11º Capítulo
(POV Bella Swan)
—Então quer dizer que você é uma espécie de amor a primeira vista do cachorro? -Alice pergunta erguendo sua sobrancelha castanha e bem feita.
—Sim, é mais ou menos isso. -Confirmo. -E o nome dele é Paul.
—Tanto faz. -Ela dá de ombros. -Esse negócio me parece um pouco instável.
—Alice, você não vai me fazer largar o Paul, eu o amo. Já disse isso. -Respiro fundo. -E se você me chamou aqui pra tentar de alguma forma me separar dele eu vou embora.
—Não, Bella, me desculpe. Eu só não sei como lidar muito bem com isso. -Ela segura minhas mãos. -Sei que a culpa de tudo isso foi nossa, por isso tenho a impressão de que a qualquer momento você vai embora.
—Eu já disse que perdoei vocês, acho que agora basta vocês se perdoarem.
XXX
—E então Bellinha, vai aceitar jogar dessa vez? -Emmett pergunta soltando um riso irônico.
—Sim. -Respondo simplesmente ao terminar de entrar na ampla sala e me sentar no confortável sofá branco.
—Sério? -Ele me encara descrente.
—E por que não seria? -Finjo confusão.
—Você só aceitou jogar comigo uma vez e perdeu feio. -Ele explica com obviedade.
—Andei treinando. -Sorrio divertida ao lembrar das tardes que passei com Paul. Nessas ele havia me ensinado a pelo menos não perder tão feio.
—Essa eu quero ver. -Jasper surge de repente na sala parecendo desacreditar.
—Vamos começar!! -Exclamo animada.
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—Eu não acredito!! -A voz de Emmett se faz presente mais uma vez com indignação. -O jogo empatou.
—Tive um bom professor. -Sorrio orgulhosa.
—Então seu cachorro sabe jogar? -Emmett questiona sorrindo maliciosamente.
—Como sabe que é Paul? -Pergunto iguinorando a parte do 'cachorro'.
—Sou quase uma Alice. -Ele se gaba. -Mas eu estava pensando em uma partida de vídeo game com ele. Ele gosta de apostas?
—Por favor, não seja uma má influência para o meu namorado. -Peço em negação.
—É bem capaz dele me influenciar negativamente. -Ele sorri inocentemente.
—Tá, vou fingir que acredito.
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—Shopping hoje, Bella? -Alice pergunta animada quicando na baqueta da cozinha.
—Não, Alice. Talvez outra vez. Marquei com o pessoal da reserva hoje. -Expliquei pedindo desculpas com o olhar. Ela revirou os olhos mas não comentou nada.
—Na próxima você não escapa. -Ela sorri e começa a fazer seus planos de compras. Jasper (o único dos três vampiros que consegue fazer uma comida descente) termina de montar o sanduíche e pousa o prato em minha frente. Mordo um pedaço do sanduíche e solto um som de satisfação.
—Está uma delícia, Jasper. -Solto, o loiro sorri fracamente e volta a ajeitar as coisas na cozinha.
De repente Alice se levanta e fala algo sobre seu closet, me deixando sozinha com Jasper.
—Você parece diferente, Bella. -Jasper comenta. -Parece uma nova pessoa.
—Eu me sinto uma nova pessoa, sabe? Mas não acho que isso seja ruim. -Respondo mordendo meus lábios.
—E não é. -Ele termina de lavar a louça e pega um pano para secar as mãos. -Você parece mais disposta a viver agora. Seus sentimentos expressam a verdadeira felicidade.
—Paul é a vida que eu precisava.
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—Obrigada, Alice. Me diverti muito hoje. -Digo ao mesmo passo que retiro o cinto de segurança.
—Sim, sim. Mas da próxima vez quero você para mim o dia todo. -Ela fala fazendo biquinho. Eu reviro os olhos e solto uma risada pelo seu drama.
—Da próxima vez é você que conversa com Paul, então. -Brinco.
—Okay, acho que posso me contentar com metade de você. -Ela também brinca, mas vejo o contrário em seus olhos.
—Estou brincando, Alice. Vamos fazer uma festa do pijama um dia desses.
—É claro, só basta você marcar. -Fala animada dando pequenos pulinhos no banco do carro. Um minuto depois seu olhar fica vago. A baixinha está tendo uma visão.
—Problemas, Alice? -Pergunto apreensiva.
—Na verdade não, os meninos está se preparando pra caçar. -Ela explica.
—Hum, entendi. Acho que você tem que ir, né?
—Sim. Se cuide, Bella. -Ela se despede me puxando para um abraço. -Obrigada por não me odiar.
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—Minha Bella!! -Paul me puxa assim que abro a porta do carro. -Eu estava com saudade.
—Foi difícil passar o dia longe de você. -Concordo ao abraça-lo. Enterro minha cabeça em seu peito e aspiro seu cheiro. Ergo meu rosto e ele abaixa um pouco o seu, fazendo assim com que nossos lábios se toquem.
O beijo de Paul me passa todo o amor que ele sente por mim, seus lábios são quentes e sua mão percorre delicadamente meu braço, me dando pequenos arrepios. Passo a ponta dos meus dedos em seu rosto e dou leves mordidas na sua boca.
