Capítulo 4

Gaara acorda pela manhã com a visão do rosto da menina na cabeça, tinha sonhado com ela, sonhou que tinha encontrado-a andando pelas ruas da vila. Talvez por ele realmente ter finalmente se encontrando com ela. Ele senta-se na cama e pensava na moça.

-Pequena... – Solta tal adjetivo, lembrando do tamanho da menina e pensando em quantos anos será que ela teria, nunca havia pensado nisso, então nunca perguntou. Ele não liga muito, pois poderá perguntar para a boneca em outro momento, assim ele levanta-se e vai se arrumar para outro dia assinando papeis. Sempre que terminava de arrumar-se, colocava a boneca dentre suas vestes. Ninguém sabia que Gaara conversava com uma boneca ou que essa existia, isso por ele ser muito reservado, por isso, sempre a escondia.

Nas ruas da vila de areia, todos cumprimentavam Gaara e ele respondia apenas com olhares. Mas alguém parecia querer chamar a sua atenção em uma das passagens da rua. Ele encara para a viela e há um moço encapuzado, vestindo preto, parecia muito com o intruso do outro dia. Ele desvia-se do caminho rotineiro e segue o moço sem hesitar, já que ele queria tanto sua atenção. Antes que o moço chegasse onde queria chegar, Gaara faz um buraco sob o rapaz e esse caia no buraco. No fundo do buraco, ele pula para cima, na tentativa de sair, mas antes que chegasse ao fim do buraco, Gaara fez barras de areia que impedia-o de fazer o ato desejado e batia contra as barras, segurando-as logo em seguida.

-Quem é você?

-Você é o Kazekage, não é?!

-... – Ele apenas olhava para o moço que olhava fundo nos olhos de Gaara. O moço possuía olhos estranhos, azuis com a pupila preta, mas dentro da pupila, havia outro circulo, só que branco que encaravam Gaara. Nesse momento, o moço tira o capuz que lhe cobria o rosto e mostra sua face. Era uma moça, Gaara abre um tanto mais os olhos, espantado.

-Kuki...?! – Ela fechava os olhos e esses voltavam a tonalidade amarela ao abrir.

-Gaara-kun, pode me soltar?

-O que está fazendo andando por aí assim? – ele tranqüiliza o olhar.

-Estou tomando conta de você! Hehe. – Ela sorria. Gaara estendia a mão para ela e ela segurava. As barras de areia se desfaziam e Gaara puxava a menina, tampando novamente o buraco.

-Que história é essa de tomar conta de mim?

-Ah, Gaara-kun... – Ela fazia uma expressão sedutora e envolvia seus braços no pescoço do garoto. – Quer mesmo saber por que estava observando você? – Esboçava um sorriso malicioso, deixava Gaara vermelho, pois foi uma ação inesperada vinda de Kuki.

-Ah... – Ele não conseguia fizer uma só palavra, e antes que pudesse pensar no que dizer, ela puxou-o pelo pescoço e dobrou o joelho. A areia que protege Gaara havia levantado-se, mas logo caia. Kuki havia dado uma joelhada no estomago de Gaara, tão forte que o deixou inconsciente. Naquela hora, não havia ninguém na rua para resgata-lo e Kuki colocava-o em sua costas e fugia, seqüestrando Gaara.

Gaara começa a abrir os olhos, recobrando sua consciência. Estava amarrado e dentro de um quarto com todos os lados de madeira, havia uma escada para o andar de cima, mas não havia uma abertura no teto para passar. Ele tentava lembrar-se de como havia parado em tal lugar, assim, começa a vir o encontro com Kuki e a forte joelhada que lhe deu no estomago. Ele se mexia, mas não conseguia se soltar das cordas que o prendia. Não havia areia no local, a não ser a armadura que ele usa, mas decidiu deixar para usa-la em uma oportunidade melhor.

Seus pensamentos eram de frustração, havia confiado em Kuki e ela apunhalou-o. A raiva começa a subir seu sangue e antes que explodisse sente uma presença estranha e conhecida.

A boneca saia de sua vestimenta e olhava para o rapaz.

-O que você está fazendo? Não devia estar no trabalho? – Ela olha para o local que estava assombroso.

