Livro 1 - Alvorecer de uma nova era escrita por MsMistery


Capítulo 11
Cap. 7 - Parte III: Um jantar... Amigável.


Notas iniciais do capítulo

Hiroshi e Korra se avaliam.



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Os três fizeram o caminho até a sala de jantar em relativo silencio, até entrarem no corredor principal da mansão, onde Asami perguntou a seu pai como foi o dia.

“Não foi nada diferente do que você já conhece... Tenho certeza de que você se divertiu mais que eu hoje.” Pela risadinha ao final da frase, e pelo tom de voz, estava implícito algum tipo de piada interna a qual Korra não pode entender para achar a graça.

Asami, no entanto, riu e respondeu “Do jeito que o senhor ama avaliar o processo de produção e se meter nas mecânicas, duvido! Acho que nos divertimos na mesma medida.”

Dessa vez Hiroshi quem riu. Desde que começaram a andar, ele não dirigiu nem a fala, nem o olhar à Korra. O que funcionava muito bem para ela, que não precisava se preocupar com a ideia de ser observada pelo Igualitário. “O que fez hoje, querida?”

“Ah, hoje eu só finalizei os Blue prints para que o senhor finalmente leve pra linha de desenvolvimento da indústria, e quando a Korra veio visitar decidi trazê-la para experimentar a velocidade do meu novo protótipo de carro com motor tri-cillindrico com potencia de 62 cavalos”

“Você é mesmo uma Sato! Aumentou a potência do motor de um carro de passeio para ficar mais rápido que nossos leves carros de corrida! Eu estive avaliando possibilidades como esta por anos, mas nunca consegui colocar em prática essa ideia... Como fez isso?”

Korra não conseguia esconder o sorriso de divertimento que começou a se formar no seu rosto ao vê-la explicar em detalhes exatamente como conseguiu tal proeza. Os detalhes técnicos utilizados por Asami passou direto de um ouvido a outro de Korra, que nada conseguia entender do que estava sendo explicado; afinal, o que eram esses cavalos e cilindros? Independentemente, era difícil ignorar as coisas que a engenheira dizia. Ela parecia tão feliz!

“E foi basicamente isso, pai. Creio que não seja seguro fabricá-los para vender, pois nossas estradas não são feitas para tantos carros transitarem com tal velocidade ainda. Mas talvez futuramente possamos, inclusive, alargá-las com esse propósito. Imagine cidade república com vias largas, e vários carros de passeio indo de cá para lá com espaço o suficiente para não se preocupar tanto em bater uns nos outros...” Ela descreve agora a reestruturação que fez no futuro... quando toda a cidade foi transformada. Isto surpreendeu Korra, pois não imaginava que a engenheira tinha planos de fazer tudo aquilo antes mesmo da destruição das ruas de cidade república.

Não achou que era possível admirá-la ainda mais, mas foi o que aconteceu. Vê-la falando das coisas que poderiam ser feitas para tornar cidade república um lugar melhor, seus sonhos, projetos, seu espírito progressista... A maneira como os olhos dela brilham ao falar das coisas que acredita... É tão lindo de presenciar que, sem perceber, o seu sorriso se transformou em um que transmitia o quanto a amava.

Ah, ‘Sami... Você é única...

“É, talvez a venda não seja segura agora, mas você abriu um incrível leque de possibilidades!” Respondeu Hiroshi “Imagine agora caminhões com motores de alta potência? O transporte de carga seria feito em muito menos tempo das fronteiras à fábrica, e vice versa!”

Nesse momento, Korra viu de relance a boa pessoa que o Hiroshi pode ser. Os olhos dele brilhavam em admiração ao ouvir sobre as mudanças que Asami fez no carro que estavam testando minutos atrás. Ele agia exatamente como um pai orgulhoso apreciando as melhores características de sua filha... Era a primeira vez o via tão honesto desde o casamento.

Num flash, ela se lembrou do velho e abatido homem que a aconselhou naquele dia. O único que entendia a dor que ela estava sentindo com a perda de sua amada, não só por ter perdido o amor da sua vida há anos, mas também, principalmente, por ter acabado de perder sua filha. A inesperada confissão de culpa por parte dele a surpreende até os dias atuais... Será possível convencê-lo de que Amon é um manipulador? Será que ele ouve os meus programas na rádio? Será que ele deu ouvidos quando discursei no baile? Korra se perguntava, enquanto analisava a interação Pai-Filha que acontecia em sua frente.

“Pois é!” Asami respondeu animadamente

Hiroshi, porém, ao invés de continuar animado, assumiu uma feição desapontada e disse “Em pensar que tudo o que precisamos para dar seguimento a esses projetos é uma licitação do conselho, que eles se recusam a dar...”

