Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 13
Realizando Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltooooooooooooooou? Sentiram minha falta?
Sem enrolação, vamos logo pro capítulo!



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Eu encarava os meus pés, esses tênis não foram feitos pra longas caminhadas.

Eu teria um longo caminho até minha casa, preferia ir andando a ter que pegar carona com a Maia, pois eu sabia muito bem o tipo de coisa que iria ouvir devido ao acontecimento na hora do intervalo e tinha certeza que iria acabar explodindo, não queria que isso acontecesse afinal eu ainda precisava conversar com ela e Emma amanha e já tinha convicção de que as coisas virariam um caos então eu não precisava que nada piorasse a situação que já estava fadada a ser um desastre.

Respirei fundo e comecei a andar, quanto antes eu começasse mais rápido chegaria em casa. A cada passo dado uma lembrança diferente saltava em minha mente, tudo mudou tão rápido, até alguns dias atrás eu tinha uma vida “perfeita”, eu tinha amigas, popularidade, beleza e um namorado gato que já estava na faculdade e isso tudo desabou em mim de uma vez só, o meu mundo perfeito desmoronou e não posso dizer que estava triste por isso, esse mundinho perfeito não me fazia nem um pouco feliz e foi um alivio começar a me libertar dele, mas ainda me espantava a facilidade com que estava fazendo isso apesar de tudo, eu achava que relutaria por meses antes de abandonar a minha vida e me surpreendia perceber o quanto era fácil abandonar tudo isso, doloroso, mas ainda sim fácil. O culpado dessa mudança tinha nome e sobrenome. Jonathan Lightwood!

O loiro havia caído de paraquedas na minha vida naquele estacionamento, eu estava tão confusa e tão magoada, estava desesperada e ele ter aceitado participar da minha loucura foi a única coisa que conseguiu me alegrar naquele dia. Loucura ou não, apesar de todas as curvas erradas desse pequeno percurso eu não me arrependia e faria tudo de novo, foi através dessa minha ideia de gênio que eu o conheci e posso dizer que o Jace mudou a minha vida, eu o amo e mesmo que não fiquemos juntos continuarei feliz por tê-lo conhecido porque as mudanças que ele causou em mim são irreversíveis e foram pra melhor, além do que eu só quero que ele seja feliz, seja comigo ou com qualquer outra pessoa (menos com a Camille, porque né?).

Clarissa Adele Fray sendo altruísta, essa era nova até pra mim mesma!

Ri comigo mesma quando percebi que passei tanto tempo divagando sobre as reviravoltas da minha vida que não só já havia chegado em casa, como já estava passando reto por ela. Dei meia volta e peguei a chave em minha bolsa, dei graças a Deus por meus pais não estarem em casa porque se minha mãe começasse com o assunto dos óculos a coisa não ia ficar bonita. Eu sei que ainda teria que falar com os meus pais, mas eu ainda tinha que falar com as meninas então decidi que cuidaria de uma conversa de cada vez porque apesar dessa mudança não estar sendo tão difícil, como eu disse ela ainda é dolorosa e fazer tudo de uma vez... bem, eu não vou aguentar.

Joguei minha mochila no chão e me deitei no sofá, meu estômago estava roncando, mas a minha preguiça era maior então decidi que não me mataria cochilar aqui mesmo só por uma meia horinha. Acho que imediatamente peguei no sono, não sonhei com nada, minha mente estava vazia e esse era o melhor sono possível porque sempre nos fazia acordar realmente descansados.

Fui despertada pelo toque insistente do meu celular, pelo meu estado de sonolência tinha quase certeza que eu já estava dormindo a muito mais tempo do que o previsto e quando peguei o aparelho, apertei o botão e o coloquei na orelha sem nem mesmo ver quem era.

Ligação On

—Alô-Eu estava totalmente grogue, até parecia que eu tinha fumado alguma coisa.

—Alô, Clary?

Ai meu Deus, eu conheço essa voz. É como se eu tivesse tomado um barril de energético, porque de uma hora pra outra eu estava totalmente desperta.

—Sebastian?

—É, oi. Como você está?

—Estou muito bem e você?-Eu estava respondendo tudo no automático, não fazia ideia do que estava acontecendo. Por que Sebastian estava me ligando?

—Estou bem também. Finalmente nós conseguimos conversar, das vezes que eu te liguei não consegui falar com você e quando você me ligou eu estava no meio de uma apresentação e o celular estava no silencioso.

—Assim. –Minha dicção que sempre foi tão boa tinha se transformado em uma porcaria, eu estava totalmente monossilábica.

