Réglisse escrita por Ana Barbieri


Capítulo 9
Two Little Girls World


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta, bitches!! Boa Leitura!!



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Porpentina não se considerava uma pessoa intuitiva, mas acreditava em pequenos palpites. Na possibilidade direcionadora deles. Em muitas situações, assemelhavam-se aos preconceitos e poderiam culminar em constrangimento ou fé mal colocada. Outras vezes apenas refrescavam a imaginação para a elaboração de hipóteses às perguntas difíceis de serem externadas. O sorriso de Queenie ao retornar para o apartamento na noite anterior. Sua completude facilmente analisável... não se tratava de um palpite, contudo. Por mais que suas repercussões já estivessem carregadas dos preconceitos de Porpentina. Ela não precisava externar nada. E, na verdade, não se sentia pronta para fazê-lo... o leve erguer de lábios que ofereceu à vitória de sua irmã não poderia jamais ser descrito como sincera felicidade por seu sucesso. E Queenie certamente lera tudo aquilo em Teenie, mas depois de finalmente ter alcançado as nuvens que tanto almejara, sobrou-lhe pouco tempo para tornar a olhar para baixo.

Qualquer espécie de confronto que as irmãs Goldstein pudessem vir a ter perante a iminente mudança em suas vidas prorrogar-se-ia para o dia seguinte. No entanto, nem mesmo para o bem de sua relação com Queenie, abraçaria a paz que somente alguns indivíduos conseguiam ante a protelação de decisões importantes. Esperou até que ela dormisse; dormisse de verdade. Os sonhos da loira sempre haviam sido delicados, tornando-a assim uma pessoa de sono leve. Tal particularidade na personalidade de sua caçula limitava, de certa forma, a própria particularidade de Porpentina. Pensamentos que lhe vinham à mente somente quando se deitava e a perturbavam, ao mesmo tempo em que uma espécie de clareza súbita a atingia durante as altas horas da madrugada. Devia tudo isso a seus anos em Ilvermorny somados ao extenso treinamento de Auror. O cansaço mental sempre subjugava o físico.  

Eu não vou escolher, Teenie...”. Mas escolhera, pensava Porpentina. De fato, não se tratava de uma questão de escolha. Não deveria se tratar de uma escolha. Noite adentro, a morena desejou que seus pais estivessem ali. Talvez mais do que houvesse desejado em anos. Eles lhe diriam isso. Eles saberiam exatamente como agir a fim de que se evitasse uma catástrofe, mas não Tina. Adulta. Independente. Agente do MACUSA. Só o que a preocupava era sua irmã... sua irmã caçula... para quem fora uma mãe, quando ninguém mais poderia ser. Queenie... a pequena dos laços cor de rosa no cabelo que adorava valsar sobre os pés de seu pai. O raio de sol. Alegre e tão certa de que poderia fazer qualquer coisa a que sua mente se dispusesse a imaginar, embora agisse de forma responsável – a maior parte do tempo – para preservar tudo o que haviam construído. “Até agora...” e Teenie sentiu um aperto súbito em seu peito. Durante toda aquela semana, o grande “x’ parecia ser a memória de Jacob Kowalski. Todavia, também ela se esquecera de detalhes...

Voltei a costurar! Você sempre mencionou sobre como eu era boa nisso... e... estou cansada daquele lugar, Teenie... cansada de como... de como aquele lugar nos faz sentir como se não valêssemos nada...” Não foi uma mentira. Porpentina sabia. Queenie sempre costurara bem. Também conjurava excelentes feitiços. Suas estantes de livros certamente possuíam mais variedade do que as de Tina. Não podia dizer que ignorara completamente o fato de que sua irmã possuía interesses, habilidades nas quais se aperfeiçoara. Independentemente, não fez grande estardalhaço quando a loira recusou-se a segui-las a fim de garantir segurança para ambas e, de certa forma, abrir o caminho da morena. Se Teenie sabia dos talentos da caçula, nunca lutou por eles com a mesma intensidade com a qual Queenie lutara pelos seus. “Você é a melhor irmã do mundo” dissera quando, dias antes, aqueles mesmos pensamentos ameaçaram desestabilizá-la. Não obstante, seria possível que ela não estivesse agindo por culpa? Imaginando que, ao assumir a responsabilidade por suas vidas, Tina abrira mão da menina que ainda vivia em seu interior na época, e que por isso Queen deveria recompensá-la permitindo que fosse exatamente a adulta que sempre desejara ser?

