N Narrador

Há muito, muito tempo em uma galáxia muito distante num planeta rico chamado Moraband existiram três irmãos Alura e Liam, que eram gêmeos e Courtney, a mais nova que infelizmente foi separada de seus irmãos e seu pai quando era apenas um bebê.

Mas a história de Courtney fica para outra hora, hoje vamos nos concentrar nos gêmeos: Que eram tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes, foi o que disseram quando encontraram duas conchas exóticas no lago logo depois de terem descoberto seus poderes com a Força.

Mantiveram os poderes em segredo por uns meses mas o pai deles Jamei logo descobriu e para surpresa de ambos, Jamei também tinha poderes extremamente fortes e ajudou os filhos a controlar, bem na verdade apenas Alura pois Liam tinha muita dificuldade e sempre acabava destruindo alguma coisa mesmo não querendo.

Liam era muito mais poderoso do que Alura e mais imprevisível, mas isso não os afastou, eles eram muito unidos e todos diziam que ambos compartilhavam aquela ligação tão especial, indescritível e típica entre gêmeos. Liam e Alura Darkbloom haviam prometido serem melhores amigos para sempre.

Mas promessas são quebradas todos os dias.

E Tudo começou a mudar no aniversário de 7 anos deles:

N Liam

—Estamos atrasados, atrasados. Temos 20 no máximo 22 minutos.

—E depois temos que correr, correr mesmo.

Eu queria só um dia ter um tempo só para mim.

Nada a fazer só ler um bom livro no jardim.

Sem ter festas ou almoços, sem tarefas para fazer

Sem ter que ouvir quando posso ler, cantar, comer.

— Ia só viver.

Como eu queria ser Livre.

—.Alteza.

Lá vem. Eu já não aguento mais preparativos, me pergunto porque não estão enchendo o saco da Alura também.

—-----------------------------------------INTERROMPENDO------------------------------------------------------------

N Narrador.

Essa era uma pergunta muito fácil de ser respondida: Todos adoravam Liam, bem mais do que adoravam a irmã, na verdade.

As pessoas pareciam se sentir à vontade em torno de Liam, ele era sempre o mais recorrido, o primeiro a ser escolhido e recebia mais presentes até do que Alura, porque ela no entanto parecia intimidar todos a sua volta. Ela era agressiva demais, intensa demais.

Ela gritava e manipulava adultos sem hesitar, e certa vez até chutara um filhote Ithoriano que o filho de um servo trouxera para brincar. Claro Alura era linda, até mesmo um pouquinho mais bonita que o irmão, mas ela não era a mais querida. E Por isso Secretamente sentia o desejo de afastar o irmão, que ele desaparecesse.

E foi esse desejo que impulsionou a mudança drástica que vem a seguir:

—----------------------------------------VOLTANDO----------------------------------------------------------------------

N Liam

Eu pergunto logo:

—O que foi?

O Servo responde me entregando um pacote:

—Mais um presente para você alteza.

Eu pergunto:

—Algum para minha irmã?

Ele respondeu que não. Realmente Alura parece estar sem sorte esse ano.

Eu abro o pacote refletindo:

Dizem que eu tenho sorte de ter tanto só para mim, porque será que então não sou feliz assim?

Resolvi deixar o presente para lá e fui até a varanda afinal o dia estava lindo, as aves pareciam voar sem restrições no céu e me deu vontade de ser uma delas.

Acho que jamais vou ser livre.

Tendo sonhar me vejo voar tão livre para viver. Posso partir mas como fugir

Ficar é o meu dever.

Eu serei real para sempre.

O Coração muitas vezes deve aceitar.

Mas eu não perco a esperança, esse não é o meu fim

Quando sonhar vou criar um mundo só para mim.

Livre sim, eu vou ser.

—Liam.

Eu me viro e pergunto:

—O que foi?

