi estivesse ouvindo essa transmissão. "Mas não precisam se preocupar, agora que estou aqui, vou mostrar tanto pras tríades, quanto pros igualitários como é que se usa a dominação." Sorriu, brincalhona.

O mais impressionante de tudo é que, quando ela disse isso, ninguém duvidou.

"Algo mais, Maia?"

Sim, Pensou a jornalista. Tinha tantas coisas que queria perguntar naquele momento... Mas nenhuma delas eram convenientes. Adoraria uma entrevista exclusiva com a Avatar. "Não, você respondeu bem. Bem-Vinda a Cidade República, Avatar."

Apesar de sua chegada não ser mais uma novidade, Korra sorriu, genuinamente feliz com a boa recepção. "Obrigada." Respondeu, e então o local foi novamente tomado por vozes que falavam umas por cima das outras, tentando ganhar a sua atenção.

De cabeça baixa, Maia voltou a escrever os pontos principais do que a Avatar havia falado.

Aquela conferência foi mais que produtiva.

 

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Avatar: Sinônimo de heroísmo.

 

“Garantir que ninguém tenha que fazer sacrifícios, ou ser sacrificado... Esse é o meu dever." Disse Avatar Korra, em sua última coletiva de imprensa. Logo abaixo desse texto vocês poderão conferir tudo o que foi dito, mas com essa frase em mente, gostaria de colocar algumas coisas em perspectiva.

Em tempos de crise como o que vivemos, é comum que se procure por uma figura de poder maior. Alguém que possa acabar com nossos problemas e nos trazer tempos de paz. Os igualitários encontram em Amon, a segurança de um futuro melhor. Já os dominadores amedrontados, tem a força tarefa como um mecanismo de defesa. Para ambos os grupos, seus respectivos líderes são heróis. Mas será que são mesmo? E acima de tudo, será que sabem o que é equilíbrio?

Se procurarmos no dicionário, encontraremos uma definição própria dessas palavras, mas não poderemos sentir a essência do que realmente significam. Da mesma maneira, se olharmos ao redor agora, veremos imagens de pessoas que querem ser heróis, mas não carregam essa essência. Dizem que vão restaurar o equilíbrio, mas no seu idealismo jogam outras pessoas na miséria. Tem algo de errado na situação que vivemos.

Pra começar, parem um momento para pensar como o significado de ‘equilíbrio’ pode variar de acordo com o ponto de vista; No igualitarismo, liderado por Amon, o equilíbrio está num mundo onde ninguém poderá tirar vantagem de outras pessoas, onde todos serão iguais. Para isso, é preciso se livrar da dominação, o elemento que dá uma vantagem desleal pra poucas pessoas selecionadas.

E para os dominadores? É justo perder parte de si, pra pagar pelos erros de outras pessoas? Não, não é justo. Então, para evitar que tal mensagem se espalhe, o objetivo de Tarlok é colocar uma rédea nos não dominadores, pra garantir que o equilíbrio seja mantido. Ambos os grupos querem o equilíbrio de volta, e veem em seus respectivos representantes essa imagem perfeita de Heroísmo. Mas será que isso é ser herói?

Herói é todo aquele que faz o bem, sem ver a quem. Não faz aos outros, aquilo que não deseja pra si, e age de acordo com a necessidade das outras pessoas. No entanto, se analisarmos o perfil de Amon e de Tarlok, podemos ver que eles falham nessa regra básica, pois só defendem pessoas específicas: Não-Dominadores, e Dominadores, respectivamente. Como se fossem tipos de pessoas diferentes.

No meio dessa divergência de opiniões, a chegada da Avatar não poderia ter acontecido em melhor hora. Apesar de inicialmente ser reconhecida como destruidora de propriedades públicas e privadas, ela leva a sério o significado do seu título. Korra carrega consigo a essência do que é ser herói, e é a representação de equilíbrio no seu mais puro significado: Sendo o meio termo na balança entre os extremos.

