Livro 1 - Alvorecer de uma nova era escrita por MsMistery


Capítulo 10
Cap. 7 - Parte II: Uma declaraç...


Notas iniciais do capítulo

Tímidamente abro o site depois de tanto tempo, e percebo que tem uma recomendação. Meus pensamentos: Que coisa mais linda! Alguém me acode, preciso postar outro capítulo urgente.

E cá estou eu com mais um capítulo :3
Desculpe a demora... Eu realmente estou tendo dificuldades pra engatilhar o desenvolvimento. Ao mesmo tempo que quero muito fazer as coisas acontecerem logo, sinto a necessidade (quase que perfeccionista) de descrever o que acontece até que chegue LÁ, na minha parte favorita, a parte que eu mais quero... E PUTA QUE PARIU (desculpa a expressão, mas PORRA...) fazer essa passagem de tempo de maneira que faça sentido tá consumindo mais tempo do que eu esperava...
Enfim, eu sei que estão aqui pelo capítulo então... Espero que gostem! Revisei ele mais de três vezes, e quanto mais eu leio, mais eu penso que precisa de edição, e quanto mais eu penso que precisa de edição, menos eu avanço... e aí... antes que eu pense em editar ele de novo, vou postar logo e avançar com a fic.
BOLA PRA FRENTE, partiu desenvolver o próximo cap.



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“Senhor, não há indícios do envolvimento dela com nenhuma -“

“Isso não é possivel!” Bradou Tarlok, cortando abruptamente a fala do homem à sua frente, e se levantando de sua cadeira. “Procure em seus registros, Saikan! Prisão por baderna, desacato à autoridade, qualquer coisa!”

Saikan não perdeu seu tempo abrindo a boca para falar, sabia que seria cortado novamente, apenas balançou a cabeça em negação e esperou que Tarlok dissesse o que tinha em mente.

“Uma não dominadora como ela... Não é possível que não tenha se envolvido com os igualitários, nem mesmo quando eles eram apenas um grupo de protestantes anti-conselho.”

“Estou te dizendo, Senhor. Já procurei! Em todos os arquivos! Inclusive na instituição de ensino que ela estudou. Se notas baixas e ausência fossem crime, então aí sim teríamos algo pra nos preocupar.”

“Ausência? Será que ela perdia aulas para fazer parte das badernas organizadas pelos igualitários em seu início?” Embora o comentário tenha sido em voz alta, Tarlok estava mais conversando consigo mesmo do que procurando respostas com o policial.

“Bom... não há registros-”

“Então procure mais a fundo!” Se pôs a andar de um lado a outro em seu escritório.  “Eu preciso de algo pra tirar o crédito desta garota! Está pondo meus planos por água a baixo! Uma criança se passando de jornalista... Quem ela pensa que é?”

“Ela não é a única, Senhor. Desde que a avatar começou com seu programa de rádio, sua taxa de aprovação entre os cidadãos de cidade república aumentou exponencialmente...”

“Mas eles são facilmente manipulados! Se EU tivesse um programa...” De repente ele parou de andar e levantou a cabeça, Era como se uma lâmpada se acendesse acima dele “Se eu tivesse um programa, poderia ter a mesma influência que ela tem, se não maior!”

Sabendo que o conselheiro não estava necessariamente falando com ele, Saikan (mais uma vez) se manteve quieto, esperando pelas próximas ordens. Só esperava que não fosse mandado de novo atrás de informações inexistentes.

Não entendia o porquê de ele estar tão obcecado em encontrar alguma prova contra a Maia, a garota não parecia ter más intenções. Na realidade, ela parecia até mesmo meio lerda. Duvidava que qualquer pessoa como ela fosse perigosa ao nível de se juntar aos igualitários em seu movimento terrorista.

“Se não se importa... Posso te fazer uma pergunta?”

Tarlok foi tirado de seu devaneio, pondo-se a encarar o policial. “Pois não?”

“Porque se importa tanto com essa garota? O jornal em que ela trabalha não tem tantas vendas quanto o notícias de cidade república, que te apoia... Porque ela é uma ameaça ao conselho?”

