Hasta Morir escrita por Ducta


Capítulo 4
Mar, areia e amor




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/72468/chapter/4

Havia um mês desde que Angie veio me procurar em casa. Depois daquele dia, nós nos encontrávamos sempre e já éramos muito amigos. De novo. Eu conheci Stefan, ele não era o tipo de cara que eu teria como amigo, mas ele fazia Angie feliz então isso me bastava. Hoje era domingo, eu tinha acabado de acordar, ainda estava largado na cama quando meu telefone tocou:

-Alô?

-Nico? Bom dia, é a Angie.

-hey Angie, bom dia. – Eu respondi sorrindo.

-Tá ocupado ou tem algum compromisso hoje?

-Não, nenhuma. Porque?

-Quer ir à praia? – Ela perguntou incerta

-Praia?

-É, deixe de ser ranzinza, nós ainda estamos em uma cidade da Califórnia! –Ela disse

-Não sei não Angie, eu não gosto de praia.

-Ah só um dia, por favooooooor! – Ela implorou. Aquilo era golpe baixo, ela sabia que eu odiava a ver implorando.

-OK, OK, nós vamos então!

Ela gritou no telefone, empolgada.

-Em vinte minutos eu to aí. – Eu disse e ela desligou.

Eu tomei um banho rápido e me troquei, tênis, bermuda e camiseta. Eu tinha certeza que não entraria na água, mas peguei uma toalha só por via das dúvidas. E logo depois saí de casa.

Mais uns dez minutos depois eu e Angie já estávamos dentro do meu carro indo em direção a uma praia mais vazia que Angie sugeriu. Ela estava mexendo no rádio até que eu ouvi uma música conhecida – minha – tocando. Ela parou naquela estação um segundo e quando ela ia mexer no botão outra vez, eu a impedi.

-Que foi?

-Essa música é bonita. – Eu disse sorrindo

-Sério? Porque você acha isso? – Ela perguntou fazendo careta, eu tive que rir.

-Porque ela tem seu nome. –Eu disse.

Ela ficou me olhando meio boquiaberta, surpresa.

-Angie, you're beautiful, but ain't it time we said goodbye

Angie, você é linda, só não foi lindo o momento que dissemos adeus.

Angie, I still love you, remember all those nights we cried?

Angie, eu ainda te amo, lembra-se de todas aquelas noites que choramos?

All the dreams we held so close seemed to all go up in smoke.

Todos os sonhos que seguramos tão firmemente pareceram evaporar-se como fumaça.

Let me whisper in your ear:

Deixe-me sussurrar em seu ouvido:

Angie, Angie, where will it lead us from here?

Angie, Angie, para onde isso vai nos conduzir a partir daqui?

Oh, Angie, don't you weep, all your kisses still taste sweet

Oh, Angie, não chore, todos os seus beijos continuam doce.

I hate that sadness in your eyes.

Eu odeio essa tristeza em seu olhar.

But Angie, Angie, ain't it time we say good-bye.

Mas Angie, Angie, não é o momento de dizer adeus. – Eu cantei e ela ficou lá me olhando sorrindo.

-Gostou? – Eu perguntei.

-Demais! Você precisa me ensinar essa música. – Ela disse.

-Ensino com certeza. – Eu disse estacionando o carro.

-Não sabia que você gostava desse tipo de música. – Ela comentou enquanto nós saíamos do carro.

-Nem só de psy vive um homem – eu respondi a fazendo rir.

Ela parou na frente do carro, abriu os braços e respirou fundo.

-Cheiro de mar, tão gostoso Né? – Ela disse me olhando com um brilho no olhar.

-Se você soubesse o que isso me lembra...

-Me conta então. – Ela disse pegando minha mão e me arrastando pra areia.

-Me lembra meu primo Percy.

-Por quê?

-Ele tem cheiro de mar. – Eu disse a fazendo rir mais uma vez.

-Eu vou me lembrar o porquê?

-Assim que você o ver, eu espero. – Eu disse sentando na areia.

-Que você está fazendo? – ela perguntou indignada.

