Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 21
Operação cupido


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um cap pra vocês gente. Queria agradecer de coração a todos que comentaram no capitulo anterior, a todos que me mandaram mensagens desejando a minha melhora e quero ainda estender esse agradecimento as meninas que recomendaram a fic, aos outros que favoritaram, enfim sem vocês Namorado de Aluguel não seria nada!!!



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“Estou na porta da sua casa, anda logo ruiva.”

Suspirei olhando pro celular e me perguntei pela milésima vez se era realmente uma boa ideia ir nessa peça.

Eu não sabia o que falar caso ele quisesse conversar comigo, não sabia se já estava pronta para tal conversa. As coisas estavam confusas, a saudade que eu sentia do Jace era imensa, mas todos os outros sentimentos estavam embaralhados.

Fechei os olhos e busquei alguma clareza na minha mente, mas como nada veio decidi levantar de uma vez por todas e ir até a tal peça. Desci as escadas rapidamente e enquanto vestia o meu casaco escutei um grunhido.

—De novo esses óculos? Até quando você vai continuar com essa ideia ridícula de que eles são mais bonitos?

Respirei fundo e decidi não responder nada, falar só provocaria uma briga com a minha mãe e eu não tinha tempo pra isso agora. Meu pai não estava em casa, portanto, eu não tinha nenhum aliado presente no momento. Peguei a minha bolsa em cima do sofá e andei calmamente até a porta.

—E ainda vira as costas pra mim como se eu não existisse. Francamente Clarissa.

Me virei pra trás e pela primeira vez vi minha mãe ficar muda.

—Eu só estou sendo igual a você e fazendo o que você faz de melhor, tô ignorando o problema. Você é ótima nisso, em fingir que nada está errado e achar que as aparências sempre conseguem mascarar tudo. Eu também estou ficando boa nisso, não acha?

Bati a porta com força quando saí de casa e respirei fundo mais uma vez, eu estava tão cheia de aturar a minha mãe com essas exigências sobre perfeição, eu a amava profundamente e apesar de tudo sabia que ela me amava também, só que Jocelyn era péssima em alguns quesitos, sempre querendo que eu e Simon fossemos perfeitos, os alunos acima da média, os filhos acima da média, os melhores, os que mais se destacavam. Eu até tinha virado presidente do grêmio estudantil por causa dela, mas agora eu estava dando um basta nessa situação.

Eu não precisava ser perfeita, eu me contentava em ser eu mesma.

Escutei a buzina do carro e olhei pra uma Isabelle impaciente com um olhar que claramente passava a mensagem de que eu estava prestes a ser morta caso não entrasse no carro. Sorri pra morena, na intenção de acalma-la e corri pro veiculo.

—Graças a Deus, eu já estava prestes a entrar na sua casa e tirar você de lá à força. –Revirei os olhos pelo seu comentário e ela deu partida no carro. –Meus pais já foram na frente com o Max, nosso irmão mais novo e o Jace vai com o Alec. Ele vai ficar feliz quando te ver lá. –Respirei fundo pela centésima vez no dia e me preparei para destruir as esperanças da morena. –Ele não vai me ver Izzy, na verdade eu ainda estou decidindo se realmente vou ver essa peça. –Isabelle tirou os olhos do volante por alguns segundos e me olhou abismada. –Olha, tudo tá muito confuso agora e não sei se me ver lá vai melhorar ou piorar a situação. Tem uma lanchonete pequena na esquina da escola dele, me deixa lá e depois eu vou sozinha, quando a peça já tiver começado.

Izzy apenas balançou a cabeça em descontentamento. –Você é uma idiota ruiva, mas se quer assim, tudo bem. Eu realmente vou ter que matar vocês dois, já achei uns cabelos brancos nascendo em mim. –Decidi mudar de assunto antes que ela realmente tentasse me matar. –A proposito, qual desculpa você usou pra pegar o carro dele e vir me buscar? –Izzy apenas deu de ombros e sorriu. –Simples, disse que ele estava demorando um século pra se arrumar e eu queria pegar um bom lugar.  