Tarlok soltou um suspiro, antes de se sentar novamente em sua cadeira. Entrelaçando seus dedos, e apoiando os cotovelos na mesa. “Está nas entrelinhas do que ela escreve. Incita o ódio à minha força tarefa, e dá força ao pensamento igualitário. Ela se passa de apoiadora da Avatar, mas eu não me engano. Por trás dessa fachada de pacifista, há uma não-dominadora esperando que Amon chegue no poder, pra acabar com o nosso sistema. Ou ela realmente acha que aquela avatar inconsequente tem a solução?”

Ignorando a voz em sua cabeça que dizia pra deixar pra lá, Saikan disse “Ela não seria a única, senhor.”

“Tolos!” Bateu na mesa com ambas as mãos, fazendo o oficial dar um pequeno salto de susto. Ao ver que tinha perdido a compostura por algo aparentemente superficial, Tarlok respirou fundo e ergueu as costas. Com um sorriso profissional no rosto, ele dispensou o Policial. “Não se preocupe com isso, Saikan. Eu tomarei as devidas atitudes para evitar essa insurgência.”

“Certo. Algo mais?”

“Tem certeza de que não há nada constando na ficha dessa garota?”

“Não, e em nenhum outro departamento se ouviu falar da passagem dela pela polícia. Aparentemente o próprio pai dela é um instrutor de tropas de dominação de metal... Acho difícil uma pessoa que tem vínculo com dominadores, ser a favor do Amon.”

“Eu não duvido de nada.”

“Bom, se era só isso...”

“Sim, pode se retirar Saikan...”

Tarlok tinha muito o que planejar.

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Era fim de semana, e Asami ainda não tivera a chance de contar pro seu pai sobre sua participação nos planos da Korra. Se orgulhava de fazer parte do que estavam chamando de ‘Time Raava’, e queria compartilhar essa notícia com ele.

O motivo pelo qual não compartilhou a notícia ainda é a ausência do industrialista. Por alguma razão, as contas das indústrias futuro não estavam batendo. Hiroshi tem se desdobrado em dois para conseguir fechar mais negócios lucrativos que cobrissem esses gastos.

Por muitas vezes, Asami se perguntava se esses problemas eram culpa sua, pois ela quem trouxe a ideia de patrocinar os furões de fogo, e logo depois pediu que ele pagasse um conhecido como forma de arranjar espaço pra Korra na rádio... No entanto, sempre que ela perguntava, seu pai ria da maneira que sempre fazia pra tranquiliza-la e dizia para não se preocupar, que estava tudo sob controle.

Aparentemente, quando o torneio de dominação profissional começar, os furões de trarão publicidade para a empresa, aumentando o número de vendas dos Satomóveis. Ao menos, esse é o plano.

Além disso, o programa de rádio da Korra (por mais que não traga lucro para as indústrias futuro) não causava mais prejuízo. O amigo de seu pai parou de cobrar quando a audiência triplicou, e ainda deu mais tempo pra avatar responder perguntas.

Sendo assim, Asami não entendia o por que das indústrias estarem tendo tantos gastos. De qualquer forma, queria fazer algo para ajudar. Então passou as últimas semanas desenvolvendo um modelo de sato-móvel esportivo, que utilizará o material já estocado na empresa, o que reduzirá os gastos na produção.

Seu pai, que esteve tão focado em fazer negócios nesses últimos dias, não havia criado nenhum outro projeto pra adicionar como novidade no mercado. Então, depois de avaliar o design da Asami, disse que começaria a produzir naquela mesma semana. E em comemoração, jantaria com ela no sábado. Neste sábado.

Esta é a oportunidade perfeita para contar as novidades, e passar uma noite agradável com seu Pai. Em família.

O som de batidas na porta tirou Asami de seus pensamentos.

Pensou, olhando o relógio da sala de jantar, que marcava seis da tarde. Geralmente seu pai costuma chegar em casa um pouco antes das oito.

Certa de que deveria ser apenas algum vendedor, voltou a relaxar em sua cadeira, e tomar mais um gole de chá, enquanto o mordomo se dirigia à porta.

Apenas quando o timbre de voz familiar de Korra alcançou seus ouvidos, é que Asami se levantou e foi até a entrada de sua casa.

“Korra!” Disse com um grande sorriso, animada por vê-la. Foi surpreendida com um abraço repentino, mas não hesitou em retribuir. “Eu não esperava sua visita! O que faz aqui?” Comentou ao se separarem. Arrependeu-se de ter falado isso, no momento em que viu a expressão constrangida no rosto de Korra.

Não é como se ela se importasse com a presença de sua nova amiga...

