Hasta Morir escrita por Ducta


Capítulo 2
Relembrando algumas noites de verão




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Quinta-feira de novo. Hoje não estava chovendo graças aos deuses. Quando cheguei ao bar já passavam das 9 da noite. Ela estava lá no palco improvisado. Calça jeans, blusa de algodão cinza, cabelos soltos curtos e pouca maquiagem. Completamente diferente daquela semideusa que eu lembrava. Short jeans, camiseta cheia de desenhos, tênis coloridos e muita maquiagem.

Ela estava cantando outra música da Belinda, Alguien Más. Sentei bem na frente e fiquei observando ela terminar o “show” dela.

Ela passou por mim quando desceu do palco, me olhou bem nos olhos e sorriu. Por um segundo eu esperei um “oi Nico”, mas ele não veio, ela simplesmente pegou a bolsa, se despediu do John e saiu de novo. Eu corri atrás dela.

-Angie! Angie! – eu gritei quando ela alcançou a esquina, mas ela não olhou pra trás. – Angelina!

Ela parou e olhou pra trás curiosa. Eu a alcancei rapidamente.

-Angie – eu disse olhando ela bobamente, não podia acreditar que era ela.

-Quem é você? – ela perguntou meio assustada.

-Nico. Não se lembra de mim?

-Infelizmente não. – Ela disse meio melancólica.

-Nico di Ângelo, do acampamento. – Eu disse, mas ela apenas balançou a cabeça. – Não lembra?

-Porque eu deveria me lembrar de você Nico di Ângelo?

-Porque eu fui o amor da sua adolescência.

-Sério? – Ela perguntou surpresa.

-Não.  

Ela começou a rir com gosto.

-Eu quase acreditei – ela disse ainda rindo. – me diz, com quantos anos nós nos conhecemos?

-Você tinha 16 e eu 15. – Eu disse.

-oh. – Ela respondeu ficando séria.

-Que foi?

-Isso foi antes do meu acidente. – Ela disse me olhando triste.

-Espera, que acidente?

-eu...

-Faz assim, toma um café comigo? Aí eu te conto do acampamento e você me conta desse seu acidente ok?

-OK. Sabe, eu sinto que já te conheço, mas não lembro de onde.– ela respondeu sorrindo.

-Então vem comigo e eu te conto de onde. E outra, já vai chover de novo. Aqui está mais parecendo Forks do que uma cidade da Califórnia. – Eu disse colocando a mão nas costas dela.

Nós entramos na lanchonete mais próxima e ela pediu um capuchino e eu um café forte.

-Hum... Posso te contar meu acidente primeiro? Assim fica mais fácil pra mim. – Ela pediu.

-Sem problemas – Eu disse sorrindo.

-Então, eu fui atropelada tem sete anos, bati a cabeça com muita força, segundo os médicos, e perdi a memória. Eles disseram que eu estava na estrada de Long Island tarde da noite no final do verão, vestido de festa, tênis e mochila. Ligaram pra minha mãe e alguns meses depois eu fui transferida pra cá. Saí do hospital e minha mãe entrou, com câncer. Ela morreu tem uns quatro anos e desde então eu vivo com o meu namorado. Minha mãe disse que nós crescemos juntos e tal. Eu tentei me lembrar do meu passado, li as cartas que estavam na minha mochila, voltei àquela estrada em Long Island, mas meu namorado não me deixou ir adiante, ele disse que era uma área inabitada e a praia era deserta, não tinha como eu estar saindo de lá com mochila e vestido de festa. Então eu voltei pra OC, comecei uma terapia, mas nada aconteceu e aqui estou eu, é isso.

-Então, alguns minutos antes daquele acidente você estava no baile do Acampamento Meio-Sangue comigo.

- Sério? – ela perguntou sorrindo.

Então eu contei pra ela das semanas que ela passou no acampamento, como ela ajudou Percy e Annabeth, contei dos anos que eu passei procurando por ela e tudo. Só não contei da história de ser meio-sangue. Olha, ela não lembrava quem ela era e a vida é sempre mais tranqüila quando você não sabe quem você realmente é.

