Marcas de uma Lágrima escrita por Android


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Você é meu amor e minha vida. Você é minha inspiração. Somente eu e você, simples e livres. CONDON, Bill. - CHICAGO



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Acordo assustado com o grito de minha mãe a minha frente. Com a cabeça doendo levanto-me tentando entender o motivo pelo qual minha mãe gritava. Sinto minha camiseta grudada ao meu corpo, presumo que fosse suor, a final era normal eu soar muito enquanto durmo. Ao começar a retirar minha camisa o cheiro doce e metálico me entorpece e me dá ânsia. A puxo para fora de minha cabeça, meu rosto está com uma faixa vermelha deixada pelo sangue. Minha mãe permanece atônita a minha frente e eu agindo como se fosse a situação mais normal do mundo.

— A... Há quanto tempo isto está acontecendo? - Ela gagueja preocupada enquanto se aproxima e senta-se ao meu lado focando suas orbes nas minha.

— Alguns dias... Geralmente uma vez por semana, mas não se preocupa. Não deve ser nada demais. - Sou calado por seus braços me entrelaçando enquanto ela se debulha em lágrimas em meu ombro, o choro de minha mãe quebra meu coração e começo a chorar junto dela.

Percebo o quanto eu estou menosprezando aquilo que pode ser algo sério e só então me toco que não quero morrer tão cedo. Permaneço ali quieto junto de minha mãe até ela se acalmar e a prometo tentar me tratar antes que fosse tarde demais. 

— Devo adotar o Carpe Diem? - Me pergunto enquanto esfrego o sabonete em meu rosto e com minhas unhas arranco o resto de sangue coagulado que se prende aos ralos fios que começam a cobrir meu rosto. - Está decidido! Irei aproveitar todos os dias como se fossem os últimos e não mais deixarei para amanhã o que posso fazer agora, mas... - Vacilo ao falar, sim eu estou falando comigo mesmo. - Não irei contar a ninguém, não preciso da dó de alguém. Quero que se lembrem de mim como se eu nunca tivesse assim. -

Abro meu armário e escolho a melhor roupa que posso vestir, me perfumo e estava decidido a conversar com Emília hoje. Durante todo o percurso da minha casa até a faculdade vou pensando no que iria falar e nas possibilidades de respostas que poderiam haver, mas quando a vi sentada na sala de aula as palavras que a muito me atormentavam somem de minha boca e em meu estômago uma sensação estranha, e que a muito antes não sentia toma conta de mim. Parecem libélulas batendo suas asas repetidamente dentro de mim e se chocando contra a parede de meu estômago. Mesmo dizendo a mim mesmo que aproveitaria o dia, a coragem foi-se toda embora, porém quando me notei estava ao lado dela a encarando.

— Então? - Ela pergunta levantando sua sobrancelha direita enquanto me fitava.

— Ora, por que não me disse que era você M? - Disse de uma maneira o tanto quanto grosseira, mesmo não querendo que aquela frase saísse daquela forma.

— Ah! Agora a culpa é minha que você não lembra de mim? Pro melhor ninja da cidade você é bem estupido. - Disse ela enquanto molda um sorriso extremamente bonito em seu rosto, aquele mesmo sorriso de quando éramos pequenos. Posso escrever uma bíblia sobre aquele sorriso, mas não seria suficiente. Aquele sorriso que a muito me acalentara estava ali novamente me trazendo alegria. 

— Com esse tamanho todo e parece que continua aquela criança dos gnomos e fadas. Parece que não mudou nada. - Ela bagunça meu cabelo, enquanto ri. 

Permaneço sério e estufo meu peito antes de falar. - Não! As coisas não são as mesmas. - Balbucio enquanto desvio meu olhar.  

— Como assim? - Ela dá um passo pra longe da parede me encarando. 

— Agora eu tenho coragem de dizer o que sempre eu quis e nunca disse. Emília, eu te amo. - Ela não faz nem ao menos um barulho e permanece me olhando, volto meu olhar a ela, sinto sua respiração junto à minha. 

— Ha! Não mudou nada continua a mesma criança. - Ela faz graça de mim enquanto ri novamente.

— Não, eu mudei. - Esbravejo jogando minha mochila ao chão.

— Então prove! - Ela me desafia.

Avanço em sua direção juntando seu corpo contra o meu. Minhas mãos percorrem seu corpo a tocando como a muito havia desejado. Colo meus lábios aos dela cerrando meus olhos, finalmente sinto meu coração batendo mais forte em meu peito. Porém minha ternura é quebrada quando ela me empurra para longe dela. Seus olhos encontram-se com os meus e ela está intrigada. Ela da a volta em meu corpo como me analisando e quando para a minha frente balbucia.

— Quem está no comando aqui sou eu. - Ela diz enquanto lança meu corpo em direção da parede, ela se aproxima de mim agora com um sorriso em seu rosto. Ela levanta meus braços e o segura acima de minha cabeça com força enquanto junta nossos lábios. Nossas línguas brincam sincronizadamente em nossas bocas enquanto agora suas mãos percorrem meu corpo. 