“É... desculpa por aparecer sem avisar... As crianças do templo do ar estavam demais hoje, e já faz um tempo desde que te vi... pensei em passar pra dar um oi.” Desviou o olhar, e passou a mão direita atrás do pescoço. “Mas eu posso ir embora se for...”

“Não!” Asami achou aquela ação adorável, e ao tentar sorrir gentilmente pra Korra, percebeu que o sorriso de antes ainda estava em seu rosto. Eu provavelmente devo estar assustando ela... Mordeu o lábio inferior pra tentar parar de sorrir, e então disse: “Não tem problema, só me pegou um pouco de surpresa”.

Depois de dizer isso, a engenheira viu a expressão da Avatar mudar de constrangimento, pra formar um sorriso travesso.  Os olhos dela percorreram por seu corpo com um brilho de divertimento, e... aquela outra coisa que não sabia identificar. “Você parece estar arrumada pra sair!” Brincou Korra, novamente olhando-a nos olhos.

Aqueles olhos... Como é possível pra um ser humano ser tão expressivo assim? Pensou, abrindo espaço pra sua nova amiga entrar em casa. “Claro que estou, sempre estou preparada, só não esperava que você aparecesse.” Brincou, conduzindo Korra até a sala de estar, onde tinha largado sua xícara de chá em cima da mesa de centro.

“Ling, poderia trazer um pouco de chá pra Avatar, por favor?” Pediu ao mordomo, que silenciosamente se curvou e saiu em busca da bebida.

“Achei que tínhamos combinado em parar de me chamar de Avatar?” Disse Korra, se sentando numa das cadeiras posicionadas ao lado da mesa de centro. “Acho que vou começar a te chamar de senhorita Sato pra ver o quanto é bom.” Seu sorriso era descontraído, e surtiu o efeito de alegrar a engenheira, ainda mais do que já estava.

Asami não entendeu porque Korra se sentou tão distante, quando tinha espaço ao lado dela no sofá de dois lugares, mas não questionou. “Ok, ok, última vez, prometo.” Sorriu de volta “E ai, como estão os treinos? Desculpa por não aparecer mais, é que...”

“As indústrias futuro estão passando por uma fase difícil, entendo. Não precisa se desculpar por isso de novo, a demonstração do seu apoio já está estampada nos nossos uniformes. Sem contar que a melhor parte é sempre depois dos treinos. Almoço no Narook’s!”

Asami tinha que concordar, ultimamente se sentia mais em casa no Narook’s do que na própria mansão. Seu pai esteve mais ausente do que nunca... “Sim, é a melhor parte do meu dia. Alguns minutos livre pra me divertir com vocês.” Livre de preocupações... — Pensou. “Estão ansiosos com a estreia de amanhã?”

Foi como se Asami tivesse pressionado um botão, de repente Korra começou a falar e gesticular como uma criança animada. Ela falava sobre as estratégias do time, soando confiante de que venceriam, e vibrando com uma energia contagiante que aos poucos envolvia a engenheira. 

Com um sorriso plantado no rosto, Asami escutava o que Korra estava dizendo, porém não prestava muita atenção. Acabou se perdendo naquelas safiras brilhantes, e no grande sorriso bobo que ameaçava partir o rosto da garota do polo sul.

Amava o fato de que Korra em nenhum momento virou o rosto pra evitar seus olhos, pois era um hábito que ela não conseguia mais evitar. Aprendeu com seu pai (durante reuniões de negócios) que pessoas com o hábito de desviar os olhos durante uma conversa, ou eram de personalidade introvertida, ou estariam nervosos por alguma razão (geralmente mentira). Adquiriu esse costume de buscar os olhos das pessoas com quem conversa, não só por querer analisar suas intenções – raramente procurava interpretar linguagem corporal – mas também porque gostava da atenção. É como se a pessoa realmente estivesse escutando quando ela fala, e ela faz questão de fazer o mesmo enquanto escuta alguém.

Mas Korra não desviava o olhar enquanto falava – exceto quando ela se empolgava, e passava a encenar algum movimento de dominação – era quase como se ela também apreciasse o momento em que seus olhos se encontravam.

Algumas frases entravam em sua mente como ‘Mako e Bolin são a linha de ataque, enquanto eu trabalho com distrações... ’ e ‘se tudo der errado, nós temos uma tática de ataque conjunto, e de defesa completa... ’, apenas o suficiente pra responder de acordo, caso Korra perguntasse algo.