Aparentemente, havia mais a ser desenterrado de suas vidas do que qualquer outro dilema que acreditasse estar enfrentando. O relógio bateu as duas da madrugada e ela levantou-se da cadeira onde estivera refletindo, para providenciar uma caneca de chocolate quente... chocolate quente...

— Teenie? – chamou Queenie, parada à porta do quarto. Fitava a mais velha com visível perturbação. Só então Tina percebeu que estivera chorando.

— Está tarde. Volte pra cama. – seu tom não era, em absoluto, frio ou colérico. Mas cansado. A loira não se moveu.

— Você sempre pensou alto demais, Teenie. – respondeu com um leve erguer de lábios. “Você pensa alto, Teenie.” Porpentina lembrava-se de tê-la ouvido dizer um dia, quando ainda eram imaturas demais para entender a fundo os poderes da legilimente. Época em que Queenie ia e vinha da mente da mais velha sem constrangê-la tanto, pois ainda não era capaz de lê-la tanto.

— Lewis misericordiosa, Queenie... por que... por que você precisa ser assim? – perguntou se entregando lentamente às lágrimas. Os olhos da loira marejavam, mas em seus lábios havia um sorriso indecifrável.

Assim? – repetiu confusa, ou fingindo estar. Tina bufou exasperadamente.

— Por que você nunca... nunca me disse que eu... não estava ouvindo... não estava vendo... por que nunca me mandou pro inferno e fez exatamente...

— O que estou fazendo agora? – completou solícita, fazendo com que a mais velha sorrisse de lado. O chocolate ficou pronto e a legilimente serviu a xícara de sua irmã, ao passo que se sentava ao seu lado. – Por que isso magoa tanto você? Eu não menti quando disse...

— Eu sei. – cortou trêmula, respirando fundo. Fitaram-se por longos minutos. Uma xícara de chocolate quente entre elas. O olhar de Queenie era sereno e Tina permitiu-se beber de um pouco daquela serenidade. – Eu preciso saber...

— Você sabe, Teenie.

— Não... não é isso... é... – calou-se por um instante, tentando encontrar a melhor forma de entender a si mesma e o que gostaria de dizer a sua irmãzinha. Pois eram irmãs. Alguma parte de seu coração poderia amá-la tanto quanto uma mãe ama uma filha, tanto quanto sua mãe as amara... e, tal qual uma mãe, não era um direito seu interpor-se. Porém, era dever garantir-se. Garanti-la. – Desde que mamãe e papai se foram... tudo o que eu fiz... eu só queria me garantir de que você fosse feliz, Queen. E talvez eu não tenha...

— O chapéu laranja. – interpôs a legilimente. Tina mirou-a estupefata. Confusa. E Queenie teve que rir... a expressão suavizava tanto os traços da mais velha e a assemelhavam tanto ao seu eu de menina... – Dois anos após a morte de mamãe e papai, eu insisti que iria comprar um chapéu novo, porque o meu já estava desgastado demais para cumprir seu propósito. Nós fomos a loja e você me mostrou um lindo chapéu cor de rosa, a minha cor favorita; mas, eu estava decidida a provar que não era mais só uma criancinha previsível e escolhi outra cor. Escolhi um chapéu laranja e você disse que tinha ficado horrível! – relatou a loira e Porpentina riu baixinho, recordando-se. – Mas eu o comprei mesmo assim e me arrependi horas depois.

Tina assentiu, entendendo. De fato, não era uma escolha sua. Não era um direito seu.

— Talvez eu não tenha feito escolhas pelos motivos mais razoáveis... mas eu te amo. – Não havia necessidade de Porpentina Goldstein ter nascido com habilidades de legilimente para entender a mente de sua irmãzinha naquele momento. Independentemente do que ainda pudesse pensar ou de quantas vezes ainda se colocaria em dúvida ao longo da vida, pois talvez esta fosse a sua grande sina enquanto primogênita forçada a ser responsável prematuramente, sua irmã a amava. Poderia sim ter seguido um caminho que quitava as dívidas que achava possuir com Tina, mas reconhecia que fora uma escolha sua.

— Então... você o beijou? – perguntou secando os olhos com as pontas dos dedos, sorrindo maliciosamente de lado. O rosto de Queenie passou por vários tons de rosa antes que cedesse à provocação da mais velha.

