Don't bless me father escrita por Undisclosed Desires


Capítulo 24
Capítulo vinte: Introdução às aulas de bioquímica fundamental - Estruturas primárias.


Notas iniciais do capítulo

Hello galera. Talvez mais tarde saia um novo. Ou amanhã de manhã, se eu conseguir finalizar minha pesquisa para a iniciação científica.



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Residência dos Parker - 9:11 pm - Sala de estar.

— Então... repassa o plano pra mim. - Jace pediu. Clary revirou os olhos e enfiou um punhado de pipoca na boca. 

Estranhamente, para ele, eles estavam na sala de estar e não no quarto. Essa era ela tentando impor alguma distância? Ele tinha medo de perguntar e receber uma afirmativa, então - como o bom covarde que ele era - continuava calado e ansioso. O que estava acontecendo com ele?

— Já disse... Eu e Izzy chegamos à conclusão de que o melhor modo de nos vingar agora é não fazer absolutamente nada.

— Muito cristão da parte de vocês, admito, mas inesperado. Como vocês chegaram à essa conclusão?

— Bem... Nós primeiro pensamos em devolver na mesma moeda. Armar uma pra ela, você sabe. - Confidenciou Clary. - Mas então percebemos que a gente já tinha aprontado com ela na festa beneficente e ela tinha o total direito de tentar se vingar. Então tecnicamente estamos empatadas. 

— Você e Isabelle abriram deliberadamente mão dos desejos de vingança por uma questão moral de justiça? Santo Cristo, estou realmente impressionado. - Ele soltou, um sorrisinho satisfeito nos lábios enquanto pegava um bocado da pipoca. Ela deu um empurrão no braço dele.

— Não vá se precipitando! Aline vai tentar ter a revanche, acredite, e se isso acontecer é o fim dela. Game over. Até lá, nós esperamos.

— Ahá! Então nem só de pão vivem um homem. Vocês têm um plano.

— Claro que temos, Jace! Não seja ridículo! Nós só estamos aguardando o momento certo. Moralmente certo. Ainda mais agora que eu tô sob a mira da Lucifernandes. 

— Ela pegou pesado com você, não foi? - Ele falou baixinho. Ela desviou o olhar por algum tempo, mas quando encontrou o dele novamente, mostrou um sorriso mínimo.

— Nada que eu não possa aguentar. - Respondeu. - E além disso, alguém me disse que ninguém pode fazer você se sentir mal sem a sua permissão. E ela não tem a minha permissão, definitivamente não. 

— Que maduro... - Ele murmurou. - Aliás, você tem algum plano pra amanhã antes da missa?

— Não? Quem se planeja pra domingo à tarde? É meio desumano, acho. Domingo à tarde é para a soneca pós-almoço de domingo, está na bíblia.

— É mesmo? - Ele riu. 

— Sim. Clariticus, 1:16 - Teus Domingos são para o almoço, a soneca e a missa. Você deveria saber disso.

— Mas você sabe que o dia destinado a Deus na bíblia é sábado, certo? 

— Não enche! - Ela se jogou contra o braço dele, que acabou envolvendo os ombros dela. A menina fitou a televisão, vendo que passava uma comédia romântica bem da merda. - Como fomos acabar vendo isso?

— Era isso ou filme de terror. - Ele respondeu. - E eu me recuso a assistir mais um "A morte do demônio" ou "As crônicas de satanás" ou qualquer coisa do tipo.

Ela revirou os olhos. - Você não deveria ser mais esclarecido quanto a demônios que nós, os pecadores? 

— Eu sou bem esclarecido: não brinco com isso. E acredito realmente que isso atraia coisas ruins.

— É só um filme, não atrai nada. Mas, só por via das dúvidas, você deveria se tornar um daqueles padres exorcistas. 

— Eu tenho quase certeza de que isso tudo é ficção. - Ele sorriu para o filme. - Além disso, esse filme nem é ruim.

— Imagine! - Ela resmungou. - Eles são vizinhos melhores amigos, mas um só percebe que está apaixonado quando já fez a merda toda de ajudar um cara panaca a ficar com ela? Pra ser mais clichê só faltava ela ser toda desajeitada e então tirar os óculos e ele perceber que ela sempre foi a menina mais linda.

— Desde quando você ficou tão reclamona? - Ele brincou.

— Eu não sou reclamona. - E deu um soco na perna dele.

— Ai! Talvez não seja reclamona, mas é bem violenta. - Ele segurou os braços dela e desceu o rosto para capturar os lábios dela em um beijo suave. Não demorou mais que alguns segundos para se afastar.

— Hmm, Jace...?

— Sim?

— Conte algo pra mim sobre você que eu ainda não saiba?

— Hã? Tá. - Ele procurou alguma informação na mente. Não tinha muito o que contar. Ele era uma pessoa bem simples fazia bastante tempo. Mesmo que antes... Talvez ele pudesse contar algo do antes? - Eu costumava lutar?

— Costumava?

— Sim.

— Que luta? 

— Jiu Jitsu, um pouco de judô também. - Soltou. 

— E você gostava? - Ela questionou. 

— Eu... era bom. Realmente bom. Costumava competir em torneios locais. Ganhei uma medalha quando tinha uns 10 anos. - Respirou fundo. - Parei quando eu tinha doze anos.

— Por que você parou?

