Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 22
Seja corajosa!


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não morri gente...Sim, eu tive um bloqueio...
Mas já passou(graças a Deus) e inclusive, metade do próximo cap já está escrito e desse vez eu não vou demorar nada pra postar!



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Jace pressionava sua boca contra a minha e eu tentei inutilmente me afastar, mas a minha recusa não durou muito já que eu estava mais do que desejosa por aquele beijo. Seus lábios eram macios e quentes do jeito que eu me lembrava e quando ele pediu passagem com a língua eu não hesitei em ceder. O beijo dele era desesperado e cheio de saudades, eu podia sentir isso, pois estava do mesmo jeito, eu amava esse garoto e não importava o quanto eu negasse, sabia que sempre o amaria incondicionalmente.

Suas mãos pressionavam a minha cintura e eu já estava na ponta dos pés para poder ficar mais perto dele, não sei dizer quanto tempo o beijo durou, mas foi o suficiente pra me deixar completamente ofegante e com o coração disparado quando terminamos.

—Clary, eu sinto muito por tudo, eu... –Jace foi interrompido no meio da frase por passos pesados vindos da varanda. –Clary, já está tarde. Entra em casa agora. –Revirei os olhos e respirei fundo. –Eu já tô indo mãe, só vou me despedir do Jace. –Jocelyn encarou o loiro com sua típica cara de desgosto e entrou em casa, deixando a porta aberta como um aviso de que se eu não entrasse logo ela voltaria.

Suspirei e olhei pros meus tênis.

—Eu tenho que ir, tenho que resolver as coisas com ela de uma vez por todas. –Jace segurou em meu queixo e levantou o meu rosto. –Eu queria muito poder te ajudar. –Sorri levemente pra ele e me afastei do seu toque. –Eu sei, mas isso é algo que eu preciso resolver sozinha. –Ele apenas assentiu em compreensão e fechou os olhos por alguns instantes, foi à deixa perfeita pra eu poder admira-lo.

—Bem, eu vou entrar. Obrigada pela carona. –Me virei e comecei a caminhar calmamente, meus olhos ainda ardiam pelas lágrimas não derramadas e minha boca formigava devido ao beijo. –Você não respondeu minha pergunta, por que estava lá? –Parei de andar e respirei fundo antes de olhar pra ele. –Porque eu te disse que estaria lá e não gosto de quebrar nenhuma promessa. –Ele apenas assentiu e se aproximou de mim. –Por favor, conversa comigo. Eu sei que eu não mereço, mas por favor.

Encarei aqueles olhos dourados e tive que me esforçar muito para não me perder neles, concordei com a cabeça e ele suspirou aliviado.

—É, eu não sei que horas eu vou poder te ver, mas eu vou tentar arrumar um tempo amanhã. Eu te mando uma mensagem e se você ainda quiser conversar a gente conversa. –Jace deu um sorriso de lado e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. –Eu sempre vou querer conversar com você.

—Clarissa. –Revirei os olhos mais uma vez e acenei pro loiro. Me virei e encontrei minha mãe encostada na porta, apenas andei mais rápido e passei por ela a ignorando completamente. A escutei soltar um grunhido irritado e fechar a porta logo em seguida. –Cadê meu pai? –Ela andou rapidamente até ficar cara a cara comigo. –Ainda não chegou e isso é bom porque assim você não vai ter ninguém pra passar a mão na sua cabeça e ficar aplaudindo esse seu comportamento estúpido.

—Comportamento estupido? –Minha mãe apenas revirou os olhos teatralmente. –Aline me ligou e me contou o que aconteceu, sobre você mentir pras suas amigas e inventar um namorado, meu Deus Clarissa, eu não te criei pra isso. Como você pode fazer isso com a Maia e a Emma? E ainda ofender a pobre Aline? Ela estava aos prantos no telefone. Eu aposto que isso foi influencia desse garoto que estava com você, eu não a quero andando com ele e exijo que você dê um jeito de fazer as pazes com as suas amigas.

A essa altura do campeonato eu já sentia o meu sangue ferver de ódio, eu mataria aquela vagabunda assim que a encontrasse e eu juro por Deus que se a mulher à minha frente não fosse a minha mãe eu bateria nela.