-Como o que eu estou fazendo?! Você me trouxe aqui! – Agora Gaara explodia e soltava palavras ofensivas para a pequena – Eu confiei em você e você me traiu. Você me conquistou com o seu jeito, mas era tudo enganação, você só queria a minha confiança para poder me matar quando eu estivesse desprevenido! – Ele pega um pouco da areia de sua armadura do local de suas mãos, fazia uma pequena estaca e posicionava-a contra a boneca. – Eu nunca mais quero te ver!

-Gaara! – Ele joga a estaca na boneca tão rápido que não há tempo dela sair do corpo. A estaca de areia acerta seu peito direito, ela cai em agonia e segurava a estaca com sua mãozinha. Gaara conseguia sentir a presença dela desaparecer e a boneca caia no chão, sem vida. A estaca transforma-se em faca e Gaara usa-a para cortar as cordas. Ele levanta-se e olha para a boneca, de seu ferimento saiam cabelos castanhos, ele olhou com desprezo e seguiu até a escada, ele fica em baixo da escada, em pé, esperando alguém descer para falar com ele. E alguém realmente faz isso. Surge uma pequena passagem sobre a escada que levava a outro cômodo, ali era um porão. Assim que ele vê os pés da pessoa passar por ele, ele puxa-os, derrubando a pessoa da escada e fazendo-a rolar até se encontrar com o chão. Gaara age rapidamente e tira uma outra parte de sua armadura que se juntava a que estava fora e enforcava a pessoa com a areia. A pessoa se mexia e tentava tirar a areia do pescoço, mas foi em vão. Gaara sai de trás da escada, olhando para fora da abertura, analisava se havia mais alguém, porém não avistou ninguém. Ele virava o olhar para a pessoa que acertou. Era a Kuki. Mas isso era impossível, já que ele tinha feito um ferimento na boneca, então, a verdadeira também deveria ter sofrido. Finalmente a pessoa para de reagir e morre, seu corpo voltava a ser o que era. Era um homem de cabelos pretos até o ombro e olhos azuis, havia usado algum jutsu para se transformar na Kuki, mas não sabia-se qual era. Ele se espanta, olha para a boneca no chão, com alguns cabelos para fora dela, havia brigado com a verdadeira e ferido-a gravemente, ele pega a boneca e coloca dentro da vestimenta. Gaara sobe as escadas correndo e depara-se com o mesmo intruso do outro dia.

-Sabaku no Gaara! Como você fugiu?

-... – Ele encarava-o, estava aflito e queria sair do local logo para resgatar Kuki. Ele foge para o outro lado e o cara segue-o dando uma breve parada na frente do porão, vendo o que ele havia feito com seu parceiro. O moço se irrita ao ver que seu amigo estava jogado no chão morto e continua a correr atrás de Gaara, furioso.

Gaara pula pela janela, já que havia um porão em baixo, estava no primeiro andar. Ali já conseguia pegar areia. Ele parava e virava-se para trás, esperando o inimigo. O inimigo ataca-o furiosamente por trás, levando em sua mão esquerda raios e soltava um grito. Gaara aproveitava o salto do inimigo e puxava da areia cones pontudos que tentavam perfurar o inimigo. O inimigo, sagasmente, consegue desviar dele e aproximava seu ataque de Gaara que cria uma parede a sua frente. O inimigo ia usar a mesma tática da outra vez, apoiou sua mão direita sobre a parede, mas antes que pudesse acionar o Jutsu que sugava o chakra da areia de Gaara, ele abriu um buraco na parede, onde passava a mão do inimigo, e fechava o buraco, prendendo o braço dele.

-O que você está fazendo?! – O inimigo estava nervoso e em pânico. Gaara transformava o braço em uma lamina afiada e mirava para a mão do adversário.

-Diga adeus a sua mão. – Ele levanta o braço e desce-o, cortando a mão do inimigo.

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – O inimigo sente a imobilidade da mão e entrava em pânico.

Gaara cerca o inimigo com a areia, preparado para dar seu golpe triunfal. Com as mão semi fechadas ele pronuncia.

-Sabaku Kyuu*! – E fechava completamente a mão, saindo sangue por alguns cantos da areia.

A luta estava acabada, ele ainda com pressa faz a areia abaixo de si levantar-se para ver onde estava. De onde ele estava, conseguia ver os portões da Vila da areia, mas estava no horizonte.

Ele se transporta pelo vento, tendo seu corpo levado como a areia e voltava a cidade para tentar encontrar-se com Kuki.