— Teenie! – exclamou, empurrando seu braço com carinho, risonha. Logo, ambas estavam gargalhando, confortáveis em suas próprias peles como se os minutos anteriores sequer houvessem existido em suas histórias.

— Ainda acho que é uma péssima ideia. – Porpentina insistiu quando recobraram o ar, porém em seus ombros não se notava mais nenhuma tensão; e seus olhos fitavam a legilimente com brandura. – E nunca vou deixar de... de ter medo de que algo possa dar errado. – acrescentou rapidamente.

— Eu sei. – assentiu Queenie com um sorrisinho experiente. Ela realmente conhecia a irmã. – E vai ficar do meu lado mesmo assim... – arriscou a loira com menos certeza do que sua voz deixava transparecer que sentia.

— Sempre. – afirmou Porpentina.

— Jacob perguntou sobre você... e Newt. – contou a outra, seus olhinhos azuis brilhando de esperança e também com uma pitada de malícia. É claro, Teenie não saberia que a curiosidade de Jacob jamais se referiria àquele aspecto de sua relação com o magizoologista, todavia, nada impedia que Queenie a incitasse um pouco. Foi a vez da morena de sorrir embaraçada, com as bochechas levemente coradas. – Talvez você também deva... dar uma de Queenie... – brincou por fim e à outra restou apenas revirar levemente os olhos ao passo que seu sorriso aumentava um pouco no canto esquerdo.

— Está tarde, Queen... cama. – interpôs acenando imperiosamente na direção do quarto.

— Não use esse tom comigo, foi você quem me acordou. – rebateu a legilimente numa clara tentativa de troça. Tina riu uma última vez antes de deitar a cabeça no travesseiro e virar-se para o lado da cama de Queenie. Sorriam com carinho uma para a outra, trocando sussurros de boa noite e finalmente caindo no sono.

℘℘℘

Três da manhã. As ruas de Nova York ainda se achavam consideravelmente desertas. Contudo, o caminho se fazia naturalmente sob os pés de Jacob Kowalski que, destemido, atravessava a precocidade das horas, acostumado com sua rotina e, no momento, com motivos a mais para pisadas mais leves. Tudo nele facilmente não abriria espaço para questionamentos acerca do cansaço que, ainda assim, insistia em acompanhá-lo durante as primeiras horas de seu dia. Contudo, com sorte, uma xícara do melhor café viria a recompensá-lo dali a pouco. De fato, sorte parecia ser algo que estava aproveitando muito ultimamente, pensou Kowalski. Perseguindo seu sonho, quando já havia poucas chances de conseguir aquele empréstimo naquela fatídica manhã, ele ganhara toda a vida que os anos cavando trincheiras na guerra tomaram de seu espírito.

O som da chave virando e abrindo o trinco da entrada dos funcionários da Kowalski Quality Baked Goods tornara-se um dos mais reconfortantes para Jacob. Seu apartamento jamais lhe seria tão caro, mas provavelmente ainda existiam chances de encontrar outro lugar que também o envolvesse com sentimentos de lar. Um lugar cheio de pequenos toques de sua Queenie... sua Queenie... a ideia de que tal anjo o escolhera contra seus próprios amigos bruxos, contra suas leis, ainda fazia com que um sorriso de puro êxtase se abrisse nos lábios do no-maj. Este que se abria mais e mais conforme ele continuava a divagar as possibilidades, atividade que quase o impediu de dormir o suficiente na noite anterior.

Seus pensamentos não voaram naquela mesma velocidade para casamento ao conhecer Mildred. E talvez a legilimente sequer estivesse na mesma página que ele. Jacob não iria apressá-la, vez que não seria capaz de impedi-la de descobrir suas ideias, ao menos garantir-lhe-ia de que não existiam motivos para se preocupar ou sentir-se pressionada... se aquilo acabasse sendo apenas um longo envolvimento, ele entenderia. No entanto, em verdade não acreditava de forma alguma que fosse o caso. Três meses. Ela retornara a sua vida determinada a trazer suas lembranças de volta após três meses sem notícias sólidas suas... Porém, abria-se espaço para dúvidas frente à memória da outra senhorita Goldstein. A maneira como os fitou naquela tarde e como deixou Queenie transtornada.

