Don't bless me father escrita por Undisclosed Desires


Capítulo 10
Capítulo nove: Quarto diedro - Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! A segunda parte vem amanhã! Só postei logo a primeira pra não ficar sem postar nada. Prometo postagem dupla pra amanhã, pra compensar!
BJINHOS!
Escrevi esse ao som de Adiós, do Ricky Martin.



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Hilton - Clube de campo - 5:15 pm - Salão de baile. 

Celine estava fazendo as últimas checagem das aparelhagens de luz e som do salão. Tinha seus cabelos presos em bobes e a maquiagem já pronta, tendo ido direto do salão para lá. Viu Emma num passo apressado do outro lado, dando ordens aos meninos do buffet. 

— Não se esqueça da luz branca quando eu for fazer meu discurso. - Disse Celine para o técnico de iluminação. - Tenho que ir. Obrigada. - E seguiu em direção a Emma. 

—... canapés a cada sete minutos e meio, ouviram bem? E não quero ver nenhuma mesa sem bebidas. Bom serviço! - Ela disse. - Dispensados!

— Emma, querida! - Celine disse, aproximando-se ainda mais dela. 

— Oh, Celly! - Ela respondeu, empolgada. - Adorei a maquiagem. 

— Obrigada! Está tudo tão corrido. Acredita que a orquestra não estava corretamente informada das músicas? 

Emma revirou os olhos. - Amadores... 

— Sim... - Celine respondeu. E então o silêncio se instalou. - Então...

— Sim?

— Meu filho... - Começou, encabulada. 

— Ah, sim, seu filho... - E riu suavemente. - Ele é um bom garoto. 

— Eu sei. - Celine checou as unhas perfeitamente pintadas de um tom de rosa pálido. - É só que... Esse não é o tipo de comportamento dele. Quero pedir desculpas pelo que aconteceu ontem e agradecer por você acolhê-lo àquela hora. 

— Imagina! É o amor jovem. - Emma riu novamente. - Eu adoro o seu filho e sei que o criou maravilhosamente bem. Estávamos eu e Mike na cama, no décimo quinto sono, quando ouvi o barulho de queda. Corri lá para fora, pra ver Clarissa e Jonathan, um no chão e a outra assustada. Foi hilário. E não foi nada demais pô-lo para dentro. Gosto bastante dele. 

— Hum... E como é a Clarissa? 

O sorriso de Emma ficou menor, contemplativo, pensando no perfil de Clary. Ela era quieta, mas simpática. E não reclamava, nunca. Nem da vida, nem das condições. Tentava enfrentar tudo com humor, mesmo a infância complicada que Emma sabia que ela tivera. O que poderia responder? - Ela é uma ótima garota. É um orgulho poder ser a mãe dela. 

Mais cedo naquele dia - Casa dos Parker - 9:00 am - Quarto da Clary. 

Clary desligou o despertador e abriu os olhos, sentando-se na cama. Espreguiçou-se e jogou as cobertas pro lado, descendo da cama. Seu pé aterrissou no macio e ela não teve nem tempo de raciocinar antes de tropeçar em algo. 

Não em algo, ela soube assim que caiu no edredom que estava no chão. Em alguém. 

— Ai! - Jace murmurou, remexendo-se em sua cama improvisada, mas ainda não acordando. 

Clary ajoelhou-se e aproximou-se dele, cutucando o mesmo no ombro. - Jace... - Ela soltou, baixinho. - Acorda! Eu tenho que ligar para a sua mãe. 

—...batata...Sebastian...Seboso... - Ele disse incoerentemente, virando-se novamente. Seu rosto estava agora perto do dela, perto o suficiente para ela analisar o formato da boca fina e reta, o ângulo do nariz, a glabela franzida. Ele era bonito até dormindo, mas não apenas bonito. Era interessante. Focou os olhos na boca dele. Será que ele acordaria se ela o beijasse? Como nos desenhos da Disney. Ela achou melhor não. Ele estava desacordado. 

Ajeitou-se para levantar, já desistindo, quando então sentiu dois braços ao seu redor e foi bruscamente puxada para o peito dele. O cheiro dele invadiu suas narinas, o aroma almiscarado, masculino, de sabão e algo a mais, algo dele. 

Era só o que me faltava... - Ela pensou. - Ele agora acha que eu sou algum bicho de pelúcia. 

— Jace... - Ela disse mais alto. - Acorda! Você está me sufocando. 

— Eu estou acordado. - A voz dele era baixa e rouca. Ele ajeitou o abraço para ficar mais confortável, mas não soltou. Ficaram então em silêncio. Ela não sabendo o que dizer e ele não querendo dizer nada. 