No entanto, ao invés de falar sobre o que achava, se contentou em ficar ouvindo, sentindo que poderia ficar assim o dia todo... Isso se Korra não tivesse parado de falar, e olhado pra ela com expectativa.  “... mas e você?”

Confusa, Asami inclinou a cabeça, tentando se lembrar das coisas que Korra havia falado “Eu o que?”

Korra sorriu, como se soubesse que ela estava distraída “O que tem feito? Além de trabalhar nessas super invenções?”

Asami riu “Está longe de ser super”

“Asami Sato projetando algo menos que super? ISSO É POSSÍVEL?!” Brincou Korra, fazendo-a rir ainda mais...

“É só mais um modelo esportivo de Sato móvel... Econômico na produção, mas ainda de qualidade... Me recuso a descer pro nível das Industrias Repolho” Fez uma careta, lembrando-se dos produtos de baixa qualidade da empresa.

Foi a vez da Korra de gargalhar, pois Asami não podia imaginar que elas apenas escaparam da morte, por causa da má qualidade desses produtos. “Hahahah, imagino. Mas é sério que você passou essas duas semanas projetando esse satomóvel?” Perguntou Korra, de maneira inquisitiva. Como se soubesse que, pra Asami, projetar um modelo de satomóvel era tão fácil quanto descascar banana. Não levaria duas semanas só pra isso...

Asami não sabia o que pensar dessa atitude intuitiva da Avatar. Ela parecia saber o que se passava em sua mente a todo o momento. Decidiu não pensar muito nisso, e respondeu “Não diga pro meu pai, mas... Eu estive calculando os gastos da empresa, o quanto custa a mão de obra, quanto gastamos nas matérias primas, e nas máquinas... À essa altura nossos gastos deveriam ser mínimos, pois vendemos mais que gastamos com produção...” Asami soltou um suspiro, a preocupação retornando agora que parou pra pensar nesses problemas novamente “Meu pai está tendo problemas pra pagar os nossos fornecedores, e eu vi ele analisando uns papeis de compra e venda... Ele está pensando em vender uma de nossas propriedades em Omashu. Ele amava ir de férias pra lá com minha mãe... Isso não faz sentido.” Abaixou a cabeça, e tentou se distrair, entrelaçando os dedos de suas mãos e mexendo os polegares. Caso a situação se escalasse era provável que seu pai começasse a demitir funcionários... Só de pensar nas consequências dessa crise, Asami sentia um peso sobre seus ombros; o que a fez, sem notar, franzir o cenho e curvar-se levemente para frente.

Não percebeu quando Korra se levantou, muito menos quando diminuiu a distancia entre elas. Só notou sua presença, quando sentiu o sofá afundar levemente ao seu lado, e de soslaio, conseguia ver o torso da sua amiga. Korra pegou suas mãos, e segurou entre as dela “Tenho certeza de que vocês vão dar um jeito” Seu tom de voz era suave pra reconfortar, e ao mesmo tempo confiante... como se soubesse que tudo ficaria bem. Como se realmente acreditasse naquilo que falava. ‘Tenho certeza’ disse Korra. Certeza. Como um ferrão quente, essa palavra penetrou sua mente, e coração, marcando Asami.

Ela levantou os olhos procurando os de Korra, tentando encontrar naquelas írises expressivas algum traço de dúvida, mas não achou nenhum. Sua expressão não refletia nada além de confiança, assim como seu sorriso. Korra acreditava nela. Tinha certeza de que Asami daria um jeito.

Ninguém nunca a fez sentir tão poderosa daquela maneira.

De repente, o sorriso de Korra diminuiu e sua expressão se tornou mais séria. Agora era ela quem parecia procurar algo nos olhos de Asami. A engenheira prendeu um pouco a respiração, enquanto Korra a analisava com aquele olhar penetrante, querendo saber o que tanto a avatar procurava. Segundos se passaram, e ela não se atreveu a dizer uma palavra. Mais uma vez acabou se perdendo naquele céu que Korra tem por olhos.

“Você tem olhos muito bonitos” Comentou sem pensar, o que surpreendeu não apenas a si, como também a Korra, que teve uma reação mais expressiva que a dela.

Asami sorriu com a maneira que a toda poderosa avatar corava, como uma adolescente tímida... Se bem que ela é uma adolescente, pensou Asami, só não é tímida. Notou que pelo visto a avatar não sabia lidar com elogios.