Ri do seu comentário e relaxei no banco, Isabelle era uma peça rara de ser encontrada. O resto da viagem foi tranquila e se eu não estivesse tão nervosa poderia ter pegado no sono.

—Prontinho Clary, lanchonete. Tem certeza de que quer ficar aqui? –Apenas assenti e saí do carro. Izzy me olhou pela ultima vez e seguiu pra escola.

Me sentei em uma mesinha mais afastada e pedi uma Coca-Cola, fiquei ali por um bom tempo apenas refletindo sobre a minha vida e sobre como tudo tinha virado de cabeça pra baixo. Eu fazia isso com muita frequência  agora, mas nunca encontrava resposta nenhuma para os meus problemas.

“Onde você tá? A peça já começou a um tempão.”

Preferi não responder nada, apenas chamei o garçom e paguei pelo refrigerante, depois disso segui a passos lentos para a escola e quando cheguei lá fui direto pro auditório, entrei sorrateiramente no lugar e fiquei perto de uma pilastra bem ao fundo, como a luz estava toda focada no palco era fácil ficar escondida entre as sombras.

Logo avistei Jace e sorri ao constatar que ele estava lindo, mais do que o normal e quando a voz dele saiu em um timbre perfeito encenando mais uma de suas falas, senti meu coração disparar ao mesmo tempo em que percebia que a peça já estava na metade. Eu era uma verdadeira fã de Shakespeare e podia recitar Hamlet de trás pra frente caso me pedissem.

Eu segui Jace com o olhar por todo o tempo e meu coração se apertou com a tamanha falta que eu sentia dele, eu amava aquele garoto e algo me dizia que mesmo tentando evitar eu o amaria pelo resto da vida.

Assim que Jace começou a sua última fala na peça eu senti o meu coração ficar apertado, sabia que era hora de ir embora, pois eu não saberia o que falar caso ficasse frente a frente com ele, ainda era tudo muito recente e se minhas mãos estavam tremendo só pelo fato de vê-lo a distancia, imagina se ficássemos cara a cara? Eu tinha medo de desmaiar ou alguma coisa do tipo.

Quando a peça finalmente terminou e as cortinas se abaixaram eu peguei o meu celular e mandei uma mensagem pra Isabelle.

“Quero ir embora. Você vai me levar pra casa mesmo?”

Alguns poucos segundos tinham se passado quando recebi a sua resposta.

“Sim, me espera no estacionamento que eu já tô indo pra lá.”

Guardei o celular no bolso e vi que as cortinas estavam subindo, me apressei pra fora do auditório com medo de que ele acabasse me vendo ali e praticamente corri para o estacionamento. Cheguei ao local ofegante e me recostei em um poste para recuperar o folego, Isabelle logo surgiu e andamos rapidamente até o carro, ela parecia pensativa e eu estava começando a estranhar o seu silencio.

Já estávamos na estrada há cinco minutos quando percebi que ela não estava no caminho para a minha casa.

—Izzy, onde a gente tá indo?

—É rapidinho, eu prometo. Se lembra daquela pizzaria que você foi com o Jace? Tem uma sorveteria lá perto que é a minha favorita e eu simplesmente preciso daquele sorvete. –Franzi as sobrancelhas e a encarei, confusa. –Sorvete? Isabelle, tá frio lá fora e já são quase dez da noite. –A morena se limitou a dar de ombros. –E daí? Não tem hora pra tomar sorvete, é rapidinho Clary, vamos lá, compramos o meu sorvete e voltamos pra casa.

Eu apenas assenti derrotada e me aconcheguei no banco do passageiro, eu sabia que a viagem até a pizzaria era longa, então apenas fechei os olhos e relaxei.

—Ruiva, já chegamos. –Abri os olhos e me deparei com o mesmo parque em que eu e ele havíamos nos beijado. Estremeci com a lembrança!

Vi a tal sorveteria no canto do parque e me surpreendi ao constatar que tinha uma fila de pelo menos quinze pessoas ali. Meu Deus, tanta gente assim gosta de tomar sorvete no frio?

