Contos e crônicas com humor escrita por Cherrys moon


Capítulo 7
A prova




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9:45 da noite. Jully entrou em casa com a guitarra pendurada no ombro e uma latinha de coca cola na mão.

—_ Isso são horas dona Jully? __ perguntou Lorena, mãe de Jully

—_ Foi mal mãe, o ensaio terminou tarde hoje __ respondeu a adolescente de dezesseis anos.

—_ E a lição de casa como fica?

—_ Não tenho lição hoje, fica tranquila.

—_ Olha lá heim mocinha. Você sabe que se suas notas não melhorarem pode dar adeus a essa banda.

—_ Eu sei, eu sei __ disse Jully indo para o quarto.

 

Jully sempre gostou de música e aos doze anos convenceu a mãe a coloca-la na aula de guitarra, desde então nunca mais largou o instrumento. Ela tocava nas festinhas da escola  e nos encontros de família e todos adoravam, mas há seis meses atrás sua vida mudou.  

Numa noite de domingo, Jully viu um comunicado no Facebook da Glitter Girls, uma banda de rock da cidade formada por seis garotas e que vinha fazendo bastante sucesso. A matéria no Face dizia que Kate, a guitarrista da banda havia sofrido um acidente de carro com a família e estava no hospital. O caso da menina não era grave, porém ela teve fratura exposta no braço direito, o que significava que ela ficaria um bom tempo sem poder tocar. A Glitter Girls iria em breve abrir uma seleção para encontrarem uma guitarrista substituta.

O coração de Jully parou. Ela era super fã das Glitter Girls e ali estava a oportunidade dela entrar para a banda, mesmo que fosse de forma temporária. Jully não desgrudou do face das Glitter Girls e assim que as inscrições abriram ela correu para se inscrever. Ensaiou bastante e participou de todas as etapas da seleção, que não foram nada fáceis. Quando o resultado saiu Jully quase desmaiou ao ver que ela tinha sido a escolhida, era tanta felicidade que Jully não conseguia se conter. Lorena, claro, ficou feliz pela filha porém logo veio uma preocupação: a escola.

Os ensaios da banda aconteciam toda tarde e às vezes adentravam a noite. Nos fins de semana sempre tinha alguma apresentação da banda e com isso Jully já não tinha mais tanto tempo para se dedicar aos estudos nem aos amigos. O resultado foi que as notas da menina despencaram em todas as matérias.

Lorena criava a filha sozinha e era muito rigorosa quando o assunto era os estudos, ela não podia permitir que a filha jogasse seu futuro fora por causa de uma bandinha adolescente. Jully chorou e implorou a mãe que não a tirasse da banda e as duas fizeram um trato: Jully poderia continuar na banda contanto que suas notas melhorassem. A menina agradeceu a mãe pelo voto de confiança e prometeu se esforçar.

 

—_ Jully vem jantar depois do banho __ disse Lorena entrando no quarto da filha __ vou esquentar a comida

—_ Não precisa mãe. Comi um cachorro quente vindo pra casa __ respondeu a menina entrando no chuveiro

—_ Ai ai. Já te disse pra não comer essas porcarias de rua.

—_ Eu tô bem mãe, não se preocupe.

—_ Tá, mas se ficar com fome tem fruta na cozinha __ disse Lorena saindo do quarto __ não dorme tarde heim!

Jully terminou o banho, colocou seu pijama de unicórnio e  pegou a mochila. Ela tinha dito a mãe que não tinha lição de casa, mas a verdade é que não estava certa disso, e era melhor conferir.  Jully pegou o caderno na mochila, mas ouviu o celular vibrar. Era uma mensagem de Karen, a baterista do grupo.

10:15 – Karen diz: OMG! Eu tô surtando

10:16 – Jully diz: O q houve?

10:16 – Karen diz: Não viu o que a Lara postou no face da banda?

10:17 – Jully diz: Não. O q foi?