—Bem, eu acho que você quer saber o porquê de eu estar te ligando certo? –Eu apenas assenti com a cabeça, me esquecendo de que ele não poderia ver. –Bom, é que eu pensei muito depois de tudo o que aconteceu e eu vi uma foto sua no baile com as suas amigas e você estava linda, confesso que fiquei muito feliz de ver que você foi madura o suficiente pra entrar lá sem namorado. –Ai ai, se ele soubesse. –E quero dizer que fiquei muito feliz com isso e que eu percebi que me enganei ao seu respeito e bom, eu gosto de você Clary.

—Tá legal Sebastian, éééééééér fico muito feliz de ouvir isso, mas nós terminamos e eu não entendo o porque...

—Clary estão me chamando, tenho que ir apresentar um seminário, eu prometo que vou consertar tudo isso. Beijos!

Ligação Of

O que?

Espera, ele desligou na minha cara?

Espera aí?

O que?

Ele disse que vai consertar as coisas e que gosta de mim.

O quê?

Meu Deus, o que acabou de acontecer aqui? Eu nunca esperaria que o Sebastian me ligasse depois de tudo, quanto mais pra falar essas coisas. Ele disse que ainda gostava de mim e que queria consertar as coisas, disse que estava feliz de saber que eu fui pra festa mesmo sem ele, se ele soubesse tudo o que eu fiz depois que ele me deixou totalmente transtornada naquele estacionamento.

Mas o que será que ele quis dizer quando disse que ia consertar as coisas? O que ele pretende fazer? Bom, apesar de tudo eu não me importava, tinha coisas mais importantes pra resolver no momento.

Me levantei calmamente e fui pra cozinha, agora o meu estomago estava fazendo uma verdadeira guerra dentro de mim então decidi alimenta-lo. Olhei no relógio que ficava no alto da parede e vi que já eram quase três da tarde, realmente eu estava certa quando pensei que tinha dormido muito mais do que meia hora.

Depois de comer e deixar tudo arrumado na cozinha, decidi subir e ler algum livro pra passar o tempo até dar a hora de começar a me arrumar pro meu encontro.

Sim, eu tinha um encontro com Jace e não poderia estar mais feliz.

Já havia terminado de ler Anna e o beijo francês então fui à minha estante analisar os livros que ainda não havia lido e acabei escolhendo “Deixe a neve cair”, me parecia ser um livro simples e divertido e ainda falava sobre o natal. Eu amava o natal.

Passei aquele resto de tarde entretida na leitura que como eu esperava era leve e divertida e quando escutei a porta da frente sendo aberta vi que meus pais haviam chegado e que já era hora de começar a me arrumar.

Me levantei e fui em direção ao banheiro, tomei um banho longo e relaxante e decidi que apenas por aquela noite eu iria esquecer os meus problemas e me concentraria em Jace. Amanha eu resolveria tudo, amanha o mundo poderia desabar, mas hoje eu não iria me importar com nada disso.

Quando voltei pro quarto e abri o meu guarda-roupa decidi que não faria nenhuma superprodução, apenas vestiria algo bonito e confortável e que é claro, combinasse com os meus óculos. Acabei optando por uma calça justa em tom pastel, uma blusa branca de alças bem soltinha e um sapato branco com salto médio, deixei os meus cabelos soltos já que eles estavam tão bonitos hoje e fiz uma leve maquiagem chamando atenção apenas para os meus lábios que estavam vermelhos. Coloquei os meus óculos e pronto, eu me sentia bonita, como eu não andava me sentindo há muito tempo.

Desci as escadas e encontrei meus pais sentados no sofá aos cochichos, eles pararam de falar assim que me viram o que provavelmente significava que estavam falando de mim.

—Clary, aonde vai?

—Sair com umas amigas novas da escola pai, nada demais. –Dei de ombros fingindo descaso, nem ferrando que eu iria contar sobre o Jace pra eles agora, meu pai faria um discurso e iria querer conhece-lo, lançaria pra ele aquele olhar assassino e assustaria o garoto e eu não precisava que nada estragasse a minha noite.

—Huuum, Maia e Emma estarão nesse passeio também?

—Não, como eu disse são amigos novos.

Minha mãe não falava nada, apenas olhava com um visível desgosto pros meus óculos. Meus deus, são só óculos, qual é o problema desse povo?

—Ok, mas não volte tarde mocinha.

—Pode deixar paizinho. –Me aproximei e dei um leve beijo em seu rosto, eu amava meu pai, ele sempre foi o mais compreensivo comigo apesar de tudo.

Dei apenas um tchau pra minha mãe e saí de casa, me dirigi calmamente ao parquinho que eu tinha ido alguns dias atrás, havia combinado lá com Jace afinal se eu o esperasse em casa era provável que meus pais vissem que quem estava me esperando era um garoto e isso complicaria as coisas.