Com isso em mente, vejam o que foi dito durante essa última conferência, o que podemos esperar da nossa Avatar, e seus sentimentos sobre as pessoas de cidade república. Reparem na diferença das palavras de uma pessoa que carrega a essência do Heroismo.

 

Mako sorriu com a matéria publicada pelo Yue Diária. Ele geralmente lia o jornal ‘Notícias de Cidade República’, pois tinham mais informaões sobre as tríades, sobre a atividade da polícia, e quais foram as últimas leis aprovadas pelo conselho... Mas ultimamente eles têm aumentado suas vendas, em cima de rumores. Eles passaram a escrever teorias absurdas sobre a Avatar ser apenas uma ferramenta do conselheiro Tenzin, e enaltecem o trabalho do Tarlok... Notícias que poderiam prejudicar os planos de Korra.

Mako não quis mais saber de gastar dinheiro com notícias inúteis. Quando entrasse pra policia, teria informação direta sobre as tríades, e Korra estando no conselho, poderia dizer pra ele sobre o que eles andavam discutindo.

Nem compraria jornal naquela manhã, mas a manchete do Jornal Yue Diária chamou sua atenção. Quem quer que seja esse M. Lan, colocar aquela matéria antes da seção com as respostas que Korra deu na coletiva, a fez parecer uma líder diplomática e sensível... Uma verdadeira heroína, huh?

"A Korra vem pro treino de hoje?" Perguntou Bolin, esperançoso, dominando dois discos de pedra, girando-os no ar.

Na manhã seguinte à conferencia, os furões decidiram fazer um treino extra em equipe. Korra ficou de se juntar a eles no final da reunião que foi convocada por Tarlok de última hora.

Mako respondeu: "Vamos dar mais um tempo, ela falou que vinha. Tarlok deve estar enchendo o saco dela no conselho" Passou a página do jornal, interessado no que mais eles tinham publicado naquela edição.

Bolin sorriu "hoje eu definitivamente ganho dela no mano a mano"

Mako riu "Vai sonhando, Bro."

O dominador de terra voltou-se em direção a rede, arremessou as pedras que estava dominando, e acertou em cheio o alvo. "Eu vou ganhar..." Sorriu confiante.

 

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Sentado no chão, Bolin cuspia a água que entrou por baixo de seu capacete... "como?"

"Mesmo esquema que eu faço pra atacar você e Mako ao mesmo tempo. Distração. Você estava tão focado em tentar me acertar, que não percebeu o momento em que eu preparei o meu ataque. Girei como se fosse pra desviar, nesse curto momento de costas pra você, dominei a corrente de água, e com o impulso do giro..."

“Me desequilibrou com um ataque forte...” Ponderou os movimentos de Korra, e o que poderia ter feito pra evitar “Essa foi a derrota mais feia até agora." Se levantou com um sorriso divertido no rosto "Espero que saiba, eu aprendo apanhando. Na próxima eu ganho."

Korra riu, "E eu mantenho minha promessa de não pegar leve"

"Isso aí! Quando eu ganhar da Avatar, vai ser por mérito próprio."

"Vocês dois terminaram ai?" Perguntou Mako, secando seu cabelo com uma toalha envolta dos ombros. Já estava pronto pra sair, só faltava colocar o seu cachecol, e casaco por cima daquela camiseta branca. "Asami ficou de se encontrar com a gente no Narook's. Esta doida pra saber sobre o que foi essa reunião."

"Tarlok estava sendo pretensioso, como sempre. Tentou aprovar a medida de desligar a energia das casas." Korra revirou os olhos, mas logo sorriu com a ideia de estar perto da Asami. A engenheira não tem frequentado os treinos dos furões de fogo, ocupada com um novo projeto de Satomóvel pra aumentar as vendas da indústria, então já fazia um tempo desde que a viu. A ausência dela faz a mente de Korra trabalhar dobrado com pensamentos envolvendo a herdeira Sato.