10:17 – Karen diz: Vai dar uma olhada, mas esteja sentada pq senão vc vai cair p/ trás

Jully fechou WhatssApp e entrou no face. A primeira coisa que ela viu foi a postagem de Lara, a vocalista da Glitter Girl

Yessss! A gente vai se apresentar no Fame Hall. Seguuuuura que agora o céu é o limite para as Glitter Girl”

Jully sentiu um frio percorrer por sua espinha. Será que aquilo era verdade? O Fame Hall é uma enorme casa de espetáculos numa cidade que fica a três horas de distancia, grandes artistas já se apresentaram lá, é o sonho de toda banda.

July deu um pulo da cama e ligou o computador. Com o pc aberto no face e o celular no WhatssApp o coração da menina estava acelerado. A postagem no face já estava chegando a 5 mil curtidas e vários fãs estavam parabenizando o grupo nos comentários. Mensagens começaram a chegar no celular, as meninas da banda estavam em êxtase e Lara contou que tinha acabado de receber a ligação do produtor da banda confirmando o show no Fame Hall para dali a dois meses. Desde que entrou para a banda, Jully tinha tocado para um público de no máximo quinhentas pessoas, mas o Fame Hall tinha capacidade para dez mil pessoas, ela nem conseguia imaginar como é tocar para um público assim.

A adrenalina da noticia foi tanta que Jully nem viu a hora passar, e ficou conectada em todas as redes sociais conversando com amigos e fãs.

—_ July __ gritou Lorena da porta vestindo uma longa camisola __ Já viu que horas são?

A menina olhou para o relógio na tela do computador. 02:45 da manhã

—_ Nossa! Nem vi a hora passar __ disse ela __ mãe você não vai acreditar, mas a gente vai tocar no Fame Hall

—_ Ah que ótimo, mas agora desliga esse computador e vai dormir porque amanhã você tem aula cedo __ disse Lorena arrancando a filha da frente do computador __ e se suas notas são subirem pode dar adeus a banda e adeus ao Fame Hall.

Jully sabia que quando o assunto era a escola não tinha como discutir com a mãe, então ela foi se deitar e teve lindos sonhos como uma turnê mundial.

 

Jully entrou na sala de aula morta de sono.

—_ Nossa, tá parecendo um zumbi __ disse Tati, a melhor amiga de Jully

—_ O que houve com você ontem? Te mandei mil mensagens e você não estava online

—_ Ontem? Que horas __ perguntou Tati

—_ Lá pelas onze mais ou menos

—_ Ah, eu já tinha desligado tudo para estudar tranquila. Mas o que você queria?

—_ Contar a grande novidade __ disse Jully toda empolgada __ vou tocar no Fame Hall daqui a dois meses

—_ Caraca! Que irado __ disse Tati abraçando a amiga __ O Fame Hall é muito top, eu já fui lá uma vez, é incrível, o palco é gigante.

—_ Eu sei, já estou super nervosa e... perai, você disse que desligou tudo ontem pra estudar?

—_ É,  pra prova

—_ Prova? Que prova? __ perguntou Jully em pânico

—_ A prova de biologia, não vai dizer que você esqueceu?

O coração de Jully estava a mil. Ela pegou o caderno tremendo e começou a procurar a matéria de biologia

—_ A prova não pode ser hoje, se fosse eu teria anotado e..

Lá estava a anotação no caderno com a data e matéria da prova.

—_ Ai meu Deus! E agora? Se eu não tirar boas notas minha mãe vai me tirar na banda.

—_ Calma amiga, é só se concentrar a matéria não é difícil e...

—_ Já sei __ disse Jully __ você vai me passar cola

—_ O que? Não, nem pensar. É a professora Lurdes, você sabe como ela é severa, se pegar a gente colando é zero pras duas.

Tati era uma aluna exemplar, sempre com as melhores notas e a possibilidade dela tirar zero numa prova era algo impensável.

—_ Ai meu Deus! Tô ferrada __ disse Jully vendo a professora Lurdes entrar na sala.

—_ Separem as carteiras e guardem todo o material __ disse a professora __ não quero ruídos nem ninguém olhando para os lados.

 

Assim que os alunos se arrumaram a professora começou a distribuir as provas. Jully suava frio. Ela preencheu o nome e a data e partiu para a primeira questão.

“Liquens e micorrizas são associações de?”

Jully não sabia. Decidiu pular a questão e ir para a próxima.