Me sentei em um dos balanços e esperei ansiosamente por ele, passados alguns minutos vi o seu carro estacionando ao meu lado e fui até lá, entrei no carro e quase babei, ele estava lindo, mais lindo do que o normal se é que isso é possível. Vi ele se aproximando lentamente e demos um abraço desajeitado devido ao fato de ele estar com cinto de segurança, quando nos afastamos ele olhou no fundo dos meus olhos e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

—Você está linda Clary, Isabelle tinha razão, você ficou mais bonita ainda com os óculos. –Estávamos tão perto um do outro e eu sentia uma vontade absurda de beija-lo. Podia sentir a tensão no ar, mas me afastei levemente e dei um jeito de quebrar esse clima.

—Isabelle? Mas você me disse na mensagem que tinha sido um passarinho que te contou. –Deu certo, ele riu e o clima descarregou um pouco, com isso eu coloquei os cintos e ele deu partida no carro. Fomos o caminho todo conversando banalidades e eu tinha um bom pressentimento pra essa noite.

...

Depois de uns 40 minutos chegamos a uma pizzaria que tinha um ar bem rústico, lembrava aquelas cantinas italianas, tinha uma parede coberta por plantas e todas as mesas possuíam um cardápio em formato de pizza, o lugar todo era muito aconchegante e o cheiro que a pizzaria emanava era tão maravilhoso que meu estomago deu pulinhos de alegria. Nos sentamos em uma das mesas mais afastadas que ficavam fora da pizzaria.

—Bem Clary, de que sabor você vai querer?

—Eu vou deixar você escolher, você já veio aqui antes então vou confiar em sua opinião. –Isso pareceu deixa-lo feliz e ele sorriu, logo Jace acenou para um dos garçons.

—Nós vamos querer uma pizza média metade pepperoni e metade mozzarella e pra beber vamos querer uma coca, pode ser Clary? –Eu apenas acenei com a cabeça e logo o garçom saiu de lá.

Começamos a conversar assuntos leves, do tipo “como está a escola”, “como anda a peça de teatro” e “meu irmão fazendo faculdade com o cunhado dele”, essas coisas.

Assim que a pizza chegou eu senti um cheiro maravilhoso e quando dei a primeira mordida constatei que Jace estava certo, aquela era sem duvidas a melhor pizzaria de todas, o gosto era maravilhoso e os ingredientes pareciam derreter na minha boca.

—Huuuuuuuuuuum Jace essa pizza é maravilhosa, como eu não conhecia esse lugar? –O loiro apenas riu e deu de ombros. –Bem, é que você ainda não tinha um guia turístico como eu e a proposito tá sujo de molho bem aqui. –Nesse momento ele se aproximou e passou os dedos pelo meu queixo, provavelmente tirando o molho, mas eu nem liguei pra isso afinal nossos olhos estavam grudados e parecia que nada mais no mundo existia, porem dessa vez foi ele que se afastou levemente e voltou a comer sua pizza. Eu fiz o mesmo.

Quando acabamos de comer e Jace pediu a conta tivemos uma pequena discussão, afinal Jace queria pagar tudo sozinho alegando que ele havia me convidado e eu dizia que isso não era justo e o certo seríamos dividir a conta, o loiro acabou vencendo alegando que quando eu o convidasse pra comer eu pagaria a conta e ficaríamos quites.

Após sairmos da pizzaria decidimos dar uma volta pela região e Jace se lembrou de que havia um parque lá perto, me disse que era um lugar lindo e que eu precisava conhecer e bem...ele não mentiu. Quando chegamos ao tal parque eu fiquei encantada, ele possuía arvores de diversos tipos, uma grama bem aparada, um quiosque que estava fechado devido ao horário e alguns banquinhos espalhados pelo lugar, fora um canteiro de flores maravilhoso.

Descemos do carro e logo Jace pegou minha mão, aquela sensação que eu tive na praia estava de volta, as borboletas no estomago, o coração acelerado, eu ainda me espantava com a felicidade que sentia por um gesto tão simples como andar de mãos dadas. Começamos a caminhar pelo parque em um silencio confortável, eu sentia o polegar dele fazendo suaves movimentos na minha mão e achava aquilo adorável. A cada segundo que se passava a vontade que eu sentia de beijar ele crescia, era uma vontade absurda e eu mal estava conseguindo me controlar, a todo o momento olhava pra boca dele e às vezes via pelo canto do olho ele olhando em direção a minha.

—O que está se passando pela sua cabecinha dona Clarissa?