Mako estranhou a animação da Korra. Se Tarlok conseguiu aprovar a lei do toque de recolher apesar dos protestos de Korra, então era bem provável que se ele pressionasse por tempo o suficiente, ele também conseguiria aprovar essa do corte de energia. Isso atrapalharia os planos dela. Então porque ela sorri dessa maneira? "E você está feliz porque...?"

Korra se tocou que o seu sorriso era um contraste, pra notícia que acabou de dar. Porém era impossível ouvir o nome da Asami sem sorrir, sem comemorar o fato de que ela estava viva, e poderia vê-la a qualquer instante do dia, se a procurasse. O sorriso de Korra aumentou ainda mais ao se lembrar dessas coisas. "Eu tenho a sensação de que tudo vai dar certo."

“Ok...” Respondeu, ainda estranhando, mas logo decidiu ignorar aquela atitude fora do comum. “Vamos, se apressem vocês dois, não quero deixar Asami esperando.”

Korra não precisava ouvir duas vezes, estava louca pra ver Asami. “Aye aye, captain!” correu para os chuveiros, deixando pra trás um Bolin sorridente, extremamente entretido, e um dominador de fogo confuso, meio pensativo.

“Já volto, mano!” disse Bolin tirando Mako de seus pensamentos.

“Vai lá, maninho.”

Mako estava quase certo de que aquela animação de Korra tinha a ver com Asami. Só esperava que ela não estivesse alimentando nenhuma ilusão, pois odiaria vê-la sofrendo por sentimentos não retribuídos.

Asami gosta dele, e Mako não terminaria esse relacionamento só porque Korra se sentia atraída.

Metade de cidade república também acha Asami atraente.

Ela vai superar essa crush. Pensou, dando de ombros.

 

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Após duas semanas, a rotina de Korra só mudou em pequenos detalhes. Ela finalmente estreou seu programa na rádio, e foi tão bem recebida, que a duração foi estendida mais trinta minutos; Agora o programa era das 18:30 às 19:30, já que as pessoas estavam amando conversar com Korra sobre suas preocupações. Muitos estavam curiosos sobre os planos que ela tinha, então ligavam para fazer perguntas. Mas a ligação favorita de Korra, até o momento, foi a de uma criança que só queria perguntar se poderia vê-la.

No dia seguinte, ela visitou o local onde ele morava, e desde então uma nova tradição foi criada. Nos dias em que não tinha treino com os furões de Fogo, ela andava por Cidade República, nos lugares onde as atividades criminosas das tríades eram mais frequentes, conversando com os habitantes, e brincando com as crianças que se aproximavam.

Essa também era a parte favorita de Naga, ela amava quando aqueles seres pequeninos a enchiam de atenção. Bolin também geralmente a acompanhava, o que alimentava alguns falsos rumores, mas ela ignorava todos.

Bolin nem tanto, pois amava a publicidade, mesmo que Korra já tenha deixado claro que entre eles não poderia ter nada além de amizade... Isso não o impedia de curtir a atenção da mídia, e o flash das câmeras. Se ele ainda tinha esperanças ou não... Isso era algo que ainda teria que descobrir.

Saber que a Avatar (agora com a permissão de Lin Beifong) estava patrulhando as ruas de cidade República, diminuía a frequência na qual as tríades agiam, pelo menos durante o dia. Isso era a única coisa que importava pra ela.

As únicas vezes em que ela usava os seus elementos para combate, eram contra bandidos que se atreviam a aparecer onde ela estava (Certamente foi muito divertido confronta-los junto de Bolin), nos treinos com os furões de fogo – que aconteciam três vezes por semana depois das reuniões diárias do conselho – e durante seus treinos no templo do ar, onde ela se concentrava apenas na dominação do elemento da liberdade. Ou seja, no quesito combate, Korra ainda conseguia tirar um dia ou outro de descanso.