—Você exige? Eu vou te contar uma coisa, você não sabe da história inteira e a Aline não passa de uma vaca manipuladora que faz de tudo pra me destruir. Eu não vou voltar a falar com nenhuma dessas três falsas e não poderia estar mais feliz com isso. O garoto lá fora é uma ótima pessoa e você também não sabe nada sobre ele, então para de ficar julgando as pessoas porque você não é Deus.

—Escuta aqui Clarissa...

—E digo mais. –Eu a interrompi antes que ela pudesse falar mais alguma idiotice, agora Jocelyn iria me ouvir. –Eu odiava aquelas lentes, eu odiava aquelas compras de roupas desenfreadas, eu odiava aqueles eventos chatos, eu odiava a porra da vida de princesinha que eu vivia. Você exigiu que eu e Simon fôssemos perfeitos, mas nós não somos e não queremos ser. Eu estou muito bem sendo a Clary, só a Clary, sem toda essa palhaçada de aparências que você adora. Você é minha mãe e eu te amo, mas tô começando a ficar com raiva de você. Meu pai não passa a mão na minha cabeça, ele me escuta, coisa que você nunca fez. E agora eu vou te dizer uma coisa que vai te decepcionar bastante, aquela Clarissa fútil e egoísta que você ajudou a criar nunca mais vai voltar. Chega de lentes, chega de roupas caríssimas, chega de eventos chiques onde você adorava nos exibir, chega dessa merda toda. Eu espero ter sido clara, porque eu não vou repetir.

Subi rapidamente as escadas e bati a porta do meu quarto com força, não queria mais ouvir nada. Minha cabeça estava doendo e a arrogância da minha mãe havia conseguido me tirar do sério, ela não podia achar que tinha controle sobre a minha vida, eu não era um objeto que podia ser manuseado de acordo com as vontades dela, eu era uma pessoa como qualquer outra e estava mais do que cansada de tentar ser alguém que não era de verdade.

Senhor, esse dia havia sido uma montanha russa de emoções. Eu estava totalmente esgotada e minha mente pedia socorro.

Me joguei debaixo das cobertas com a roupa que estava mesmo, só chutei os tênis pra longe e me aninhei dentro do meu casulo quentinho. Minha mãe estava completamente fora de si, mas levando em consideração que ela havia conversado com aquela cobra peçonhenta eu não poderia esperar outra reação dela, Aline era uma pedra no meu sapato e mesmo depois de tudo que já tinha aprontado comigo, parecia não se cansar de tentar me destruir.

Eu precisava fazer algo, estava cansada de ficar calada e aceitar todas as provocações e humilhações, de alguma forma eu sabia que ela não iria parar, Aline aproveitaria qualquer mínima oportunidade pra me depreciar, mas eu estava cansada dessa merda toda, estava passando da hora de mostrar praquela cria do diabo com quem ela estava se metendo.

 E no meio dessa história toda estava o Jace, ele pareceu tão triste quando percebeu a armação da irmã e tão esperançoso quando eu disse que conversaríamos, eu sabia que poderia negar o quanto quisesse, mas o meu coração sempre pertenceria a ele, por mais que eu tentasse esquecer aquele rapaz dos olhos dourados, ele ainda era o meu primeiro pensamento em todas as manhãs. 

Sim, eu conversaria com ele e com o meu pai também, estava mais do que na hora de esclarecer toda essa situação.

Esperei minha mãe desligar a TV da sala e quando ouvi a porta do seu quarto batendo, desci as escadas silenciosamente e me sentei no sofá, eu aguardaria a chegada do meu pai pela madrugada toda se fosse preciso, estava cansada de adiar as coisas, por todo esse tempo eu fui movida pelo medo, mas já estava na hora de ser corajosa e começar a fazer as coisas por mim mesma.

O relógio marcava 02:37 da manhã quando escutei a chave sendo colocada no trinco, me virei na direção da porta e pude notar a expressão de cansaço do meu pai ser substituída por choque ao me ver ali.

—Querida, o que aconteceu? Não consegue dormir? –Papai parecia preocupado e eu dei de ombros. –Estava esperando o senhor, podemos conversar? –Ele parecia cansado e tinha olheiras profundas. –Não pode ser amanha querida? –Neguei com a cabeça e respirei fundo. –Sinto muito, sei que você está cansado, mas já adiei isso por tempo demais. Têm que ser agora.