—Ah, é que esse lugar me lembra dos parques das inúmeras comédias românticas que eu vi. –Ele sorriu de lado e me olhou. –Então você é fã de comédias românticas? –Eu sorri de volta e senti sua mão apertando a minha com um pouco mais de força. –Culpada, eu confesso. Pra esse lugar virar um típico cenário de filme só falta começar a chover. –Ele pareceu confuso por um momento. –Chover? Por que deveria chover?-Revirei os olhos pra ele e dei risada. –Porque em muitas comedias românticas acontece o tão famoso beijo na chuva e é sempre em um lugar como esse, parece meio bobo, mas é um sonho que a maioria das garotas tem. –Ele apenas pareceu pensativo. –Ser beijada na chuva? –Eu apenas assenti com a cabeça e ia continuar quando o loiro segurou o meu braço e me puxou um pouco mais pra perto.

—E você Clary, também sonha em ser beijada na chuva? –Ele estava perto, perto demais pra minha sanidade que já estava debilitada, o cheiro dele estava me desnorteando, mas me obriguei a achar a minha fala e responde-lo. –Como eu disse, é o sonho da maioria das garotas e eu entro nessa maioria também.

Jace apenas assentiu e pareceu divertido, logo eu estava sendo puxada pelo loiro que saiu correndo, acho que agora já estávamos do outro lado do parque. Tão de repente quanto ele começou a correr, ele parou.

—Jace o que aconteceu? Por que viemos pra cá?

—Shiiiiiiiiiiii...Você já vai ver. –Jace disse isso enquanto colocava delicadamente o dedo em meus lábios. Eu estava estática, aqueles olhos dourados pareciam ler minha alma, eu poderia ficar a vida inteira olhando pra eles.

Fui tirada dos meus devaneios quando senti água em meu rosto, levei um susto ao constatar que eu estava ficando encharcada rapidamente, tentei correr, mas Jace segurou minha cintura e me manteve no lugar, o loiro só sabia rir e depois de algum tempo percebi que a água vinha dos aspersores que molhavam a grama de tempos em tempos. Como Jace sabia que eles iriam funcionar agora? Eu não fazia ideia.

Senti Jace apertando um pouco mais minha cintura e aproximando a boca da minha orelha, nem preciso dizer que meu coração parecia uma britadeira ambulante certo?

—Bem, não está chovendo de verdade, mas nós podemos fingir. –Ele sussurrou em meu ouvido e fiquei totalmente arrepiada, me virei pro loiro pra perguntar o que ele queria dizer com isso, mas não tive tempo de dizer nada, pois no instante seguinte Jace estava colando os seus lábios nos meus.

No inicio foi apenas um encostar de lábios, eu ainda estava estática já que não esperava por aquilo, mas quando senti o loiro dar uma leve mordida em meu lábio inferior pude sentir o resto do meu autocontrole indo embora, rapidamente passei os braços pelo pescoço dele e afundei os dedos em seu cabelo ao mesmo tempo em que ele me agarrava pela cintura e espalmava a mão em minhas costas. Jace pediu passagem com a língua e eu prontamente cedi e foi maravilhoso, se eu achava que o beijo na lanchonete tinha sido perfeito, então nem havia palavras pra explicar esse.

Nossas línguas se entrelaçavam e tudo o que eu sentia era vontade de continuar, seus lábios eram macios e viciantes. Arranhei o seu pescoço e senti as mãos dele subindo pelas minhas costas até se embrenharem em meus cabelos, nossos corpos estavam totalmente colados e podíamos praticamente sentir a pele um do outro devido as nossas roupas completamente molhadas. Poderiam ter se passado horas e eu não teria percebido, tudo o que eu queria era que aquele beijo durasse pra sempre.

Nos separamos devido a falta de ar, estávamos totalmente ofegantes e eu estava delirando de felicidade, Jace parecia um anjo com as pupilas dilatadas e os lábios inchados.

Fiquei na ponta dos pés e encostei a minha testa na dele, a nossa respiração começava a se normalizar.

—Bem, agora pode dizer que você realizou o seu sonho ruiva. Beijou na chuva. –Sorri pra ele e acariciei os seus cabelos, nem sei de onde surgiu tanta coragem, mas eu decidi me arriscar. –Beijei é? Eu nem me lembro direito como foi.

Jace sorriu pra mim e apertou ainda mais a minha cintura.

—Nesse caso acho que vou ter que refrescar a sua memória!

Nos aproximamos novamente e posso dizer que Jace refrescou a minha memória por um longo tempo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? A minha demora valeu a pena? Eu prometi Clace pra vocês nesse capitulo então ai está...
Comentem, favoritem, recomendem, façam essa autora feliz kkkkkkkkkkkkkkkk...
Até o próximo capitulo meus amores!
Xoxoxoxoxo...