“Explique o que são vírus envelopados”

Jully também não sabia e o desespero foi subindo. A cada questão que ela lia mais ela tinha certeza de que iria tirar zero. As mãos tremiam e suavam frio, ela não sabia o que fazer. Olhava para o relógio acima do quadro e via o tempo passando, mas nenhuma resposta tinha sido preenchida.

 

—_ O que é isso em seu braço senhor Thomas? __ disse a professora Lurdes em  frente a mesa de Thomas.

Thomas era o aluno mais encrenqueiro da escola, não respeitava ninguém, não seguia as regras e achava que nada aconteceria com ele só porque o pai era policial.

—_ Nada __ disse ele olhando a professora com desprezo

—_ Levante a manga do casaco __ pediu a professora

—_ Eu não __ respondeu o menino

—_ Não se faça de engraçadinho comigo __ disse a professora puxando o braço de Thomas e levantando a manga do moleton para revelar vários pedacinhos de papel com a matéria presos no braço com durex.

—_ Que bonito heim! __ disse a professora __ O que tem a me dizer sobre isso?

—_ Eu não usei. Coloquei aí só por precaução, mas não usei

—_ Não interessa se usou ou não, isso é cola e você sabe o que acontece com alunos que colam na minha prova. É nota zero.

—_ Não pode me dar zero, sendo que eu não colei __ rebateu Thomas

—_ É claro que posso

A professora seguiu até sua mesa, pegou o diário de classe e uma caneta vermelha

—_ Vamos ver.... ah achei. Thomas Medeiros. Segundo bimestre, nota zero. Prontinho rapaz, não tenho como rasurar um diário, agora sua nota é zero

Thomas ficou vermelho de raiva. Se levantou e rasgou a prova ao meio, depois amassou os pedaços e jogos na lata de lixo.

—_ Tô nem aí pra essa porcaria de prova __ disse ele saindo da sala e batendo a porta com força.

O clima estava tenso e os alunos assustados, mas ninguém falou nada.

—_ Voltem a fazer a prova __ disse a professora __ o tempo esta acabando.

Jully olhou para sua prova e viu que estava em branco, ela não teria outra opção senão chutar, só que as questões não eram de múltipla escolha, então ela teve que escrever qualquer coisa, escreveu tudo o que se lembrava das aula, mas infelizmente não era muita coisa.

Quando o sinal bateu para o intervalo Jully foi a última a entregar a prova e sair. Ela sabia que tinha ido mal, muito mal. Passou o intervalo sem comer  e toda a alegria do dia anterior tinha ido por água abaixo. A mãe ia tirá-la da banda, e ela não iria se apresentar no Fame Hall. Era o fim de seu sonho.

 

Durante as aulas seguintes Jully não conseguiu se concentrar  e falou pouco. Não fez nenhuma anotação e só conseguia pensar em um jeito de resolver sua situação.  De repente uma bolinha de papel bateu em sua cabeça.

—_ Desculpa Jully __ disse Marina __ eu ia estava tentando acertar no lixo. Foi mal mesmo

—_ Ta, deixa que eu jogo __respondeu Jully com desamino.

A menina se levantou e seguiu para o lixo, foi quando ela viu os pedaços da prova de biologia que Thomas havia jogado fora e uma ideia surreal surgiu em sua mente.

Jully voltou para seu lugar e aguardou até o fim da aula. O sinal tocou e os alunos começaram a sair.

—_ Vamos juntas? __ perguntou Tati

—_ Hoje não, tenho que resolver umas coisas __ disse Jully __ mas te ligo mais tarde

—_ Ta bem

Após todos terem saído da sala, Jully foi até a lixeira e pegou os pedaços da prova. Estavam sujos, havia chiclete grudado e pontas de lápis, mas ela pegou assim mesmo, colocou tudo na mochila e correu pra casa.

 

Jully chegou em casa e foi direto para o computador. Sua ideia era uma loucura, mas era a única que ela tinha. Com a prova em mãos ela começou a digitar o cabeçalho e as questões. Imprimiu, mas percebeu que a letra estava um pouco diferente. Mudou a letra e imprimiu novamente, mas agora o espaçamento estava maior do que a prova original. Mais alguns ajustes e depois de sete impressões ela finalmente conseguiu uma prova idêntica a da professora Lurdes.