-Nossa, eu queria me lembrar dessa minha fase rebelde, do acampamento de verão e dos amigos que eu fiz lá. – Ela disse sorrindo com saudade de algo que ela não lembrava – Sabe, esse é bem o tipo de coisa que eu queria contar pros meus netos, é o tipo de lembrança que eu queria levar pro resto da vida, mas eu não lembro. – Quando ela terminou tinham lágrimas correndo pelo seu rosto. Eu me adiantei e passei a mão em seu rosto, tirando-as de lá.

-Não chora. Você vai lembrar, mais cedo ou mais tarde. – Eu disse, começando a pensar em maneiras de ajudá-la.

-Tomara mesmo. – Ela disse sorrindo de leve pra mim. – Acho melhor eu ir, Stefan deve estar preocupado comigo.

-OK, eu te levo. – Eu disse. Ela sorriu.

-Obrigada, não é muito longe, eu moro na próxima quadra. – Ela disse.

-Posso te ver de novo? – Eu perguntei.

-Claro Nico. Você é um ex-ficante meu afinal de contas e minha única ligação com meu passado. – Ela respondeu sorrindo.

-Eu teria sido mais do que seu ficante se você não tivesse sofrido esse acidente. –Eu disse presunçoso, caminhando do lado dela na calçada.

-Talvez. Quando eu me lembrar do que eu sentia por você, eu te digo. E você não seria nem meu ficante, pelo o que você disse você me beijou sem nem perguntar nada. – Ela respondeu sorrindo.

-Você também não desviou oras. – eu disse e ela riu.

– É aqui. – Ela disse parando na porta de um prédio luxuoso, no estilo do meu.

-Tá. Te vejo amanhã?

-Amanhã eu tenho terapia a tarde toda e vou sair com meu namorado à noite. Que tal sábado?

-Perfeito.

-T e encontro no bar?

-as 8. – eu confirmei com um sorriso.

-Até lá então Nico. – Ela disse.

Então eu me coloquei a andar.

-Nico? – ela chamou e eu me virei.

-Que?

-Nico é seu nome mesmo?

-Não. É Nicolas, mas eu não gosto.

-Nicolas é um nome tão bonito. – Ela disse.

-Angelina também é. – Eu rebati.

-OK, eu sou a Angie e vice é o Nico e ninguém fala mais nisso. – Ela concluiu a questão me fazendo rir.

Ela acenou e entrou e eu voltei pro meu apartamento mais feliz do que eu me senti nos últimos sete anos.

-Oi meu amor.

Eu me virei surpreso e lá estava ela, sentada no sofá de calcinha e sutiã segurando uma garrafa de champagne.

-Que você está fazendo aqui Lucy?

-Queria te fazer uma surpresa.

-OK, você fez. Vem cá, quem te deu a chave do meu apartamento?

-O Rick – ela disse se levantando e passando os braços ao redor do meu pescoço.

-Eu mato ele. – Eu disse desviando os braços dela.

-Você não gostou?

-Hoje eu não estou no clima. – Eu respondi indo pro meu quarto, ela veio atrás de mim.

-Essa é a primeira vez que você diz isso, sabia?

-Sabia. Agora por favor, vai embora Lucy.

-Que aconteceu?

-Vai embora, eu não quero brigar com você.

-Eu não vou sair sem saber o que aconteceu com você, Nico.

- Lucy, você não é minha namorada, não haja como se fosse. – Eu disse encarando a menina.

-Mas eu te amo!

-Você já me disse.

-Você foi o primeiro cara que eu transei você é importante pra mim.

-Eu sinto muito, mas eu não posso dizer o mesmo de você. – Eu disse frio. Realmente aquilo não me importava desde que eu conheci Lucy ela sabia o que eu queria e ela me deu.

-Não me procura nunca mais, Nico! – Ela disse saindo do meu quarto.

-De biscate a faculdade está cheia. – Eu disse me jogando na cama – E deixa a minha chave!

Sim, eu sou ignorante e sem coração. Todo mundo já sabe disso.


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Notas finais do capítulo

o Nico é tipo eu, bipolar ;O



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