Hasta Morir escrita por Ducta


Capítulo 5
O dia do casamento


Notas iniciais do capítulo

capítulo grandinho e cheio de emoções, OMG



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POV Angie

  

Eu cheguei em casa acabada, podia dizer que o dia foi perfeito. Eu e o Nico apenas. Não sei porque, mas ele me entendia de uma maneira que nem o Stefan conseguia. Stefan era apenas paciente, Nico parecia ser mais do que isso, pelo menos pra mim.

Eu tomei um banho quente e demorado depois me joguei na cama e comecei a mexer nos lembretes do meu celular, faltava uma semana pro casamento do primo do Nico e eu ainda nem havia começado a pensar em coisas como o vestido que eu ia usar, os sapatos, o penteado, o presente que eu levaria.

Passei mais umas 3 horas ou mais acordada pensando nisso até que eu adormeci.

 

Seis dias depois...

Nico decidiu que iríamos pra Long Island de carro o que dariam 19 horas e meia de viagem.

Já passavam das 22 h de sexta-feira, eu e o Stefan estávamos abraçados, esperando o Nico chegar. Minha bagagem se resumia a uma mala média, uma mochila e o saco onde estava meu vestido, um cobertor e meu travesseiro.

-Eu deveria estar indo com você. Não confio nele ainda mais agora que ele está te levando pra longe de mim. – Stefan disse meio emburrado.

Eu passei meus braços em torno do seu pescoço e o beijei.

-Você pode não confiar nele, mas confia em mim e é por isso que você está me deixando ir. – Eu disse sorrindo.

Sentiria muita falta do Stefan, ainda mais por que eu estava indo pra um lugar que eu não lembro com pessoas que eu não lembro e provavelmente não se lembrarão de mim. Logo após esse pensamento, um frio incômodo se apossou da minha barriga, acelerando meu coração, me fazendo respirar fundo algumas vezes.

-Calma, vai dar tudo certo. – Stefan disse me apertando mais em seu peito. Eu escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço.

A noite estava fria, eu estava de calça jeans, all star vermelho e uma blusa se moletom preta do Stefan.

Mais alguns minutos castanholando os dentes e Nico apareceu. Ele desceu do carro sorrindo e eu pude sentir o maxilar de Stefan se enrijecer, eu dei um beijo em seu pescoço e a tensão aliviou um pouco.

-Desculpa a demora, parei pra abastecer. – Nico disse abrindo o porta-malas enquanto Stefan me soltava pra pegar minha mala. Nico pegou meu vestido enquanto eu jogava minha mochila, meu cobertor e meu travesseiro no bando do passageiro.

  Eu me despedi do Stefan com um abraço apertado e um beijo longo e quando eu entrei no carro, Nico estava olhando pro outro lado, dessa vez era ele que estava com o maxilar travado e eu me perguntei o porque.

-Vamos? – Eu disse chamando sua atenção enquanto batia a porta.

-Cobertor e travesseiro? – Ele perguntou rindo.

-Sou friorenta e viagens me dão sono. – Eu disse colocando o cinto.

Ele continuou me olhando enquanto eu me cobri, coloquei minhas pernas em cima do banco, me virei pra ele e por fim, abracei meu travesseiro.

-Pronta? – Ele perguntou me olhando sorrindo, divido entre chocado e divertido. Provavelmente minha preparação foi algo estranho. Mas nós passaríamos a madrugada e parte da manhã na estrada, então eu tinha que me preparar.

-Agora sim! – Eu respondi tirando mais uma gargalhada dele.

-O que você achou engraçado? – Perguntei

-Você é engraçada. – Ele respondeu quase sem prestar atenção nas ruas quase desertas.

Eu fiquei em um silêncio que considerei digno e voltei minha atenção pro rádio. Passei várias estações, só músicas eletrônica, não achei apropriado pra nossa viajem então desliguei o rádio amuada.

-Sem música eu não sou ninguém – Nico disse me olhando.

-Pra sua sorte, eu trouxe todos os meus CDs! – Ela disse pegando um porta-CD rosa da mochila.

-Eu devo ficar feliz com isso ou já posso começar a chorar? – Ele perguntou sarcástico.

-Muito engraçado. – Eu disse colocando uns dos CDs que eu havia gravado.

- Oasis. – Ele disse sorrindo.