Quando o ar se faz necessário me afasto e deito minha cabeça no seu ombro, plantando um beijo no mesmo.
—Okay, okay. Pornografia só mais tarde, crianças. -Jacob aparece na porta com um sorriso sapeca.
—Como se você não estivesse agora pouco grudado na boca da Angela. -Paul diz após uma bufada. Eu beijo sua bochecha para ele relaxar.
—Jacob, pare de provocar Paul. Amor, não ligue para Jacob. -Falo, o rosto de Jacob se torna indignado e o de Paul sorridente. -Agora vamos chamar os outros ou então vamos nos atrasar.
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—Animados para sábado? -Embry pergunta esfregando as mãos.
—O que tem no sábado? -Pergunto mordendo minha fatia de pizza logo em seguida.
—Futebol na praia. -Quil explica assim que termina de mastigar. -Vai torcer por mim, né Bella? -Pergunto com uma piscadela. Paul solta um rosnado.
—Nada disso, Quil. Você é do meu time e Bella é uma tremenda pé frio! -Jacob exclama rindo.
—Paul, você já pode acabar com o Jake. -Falo bufando.
—Na verdade preciso do meu atacante inteiro, Bella. Sinto muito. -Paul diz divertido, eu o olho indignada e ele sorri me mandando beijos. -E aposto que Angela detestaria isso.
A oriental se encolhe nos braços de Jacob ficando extremamente vermelha.
—Pronto, amor. Já pode se sentir vingada. -Paul sussurra na minha orelha me causando um arrepio.
—Não passou da meia noite, casal. -Sam brinca. Um papel guardanapo amassado atinge minha cabeça e fuzilo Leah com o olhar, ela gargalha e ergue as mãos em rendição.
—Amor, qual é a probabilidade de você me deixar socar os idiotas? -Paul questiona. Solto uma risada junto ao resto do pessoal.
—Nesse momento muito alta.
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Enquanto Paul dirige até a casa da Emily, lugar onde deixei meu carro, vasculho no rádio alguma estação com música boa. Ao achar uma de músicas antigas passo a cantarolar junto com a voz que sai do aparelho. Sinto o olhar de Paul e o encaro, um grande sorriso se faz presente em seu rosto.
—Como foi seu dia? -Ele pergunta segurando minha mão sobre minha perna.
—Foi bom, Alice é um pouco mandona mas é uma boa pessoa. -Comento brincando com seus dedos.
—Ficou feliz, mas confesso que senti vontade de ir te buscar durante todo o dia. -Ele confessa.
—Não posso te recriminar por isso. -Digo sorrindo. -Como anda as coisas com Seth?
—Ele é um garoto calmo. O que facilita com o autocontrole. -Ele explica. -E eu também disse que ele só vai se aproximar de Sophie quando estiver 100% controlado.
—Paul!!
—O que?! É uma motivação para o garoto. -Ele diz inocentemente.
—Sei, não tem nada haver com seu ciúmes de irmão. -Digo irônica.
—Claro que não. -Fala sem tirar os olhos da estrada. Dou um leve tapa em seu braço protegido pela jaqueta de couro marrom. -Que foi? É sério.
—Certo, certo.
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—Tem certeza que não quer que eu te leve em casa? Eu deixo seu carro lá amanhã cedo. -Paul sugere.
—Não precisa. Sério. Vá descansar. -Dou um selinho para reforçar minha palavras.
—Mas Bella...
—É sério, Paul. Vou ficar bem. -Aproximo nossos rostos e o beijo com vontade. -Te vejo amanhã?
—Sim. Sempre.
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Abro a porta e encontro tudo silencioso. Lembro vagamente de Charlie dizendo que passaria a noite na delegacia. Algo como dia de jogo.
Largo a chave na mesinha da entrada e chuto meus tênis para fora dos meus pés.
Tiro minha jaqueta jeans e penduro no meu braço ao mesmo passo que ando até a cozinha.
Abro a geladeira e pesco a caixa de leite, pego uma xícara no armário e encho de leite, colocando pra mornar no microondas.
Enquanto espero esquentar mando uma mensagem para Paul avisando que cheguei. Assim que aperto o botão 'enviar' o microondas apita e eu eu retiro a xícara dali.
Pego um pacote de biscoito e me encaminho até a escada. Enquanto subo as escadas sopro a xícara e beberico o líquido que há dentro dela.
Chego no meu quarto e largo a jaqueta na cama junto ao pacote de biscoito. Coloco a xícara na mesa de cabeceira e saio do quarto para ir ao banheiro. Faço xixi rapidamente e com passos preguiçosos me dirijo de volta ao meu quarto.
Contudo antes de entrar estaco na porta. Minha respiração falha e os músculos do meu corpo param de responder. Tento balbuciar algo mas minha voz não sai.
Parado no meu quarto, segurando meu exemplar de O Morro dos Ventos Uivantes, com seu sorriso torto e as roupas impecáveis. Ele está aqui. Ele voltou.
—Olá, Bella. Sentiu minha falta?