Sério? Korra arqueou uma sobrancelha “Eu não sabia que vocês tinham a intenção de reestruturar a cidade...”

“Convencê-los de que mudanças como essa são inevitáveis é uma tarefa difícil, assim como convencê-los de que eles não representam mais a sociedade é um estorvo para você, Avatar.” Disse Hiroshi, finalmente se dirigindo a ela diretamente. “Muitos anos atrás eu desenvolvi um projeto de construção de estradas abaixo de cidade república...”

“Como túneis...” Completou Korra... Ele quem projetou toda a estrutura igualitária abaixo de cidade república? Indagou-se. O quanto esse homem fez pelo movimento?

“Sim.” Concordou Hiroshi com um pequeno sorriso, minimamente humorado com a expressão pensativa da Korra. “Apesar de garantir-lhes que um projeto como esse seria beneficial à cidade, eles se recusaram a me deixar completar as obras, não queriam pagar pelo avanço. Ficou inacabado, mas tenho certeza de que as pessoas que agora se beneficiam com essas estradas devem estar bem satisfeitas com o resultado. Mesmo que parcial.”

Ô se estão... Pensou Korra, controlando sua expressão facial para não entregar seus pensamentos. Um homem brilhante como ele... Como não percebe que está sendo usado?

 

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Uma garota brilhante como ela... como não percebe que está sendo usada? Foi exatamente o que Hiroshi pensou sobre sua própria filha, enquanto observava o quão animada ela estava com a presença da Avatar. Desde que sua esposa faleceu, não havia visto sua filha sorrindo tanto. Ela realmente acredita que é importante para esses dominadores oportunistas.

Amon bem que o disse para tomar cuidado com a Avatar e sua equipe de charlatões. Apesar de parecer bem-intencionada, ela tem um discurso montado para desvalorizar sua causa justa, e fazê-los parecer um bando de rebeldes violentos.

Não o entenda mal, seu ódio por dominadores era fácil de controlar quando lembrava que nenhum deles escolheu nascer com aquela impureza. A Avatar era apenas uma jovem ingênua e idealista, que ainda não entendia a maldição que carregava, e defendia. Tinha certeza que, uma vez livre dessa doença genética que carregava, a avatar seria alguém admirável.

Pena que ela escolhia fechar os olhos para a realidade que os cercava, acreditando cegamente, e vendendo a ideia, de que a dominação era algo natural e bom. “Mas o que acha dessa situação, Avatar? Acha que, com sua presença lá, o conselho finalmente nos permitiria fazer essas mudanças?” Hiroshi considerou esta pergunta uma chance que tinha para avaliar se ela era realmente entendia os assuntos que diz conhecer...

“Duvido muito.” Respondeu, com um meio sorriso, um tanto cética. O que surpreendeu Hiroshi, pois esperava uma resposta otimista por parte da Avatar, que tanto desmoraliza os igualitários.

A fim de não deixar sua surpresa transparecer, fez uma outra pergunta “E qual seria a solução?”

“Aquilo que chamam de democracia. A principal reivindicação dos igualitários em seu movimento inicial, quando buscavam a dissolução do conselho em prol de uma forma de governo onde a população escolhe seus líderes.” A naturalidade com a qual ela respondeu fez o olho direito de Hiroshi tremer involuntariamente. Se ela realmente acredita que o conselho não é a solução, e concorda que eles devem deixar o poder, porque se uniu a eles? E porque trata os igualitários como rebeldes sem causa? Pensou indignado.

Era esse conceito que movia os igualitários no começo de seu movimento... não tiveram sucesso por conta do conselho que tanto deseja o poder. Mas quando Amon chegou, ele tomou a liderança e assumiu essa responsabilidade de acabar com a tirania dos dominadores representados e  favorecidos pelo conselho. Desde então ele é o líder que os levará a uma era de verdadeira igualdade, sem a tirania da dominação. “Você realmente concorda com esses radicais?” Queria agora entender a linha de raciocínio da Avatar, pois nada mais fazia senso para ele!

“Eu não concordo com o rumo tomado pelos igualitários agora, acreditando no Amon como líder supremo, e na ideia de que a dominação é uma maldição. Se desde o início dos tempos a dominação foi um presente dos espíritos para os humanos, porque deveríamos considera-la uma coisa ruim agora?”

