Don't bless me father escrita por Undisclosed Desires


Capítulo 13
Capítulo onze: Planificação.


Notas iniciais do capítulo

Yoo!!
Comentem o que acharam!
Algumas meninas vieram me perguntar coisas como "quem ela vai escolher" e "os pais dela irão aparecer"? Então, galera, tem uma trama por trás da história e eu a estou desenvolvendo conforme o feedback de vocês. Então, comentem!
Eu irei responder todos os comentários, me perdoem a demora. É que é ano de vestibular e eu tenho pré e estudo aos sábados rsrsrs.
Aliás! Meu aniversário de 17 é dia 29. Tô aceitando capa de presente rsrsrs
obg pela atenção.
Espero que gostem!



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Instituição de Ensino Eastern (I.E.E) - 6:45 - Entrada. 

Clary chegou na escola com a carona de seu pai, Mike. Estava com a mochila pesada, carregando-a em direção ao seu armário, louca para dividir o peso. Cruzou por Isabelle no corredor, dando-lhe um sorrisinho simpático. Em pleno sábado, eles estavam ali. Nunca antes sábado fora um dia escolar para ela, mas os alunos dali já estavam acostumados. Ela odiava isso. Faltou no dia anterior em prol do baile. Sua mãe mandou um email para a diretora, avisando.

Notou uma figura conhecida bloqueando seu armário. Dessa vez, ao menos, ele não estava enfiando a língua na garganta de ninguém. Não que ela se importasse com onde ele enfiava a língua, mas demonstrações obscenas deixavam-na enojada. Revirou os olhos.

— Impressionante como... - Ela começou, jogando a mochila no chão ao lado dele. -... você não sabe ficar longe do meu armário. Diga-me, é puramente atração ou vocês pretendem ficar juntos no final de tudo?

— Nossa, não sabia que você era particularmente engraçada pela manhã. - Sebastian disse, segurando os dois copos de café da starbucks que ele tinha em mãos. Ele, então, sorriu e lhe estendeu. - Café preto como a sua alma. 

Ela franziu o nariz e recusou com a cabeça. - Não quero morrer hoje, ainda mais envenenada. Mas foi boa a tentativa. - Empurrou ele ligeiramente para o lado, liberando a porta de seu armário. Abaixou-se para pegar alguns livros na mochila. 

— Bela visão. - Ele gracejou e ela revirou os olhos, abrindo a porta do armário na cara dele, para tirá-lo do campo de visão dela. - É uma oferta de paz. - Ele disse enquanto ela arrumava os livros. - Não quer dizer que eu não vá te perturbar, só não seriamente. 

Ela bateu a porta do armário, estreitando os olhos. Ele sorria de um modo sincero, o que foi estranho para ela. Ele estava sendo gentil? Não podia acreditar nisso, ou podia? Ele já agira gentil antes, e então era tudo uma emboscada. Suspirando, pegou o copo de café e bebericou. Era mesmo café. Americano, forte, dos bons. 

— Tá, obrigada. Agora vaza. - Ela disse. 

Ele sorriu e bebeu do próprio café fumegante, jogando o cabelo descolorido com pontas pretas para o lado. Ele era bonito, como algum personagem descolado, mas era uma beleza sinistra, quase fria. Causava arrepios nela, e não dos bons. Seria mesmo ele um cara mau? Não ficaria por perto para descobrir. 

— Você é muito deselegante, sabia? - Ele sorriu. Ela mostrou o dedo do meio enquanto bebericava o café e, em resposta, foi empurrada contra a porta do armário com certa força. Não como antes, não tão bruscamente. Mas, ainda assim, provocativamente. No reflexo, ela apertou com força o copo fino de café, jogando um monte daquela substância escura e quente em sua blusa. Praguejou quando o viu rir. 

— Maldição! - O café estava quente, quente mesmo. Tirou o blazer para tentar tirar o excesso da blusa. Já era. Estava toda manchada. - Seu..! Seu..! - Ela respirou fundo e sorriu. - Entendi. Boa! Merece até um abraço por essa!

Ele ergueu uma sobrancelha e ia dar uma respostinha atravessada, quando sentiu uma dor lancinante bem lá. No meio das pernas. Causada pela bota estilo militar dela. Todo o sangue que circulava por seu corpo resolveu migrar para a região afetada e logo ele foi ao chão, prendendo a respiração de tanta dor, com o rosto vermelho. As cenas de sua vida passaram diante seus olhos e ele estava pronto para morrer ali mesmo, com ela o olhando do alto. 