Meu pai apenas assentiu parecendo entender a gravidade da situação e se sentou ao meu lado, olhei em seus olhos e respirei fundo antes de começar.

—Bem, tudo começou no dia do baile...

...

—E acabou que eu briguei feio com ela hoje e falei umas verdades. –Uma hora depois de ter começado o meu discurso, eu finalmente havia acabado de contar tudo, meu pai me interrompeu poucas vezes, procurou escutar tudo em silencio.

—Querida, isso é muito coisa. Por que escondeu isso por todo esse tempo? Por que não me contou nada? –Suspirei e segurei sua mão. –Medo, vergonha? Não sei. Tava tudo tão confuso pai, eu estava sentindo coisas que nunca havia sentido e vendo o tipo de pessoa que eu havia me tornado, eu não tinha espaço pra mais nada sabe, antes de resolver qualquer outra coisa eu precisava descobrir quem eu era de verdade. –Meu pai assentiu em silencio, sua expressão não demonstrava praticamente nada. –Você está decepcionado comigo?

Meu pai olhou no fundo dos meus olhos e sorriu, fui pega de surpresa quando ele me puxou para o seu colo, mas fui de bom grado.

—Não querida, eu não estou decepcionado.

—Mas eu menti.

—Eu sei disso. E por mais que não tenha concordado com esse método, foi ele que te trouxe até aqui e fez você perceber que as coisas não estavam bem. O importante é que você foi madura o suficiente pra aprender com os seus erros e tentar conserta-los e acima de tudo você teve a coragem de admitir que errou, errou quando deixou de ser você mesma, errou quando aceitou que os outros mandassem na sua vida, errou quando foi omissa e escondeu os seus sentimentos e errou quando achou que a melhor solução seria mentir.

Nesse momento os meus olhos já estavam marejados e eu me sentia leve, afinal eu havia tirado esse peso das minhas costas.

—Na verdade eu estou orgulhoso de você, você sempre foi tão forte, mas por algum tempo aquela luz que emanava de você pareceu se apagar e eu fiquei com medo de que você estivesse mudando tanto que pudesse deixar de ser a minha garotinha corajosa. Sinto muito querida, eu deveria ter falado mais alto na criação de vocês, não deveria ter deixado sua mãe fazer tantas cobranças e exigências, se eu tivesse sido mais firme tudo poderia ter sido evitado, mas se isso acontecesse haveria um grande risco de você não se tornar a pessoa que você é agora e não podemos nos esquecer desse garoto, acho que não gostaria de nunca tê-lo conhecido, certo?

Pensei em tudo o que vivi nesses últimos tempos e apesar das recentes brigas e do afastamento, os momentos que tive com Jace foram os mais felizes de todos. Meu pai estava certo, se tudo isso não tivesse acontecido eu nunca o teria conhecido e isso é algo que eu não posso nem cogitar, eu estava onde deveria estar.

—Certo, se eu tivesse mil vidas eu gostaria de conhecer ele em todas. Pode parecer clichê, mas o Jace mudou minha vida, ele me ajudou a descobrir um sentido pra tudo e mesmo sem querer me tirou daquele labirinto escuro e me ajudou a achar a pessoa que eu costumava ser, eu sempre soube que no fundo faltava algo, e hoje eu percebo que era eu, eu estava faltando, eu sentia falta de mim mesma, da Clary real e não dessa genérica que eu inventei pra agradar todo mundo. –Papai sorriu parecendo orgulhoso e acariciou os meus cabelos como costumava fazer quando eu era pequena. –Você cresceu querida e eu não poderia estar mais feliz com isso. Sobre esse garoto, eu acho que você deveria dar uma nova chance a ele, todos cometem erros e ele me parece bem arrependido pelo dele.