Há tudo de errado com a dominação! Justamente por usar de maneira errada, Amon recebeu o dom de retirar a dominação dos humanos! É uma maldição em mãos humanas! Quis dizer, mas controlou-se. “E é só isso que discorda deles? Caso não levantassem a bandeira anti-dominação você os apoiaria?” Queria ver o rumo dessa conversa, sem contar que não era bom que descobrissem suas afiliações com os igualitários tão cedo. Sua filha ainda não está pronta para essa verdade... Não ainda... Não enquanto é tão próxima de dominadores que a cegam para a verdade.

“Não só isso! Ter uma pessoa como o Amon no lugar de líder é o principal problema!” Hiroshi notou que, quanto mais ela se exaltava, mais usava as mãos para enfatizar o que dizia “Eu sei que Amon diz ter sido abençoado pelos espíritos, eu estava lá, ouvi isso, mas é uma mentira! Nenhum ser humano além do Avatar é capaz de dominar a energia espiritual para tirar a dominação de outra pessoa. Isto me leva a pensar: sobre o que mais ele mente?”

Isso é inveja ou medo? Indagou-se, enquanto avaliava a postura da avatar, que nada deixava transparecer além de honesta indignação. Não aceita que outra pessoa além dela tenha um poder como esse? Ou teme do que ele será capaz de fazer quando capturá-la?

E, enquanto isso, Asami assistia àquela conversa com um misto de confusão e admiração. Amava o fato de que Korra sabia reconhecer e aproveitar essa boa característica do começo do movimento igualitário. Mas não entendia o porquê de sua irritação quanto a isso. Na rádio, ela nunca se altera dessa maneira enquanto fala o que pensa sobre o governo, na maioria das vezes apenas dá satisfação às simples pessoas que querem saber o que ela anda fazendo, e critica as decisões de Tarlok quando há espaço para tal...

“O que te faz pensar que ele mente?” Hiroshi perguntou com um tom que, surpreendentemente, Asami não conseguia reconhecer. O que a fez arquear uma sobrancelha na direção dele.

“A dominação da energia espiritual é uma habilidade que apenas o Avatar tem. As lendárias tartarugas-leão faziam isso para conceder e retirar a dominação das pessoas. Ensinaram a Aang como fazer isso, e ele, por sua vez, também me ensinou. Eu não acredito que Amon herdou esta habilidade, pois é necessário ter controle dos quatro elementos para fazê-lo.”

“Bom, há a chance de ser apenas rumores, não é mesmo?” Fase da negação. Pensou Hiroshi tentando disfarçar o sorriso que tinha no rosto.

Asami, por não saber que as ligações igualitárias de seu pai é o que o faziam reagir assim, estranhava o modo como seu pai achava o desconforto de Korra algo engraçado de se ver.

“Não duvido que ele tenha a habilidade de retirar a dominação das pessoas, eu vi com meus próprios olhos. Ele pode fazer isso.” Respondeu Korra, meio frustrada.

Tanto Hiroshi quanto Asami perceberam algo na Korra: Ela se irrita sempre que Amon é mencionado, ou deve falar sobre ele. Como se ele fosse, particularmente, a pessoa que mais a incomodava no mundo.

Isso confundiu a ambos, mas foi Hiroshi quem acabou perguntando: “Ué, mas você não acabou de dizer que ele mente?”

Tinha algo que confundia o empresário. A aparente honestidade de Korra, a maneira como nem por um segundo desviou os olhos dos dele, como ela falava sem nenhum medo de ser repreendida... mostrava que não estava tentando impressioná-lo. Era raro encontrar pessoas que não se dirigiam a ele como quem se dirige a uma lenda. Ela não liga pro fato de ele ser o homem mais rico de cidade república, nem parecia querer nada dele... Talvez por isso sua filha goste tanto da presença da Avatar...

Menos um interesseiro para variar.

Ou estaria Korra fingindo tão bem a ponto de enganar até a ele? Inclinou a cabeça enquanto ponderava as possibilidades. Fez parecer que estava interessado no que ela dizia, mas ao mesmo tempo pensava nas possíveis intenções escondidas da Avatar. Enquanto Asami a admirava, Hiroshi a analisava.

 “Ele mente quanto a maneira que retira a dominação dos outros. Ele não domina a energia espiritual... Independente de como ele faça, não foi um presente dos espíritos. Eu os conheço, e sei que eles não se envolvem mais nos assuntos dos humanos... O nosso mundo poderia estar prestes a acabar, eles não lutariam nossas guerras. Não se metem em nossos dilemas, nem problemas. Eles vivem a vida deles pacificamente, e tudo o que querem é ser deixados em paz. Sem contar que, mesmo se quisessem ‘ajudar’ Amon, ele não seria capaz de utilizar essa técnica de dominação sem o auxílio de Raava...”