Agora sim, ela olhava para o chão, parede, e teto, tentando se recompor. Suas mãos porém, não largaram as da Asami. “Bom...” ela disse, pegando fôlego, e olhando Asami nos olhos novamente “Não tanto quanto os seus...”

Asami sorriu, agradando-se com o elogio.

O que quer que tenha sido aquele momento, foi quebrado quando o mordomo retornou anunciando: "Seu chá, Avatar Korra"

Tão rápido quanto um raio, Korra soltou as mãos da Asami e se levantou para pegar a xícara oferecida, embora o mordomo já tivesse colocado a em cima da mesa. "Obrigada" disse Korra ao mordomo, que em resposta apenas se curvou antes de se retirar.

O que foi isso? Pensou Asami, confusa com tudo aquilo. Ela não teve tempo pra considerar a reação da Avatar, pois assim que Korra sorveu um pequeno gole daquele chá, perguntou "mas diz ai, como é esse modelo novo de sato móvel?"

Asami percebeu que Korra estava apenas tentando mudar de assunto, e embora ainda estivesse sentindo os efeitos daquele olhar penetrante, decidiu deixar como estava. "Ah, é só um design que projetei pra ser simples, porém ainda atraente. Percebi que as pessoas estão cada vez mais atraídas pelo estilo do sato-móvel, do que pelas suas propriedades. Então eu projetei um modelo que lembra um pouco o último lançado, porem mudei um pouco algumas das especificações pra que o custo de manufatura fosse diminuído. A qualidade não será questionável, apenas utilizará os mesmos materiais dos Sato-móveis originais, o que diminui o custo de importação das matérias primas mais refinadas que geralmente gosto de ter nos meus modelos."

Korra, que até então ouvia a tudo bebericando o chá, sorriu em admiração. Asami não sabia o que aquele sorriso significava, mas Korra parecia ter esse poder de fazê-la se sentir especial com um sorriso, um olhar... Só de estar perto dela já era como uma conquista, e Asami não conseguia entender o porquê. Achou que ao fazer amizade com a avatar teria suas perguntas respondidas, no entanto acabou ainda mais intrigada com todas essas sensações que despertavam sempre que Korra estava por perto. "Já tem um protótipo?" Perguntou ela, curiosa.

Asami sorriu, e respondeu "pronto e na pista de testes."

"Posso ver?" Perguntou, com seus olhos carregando expectativa.

Sua curiosidade divertia Asami, que em resposta, abriu ainda mais seu sorriso mostrando seus dentes brancos. "Claro"

Uma idéia repentina a fez colocar sua xícara na mesa. Ela poderia fazer mais do que apenas mostrar o carro.

Korra olhou pra ela confusa quando Asami pegou a xícara de sua mão, e colocou na mesa ao lado da outra. Contudo, essa expressão foi substituída por um sorriso quando Asami segurou sua mão arrastando-a pelo o interior da casa.

"Ling, eu vou levar Korra até a pista de testes, se Papai chegar e eu ainda não tiver voltado, diga-o onde estou."

"Está bem, senhorita Sato"

"Pronta pra uma corrida?" Perguntou Asami enquanto arrastava Korra até o local onde ficam os carros prontos pra testes "Eu fiz umas alterações extras, depois que meu pai analisou o projeto original pra venda. Eu alterei o motor do protótipo, e por mais que o modelo seja maior e mais pesado que os carros próprios pra corrida, ele atinge uma velocidade bem impressionante. Principalmente depois que eu adicionei uma quarta marcha."

Korra arregalou os olhos "como você fez isso?"

"Aumentei um pouco a capacidade desse motor. – Sorriu, arrancando um sorriso da própria avatar – Tive que mudar a transmissão, pra que não engatasse a ré acidentalmente, mas posso dizer que ficou melhor que muitos dos carros de corrida que temos."

"Ele parece com o carro que o conselheiro Tarlok me deu, só que todo preto. E... – Passou a mão pelo metal da lataria – Mais rústico. Não tem a mesma pintura brilhante, é de uma cor mais fosca."

Asami concordou "Como disse, pra produzir esse modelo, utilizei dos mesmos materiais dos sato moveis originais, um metal mais grosseiro, menos refinado. A pintura, mesmo depois de polida, não tem o mesmo brilho nessa lataria como teria em uma de metal mais puro"

"Mas ainda sim, é lindo." Disse Korra em admiração.