Era aquela, sem dúvidas, a parte mais difícil. Jacob vinha de uma família grande; tumultuada e barulhenta. As irmãs Goldstein, por outro lado, haviam construído os liames de sua relação o mais intrincado possível, afinal, eram a única família uma da outra. De repente, ele, um estranho, adentrava aquele mundo secreto de duas garotinhas que trabalharam juntas contra um ambiente inóspito, a cidade de Nova York. Mesmo depois da guerra, mesmo que considerassem aqueles os anos de luz, de festa e brilho, a vitória que cantavam pelas ruas não apagava muito da desumanidade escancarada por aqueles anos de tensão... desumanidade que duas garotinhas facilmente encontrariam. E Jacob sabia que por muito tempo andaria sobre cacos de vidro com Porpentina, Teenie como somente Queenie a chamava, e que ela nunca o aprovaria totalmente por invadir suas vidas daquela maneira ou colocar a segurança da loira em risco com aquele romance...

Às sete em ponto, ouviu o som dos pneus da bicicleta de Henry raspando nas britas para um freio forçado – ele provavelmente se exibia para alguma transeunte – e também uma risadinha que o acompanhou. Queenie. O nome trazia todo um novo significado agora. Ele estava retirando a última fornalha quando ela entrou sorrindo de orelha a orelha, caminhando calmamente até a mesa onde deixava suas luvas e seu chapéu, antes de alcançá-lo e depositar um beijo de estalo em sua bochecha.

— Bom dia, honey. – disse meigamente, inalando o perfume dos pães quentes.

— Dia... – respondeu Jacob, mas seus olhos estavam repousados sobre a figura que havia parado à porta. Porpentina não fora capaz de disfarçar o modo como seus olhos naturalmente se afastaram da cena e em seguida tornaram a fitá-lo num misto de brandura e reprovação. O padeiro engoliu em seco e Queenie olhou de um para o outro com nervosismo.

— Henry gostou de Teenie e estava se exibindo para ela na bicicleta, – comentou risonha, fazendo com que o ar repreensivo de Tina aumentasse, – mas já expliquei que minha irmãzinha já...

— Queenie, por favor. – interpôs Porpentina adentrando a cozinha. – Bem-vindo de volta, senhor Kowalski. – falou, finalmente se dirigindo a ele.

— É... é bom estar de volta, senhorita Goldstein. – assentiu com uma bandeja de roscas de laranja na mão. Os olhos de Queenie baixaram e ela sorriu consigo mesma. Jacob e Tina nunca verdadeiramente se entenderam ou se sentiram verdadeiramente confortáveis um com o outro. Talvez porque, de alguma forma, acreditassem serem uma ameaça às afeições dela ou fosse apenas a falta de convivência o que os impedia de verificarem o quanto, no fundo, se pareciam. E a legilimente lhes concederia a primeira chance.

— Me dê aqui, honey. – pediu gentilmente, retirando as roscas de seus cuidados. – Eu faço isso enquanto vocês... – acrescentou e saiu correndo antes que qualquer um protestasse. Tina revirou os olhos novamente, mas um sorriso brincava em seus lábios. Os braços do no-maj brincavam ao redor de seu corpo, demonstrando todo seu desconforto. A morena verificou como ele não mudara em três meses, porém, seu cabelo estava melhor penteado sobre sua cabeça e imaginar que fosse esforço por sua irmã quase foi suficiente para enternecer um pouco da opinião de Tina.

— Newt vai ficar muito contente em saber que conseguiu a padaria... e que recobrou a memória... A ideia foi dele... usar as...

— As cascas dos ovos de Oc... Occami? – completou animado, tentando se lembrar do nome das aves. Tina assentiu sem jeito. – Foi muita generosidade da parte dele... muito engenhoso também... ele não precisava se preocupar comigo, afinal, eu nem deveria estar envolvido em tudo isso. – ponderou, sempre muito expressivo.

— Bem... esse é o Newt. – arriscou Tina brandamente. – Ele se importa.

— Eu espero vê-lo outra vez. – disse Jacob. Ela se permitiu sorrir um pouco, inquestionável o laço de amizade que bruxo e no-maj dividiram durante aqueles dias e provavelmente sempre dividiriam.

— Eu também. – concordou solenemente. – Senhor Kowalski, eu...

— Jacob. – interrompeu o padeiro, com um aceno displicente de cabeça. – Pode me chamar de Jacob... – ele acenou para uma cadeira, fazendo menção de que se sentassem. Sabia que aquela seria uma conversa séria.

— Jacob. – anuiu Porpentina, aceitando o convite. – Espero que não me entenda mal, eu... eu também não fiquei exatamente contente quando Madame Pickery insistiu para que fosse obliviado...