-Wonderwall, eu amo muito essa música.

Eu comecei a cantar baixinho, mas vi que não era a única. Nico me olhou e eu sorri então nós começamos a aumentar o tom gradativamente, quando a música chegou no refrão nós estávamos na estrada, Nico acelerou, eu abri a janela e soltei meu cabelo deixando o vento fazê-los dançar do jeito que ele queria e antes que pudéssemos perceber, já cantávamos o refrão a plenos pulmões.

-BECAUSE MAYBE,

YOU’RE GONNA BE THE ONE THAT SAVES ME.

AND AFTER ALL, YOU’RE MY WONDERWALL!

 

Após isso nós rimos muito, cantamos mais, paramos em um posto de gasolina na estrada e compramos coca-cola, cerveja, mais algumas bebidas alcoólicas e salgadinhos.

Já eram seis da manhã quando eu finalmente peguei no sono.

 

POV Percy

 

Sábado de manhã - de madrugada pra mim, mas isso não vez ao caso – eu fui acordado pela voz mais doce do mundo, que já não estava assim tão doce.

-Percy já acordou?

-Bom dia pra você também, Annabeth.

-Desculpa. Bom dia amor. Agora acorda! – Ela disse exasperada.

-Tá bom, amor, acordei, mas pra que você me ligou às 6 horas da manhã? – Eu perguntei olhando o relógio ao lado da minha cama.

-Como “pra que”? Percy hoje é o dia do nosso casamento! – Ela disse como se eu tivesse ficado louco.

-Eu sei Annabeth, mas ele só vai ser daqui a doze horas ainda. – Eu disse me sentando na cama.

-E como você consegue achar doze horas muito tempo, Percy? São apenas doze horas pra ter certeza que vai dar tudo certo! – Ela disse e eu pude ouvir alguma coisa quebrando

-Merda! – Ela xingou baixinho.

-Eu tenho certeza que ele vai ser perfeito, amor. Você e sua mãe estão planejando ele tem três meses. – eu disse.

-Mas isso não evita que alguma coisa possa dar errado. – Ela disse. – E se der alguma coisa errado, Percy? – Agora a voz dela tinha se tornado chorosa.

-Sem pânico Annabeth! Vai dar tudo certo, eu tenho certeza. – Eu tentei convencê-la, porque eu tinha certeza que daria tudo certo. Mas ela começou a chorar profusamente, Annabeth estava muito frágil nesses últimos meses. Estresse pré-casamento minha mãe disse.

-Annabeth, pare de chorar ou quebro a promessa que te fiz e vou aí.

-Não se atreva ou você vai ao nosso casamento todo engessado! – Ela disse, sua voz passou do choroso pro agressivo instantaneamente.

-Já parou né? Agora me diz o que você quer comigo ás seis horas da manhã?

-Você precisa buscar seu smoking antes das 10 da manhã, meio-dia você tem que buscar meu pai, minha madrasta e meus irmãos no aeroporto e tem que levá-los pro acampamento e depois tem que pegar sua mãe no aeroporto e levá-la pro acampamento também. E já fica por lá, Quíron disse que você pode se arrumar lá e eu fico mais tranqüila se sua mãe estiver do lado pra arrumar sua gravata. – Ela disse preocupada.

Eu anotei todas as minhas tarefas num bloquinho.

-Só por curiosidade, desde que horas você está acordada? – Eu perguntei.

-Desde as quatro da manhã. – Ela disse com a voz cansada agora. – Não consegui dormir direito, vou ter que dormir mais a tarde senão vou estar cheia de olheiras! Bom, eu vou desligar amor, preciso cuidar de uns detalhes aqui. Te amo muito!

-Te amo também, minha vida.

Desobedecendo Annabeth, eu voltei a dormir.

 

Nove horas depois...

 

-Nem acredito que você vai casar cara! – Grover disse enquanto dávamos uma última olhada no Acampamento antes da inspeção de Atena e Annabeth.

-Nem eu, cara.