—Você é meu pai, não deveria sei lá, estar tentando afastar todos os garotos de mim porque eu sou boa demais pra eles e todo aquele papo? –Valentim riu pela primeira vez desde que chegara e me olhou com os olhos cheios de amor. –Querida, nenhum garoto nunca vai ser bom o suficiente pra você, mas eu sou seu pai e mesmo não querendo eu tenho que admitir que você cresceu e não posso mais te proteger do mundo, embora essa seja a minha vontade. Esse garoto parece te amar e eu sei que não é fácil encontrar o amor verdadeiro nessa idade, pode ser algo maravilhoso ou pode te machucar, mais isso é algo que você tem que descobrir. Por mais que me doa eu não posso te colocar em uma bolha, eu tenho que te deixar viver e esse garoto realmente me parece a escolha certa, é claro que eu ainda quero conhece-lo e saber das suas intenções, mas creio que ele é um bom rapaz e se foi ele quem te ajudou a perceber tudo isso que estava acontecendo na sua vida, ele já tem minha aprovação.

Sorri para o meu pai e lhe dei um beijo no rosto.

—Obrigada por me ouvir e me entender. –Ele me deu um beijo na testa e me tirou do seu colo, se levantando logo em seguida. –Sempre estarei aqui quando você precisar conversar e agora que você está se sentindo melhor eu vou subir e dormir, já estou velho querida e preciso do meu sono. E sobre a sua mãe, tenha calma que aos poucos nós vamos ajeitando as coisas com ela.

Depois de dizer isso ele sorriu pela ultima vez e subiu as escadas. Eu me afundei no sofá e pensei em tudo o que havia conversado com o meu pai, ele estava certo, eu conversaria com o Jace e tentaria me resolver com ele da melhor maneira possível.

Com esse pensamento em mente, eu subi pro quarto a passos leves e me joguei na cama, rezei pra que o dia amanhecesse logo e quase que imediatamente caí em um sono profundo.

...

Oito horas da manhã de um domingo e lá estava eu batendo na porta dos Lightwood.

Eu havia acordado cedo e tomado apenas um suco de laranja, acho que meu pai sabia das minhas intenções, pois deixou a chave do carro em cima da mesa de centro da sala e eu não havia pensado duas vezes antes de pega-la e dirigir até aqui. Eu havia dito ao Jace que mandaria uma mensagem, mas Isabelle estava com o meu celular, então.

A porta foi aberta e uma mulher elegante apareceu.

—Bom dia, posso ajudar?

—Bom dia, eu sou a Clary, vim falar com o Jace. A senhora é a mãe dele, certo?

A mulher apenas assentiu e sorriu pra mim.

—Exatamente, me chamo Maryse. Entre, Jace ainda está dormindo, mas deve acordar daqui a pouco e acho que enquanto isso você poderia me acompanhar no café da manhã. –Eu estava envergonhada, acho que só agora a minha ficha havia caído. O que a mãe dele pensaria de uma garota batendo a porta tão cedo em pleno domingo? Isso era falta de educação. –Me desculpe senhora Lightwood, eu realmente não queria incomodar, estava ansiosa pra falar com ele e nem reparei o quanto seria embaraçoso aparecer na casa de alguém tão cedo assim.

Maryse sorriu gentilmente e apoiou as mãos em meus ombros.

—Não existe problema algum querida, eu entendo. Sabe, até uns dias atrás meu filho estava radiante falando sobre uma certa Clary que havia conquistado o seu coração e logo depois eu o encontrei abatido, ele mal queria comer. Ontem ele finalmente decidiu me contar o que havia acontecido e posso entender a sua pressa pra conversar com ele, é totalmente compreensível. Prometo que se ele não acordar logo eu mesma irei fazer isso, mas acho que você pode dispor de alguns minutos certo? Estou ansiosa pra conversar com a minha nora.

Eu pensei em dizer que não era nora dela, mas achei que seria deselegante corrigi-la, então apenas assenti e a acompanhei pra dentro da casa.


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Notas finais do capítulo

O pai da Clary é a melhor pessoa ever né gente???
Agora, para tudo...Clary conheceu a sograaaaaaaa.....Como vai ser essa conversa entre as duas em? E essa conversa entre a Clary e o Jace? Será que eles finalmente vão se acertar???
Huuuuuuuuuuum, comentem, favoritem e RECOMENDEM, isso ajuda na minha criatividade tá gente( principalmente a recomendação kkkkkk) e quanto antes eu terminar esse cap melhor né? Pois assim que eu finaliza-lo já venho correndo postar!
Xoxoxoxoxoxoxoxoxo....