Então Jace chegou. Zangou-se ao vê-los próximos, mas isso passou assim que o viu no chão. A segurança lhe veio à cabeça. Sebastian estava mesmo disposto a levar isso adiante, hum? Então haveria retalhação. 

— Antes que me chame de agressiva, olhe só o que ele fez com a minha camisa! - Clary reclamou, na defensiva. O uniforme dela estava molhado e semi-transparente por conta do café ali derramado. Grudado ao tronco, podendo mostrar mais propriamente seus contornos. Ele corou e balançou a cabeça, um gesto que estava sendo familiarizado a ela. Não poderia deixá-la passar assim por todos aqueles garotos idiotas, ou até mesmo ficar no ar condicionado com o uniforme molhado. Fitou Sebastian mais uma vez. Então era isso. 

Ele tirou o casaco, jogando o mesmo em cima de Sebastian, e começou a desabotoar o uniforme. Ela ficou boquiaberta conforme a regata branca dele ia aparecendo, delineando todos aqueles músculos. 

Ele frequenta a academia dos padres... — Ela pensou. Não era possível ele ter um corpo assim sem sequer malhar. Ela não precisava ver a própria cara para saber que muito provavelmente ela estava abobalhada, fitando sem parar o tronco dele. Ele pigarreou, intimamente satisfeito com isso, e lhe entregou a camisa. 

— Troque a camisa. 

— Como... - você arranjou esses músculos? — você vai assistir às aulas sem uniforme?

— Eu tenho outra no armário, pros dias de educação física. - Ele respondeu, pegando o casaco de cima de Sebastian e passando o braço ao redor dos ombros dela, para então depositar um beijo demorado nos lábios da mesma. Ela se surpreendeu, mas não reclamou, pegando a mochila e acompanhando ele pelo corredor. Jace virou a cabeça uma última vez e fitou Sebastian. Pôde ver o olhar fulminante dele. Sorriu. 

— Levanta daí, maninho. 

Sebastian observou os dois caminharem para longe enquanto erguia o tronco e sentava-se no chão, a dor diminuindo no meio de suas pernas. - Padre? — Ele murmurou para si mesmo. - Padre uma ova. 

                              * * * * * * * * * * 

— Eu trouxe seu telefone. - Clary gritou de dentro do banheiro para Jace. - Está dentro da bolsa, pode pegar. 

— Ugh, valeu.— Ele respondeu do lado de fora e ela ouviu o barulho do zíper da bolsa. Terminou de abotoar a camisa grande demais para ela. Transpassava a saia de um modo estranho, então a pôs para dentro da mesma, puxando a gravata e vestindo o blazer novamente. As mangas eram grandes demais, de modo que ela teve que dobrá-las por sobre as mangas da casaca. Mas era muito melhor que café quente e transparência. 

No caminho para o banheiro, Jace pegou a camisa reserva em seu armário e a vestira ali mesmo, no corredor. Ela corou ao olhar novamente seu tronco e teve que desviar o olhar antes que ele percebesse. 

Ela saiu e pegou a mochila que ele gentilmente segurava. 

— Obrigada, senhor. - Disse e sorriu. - Podemos ir?

— Devemos. - Ele respondeu, guardando o celular no bolso e oferecendo o braço a ela, que aceitou. Aquele namoro de mentira não estava parecendo uma mentira desde o começo. Ela sentia que ele estava desenvolvendo coisas por ela. Mas até que ponto? 

Foram para aula e sentaram-se nos lugares de praxe para a aula de Valentim. O mesmo adentrou a sala segurando um punhado de folhas de papel. 

— Ah, não... - Um garoto lamentou, batendo com a cabeça no trampo da carteira. 

— Isso mesmo, senhor Carter, hoje teremos teste surpresa. E o pior para quem for te acompanhar, será em dupla. 

Dessa vez foi o garoto que estava sentado ao lado do tal Carter que soltou um gemido e bateu com a cabeça na carteira. 

— Guardem seus materiais, deixando apenas o lápis, a borracha e caneta azul ou preta sobre a carteira. Serão quarenta questões, sendo trinta objetivas e dez discursivas. - O professor explicou enquanto colocava o teste sobre as carteiras das duplas. - E vocês não precisam me agradecer pela cordialidade. 

Clary ficou animada. Havia feito a lista que ele mandou por email e se deu bem. Sorriu. 

— Que sorriso é esse? - Jace soltou para ela. 

— O sorriso de quem vai arrasar. 

                                    * * * * * * * * * *

— Isso! - Ela comemorou assim que saiu da sala ao lado de Jace, com o teste já corrigido. Valentim era muito prestativo e certo. Corrigiu o teste assim que lhe foi entregue. Eles acertaram trinta e nove das quarenta questões, tirando um A+ mesmo assim. 