Seguindo algumas tradições, meu chalé e o de Annabeth foram decorados com ramos de oliveira e folhas de loureiro. Quíron bancaria sacertode e no final da cerimônia, Hera nos daria sua benção, esse seria seu presente de casamento pra nós. O altar tinha sido montado na campina ao lado dos campos de morango por pedido de Annabeth. Depois do casamento teria um banquete –seguindo outra tradição – e só depois a festa. Para aí, finalmente, eu poder levar Annabeth para uma das melhores suítes do New York Palace Hotel – um presente do meu pai – e na manhã seguinte pegaríamos um avião pra Atenas, na Grécia – óbvio, um presente da minha sogra – Era uma espécie de sonho de Annabeth conhecer Atenas então era lá que passaríamos a lua-de-mel.

Confesso que estava meio que empolgado com a parte do Palace Hotel. Entenda, em sete anos eu e Annabeth só transamos duas vezes. Atena descobriu e me fez jurar pelo rio Styx que “só encostaria em Annabeth para essas finalidades depois do casamento”. Isso faz seis anos.

Por ordem expressa e direta de Atena eu fui obrigado a tomar um banho com óleos essenciais -que fediam horrores- para me purificar.

Quando Annabeth chegou ao acampamento, fui obrigado a ficar trancado dentro do meu chalé com a desculpa de que “dá azar ver a noiva antes do casamento”. Uma hora ou um pouco mais com a minha mãe me dando várias lições do que fazer e o que não fazer na lua-de-mel enquanto ela chorava “de felicidade”, como ela disse.

-Meu bebê vai casar. – Ela disse me abraçando pela décima vez na última meia hora.

-Mãe, se acalma.

Uma hora antes do casamento começou um entra e sai enorme do meu chalé. Os irmãos Stoll vieram me perguntar se eu já tinha imaginado alguma coisa pra minha noite de núpcias.

-Não vou contar a vocês – Eu disse rindo e observando as expressões deles.

Meu padrasto veio me dar algumas dicas, por assim dizer, Thalia e mais alguns ex-campistas vieram me cumprimentar. Meu pai foi o último a vir.  Nós conversamos por uns vinte minutos até que Atena disse que eu já podia sair. Consultei meu relógio, dez minutos. Annabeth deveria estar surtando agora. Queria poder ver seu rosto.

Quando cheguei ao altar, vi vários rostos conhecidos olhando pra mim. Todos os deuses, inclusive Hades, estavam lá, em suas formas humanas, claro. Alguns deuses menores, campistas antigos e novos, sátiros, ninfas e todas as criaturas que habitavam o acampamento. No canto esquerdo estavam os quatro deuses do vento entre eles, Bóreas, o pai de Angie. Assim que eu encontrei os olhos de Bóreas me deu um aperto no coração. Eu não pensava em Angie havia no mínimo 5 anos.

Cinco minutos. O nervosismo começou a tomar conta de mim.

Assim que eu levantei meu olhar eu vi Nico entrar correndo na campina. Ele estava de mãos dadas com uma mulher bonita pelo o que eu pude ver. Ele estava de smoking e ela com um vestido de seda azul marinho, um pouco acima da metade de suas coxas, as sandálias prateadas estavam na mão livre. Então essa era a surpresa, ele está namorando. Eu não pude me conter e sorri. Ele esqueceu Angie pelo visto e estava feliz agora.

Eu observei Nico e a moça até eles se sentarem e ela calçar as sandálias. Até que alguns filhos de Apólo começaram a cantar o himoneu, o hino do casamento. Outra idéia de Atena.

Eu comecei a ficar tonto, suar frio, tremer e todas essas coisas, quando vi Annabeth entrar na campina. Ela estava linda. Não, linda é pouco. Ela estava simplesmente perfeita. O vestido branco era frente única, arrastava no chão, mas tinha uma abertura na perna direita que mostrava a meia calça branca que ela usava. Seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo bem feito e bem decorado. A maquiagem era leve, dando destaque pros olhos. O buquê era feito de flores douradas, que em minha opinião combinaram com seus cabelos. Eu podia ver ela murmurar algo como “não chora Annabeth” enquanto ela entrava no tapete vermelho de braços dados com o Sr. Chase.

Eu sorri bobamente pra ela e ela sorriu de volta, me deixando mais besta ainda.

Definitivamente, ela era o amor da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu pesquisei sobre casamentos gregos, a distância de Orange County até Long Island e a distância de Long Island até o NY Palace antes de escrever ok? Não gosto de escrever qualquer besteira.
P.S.
Lemons chegando *frio na barriga* ;O



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