Asami amava quando alguém apreciava seu trabalho daquela maneira, e saber que Korra admirava seu projeto a fazia sentir uma sensação prazerosa de realização. “Que bom que gostou. Estava pensando em usar esse badboy aqui pra quando finalmente começarmos a patrulhar a noite.”

"Maravilha! Assim eu não vou ter que botar um dedo no ‘presente’ do Tarlok... Por mais que seja lindo... E a ironia de estar usando um presente dele, contra ele, seja um tanto quanto satisfatória.”

Asami riu “Se preferir, a gente pode utilizar aquele modelo. Fui eu quem projetou também.”

 “Sério? Ah, é por isso que eu não consegui odiar.” Brincou. “Mas ainda prefiro esse, o primeiro de muitos. Especificamente alterado pra ser mais rápido, e...” Olhou pra Asami “Aposto que você já fez essas alterações pensando nisso.”

“Você me conhece tão bem!” Verdade maior nunca foi dita, pensou Asami, assim que fez a brincadeira. Korra apenas riu. “Vamos,” entregou um capacete e um visor na mão da mais baixa “Não é só porque tem cinto de segurança que devemos nos arriscar.” Sorriu, e pulou pra dentro do veículo, sem abrir a porta.

Após colocar os equipamentos de segurança, Korra repetiu o movimento da Asami, sentando-se no banco do carona, afivelando o cinto, e observando enquanto a motorista se preparava pra dar partida no carro.

“Pronta?” Perguntou Asami, recebendo um largo sorriso em resposta.

“Vá o mais rápido que puder, Sato.” Disse Korra, assim que a engenheira deu partida.

“Não precisa pedir duas vezes.” Sorriu, fazendo o pedal do acelerador tocar o chão do carro.

Passaram mais de seis voltas, quando decidiram simular uma perseguição. Agora estavam correndo atrás de um legítimo carro de corrida e, como esperado do projeto alterado da Asami, elas se manteram coladas na traseira do homem pilotando.

“Se isso fosse uma perseguição de verdade, já teríamos capturado os igualitários, e esse é um carro de corrida legítimo! Imagina quando formos perseguir os caminhões pesados!” Exclamou Korra, em voz alta, pra ser ouvida por cima do barulho dos motores.

“Ainda temos que testar perseguição contra motocicletas!” Gritou Asami, decidindo que já estava mais do que na hora de ultrapassar aquele veículo em sua frente, pois já descobriram o que tinham pra descobrir.

Na curva seguinte, aproveitou do peso do seu carro pra deslizar a traseira, mantendo a velocidade enquanto fazia a curva. Adrenalina pulsou na veia daquelas garotas, quando ao voltar pra curva, o carro passou a deslizar de um lado a outro, até que Asami assumisse o controle novamente. Olhando pra trás, Korra viu que o motorista do outro carro estava a metros de distancia, pois teve que diminuir a velocidade pra fazer a curva. “Wooohoooo!” Levantou os braços em comemoração, fazendo a motorista sorrir de lado, convencida.

Asami estava amando se exibir pra avatar. Queria mostrar que além de ter um cérebro afiado, era ágil, de bons reflexos, e condição física perfeita para combate. Não queria ser só uma carinha bonita para aparecer em fotos nos jornais... Mostraria todas suas habilidades se tivesse a chance, queria ser mais que a patrocinadora de boas ideias, e decidiu que faria Korra reconhecer seu potencial. Ela sabia que era o pacote completo, afinal de contas.

Nem parou pra pensar no porque ela queria tanto impressiona-la. Só pensava no dia em que começariam patrulhar Cidade República em busca de atividades criminosas, onde poderia mostrar do que ela era capaz.

Depois de perder as contas de quantas voltas deram, Asami percebeu que o carro já estava com o tanque de combustível perto de seu limite, então decidiu encostar na garagem novamente, para que pudesse abastecer o carro.

“Isso foi incrível!” Exclamou Korra com um sorriso, saltando para fora do carro, socando o ar e dando voltinhas de comemoração.

Asami riu do seu jeito animado “Imagina quando formos pras perseguições de verdade, quero ver a cara do Tarlok quando acabarmos com seu showzinho.”