—Clary, desce lá e compra pra mim? –Olhei incrédula pra ela e bufei. –Tá brincando? Tem um monte de gente lá, isso vai demorar um século. Por que você não vai? –A morena deu de ombros e jogou os longos cabelos pra trás. –Enquanto você cochilava eu recebi uma mensagem do Magnus dizendo que queria conversar, acho que ele brigou com o Alec ou algo do tipo e eu não posso deixar ele na mão. As nossas conversas costumam demorar e eu não vou ficar falando da vida amorosa do meu irmão no meio de tanta gente, além do mais considere isso como um jeito de me agradecer por ter te levado comida e te tirado da fossa aquele dia. –Isabelle terminou de falar e estendeu uma nota de cinco dólares pra mim. A olhei irritada e peguei o dinheiro. –Me lembre de nunca mais aceitar a sua ajuda.

—Eu sei que você me ama viu e eu quero um milk-shake de chocolate com menta. –Retirei o cinto de segurança e abri a porta do carro. –Clary, pode me emprestar o seu celular? É que agora que eu percebi o meu celular desligado, ele deve ter descarregado depois que eu respondi a mensagem do Magnus. –Suspirei irritada e retirei o celular do bolso. –Você é uma pessoa extremamente folgada.

Isabelle apenas deu de ombros e sorriu. Eu saí do carro, batendo a porta com um pouco mais de força do que o normal, mas não me importei, pois estava com raiva no momento. Andei rapidamente até a tal sorveteria e parei no final da maldita fila, uma árvore cobria a minha visão e me impedia de ver o carro, mas eu não estava a fim de ver a morena até que realmente fosse necessário.

...

Vinte e cinco minutos!

Eu estava naquela maldita fila a vinte e cinco minutos. Eu iria experimentar essa droga de milk-shake e se ele não fosse o melhor do mundo, alguém iria morrer. Dei graças aos céus quando chegou a minha vez e percebi que eu era a ultima cliente ali, as mesas já estavam sendo guardadas e ficou claro que assim que eu colocasse os pés fora dali, eles iriam fechar tudo, a tal atendente estava com um sorriso no rosto, mas eu não estava com um pingo de paciência então apenas fiz o pedido e esperei pra que ele não demorasse a ficar pronto.

Assim que peguei o bendito milk-shake fiquei tentada a me ajoelhar a agradecer a Deus, praticamente corri pra fora da sorveteria e quase caí pra trás quando não vi o carro da Isabelle em lugar nenhum.

Coloquei a mão no bolso pra ligar pra ela e perguntar onde estava, mas ao sentir o mesmo vazio, me lembrei de que havia emprestado o meu celular pra aquela maluca.

EU VOU MATAR AQUELE SER HUMANO.

O meu celular estava com ela, a minha bolsa estava no carro. Que maravilha, eu não tinha dinheiro pra ir pra casa e nem celular pra poder ligar pra alguém, me virei na direção da sorveteria na esperança de achar uma alma caridosa para me emprestar um telefone e quase chorei de frustração quando vi a mesma já fechada.

Me sentei no banco mais próximo e comecei a  tomar aquele maldito milk-shake, me surpreendi ao perceber que era realmente delicioso, mas suspirei ao ver que ainda estava na merda. Será que essa era a vingança dela por eu ter me recusado a falar com o Jace? Bem, ela teria que voltar alguma hora né? Isabelle não podia ser louca ao ponto de me deixar passar a noite aqui. Eu poderia andar por aí até achar alguém que me emprestasse o celular, mas pra quem eu ligaria? Meu pai tinha ido viajar para buscar o carro novo e minha mãe surtaria se eu ligasse pra ela agora pedindo pra que me buscasse aqui. Quem me restava? Maia? Emma? Essas com certeza estavam fora de cogitação.

Suspirei e encolhi os ombros ao perceber que teria que ficar aqui até que a cria de demônio decidisse voltar pra me pegar.

—Clary?

Senti meu corpo inteiro ficando arrepiado, eu conheceria aquela voz em qualquer lugar, mesmo que mil anos se passassem. Respirei fundo antes de me virar.