“Raava!” Exclamou Asami “O espírito de luz que te torna Avatar?” Perguntou, lembrando-se da promessa que a Korra fez de contar sobre a origem do primeiro Avatar.

Korra sorriu “Ela mesma.”

Hiroshi olhou de sua filha para Korra, de Korra para sua filha, e percebeu que essa talvez seja uma das ‘histórias’ a qual Asami mencionou mais cedo. Estaria a avatar falando a verdade sobre esses espíritos? Ou estaria contando mentiras pra tentar desmoralizar o Amon? Desconfiava das intenções da avatar, mas a curiosidade falou mais alto: “Espírito de luz?”

Asami riu “Sim, é tudo o que eu sei também, Pai. Korra prometeu contar a história do primeiro Avatar quando formamos o Time Raava... Acho que agora é uma boa hora, não?”

“Time Raava?” Perguntou novamente, com uma expressão tão confusa que fez Asami rir ainda mais.

“O senhor anda tão ocupado com os negócios que acabou ficando por fora do que está acontecendo com nosso time.” Respondeu Asami “Furões de fogo na arena, Time Raava nas ruas, comigo inclusa.”

“Ora, Avatar, anda levando minha filha em missões perigosas por ai?” Perguntou com uma falsa indignação que fez Asami levar como uma brincadeira, e Korra tremer na base. Asami pode ter entendido como uma piada, mas Korra já imaginava o descontentamento dele por ter sua filha sendo levada para caçar os seus irmãos de luta.

“Ainda não. Mas te garanto que, ao meu lado, nenhuma missão em cidade república é perigosa demais.” Retrucou de maneira descontraída, procurando difundir qualquer tensão que pudesse ser criada naquele momento.  

“HAhahaha” A risada de Hiroshi ecoou, aquecendo o coração da Asami, e levantando os pelos do corpo de Korra, que já não sabia mais diferenciar quando ele finge ou age honestamente. O que fazer quando, ao olhar a expressão de uma pessoa, você não consegue identificar nenhum tipo de emoção? Nada que seja como um reflexo do que a pessoa sente, ou pensa? “Cuidado, Avatar. Na maioria das vezes, super-confiança é seguida de fracasso.” A encarou com olhos semi-cerrados, que Korra não sabia se era por causa da risada, ou se ele estava julgando-a.

“Naah, eu acho que as ameaças que estão por aí não são o bastante pra me derrubar.” Brincou, procurando não deixar transparecer seu desconforto em ser encarada de tal maneira

Korra se sentia perdida ao lidar com esse tipo de situação. Com esse tipo de pessoa. É por isso que, de todos, Amon é o antagonista que mais a atinge... Não apenas porque tirou sua dominação... nem só porque sua habilidade era algo desconhecido, e ela não fazia ideia de como lidar... Mas também, por causa da máscara. Com aquela coisa escondendo todo e qualquer tipo de emoção o fazia parecer uma figura quase que indestrutível. Se nada o afetava, como fazer para atingí-lo? Era um de seus maiores medos.

E agora, uma vez superado esse obstáculo, Korra se depara com outro. Como saber se Hiroshi estava aberto para mudanças? Como alcançá-lo? Temia a possibilidade de não conseguir convencê-lo sobre a farsa igualitária. A farsa do Amon.

Gostaria de poder prover à Asami a família que perdeu por causa dessa revolução... Gostaria que ela pudesse usufruir mais desses momentos entre pai e filha, que claramente a fazem tão feliz.

A comida chegou naquele momento, fazendo os olhares das pessoas naquela mesa se desprenderem uns dos outros, e apreciarem a imagem da fumaça subindo dos pratos, enquanto o cheiro divino daquela carne suculenta invadia suas narinas. Korra, que há muito não comia algo feito de carne devido a dieta dos dominadores de ar, sentiu sua boca salivar, e momentaneamente esqueceu das suas preocupações. Controlou-se para não ser a primeira a atacar o prato de forma voraz, mas assim que viu os Satos levantarem os garfos, se permitiu provar daquela comida tão atrativa.

Se o cheiro foi o suficiente pra fazer Korra baixar suas defesas, o gosto então... parecia de outro mundo. Mas o que esse cozinheiro fez pra fazer essa carne derreter desse jeito?  Relaxou de imediato com o gosto divino do molho. “Mas que delícia!” Exclamou animadamente, fazendo Asami rir.

Hiroshi arqueou ambas as sobrancelhas, incapaz de segurar o sorriso que se formava no seu rosto. “Vou avisar ao cozinheiro que a poderosa avatar aprova sua comida.”