 No entanto, se tratando de diplomacia, pode se dizer que Korra não tem um dia sequer de descanso. Suas manhãs são tomadas por discussões políticas, onde ela tenta a todo o custo evitar que Tarlok convença os outros conselheiros a aprovar a medida do corte de energia nas regiões onde a maioria dos habitantes são não-dominadores.

Logo, Korra começaria a patrulhar Cidade República de noite. Aí sim teria a ação que desejava.

Enquanto não o fazia, a repercussão positiva do seu envolvimento na vida das pessoas era relatada pelo único jornal em cidade República que era abertamente pró-Avatar: O Yue Diária.

 

 

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Em seu novo escritório, Maia Lan sorria animadamente. Tinha acabado de finalizar uma nova história pra ser publicada na próxima edição do Yue Diária. Não era matéria de primeira página, mas pouco se importava. Pra ela, bastava ter um espaço pra publicar suas matérias, e seria feliz.

Depois da conferência com a Avatar, Maia imediatamente voltou pra casa pra escrever o texto que veio em sua mente. Era sempre assim: Um acontecimento recente causava distúrbio, e automaticamente seus sentimentos se transformavam em um texto, onde a jovem jornalista tentava expor suas opiniões, e o que achava que poderia ser feito pra resolver aquela situação.

Não era profissional envolver opiniões próprias em textos informativos, no entanto, em suas matérias ela tentava explicar o que achava sobre o assunto, e talvez fazer outras pessoas entenderem a relevância de tudo aquilo.

Como na matéria que escreveu sobre a Avatar, onde os sentimentos da Maia eram de admiração. Em menos de uma hora ela terminou de escrever, inspirada por aquela resposta que recebeu na coletiva de imprensa. A reação de seu pai ao ler a versão final do texto, pronto e revisado, já foi mais que gratificante.

Ela não esperava que sua matéria fosse publicada logo na primeira página. Pra sua surpresa maior, ela aumentou as vendas do jornal substancialmente! Mais e mais pessoas esperavam todas as manhãs por noticias dos feitos da Avatar.

Ainda que não levasse o devido crédito – pois decidiu esconder seu nome com uma abreviação – queria que mais pessoas pudessem sentir exatamente o que ela sentiu naquele momento, na presença do ser mais poderoso do mundo.

Sem saber, ao publicar suas opiniões sobre as mudanças que a Avatar prometia, Maia alimentava o descontentamento das pessoas com o conselho, e plantava sementes de dúvida no coração dos igualitários. Todos os dias, ao lerem suas matérias, crescia o desejo por mudança; Todos os dias, a esperança queimava cada vez mais forte dentro dos leitores.

Maia estava nutrindo a revolução iniciada pela Avatar no dia do seu baile de boas vindas, e atraindo a ira dos dois piores inimigos que ela poderia ter. Tarlok e Amon.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, se tem algum jornalista lendo essa fanfic: Me perdoa! uashdfuahsudahfs

Confesso que não fiz muita pesquisa sobre como funciona o mercado de trabalho, nem as coletivas de imprensa... Juro que vou trabalhar nas referencias (principalmente porque a Personagem Original que criei pra essa fic é uma jornalista), mas por enquanto, esse pedacinho foi só pra mostrar o que os integrantes do Time Raava tem feito/planejado, até que eu volte a escrever em cima dos acontecimentos da série.

Não vou dar spoiler quanto a participação da Maia, ou o papel dela - que não vai ser só de uma espectadora - mas posso dizer que vocês podem esperar mais dela.

Próxima parte do capítulo vai ter Korrasami (Não aguento mais controlar essas duas :P uasuhafusdu) então... vou fazer valer a pena a espera.

Obrigadu, dois beijinhos, e até a próxima.

~um abraço especial pra pessoinha que deixou review no último capítulo :3 Espero que não se importe com o estado incompleto desse aqui, mas postei pra tu não ter que esperar muito hauehauheuaheu sorry ~



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