—Jace. –Ficamos nos olhando por algum tempo, meu coração parecia uma britadeira louca e parecia que nenhum dos dois sabia ao certo o que falar. –O que você tá fazendo aqui? –Apesar do silencio, o loiro carregava no rosto uma expressão de esperança que rapidamente se transformou em confusão quando escutou a minha pergunta. –Como assim? Você me chamou aqui. –Essa foi a minha vez de demonstrar confusão. –Não chamei não, o meu celular nem está... –Travei quando percebi o que estava acontecendo, maldita Isabelle querendo bancar a cupido. –Olha eu nem tô com o meu celular, a sua irmã me pediu emprestado e depois me largou aqui.

Jace pareceu compreender a situação e seu rosto logo assumiu uma expressão triste.

—Droga Isabelle. Me desculpa por isso Clary, eu te levo em casa, se você quiser, é claro. –Ri diante do seu tom hesitante, que escolha eu tinha? Ou eu aceitava a carona ou ficava ali pelo resto da noite, agora que sabia dessa armação duvidava muito que a morena fosse voltar pra me buscar.

—É claro, eu já estava com medo de ter que passar a noite aqui. –Jace agora parecia murcho, sem vida. Apenas assentiu e começou a andar na direção do carro.

Eu suspirei e comecei a segui-lo, estar presa em um carro com ele por tanto tempo não iria fazer bem pra minha sanidade, mas eu não tinha nenhuma alternativa.

...

Já estávamos há quinze minutos na estrada e parecíamos dois desconhecidos, o silencio era tamanho que parecia que estávamos com medo até de respirar. Eu sentia Jace me olhando de tempos em tempos como se quisesse me falar algo, mas estava muito ocupada rezando pra que chegássemos à minha casa rapidamente, eu precisava sair dali. O cheiro dele já começava a me deixar tonta e eu já estava encontrando dificuldades para pensar racionalmente.

Decidi fechar os olhos e fingir que havia adormecido para evitar qualquer tipo de conversa. Eu sabia que isso era uma tremenda covardia, mas eu estava me sentindo bem covarde no momento, então...

Quando senti o carro parando quase emiti um suspiro de alivio. Senti o meu corpo todo arrepiar quando ele roçou a mão no meu rosto.

—Clary, acorda. Nós chegamos. –Sua voz não passava de um sussurro, mas mesmo assim soava extremamente triste e eu senti o meu coração apertar ao perceber sua dor. Minha vontade era de abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas me contive.

Lentamente eu fui abrindo os olhos e travei ao perceber que seu rosto estava perto do meu, perto demais até. Respirei fundo e retirei o cinto, o barulho pareceu acorda-lo do estupor e ele se afastou rapidamente.

—Desculpe por isso Clary. –De algum jeito eu sabia que ele não estava se referindo a peripécia que a irmã dele havia aprontado. Concordei com a cabeça e abri a porta do carro. –Obrigada pela carona Jace. –Ele apenas assentiu parecendo decepcionado, saí do carro rapidamente e fechei a porta do mesmo. Dei a volta no veículo e quando pisei na grama do meu jardim ouvi sua voz. –Por que você estava lá?

Fechei os olhos e segurei as lágrimas que insistiam em querer cair, ainda de costas pra ele respondi com a voz embargada.

—Você estava ótimo Jace, parabéns.

Recomecei a caminhada em direção à entrada da minha casa e logo escutei a porta do carro sendo aberta, antes que eu pudesse raciocinar direito fui puxada por mãos fortes e em seguida a boca de Jace estava se grudando na minha.  


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que a Clary vai retribuir o beijo? Será que ela vai afasta-lo? Será que eles finalmente vão conversar? Será que eles vão se entender de vez?
Até o próximo capitulo meninas, façam essa autora feliz, favoritem e comentem a fic...Quem quiser recomendar também viu, eu super gosto de recomendação, não reclamo não kkkkkkkkkkkkkk...
Xoxoxoxoxo!!!!