Korra retribuiu o sorriso e disse: “Vou acabar vindo jantar aqui mais vezes, se a comida for desse jeito todos os dias” Estava decidida a trata-lo como trata seus amigos mais próximos independente se ele estava sendo sincero ou não. Afinal, qual o melhor jeito de convencer alguém do erro se não pelo exemplo?

Isso arrancou uma boa risada do homem, que admitiu pra sí o fato de que talvez a avatar seja realmente uma boa companhia. Ele conseguia definitivamente entender o porquê de sua filha se sentir tão à vontade com ela. Talvez seja por isso que ela goste tanto de passar o tempo com esses ‘furões de fogo’— Pensou. O que o levou a perguntar: “E como estão os meninos? Por que não estão aqui hoje?”

“Ah, eu é quem vim sem avisar, senhor Sato.” Respondeu Korra “Por isso não quis me intrometer no seu jantar, não pretendia nem demorar tanto. Só queria ver sua filha” dirigiu um sorriso apaixonado em direção a Asami, que sorriu de volta sem reconhecer o olhar que Korra direcionava a ela.

Hiroshi, porém, reconhecia bem. Na primeira vez que viu esse olhar, atribuiu-o por engano ao dominador de fogo que acompanhava sua filha... Muitas coisas aconteceram desde então para fazê-lo esquecer daquela situação. Mas agora com apenas eles três naquela sala de jantar não restavam dúvidas... A avatar tem interesse na minha filha!!! Não sabia se ficava feliz por saber que isso poderia ser utilizado em sua vantagem; ou se ficava extremamente irritado com a quantidade de dominadores que parecem estar se envolvendo com Asami.

Porém, vendo o sorriso genuíno no rosto da sua querida filha, acabou se deixando levar pelo otimismo. “As portas estão sempre abertas para você, avatar. E por favor, pode me chamar de Hiroshi.” Se um dia Amon quisesse capturar a Avatar, ela estaria na palma de suas mãos. Sorriu mais abertamente, sabendo que, se nunca descobrissem seu envolvimento com os igualitários, talvez pudesse até guiar Korra nessa nova fase não dominadora da vida dela. Ajuda-la a desenvolver o potencial diplomático que certamente tem. Mostrar que não precisa de dominação pra exercer o papel pacificador do Avatar...

Por algum motivo, Hiroshi não queria ver Korra triste após a perda de sua dominação. Ela carregava consigo uma genuína inocência, como os poucos dominadores de metal em sua fábrica. Deles sim, sentia pena, pois usavam sua dominação de forma honesta, como forma de sustento. Quando Amon os purificar, pretende ajudá-los a encontrar novas vocações na própria indústria, meios de trabalhar com o metal sem precisar dominá-lo; criaria máquinas para isto, e os ensinaria a conduzi-las!

Tudo se resolveria, em seu devido tempo...

“Eu agradeço, Hiroshi.” Respondeu Korra retribuindo seu sorriso amigável.

O silencio se fez presente mais uma vez por alguns minutos, devido ao jantar que realmente estava delicioso. E ao mesmo tempo em que Hiroshi maquinava várias maneiras de guiar Korra após a perda de sua dominação, ela pensava em meios de convencê-lo de que Amon está errado, e que ainda há tempo de se redimir.

Ela tem guardado a história do Avatar Wan para confrontar Amon publicamente, caso ele decida atacar o ginásio de dominação... Não queria revelar nada agora, porque se Amon souber dessa história, pode ser que invente mais mentiras para acobertar a falha em seu conto, e ganhar vantagem sobre ela nesse evento.

Mas contar isto a Hiroshi pode ser a semente de dúvida necessária no coração dele... Parou pra pensar um momento... Isso com certeza o deixaria com uma pulga atrás da orelha em relação a Amon. No mínimo, ele não levaria tudo o que Amon diz como absoluta verdade, pois Hiroshi é um homem racional.  

Olhou-o por alguns segundos...

E agora, Raava? Devo ou não contar?


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Notas finais do capítulo

E agora Raava? O que o destino diz sobre isso? Heheh

Bom, estamos diante de uma bifurcação aqui agora. Ela contando ou não, consigo imaginar cinco possibilidades, somando as que Korra mencionou sobre isto. Pode dar bom, pode dar ruim, pode dar muito bom, ou muito ruim...

Sei lá. Enquanto escrevo o próximo cap. devo finalmente decidir que rumo tomar. Uma coisa é certa, Hiroshi é exposto, e Asami descobre a verdade do pior modo possível de qualquer jeito, porque isso já está escrito. Sou a árvore do tempo MUAHAHA :v (Ok, parei :x)

Até a próxima xD



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