“Somos duas.” Korra concordou, jogando o peso de seu corpo pra cima de sua perna esquerda, onde apoiava sua mão na cintura. “Já conversei com Lin sobre o novo esquadrão de não dominadores, ela disse que seria uma boa alternativa à vida na prisão. Se capturarmos os igualitários antes do Tarlok, ela pode tentar convencê-los da melhor alternativa.”

“E quanto ao conselho?” Perguntou Asami, enquanto enchia o tanque do carro.

“Esse é um trabalho à parte. Primeiro a gente tem que capturar esses igualitários, descobrir se estão dispostos a ajudar, e então eu trago essa possibilidade ao conselho. Eu não posso apresentar uma nova ideia baseada em suposições. Devo ter a certeza de que é possível convencer os igualitários a cooperar. Se eu for até o conselho dizendo que TALVEZ os igualitários possam nos ajudar a combater o crime das tríades sob a autoridade da polícia, eles podem negar minha ideia imediatamente.”

“Mas se você disser pra eles que existem pessoas dispostas a entregar a revolução de Amon, e ajudar a polícia, enquanto melhoram a segurança de cidade república...”

“Você entendeu.” Sorriu Korra

“Isso é brilhante!” Exclamou Asami “Dessa forma não terão motivos pra manter a força tarefa!”

“E eu tenho certeza que não vai ser uma ‘tarefa’ fácil, convencê-los disso. Tarlok vai fazer da minha vida um inferno” Rolou os olhos já imaginando o debate que teria com o conselheiro.

Asami riu do trocadilho, e disse “Não duvido da sua capacidade.” Colocou o galão de gasolina de volta na estante de ferramentas, e deu a volta no carro pra ficar do lado da Korra.

“Vou tentar não decepcionar” Sorriu, observando a maneira casual que Asami apoiava seu peso no carro, dando um ar de descontração.

Korra lembrou-se da primeira vez em que Asami a levou pra ‘dar uma volta’, e foi sobrecarregada de emoções.

Nostalgia, saudade, carinho, desejo... 

Os lábios dela eram um atrativo sem igual, destacados por aquele vermelho. Korra adoraria explorar tudo isso que Asami a fazia sentir... Queria descobrir todos os sabores, gravar todos os detalhes, e preservar na memória todas as sensações.

Era difícil não ceder ao mesmo impulso que a fez beijar o Mako pela primeira vez.

Todos os seus sentidos diziam: Vai. Mas em sua mente, sabia que nada de bom viria de uma atitude tão impulsiva. Enquanto Asami não fizesse o primeiro movimento, Korra nada faria. Era melhor assim, dessa forma não magoaria ninguém.

“Você está bem?” Perguntou Asami, notando a expressão distante que Korra tinha em seu rosto...

“Eu... Eu to! Só me lembrei de uma coisa... Nada demais! Hmm.... Vamos voltar? Acho que seu pai deve estar chegando agora...”

“Ah, claro...” Asami estranhou o nervosismo repentino da Avatar... ela estava tão animada, e de repente passou a agir como se estivesse com medo de algo... “Tem certeza que não é nada?”

Só tem vocês duas aqui, qual melhor momento pra você se abrir pra ela?

E depois o que? Deixar as coisas estranhas entre nós? Eu já disse, Raava... Melhor deixar ela descobrir os sentimentos por mim sozinha.

E como ela vai descobrir isso namorando, e sem nem ter idéia de que você também gosta dela?

Da mesma forma que Mako descobriu que gostava de mim enquanto namorava com ela.

Você beijou ele.

... Eu não precisava tê-lo beijado pra ele reconhecer o que sentia. Foi só... uma confirmação.

Certo, Avatar. Se você acredita nisso...

Eu acredito.

Certo.

Qual foi a desse tom sarcástico, Raava?

Sarcasmo? Eu não conheço esta expressão humana, Avatar...

Debochada...

Mas já que quer saber, eu acho que você deveria ao menos contar a ela o que sente. Asami tem a plena capacidade de decidir por sí com quem ela quer ficar. Ao não contar, você tira dela a opção de escolha. Decidindo POR ELA que ficar com Mako é melhor.

Quando você fala assim, até faz sentido...

Pois então, está esperando o que?

Korra suspirou... Raava tinha razão. Ela não queria acabar com o relacionamento de seus amigos, mas ela realmente queria estar com Asami. Ela não precisaria tornar as coisas difíceis pra sua amada, apenas tirar de seu peito essa sufocante sensação que todos os dias se tornava cada vez mais difícil de ignorar.