—_ Perfeito! __ exclamou Jully

O celular tocou com Karen querendo saber porque ela estava atrasada para o ensaio.

—_ Não vai dar pra ir hoje. Estou com um problema urgente __ disse July

Cinco minutos depois, Lara ligou, ela estava furiosa, odiava quando alguém faltava ao ensaio.

—_ Desculpe Lara, mas é um caso de vida ou morte. Amanhã ensaio em dobro.

E desligou o celular, não queria mais ser incomodada. Após estalar os dedos, ela pegou sua caneta, preencheu nome e data e abriu o livro para procurar as respostas. Jully completou a prova tomando cuidado de cometer alguns erros para não levantar suspeitas, afinal ninguém sai de um dois para um dez assim de uma hora pra outra.

—_ Pronto. Acho que devo tirar uns sete e meio ou oito.

Jully deu um beijinho na prova. Aquela nota ia salvar sua estadia na banda, só que agora vinha a parte mais difícil do plano: trocar as provas.

 

O telefone de Tati tocou

—_ Oi Jully __ disse Tati __ não teve ensaio hoje?

—_Oi, é, não deu pra ir hoje. Preciso de um favor. Você sabe onde  a professora Lurdes mora não sabe?

—_ Sei, é perto da casa da minha tia. Por quê?

—_ Perfeito. Me espera que eu tô indo pra sua casa __ disse Jully

 

Eram quatro e meia da tarde quando Jully e Tati pararam em frente a casa da professora Lurdes.

—_ Esse plano não vai dar certo __ disse Tati com as mãos formigando de nervoso

—_ Vai sim __ respondeu Jully __ vai lá e faz o que combinamos, me manda o sinal assim que ela sair da sala e se certifica de que ela não trancou a porta

—_ Mas como você vai sair depois? __ perguntou Tati

—_ Dou meu jeito, eu sei que ela dá aula a noite, assim que ela sair eu troco as provas e depois saio

Mesmo se sentindo insegura, Tati caminhou até a porta da casa da professora e tocou a campainha. A professora abriu segundos depois e não escondeu a cara de surpresa ao ver sua aluna.

—_ Oi professora. Tudo bem? __ disse Tati sem graça

—_ Sim, claro, mas a devo sua visita?

—_ Bem, eu... eu queria conversar com a senhora um pouquinho. Será que eu posso entrar?

A professora estava realmente surpresa, era a primeira vez que um aluno ia à casa dela.

—_ Claro, entre.

Tati entrou na casa da professora e as duas se sentaram no sofá da sala. A professora não disse nada, mas percebeu o nervosismo de Tati, então colocou para fora toda sua formação de educadora e perguntou calmamente

—_ Então querida, qual o problema?

—_ Bem, eu queria tirar uma duvidas com a senhora sobre...

Tati estava mais vermelha do que um tomate

—_ Sobre? __ questionou a professora segurando a mão de Tati para lhe passar segurança

—_ Hã, sobre... sobre... bem a senhora sabe... é... hum... reprodução humana

—_ Ahhh! __ exclamou a professora __ não conversa sobre isso com a sua mãe

—_ Não muito

—_ E como eu sou a professora de biologia achou que poderia falar comigo

—_ Desculpe eu...

—_ Não querida, tudo bem, tudo bem. Vamos me diz qual a sua duvida?

—_ Bem.... eu estou nervosa, será que posso tomar um copo d’água?

—_ Claro, mas não tem porque ficar nervosa é completamente normal esse tipo de duvidas na sua idade __ disse a professora __ vou pegar a água

—_ Eu a acompanho

Tati seguiu a professora até a cozinha e aproveitou para dar o “ok” a Jully pelo celular.

 

Assim que recebeu o “ok” Jully entrou na casa da professora e se apressou a procurar um lugar para se esconder. Não tinha muitos lugares na sala, por isso ela foi andando pelo corredor. Ouviu as vozes na cozinha e foi pelo outro lado. Viu o banheiro, mas ali não seria um bom lugar, afinal era óbvio que a professora iria tomar banho antes de ir trabalhar no turno da noite. Jully continuou pelo corredor e viu o quarto, era o lugar perfeito. Rapidamente ela se esgueirou para debaixo da cama. O relógio marcava cinco horas, a professora devia sair de casa umas seis e meia, então ela teria que esperar um pouco.