— Tive um acidente. - Respondeu. - Um garoto acabou machucado. Eu... eu tinha problemas com controle de raiva na época. E então eu terminei minha catequese e também não tive muito tempo para essas coisas. Era a escola, as atividades extracurriculares e a igreja. Não sobrava muito tempo.

— Entendo. Mas você ainda tem vontade de voltar a competir?

— Não. - Ele ficou tenso. - Isso morreu para mim. Não devo machucar ninguém deliberadamente.

— Eu sei, mas...

— E você? Tem algo sobre você que eu não saiba?

— Sim, mas eu prefiro manter o mistério. - Disse mais pra descontrair que qualquer outra coisa. Ele passou o polegar pela bochecha dela, um carinho meio áspero, e a puxou para outro beijo rápido. - Hmm, estamos beijoqueiros hoje, não estamos?

— Estamos. - E riu. 

— Eu sei o sobrenome da minha família biológica. - Ela soltou. 

— Como?

— A dona do orfanato ao qual eu fui entregue disse que uma senhora me entregou a ela diretamente. Ela disse que minha mãe havia morrido e ela não tinha condições de me criar, mas ela estava vestida muito bem, então a dona - Carmem era o nome dela, uma moça muito gentil - foi escondido atrás dela quando a senhora deixou a instituição. Havia um carro na esquina esperando por ela, com chofer e tudo. Ele disse "Sra. Fairchild" ao abrir a porta.

— E a dona do orfanato contou isso pra você? - Ele questionou. 

— Sim. Quando eu fiz quatorze anos. Acho que ela esperava que eu fosse procurar a minha família ou algo assim. Claramente minha avó - presumo - tinha condições de me criar. Mas eu nunca fiz questão. Não quero correr atrás de alguém que me abandonou.

— Acho que faz sentido. 

— Para mim faz. - E se aconchegou mais no peito dele. - É... acho que você é a primeira pessoa para qual eu falo isso. Não conte para a Emma, por favor, não quero que ela pense que estou fazendo algum tipo de pesquisa sinistra procurando a minha avó perdida. Talvez a velha já tenha até morrido.

— É, talvez. - E ficou quieto. - Hmm, Clary...?

— Sim?

— Eu estive pensando e conversando com o Alec...

— Boa coisa não é. - Ela soltou uma risada.

— Provavelmente não. - Ele concordou. - Mas... Eu estava pensando e realmente faz sentido.

— Pare de dar voltas.

— Ok. Desculpe. Talvez a gente devesse... você sabe...?

— Sei?

— Sabe. A palavra com T.

— Trollar a Isabelle?

— Não, grrr!

— Tacar pedra na casa da Lucifernandes?

— Não-

— Trocar o shampoo do Sebastian por tinta azul?

— Transar, Clary. Transar. Jesus Cristo, você me fez falar com todas as letras.

— Oh. - Ela fez silêncio por alguns segundos. - Não. Não acho que devemos. - Ela sorriu e deu um beijo na bochecha dele. - Mas obrigada. 

Hã? Não, obrigada? 

— E você não quer nem ouvir as minhas razões?

— Não preciso. - Ela respondeu. - Seu irmão está provocando você e você está aceitando a provocação. - Ela riu. - Quer dizer... eu não sou cega, sabe? Ele está me usando pra tentar te atingir e vocês ficam nessa disputa territorial velada, mas eu já percebi. 

— Você... percebeu? - O choque percorreu a face dele. Ela sabia de tudo e não havia dito nada para ele?

— Eu... Fui eu quem encontrou seu irmão no dia em que ele sumiu. - Ela disse. - Nós conversamos e eu podia ouvir a cabeça dele maquinando, juro que sim. E ele aparecer com café para mim na escola? Sério? Poderia ser mais pretensioso? E eu tento não ser um horror com ele, porque ele é o seu irmão e não é uma pessoa ruim lá no fundo, mas ele me agrediu umas duas vezes. Não sou estúpida o suficiente para ignorar isso sem nem um pedido de desculpas.

— Você... não gosta dele?

— Não acho que ele seja uma pessoa ruim de propósito. Tem algo incomodando ele, eu sei. Eu entendo. Mas não, definitivamente não. Eu não estou nem perto de gostar dele, acredite em mim.

O alívio inundou as veias dele. - Uau, você realmente observa as coisas, sim?

— Observo. E eu sei que você está influenciado por essa pilha do Sebastian, o que vai fazer você tentar ser mais territorialista. Mas eu não sou um território e não vou fazer isso sem ter total certeza de que você está fazendo isso porque você realmente quer, o que eu duvido e muito, jovem padre.  - E riu. - Agora, acho que é melhor você ir para casa. Mike não pode nem sonhar que você vem dormindo aqui antes de fazermos 15 anos de casados. 

Ele sentiu uma fisgada no coração com a expressão suave dela. Ele havia mesmo caído na desgraça. Mesmo que ele estivesse pensando fosse muito errado para o futuro dele, não sabia se poderia fazer alguma coisa para parar.

Ele ajudou ela a arrumar a bagunça da sala e depois seguiu seu caminho para casa. Tomou um banho rápido, se jogou na cama e esperou o sono, que não veio. No fundo, ainda estava curioso sobre algo. Pegou o telefone, que estava com a tela fixada numa troca de sms com a Clary, dizendo que chegou bem em casa. Respirou fundo e abriu uma guia no google, rezando para aquilo não ser considerado traição.

Digitou no buscador "Fairchild" e clicou em pesquisar. 


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Notas finais do capítulo

T.T



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