-Sentando oras.

-Nem tente me enrolar Nicolas di Ângelo, você veio à praia e vai nadar comigo! – Ela exclamou me puxando pela mão.

-Nem tente você, Angelina Demetria Viatchelli – Eu disse resistindo.

Mas ela não desistiu e eu me rendi. Eu tirei o tênis e a camiseta enquanto a olhava tirar o vestido, ela estava com um biquíni preto simples, não muito comportado nem muito exagerado.

-Pare de me olhar, eu odeio usar biquíni, não torne isso mais difícil. – Ela disse escondendo-se atrás de mim e me empurrando pra água.

-Não estava te olhando.

-Eu finjo que acredito. – Ela disse me fazendo rir.

Nós mergulhamos, nadamos, brincamos.  Nos esbaldamos pra ser sincero. Foi muito divertido.

-Só você pra fazer isso comigo. – Eu comentei quando o sol começou a se por e nós estávamos deitados na areia, todo molhados, eu particularmente, todo dolorido mais feliz.

-Você precisa aprender a se divertir. – Ela disse ficando de bruços e me olhando.

-Eu já sei me divertir.

-Ficar bêbado todo dia não é meu conceito em diversão. – Ela disse como se me desafiasse a contradizer.

-Você já ficou bêbada?

-Não nos últimos sete anos, porque?

-Você fala como se já soubesse como é.

-Eu te observei durante quatro anos sabia?

-Eu te procurando que nem louco e você me observando ficar bêbado. Que vergonha. – Eu disse escondendo meu rosto nas mãos, fingindo realmente estar com vergonha.

-Isso é tão estranho né? – ela disse me olhando meio melancólica de novo. – Quer dizer, você ali tão perto de mim, me procurando enquanto eu queria saber quem era você.

-Isso é muito estranho. Mas o importante é que finalmente estamos aqui, juntos de novo. – Eu disse passando minha mão no rosto dela.

-Você fala isso como se nós já tivéssemos tido uma vida juntos.

-Na minha imaginação nós tivemos. E foi tão bom. – Eu disse me sentando, ela imitou meu gesto.

-Me conta como foi?

-Não vou contar. Só posso te mostrar como ela começou.

-Como?

-Assim – Eu disse e aproximei meu rosto do dela. Mas ela percebeu e desviou sorrindo.

-Cedo demais. – Ela disse.

-Pra você. Eu esperei sete anos por isso. – Eu disse calmamente, não fiquei triste por ela ter desviado do beijo. Eu só precisei provar a mim mesmo que eu podia tentar, ver até onde eu poderia ir.

-Então você pode esperar mais algumas semanas. – Ela disse se levantando e indo em direção ao carro.

-O que você quer dizer com isso?

-Vou dar a você o que pensar. – Ela disse sorrindo pra mim.

Depois disso, nós voltamos pra parte mais movimentada da praia, comemos e voltamos pra casa, cantando e comentando nosso gosto musical.

-Vem cá, e o Stefan? – Eu perguntei quando parei o carro na frente do prédio dela.

-Você só lembrou dele agora?

-Pra você ver como ele é importante pra mim.

Ela riu.

-Ele viajou a trabalho, só volta amanhã à noite.

-Se você se sentir sozinha, não hesite em me ligar. – Eu disse sorrindo,

-Não hesitarei. – Ela disse e se esticou pra me abraçar.

-Boa noite Nico, dorme bem e pensa em mim OK?

-Eu sempre penso. – Eu disse beijando a testa dela. Ela sorriu e saiu do carro.

Como ela consegue ser tão doce? Eu não consigo parar de pensar nela. Nunca consegui. Anos trás eu me apaixonei pelo jeito rebelde e independente dela e agora eu estou apaixonado pelo jeito calmo e doce. Nunca me senti desse jeito antes e duvido que vá me sentir igual – ou meramente parecido com isso - algum dia.

Eu estou completamente apaixonado por ela. De novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Escrevi ouvindo Justin Bieber, aí deu nisso UAHSUAHSUAHS



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hasta Morir" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.