Jully cochilou debaixo da cama e acordou com o barulho do guarda roupa. A professora Lurdes estava se arrumando, e se sentou na cama para se maquiar. O coração de Jully batia forte, se fosse descoberta estaria ferrada. Depois de se encher de perfume a professora saiu do quarto e pouco depois Jully ouviu o barulho do carro.

A garota saiu de seu esconderijo com a coluna doendo. Olhou pela janela e viu que o carro não estava na garagem, finalmente ela estava sozinha em casa. Deu uma olhada pelo quarto, mas não viu a bolsa, foi aí que um frio atravessou a coluna de Jully.

—_ Ela deve ter levado a bolsa, claro, ela ainda vai dar aula __ pensou Jully em desespero. Mas logo um pensamento a aliviou. Ora, a professora não ia ficar carregando peso, é claro que ela levou a bolsa, mas deve ter deixado as provas.

 

Jully caminhou até a sala e seu rosto abriu um sorriso quando ela viu a pilha de provas em cima da mesinha na lateral do sofá.

—_ Obrigada meu Deus! Muito obrigada __ agradeceu Jully

A menina começou a procurar sua prova e logo a encontrou. Tirou a prova original  e colocou a outra no lugar, exatamente no mesmo lugar da pilha de provas.

—_ Pronto, agora posso cair fora

Jully foi até a porta, mas é claro estava trancada. O jeito ia ser sair pela janela, que também estava trancada, mas que dava para abrir por dentro

—_ Ela vai pensar que esqueceu a janela aberta __ disse Jully para si mesma

Com cuidado Jully abriu a janela da sala, próxima ao sofá. Era uma janela de madeira e não foi difícil abrir. A menina saiu com cuidado e encostou a janela da melhor forma possível.

 

Jully seguiu para casa com um alívio no peito. Ela sabia que o que tinha feito era errado, e ela prometeu a si mesmo se esforçar de verdade nos estudos. Enquanto caminhava para casa uma leve chuva começou a cair molhando seu rosto. Ela não se importou com a chuva, estava feliz e dançou nas poças que se formavam a medida que a chuva aumentava.

 

—_ Ah gostei de ver __ disse Lorena __ chegando cedo em casa

—_ É, vou estudar __ respondeu Julie

—_ Primeiro toma um banho, você esta molhada e pode se resfriar. Essa chuva veio do nada

Julie entrou no chuveiro e quando saiu ouvia o barulho forte da chuva que caia e do som do vento nas árvores. Pegou um lanche na cozinha e seguiu para o quarto, abrindo os livros e começando a estudar de verdade.

 

Na semana seguinte, a professora Lurdes entrou na sala com uma cara séria

—_ Já tem as notas professora? __ perguntou um aluno

—_ Gente aconteceu uma coisa muito chata __ disse a professora __ não sei como, mas eu esqueci a janela da minha casa aberta no dia da tempestade e a chuva com vento molhou minha sala inteira. Quando cheguei em casa as provas estavam no chão molhadas, rasgadas e ilegíveis.

O coração de Julie parou.

—_ E agora? __ perguntou Tati

—_ Vamos ter que fazer novas provas

O burburinho na sala foi geral. Alguns alunos gostaram e alguns odiaram a ideia da nova prova.

—_ Mas todas as provas foram perdidas? __ perguntou Jully

—_ Nem todas, algumas ainda dava para ler, mas é injusto dar nova prova somente para alguns alunos já que a culpa pelo ocorrido não foi de vocês __ respondeu a professora __ então joguei todas no lixo e teremos uma nova prova semana que vem.

Com o coração ainda acelerado Jully percebeu que teria que estudar muito para conseguiu uma boa nota e se manter no grupo. Pelo menos ela teria uma semana para se preparar

—_Bem, parece que alguém vai ter que rasurar o diário afinal __ disse Thomas __ não posso ter tirado zera numa prova que ainda não fiz


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