Alura responde:

—Estão te procurando desesperados

Eu digo revirando os olhos:

—Vai você, se eu ouvir a palavra Alteza mais uma vez, eu vou enlouquecer oficialmente.

Alura riu e perguntou:

—Vai querer a mentira simples ou a estratégica?

Eu respondo:

—Você decide. Afinal você é a maior mentirosa daqui.

Ela muda de assunto:

—Liam, eu estava pensando que tal nadar naquele lago aonde encontramos as conchas, porque faz exatamente um ano que descobrimos os nossos poderes.

E Ainda tinha as conchas.

Droga!

Eu perdi aquela concha a uns dias só que estou tentando ao máximo esconder isso dá Alura, mas parece que não tem mais jeito, então hora de acabar com a mentira.

—Alura.

Eu começo:

Tenho que te confessar: Eu perdi aquela concha.

Ela disse irritada:

—VOCÊ O QUE?

Só que respirou fundo e depois disse tranquilamente:

—Tudo bem, vai ser até bom: Quem sabe nós achamos uma igual para substituir. Então topa?

Eu respondo:

—Qualquer coisa para fugir dos preparativos.

—----------------------------------------------JÁ NO LAGO--------------------------------------------------------------

—Faz de novo Liam.

Eu digo estranhando:

—Nunca vou entender o prazer que você sente em me ver destruindo coisas usando os meus poderes.

Alura diz:

—Claro que vai porque nesse aspecto nós somos iguais: Gosto pela Destruição e pela Imortalidade.

Eu digo:

—E lá vem a história da imortalidade.

Ela continua>

—A única solução é morrer jovem, assim o cadáver fica lindo.

Eu digo:

—Não teve graça

Ela diz:

—Não contei nenhuma piada.  

Ela continua:

—Você não acha que seria deliciosamente trágico morrer de um jeito incrivelmente misterioso? Seria um máximo.

Eu digo:

—Não fala desse jeito, é horrível

Alura retruca:

—Não é horrível, é a imortalidade meu querido!

Alura e suas conversas de imortalidade, culpa dos nossos pais.

Eles tiveram a brilhante ideia de (Desde os 5 anos) nos levar para todos os funerais de todos os parentes não importa o quão distante. De acordo com eles, era para nos ensinar o quanto a vida é frágil.

Agora graças a eles, eu odeio funerais: Todos aqueles desconhecidos chorando perto de mim e cheiro de flores.

Eu digo:

—Eu prefiro viver o máximo de tempo que puder, até mais do que os humanos normais.

Alura diz:

—Bem vamos parar de papo, afinal não viemos aqui para nadar.

Eu digo como sempre do contra:

—Você veio para nadar, eu vim para fugir da movimentação do palácio.

Alura não aceitou não como resposta, ela me puxou para dentro e começou a me segurar embaixo d’agua e começou a segurar o meu pescoço para baixo me impedindo de subir para a superfície.

Sentia-me ficando inconsciente e agua estavam entrando e roubando o folego dos meus pulmões. Com o meu último fio de força, eu usei a força para virar a situação.

E quando abri novamente os olhos, eu estava em cima da Alura, e eu senti uma nova fúria queimar no meu interior, e apesar do meu grande esforço para conte-la. A situação já havia saído de controle,

Quando o meu pai chegou com os outros servos do palácio: Eu estava com as mãos no pescoço da Alura, sufocando-a.

Meu pai me puxou para longe dela e perguntou com raiva:

—Você enlouqueceu?

—--------------------------------INTERROMPENDO --------------------------------------------------------------------

N Narrador

Depois do ocorrido tudo mudou. Alura e Liam passaram a se enfrentar a berros, cada um contando uma história diferente do que havia acontecido, sendo apenas a do Liam verdadeira.

Mas toda vez que o Rei Jamei questionava a filha sobre isso, ela apenas arregalava os olhos e dizia inocentemente:

—Eu nunca faria uma coisa assim. Amo meu irmão e o meu pai.

