— Sou eu. —Mesmo com a pouca luz, seu rosto era inconfundível. Ennoshita, com um sorriso melancólico ante à confusão de Daichi, colocou uma mão em seu ombro. — Fico feliz em ver que está bem, mas estamos com pressa. Você precisa fugir; eu vou espantá-los.

— Ennoshita, como... Por que está aqui? — Sawamura nem sabia por onde começar.

— Escute. Você sabe que está sendo perseguido. Alguém disse ter descoberto seu paradeiro e liderou uma multidão até aqui, e a segui porque precisava saber onde estava. E agora vou ajudá-lo a escapar. — Respirou fundo, encarando Daichi nos olhos. — Você deve correr, se afastar. Eu voltarei lá e os convencerei de que está trancado dentro da torre, escondido; eles querem incendiá-la, Daichi. Vão acreditar que está morto. Isso lhe dará, com sorte, paz por um tempo.

Não podem incendiar a torre. Sugawara vai...

— Vá — reforçou Chikara. Quando começou a se afastar, Daichi segurou seu braço.

— Espere. Não há nenhum outro jeito? — Diante da ausência de resposta, resignou-se. — Certo. Obrigado, Ennoshita.

Com um último olhar de despedida, o amigo se distanciou, percorrendo a terra até  o aglomerado ensandecido.

Daichi seguiu o caminho oposto, entranhando por entre as árvores, pisando sobre as folhas mortas com pesar.