“Bom... Tem uma coisa que eu queria te dizer...”

Esses momentos aonde a Korra parecia perdida em pensamentos, como se estivesse tendo uma conversa consigo mesma, estavam se tornando mais frequentes. Durante os almoços com os furões de fogo, a herdeira Sato tem notado esse distanciamento da Avatar. Por isso, o momento em que Korra admitiu ter algo em mente fez Asami erguer ambas as sobrancelhas, surpresa. Geralmente ela negava estar pensando em algo, e alegava estar distraída... “Tem? E o que é?” Perguntou curiosamente.

“Olha só quem temos aqui!” Hiroshi as interrompeu, antes que Korra pudesse dizer qualquer coisa.

Asami se virou para seu pai com um grande sorriso, “Pai! Chegou cedo!”

“Cedo? Vejo que esteve bem distraída nessas últimas horas... Já são sete e meia, querida.”

O industrialista esteve observando as duas por um tempo à distância. Estava esperando elas saírem da garagem pra cumprimenta-las, mas como levaram muito tempo, decidiu se aproximar para anunciar sua presença.

 “Vim chamar vocês, o cozinheiro disse que o jantar está pronto!” disse, e então dirigiu seu olhar para Korra “Avatar Korra, Ling me informou sobre sua presença, a que devemos sua visita?”

Korra corou, lembrando-se que, na verdade, só queria uma desculpa pra passar um tempo a sós com Asami. “N-Não foi por nada demais. As crianças estavam particularmente agitadas hoje.” Porque ela cometeu a burrada de comentar com Jinora que gosta de alguém. De novo.

“Ótimo, mais uma para o Jantar então!” Ele disse cordialmente, com uma voz tão animada e convidativa que quase convenceu Korra de que ele havia superado a animosidade.

Quase.

Pra ser justa, Korra realmente não sabia dizer se aquele sorriso era sincero ou não, mas na dúvida... “N-não, Senhor Sato, não quero me meter...”

“Imagina, Korra! Não é incômodo nenhum, fique.”

Asami, que estava prestes a fazer o convite ela mesma, sorriu animadamente e empurrou a avatar de leve, como quem diz ‘vamos, porque não?’ E com o sorriso que ela tinha no rosto, Korra foi incapaz de dizer não.

“Está certo.” Korra concedeu “Já que não tem problema...”

“Não mesmo” Disse Asami, abraçando a avatar de lado “Assim você vai poder completar as histórias que vou contar pro meu pai hoje.”

“Histórias?” Perguntou Hiroshi “Ora, vejo que vocês têm feito muitas coisas juntas né?”

“Você nem imagina, papai!”


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Notas finais do capítulo

EEEEEEE hoje descobrimos que Raava é a maior Korrasami shipper dessa história. Kkkkkkk

Mais uma vez eu peço desculpas pela demora. ABSURDA DEMORA!
Mas é que, entre tantos planejamentos, fica difícil botar “no papel” tudo o que eu penso quanto a essa fic. Eu já tenho praticamente completo tudo o que vai acontecer nesse ‘livro 1’; mas descrever as cenas, e fazer diálogos, dá um trabalho tão grande que eu acabo por fazer a passos lentos. Sinto muito mesmo, pretendo me esforçar mais pra trazer os capítulos com mais frequência!
Essa recomendação realmente me inspirou na meta de escrever ao menos 100 palavras por dia kkkkk
Espero ter o próximo capítulo pronto logo. Acreditem se quiser, mas eu sinto saudades dos meus personagens e quero ver o desenrolar do que acontece assim como quem acompanha essa fic. Então... Aos que ainda querem saber o que acontecerá, até a próxima!

Mini sppoiler (Cap. 9 - Parte II: A verdade vem à tona):
“Já se decidiu, Sato?” Perguntou o homem, com uma frieza digna de um iceberg.
“Eu já te disse! Eu não sei onde fica essa fábrica escondida!” Seu tom raivoso não ajudou em nada a convencê-lo dessa verdade. A risada dele ecoou pela prisão metálica. Asami procurou os olhos da sua companheira de cela, mas a pobre Maia ainda se encontrava desacordada. Logo, incapaz de encontrar saída para aquela situação, e cada vez mais desesperada, ela começou a pensar em maneiras de convencer aquele monstro a deixa-las ir...



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