 Droids Especialistas foram chamados e avaliações psiquiátricas foram feitas nos gêmeos. Alura lidou com tudo com tranquilidade, e o Liam também, mas sempre deixava escapar algo como:

—Foi ela que começou. Ela quer que eu desapareça.

Oque comprometia sua situação. Ele não teve chance pois sua irmã tinha o dom de mentir naturalmente, contou a sua versão como se fosse a maior verdade do mundo.

Esquizofrenia Paranoide, declararam os médicos com pesar sobre o pequeno príncipe de Moraband. E a Palavra Final ficou nas mãos de Alura, que decidiu com lágrimas nos olhos que o irmão deveria partir.

No Caso da Família Darkbloom, a garota que parecia ser a vítima poderia muito bem ser o carrasco. Mandar Liam embora, foi o golpe de mestre de Alura. E talvez, apenas, talvez tudo o que Liam desejava era o que merecia – Liberdade e uma vida feliz,

Esta é a História da Realeza de Moraband, e nessa família como você deve ter percebido, nada é o que parece.

—----------------------------------------------CONTINUANDO----------------------------------------------------------

N Liam

A Primeira coisa que eu ouvi na manhã que vai mudar minha vida para sempre, foi o som insuportável da Alura dando ordens para os servos tirarem tudo o que é meu e guardarem em outro lugar. Porque minha irmã amorosa tinha planos para o meu quarto assim que eu fosse embora.

Eu levantei e olhei ao redor do quarto desconhecido. Esse quarto ficava no fim do porão do Palácio aonde eles tinham certeza que o filho perturbado não atrapalharia na imagem e na reputação da Soberania do Planeta.

Parece que é verdade aquele ditado: Quanto mais alto se sobe, maior é a queda. Eu caí do herdeiro perfeito para fardo que deve ser escondido.

Olhei ao redor e vi muitas tralhas. Esse quarto servia como depósito para tudo que a Família Darkbloom preferia esquecer. Inclusive Eu.

A Porta de repente abriu e o meu pai entrou dizendo:

—Está na hora.

Eu concordo e ele pega nos meus ombros e diz firmemente:

—Não será permanente. Apenas até você melhorar entendeu?

Eu digo ainda sem me animar:

—Posso pelo menos saber para onde eu vou?

Jamei responde:

—Fica numa das luas, assim nós sempre te visitaremos. O Nome é Carissimy. Agora vamos que...

Eu interrompo:

—Você tem outros compromissos para o resto do dia. È um Rei ocupado, sim eu sei.

Ele diz:

—Não fica assim. A Alura e eu sempre vamos te ver lá, e do jeito que você é inteligente tenho certeza que vai tirar proveito de um tempo sozinho. Você não adora ler?

Eu respondo:

—Sim, mas nunca tenho tempo.

Jamei diz:

—Agora você vai ter, e eu prometo que nunca vai faltar conteúdo para o seu entretenimento.

Começamos a caminhar para ...E pelos corredores consegui ver que a Alura estava conseguindo se adaptar a vida real sem mim e quando me avistou ela começou a lançar olhares de superioridade para mim:

“Preste atenção em como eu sou importante- Aqueles olhares diziam-  Você nunca mais vai ser o queridinho da Corte”

Entramos na nave e pela primeira vez eu não sabia o que me aguardava, e tinha um péssimo pressentimento sobre isso.

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N Narrador

Carissimy, era um centro psiquiátrico e era pior do que Liam imaginava. Paredes azuis descascadas, grades nas janelas, corredores escuros, aonde a equipe médica não tinha receio algum em amarrar os jovens pacientes na cama para mantê-los sob controle

O pai de Liam havia lhe assegurado que o traria de volta para casa assim que ele melhorasse. Mas ele mentira como todo Darkbloom fazia e ainda faz, pois os dias se tornaram semanas, que se tornaram meses, que também passaram.

E Liam foi meio que...esquecido.