— Caham! - Uma voz quebra aquele momento, achei que fosse acordar e tudo aquilo fosse um sonho, mas não aquilo é real.

— Cara, arranjem um quarto. - Disse Gav, o único amigo que eu havia feito no dia anterior, enquanto nos observava em uma cena quase que pornográfica no canto da sala. Lia se afasta de mim rindo, e então volta e sela aquele nosso momento com um último beijo de nossas bocas. Ela sai caminhando e estira sua mão para mim, acredito que era para a segurar e então a segui de mãos dadas. Nos sentamos em uma das mesas de mármore e Gavriel vem se sentar ao nosso lado. 

— Agora entendi, o motivo de tanto interesse nela... - Diz ele rindo enquanto abre sua mochila...

— Não... não era isso, mas enfim. Queria te perguntar uma coisa. Você tem namorada? - Pergunto na lata mesmo e sem vergonha, M me olha sem entender na mesma hora. 

— Não fale assim, eu gosto de gente, não de gênero, mas não, estou sozinho. - Ele responde sem graça.

— Então o que acha de um encontro duplo? Eu te apresento o meu melhor amigo e tipo eu acho que vocês vão se dar muito bem, você faz muito o tipo dele. - Lia me olha sem entender o que está acontecendo, porém desconfiada. 

— Ah, topo sim. Mas... Qual seria "o meu tipo"? - Ele pergunta enquanto faz cara de paisagem para mim. 

— O de cara legal e engraçado. O Vih, vai te adorar. Só espera pra tu conhecer ele... -

Aquele dia passa como um sonho em minha vida. Tudo estava certo e extremamente bem, não conseguia acreditar que tudo aquilo de bom estava acontecendo comigo. Eu finalmente me sinto completo e feliz. Aviso ao Vih que iríamos sair à noite.

Mensagem do Whatsapp:

Encontro duplo hj a nt, esteja pronto.

Como assim?????????

??????

Você vai adorar ele, para de show.

Me recuso! Não gosto de encontro a cegas.

Aí, que o que.

Para de drama.

19h ok?

Af, ok. 

 

Tomo um banho mais demorado que o comum, me arrumo todo. Passo meu melhor perfume e até creme eu passo e olha que eu não suporto a sensação do creme na minha pele. Um pouco antes da hora marcada, Lia chega no apartamento. Ela sobe e começamos a passar um tempo junto e eu já não quero era mais sair, queria ficar com ela ali naquele sofá a vida inteira. Juntos éramos... Sei lá, ótimo. É como se ela fosse uma tempestade e eu amasse tomar banho de chuva. 

— Levanta logo e bora, não gosto de deixar gente esperando. - Ela me intima já girando as chaves em seu dedo indicador. Sorri meio bobo para ela e já me levanto vestindo minha jaqueta. Buscamos o Victor em casa e partimos para o restaurante, Gavriel iria de moto e nos encontraria lá.

Sou um péssimo cupido, porem durante o jantar eu tento ajudar Vih que eu vi que estava um pouco desconfortável naquela situação, porém a química foi imediata entre eles. Vih é aquele famoso tipo de imã de problemas, ele sempre se envolve com pessoas problemáticas e tudo que eu queria era que dessa vez ele não ficasse com alguém por dó e sim por que ambos se gostam e Gav não é problemático, ele tinha aquele estilo "Bad Ass" de "Bad boy" que fez os olhos de Victor arregalar quando ele chegou, mas além disso o jantar foi ótimo.

Está tudo seguindo o rumo correto e bom, todos estão felizes. E não, nem todos estão namorando, mas quem diz que pra ser feliz tem que estar junto de alguém? Acho que antes de amar alguém você deve se amar, se você não se ama, como irá amar outra pessoa? Posso dizer que sentia umas fadinhas se aproximando e um famoso final feliz chegando, tudo estava bem...

 

FIM!

 

 

Só que não, saímos do restaurante e já era possível ver que meus amigos já estavam se tornando um casal. A noite está calma e pacífica, me sinto em um filme de Hollywood. Íamos atravessar a rua e Vih tem a famosa ideia de reencenarmos a conhecida capa dos Beatles onde os quatro estavam na faixa de pedestre. Estamos lá parados esperando Vih tirar a foto. O barulho de um arranque nos assusta, viramos nossos rostos tentando entender o que estava acontecendo. Os faróis amarelos se aproximam e tudo se passa em câmera lenta. O som do carro se chocando em algo macio, uma pessoa, entorpece nossos ouvidos.


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Notas finais do capítulo

Notas finais do capítulo

A história foi revisada, mas caso encontre algum erro, por favor me avisa!!

Os personagens são fictícios e as histórias também! ^^

To chorando que a história ta chegando ao fim e não quero ter que dizer adeus para Luk e seus amigos nem a vocês ;c ♥

É umas das primeiras fics que escrevo e mesmo estando um pouco cansado dela estou continuando até o fim, então, se puder deixar seu feedback ajudaria muito. ♥

Ah e agradeço a Maga Clari e a Lua que pediram para por os travessões e irei retornar em todos os outros capítulos os colocando e a partir de agora os usarei.

Falta 1 capítulo para o fim. ;c



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