— Eu costumo estudar bastante e deixar minhas notas altas, mas um A+ em um teste surpresa é uma surpresa até mesmo para mim. Você entrou para a categoria dos CDFs, encrenca. 

— Haha. - Ela revirou os olhos. - Dei sorte porque fiz a lista de revisão que ele mandou por email, mané. 

— Deu sorte porque fica estudando. E está mais do que certa. - Ele sorriu e segurou o pulso dela, gentilmente a puxando pelo corredor. - Temos cerca de vinte minutos antes da próxima aula, venha, vou te mostrar uma coisa. 

Eles viraram o corredor e então se depararam com Sebastian e uma garota. Não era a Camille. Essa tinha os cabelos curtíssimos e usava óculos de gatinho. Ela sentava umas quatro cadeiras atrás de Clary no primeiro tempo. Ele parou de falar com ela e virou-se para o casal. 

— Matando aula... - Jace murmurou. - E ainda por cima para agarrar alguém. A mãe vai ficar muito orgulhosa de você, Bes.

Sebastian revirou os olhos e sorriu seu sorriso matador. Jace sabia muito bem o que ele estava tentando fazer. Rangeu os dentes.

— Muito pelo contrário, irmãozinho. A professora de sociologia faltou e estou estudando para o teste "surpresa" de química que Valentim irá passar no próximo tempo. Leece estava justamente comentando comigo algumas questões. Não se preocupe comigo, já que você tem alguém muito mais... - Ele mordeu o lábio inferior em meio a um risinho e piscou para Clary. Aquele era o apelo dele e até mesmo ela vacilou alguns instantes. -... agradável para dirigir sua atenção. Vamos, Leece. De repente, esse lugar ficou mal frequentado.  - E seguiu pelo corredor. 

Jace virou-se para Clary, que ainda estava meio afetada, e revirou os olhos. - Ele é tão... problemático. 

— Uh, relaxe. Ele está só provocando. - Ela soltou e riu. - Mas sim, ele é mesmo problemático. O que ele fez ontem foi...

— Não vamos falar dele. - Jace pediu, segurando-a com uma mão em cada ombro. Precisava fazê-la parar de pensar em Sebastian, qualquer fosse o modo. Era o primeiro dia em que ele tentava algo com ela e Jace podia sentir os suaves efeitos. Clary estava achando-o ligeiramente engraçado. Disso para uma queda era um pulo. Ainda mais com ele sendo tão atirado. 

— E d-do quê vamos falar? - Ele estava sério, olhando bem no fundo dos olhos dela. Estremeceu quando o viu aproximar seus rostos. Ele fitava a boca dela. Para um namorado de mentira, ele estava agindo estranho. 

— Não vamos falar. - E então pressionou a boca na dela. Ela estranhou o gesto, mas então um pensamento lhe ocorreu. Ele nunca havia beijado uma garota antes dela e pretendia parar de beijar logo após ela. Ele estava aproveitando o tempo não celibatário que lhe restava. Sendo assim, fechou os olhos e apoiou as mãos nas costas dele, puxando-o mais para perto e então aprofundando o beijo. Ele empurrou seu corpo até que ela estivesse gentilmente apoiada contra os armários. De um jeito muito diferente do irmão. 

Alguns longos minutos se passaram. Eles continuaram se beijando, nem repararam a figura de cabelo descoloridos que voltara ali para buscar algo no armário. O mesmo revirou os olhos e seguiu o caminho de volta, retornando ali apenas quando trazia consigo uma inspetora.

Ela parou ao lado do casal e pigarreou, tirando-os do transe. Jace parecia atônito, como alguém que foi acordado por um tapa. Irritado, entendendo a situação lentamente. Fitou Sebastian que ria silenciosamente atrás da inspetora e soltou um "Jesus Cristo".

— Ah, não, eu sou só a inspetora Morris. E vocês, mocinhos, vão me acompanhar até a direção. Venham.

Sebastian continuou rindo enquanto a inspetora passou por ele. Jace foi o próximo e balançou a cabeça para ele. Já Clary sorriu e deu um soco em seu estômago assim que passou. Ele engasgou com a dor e escutou a risada dela. Ela era muito agressiva com ele, ele sabia. Mas havia uma linha bem tênue entre a raiva e o amor. E ele pretendia totalmente cruzar ela. 


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Notas finais do capítulo

Gostou? Comente!
Não gostou? Comente para que eu possa melhorar!
Tá indiferente? Comenta uma coisa aleatória.
Mas por favor, comente!
Z, você já sabe, não leia minha fic. Te amo.
XoXo
Undisclosed Desires.