— A mulher com o turbante preto...

— Sim, é a nossa presidente. – explicou a morena, rindo um pouco. Nunca imaginou alguém referindo-se a Madame Seraphina Pickery como “a mulher com o turbante preto”.

— Ah... sim, é, bem, desculpe-me, eu não...

— Está tudo bem. – disse serenamente, acalmando-o um pouco. – Para ser bem sucinta, ela não pode saber que suas lembranças voltaram ou que... que você e minha irmã estão...

— Queenie já me explicou tudo. – assegurou o no-maj. – Serei discreto, senhorita Goldstein...

— Tina. – interpôs ela sorrindo. – Pode me chamar de Tina.

— Tina. – assentiu ele, percebendo uma súbita mudança nela. De repente, Porpentina imaginou infindáveis avisos que poderia usar para alertá-lo e também os melhores conselhos que teria a oferecer. Todavia, a realidade era muito mais simples...

— Eu só não quero que minha irmã se machuque. – confidenciou remexendo os ombros, sem encará-lo nos olhos. Jacob a analisou ao longe, por completo e percebeu que a irmã mais velha de sua Queenie era uma daquelas pessoas que carregava o peso do mundo em seus ombros a todo instante. Não porque tentasse ser uma heroína, mas simplesmente porque não conseguia evitar. Não existia alternativa; não para ela. Instintivamente, sua mão repousou sobre o ombro dela em um aperto bondoso e solidário.

Porpentina o encarou, então. Em seus olhos havia toda a compreensão do que enfrentariam no futuro e a determinação de quem não abandonaria o campo de batalha sem dar seu último suspiro por qualquer causa que julgasse ser importante. E ele julgava Queenie a maior causa de sua vida; Teenie entendeu prontamente. Um pouco do peso em seus ombros, de repente, liberou-se. O que viria a seguir era mais do que incerto. Era perigoso. Mas naquele instante ela percebeu que ao seu lado estava alguém com quem poderia dividi-lo, no-maj ou não... ela reconheceu nele algo que a lembrava de seus melhores amigos da casa Wampus nos tempos de escola.

Tina decidiu que gostava de Jacob Kowalski.

— Você diz que talvez não devesse estar envolvido em tudo isso... bem, eu acho que finalmente discordo, senhor Kowalski. – ponderou ela com fervorosa honestidade, acrescentando quando ele estava prestes a protestar mais uma vez para que o tratasse pelo seu primeiro nome... – Newt estava certo em mantê-lo por perto, Jacob. E eu sei que vai cuidar bem dela.  

Os olhos do no-maj marejaram e ele tentou sorrir para impedir que as lágrimas escorressem. Tina fingiu não perceber, colocando-se de pé e desejando-lhe um bom dia. Não fora tão difícil, afinal... talvez fosse um mundo secreto onde apenas os escolhidos pudessem entrar, aqueles com sorte... Queenie o esperava atrás do balcão, desdobrando-se para acolher os pedidos de todos. Ele correu para ajudá-la, recebendo o mais maravilhoso sorriso do mundo em recompensa. De fato, sorte parecia ser algo que estava aproveitando muito ultimamente, pensou Kowalski.


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Notas finais do capítulo

Olá, meus amores. Terminei meu fichamento de Direito Processual do Trabalho há um mês, mas, outras coisas se sucederam e não pude voltar no tempo previsto. Perdoem-me por tê-los feito esperar. Espero que este capítulo compense... o próximo fecha este saga e antes de mais nada eu gostaria de agradecer a todos que favoritaram, recomendaram, acompanham. Até você, leitor fantasma. Eu te amo muito! Réglisse para sempre terá um espaço enorme no meu coração.

A JK disse no twitter pouco depois da estreia de Animais Fantásticos que Jacob pertenceria a casa Wampus, que prioriza os guerreiros e eu concordo com ela. Piamente. Sempre foi do meu interesse escrever algo voltado para o desenvolvimento da relação de Jacob e Porpentina. Eu os imagino muito cúmplices nesta empreitada de apoiar as decisões da Queenie, e realmente imagino que dividiriam fardos enormes ao manter esse relacionamento um segredo do MACUSA. Deixem-me saber a opinião de vocês!

Obrigada por tudo! Até o final. Um beijo de quem vos ama: Ana Holmes ♥

P.S: estamos de capa nova. Esta ilustração foi presente de um amigo meu. Obrigada, Heitor! Te amo! ♥



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