— Er... - Ela limpou a garganta, a cabeça encaixada no pescoço masculino enquanto seu tronco estava diagonalmente por sobre o dele. Pôde sentir ele estremecer. - Eu preciso ligar para a sua mãe. 

— Espere um pouco. - Ele respondeu. O coração dela vacilou e ele respirou fundo, como se estivesse experimentando a sensação. Os braços dele apertaram-se ligeiramente. - Isso é bom. 

Ela piscou várias vezes. - Uau. Jonathan Christopher, vulgo J.C., está me abraçando por pura e espontânea vontade?

Ele riu, rouco. - Eu pensei que você fosse me beijar. Sabe, você estava me olhando como uma lunática. - Ele disse e no mesmo instante a vergonha tingiu o rosto dela. Não apenas o rosto, mas o ser inteiro. 

Ela começou a se balançar para livrar-se de seu aperto, embaraçada. 

— Ei. Calma. Relaxa, Parker. - Ele disse, apertando ela um pouco mais durante as tentativas. - Eu estava só brincando. 

— Não brinque com isso. - Ela respondeu, brava. 

— Por quê? 

Ela ficou quieta. Depois, respirou fundo e, por fim, disse: - Você sabe o porquê... - Sua voz era um muxoxo. - Eu... gosto de você. 

Ele suspirou e seus braços soltaram o aperto. Doeu mais do que uma rejeição clara. Ela sentou-se de costas para ele rapidamente. O silêncio ficou, então, constrangedor. - Me desculpe. - Ele disse, vendo o estado dela. Ele sentou-se também, a mão no ombro dela. Clary sacudiu o ombro para tirar a mão dele dali. 

— Eu preciso do telefone da sua mãe. - Ela disse, levantando-se e recompondo-se. Não virou-se na direção dele. 

— ... Clary, eu...

— Vou buscar café e já volto. - Respondeu, seca, e então seguiu para fora do quarto. Ele suspirou novamente e jogou o cabelo para trás. Segurou o crucifixo que estava pendurado no pescoço e olhou para cima. Para algo além. 

— Você quer ser padre, Jace. Você quer ser padre. - Sacudiu a cabeça e jogou-se novamente contra o edredom. - Você está tão perdido...

                                   * * * * * * * * * *

— Alô? — A voz de Celine fez-se presente do outro lado da linha. Clary engoliu em seco. Para todos os efeitos, ela era agora sua sogra. Jace bebeu u gole de seu café. 

— Hum... Oi. Bom dia, dona Celine. Aqui quem fala é a Clarissa. 

Clarissa? - Celine estranhou. 

— Sim... Eu sou a... Namorada... Do seu filho. - Disse, travada. Jace fez um sinal de positivo com o polegar, incentivando-a. - Eu liguei para me desculpar e dizer que... hum... o Jonathan dormiu aqui essa noite. 

Celine riu. - Isso não é possível. Jonathan me avisaria se fosse sair de casa. E, além disso, ele estava de castigo. - Clary ouviu os passos dela subindo as escadas e então abrindo uma porta. - Mas o quê...? Jonathan? - Ela berrou. Não obteve nenhuma resposta. Clary sorriu sem graça para Jace. - Deixe-me falar com ele, mocinha. 

— Tudo bem... Mas, por favor, não brigue com ele. - Ela disse. - Isso aconteceu por culpa minha. Minha mãe sabe que ele está aqui e tudo mais, isso não foi um problema. 

— Hum, desculpe-me, mas eu conheço a sua mãe? - Celine questionou. 

Clary engoliu a seco. - Não sei dizer...

— Qual é o nome dela?

— Emma. Emma Parker. - Respondeu.

— Isso não é possível. Emma e Mike não podem ter filhos. 

— Eu... Fui, hã, adotada, senhora. - Isso chegava a ser desconfortável, mas não era a primeira vez que Clary passava por isso. Jace revirou os olhos e pegou o telefone da mão dela. 

— Bom dia, mãe. - Ele então ouviu o sermão do século pelo telefone. - Sim, estou na casa da tia Emma. Eu vou me desculpar. Desculpe-me... Sim, eu sei que foi errado... Desculpe-me... Tudo bem... Tudo bem... Sim, senhora... Entendido... Ok, tchau. - E desligou. - Me desculpe por isso. Eu tenho que ir embora agora. Minha mãe pediu para eu me desculpar pelo incômodo, então, por favor, transmita isso para os seus pais. - Ele abaixou a cabeça, deixou a caneca de café na mesa e então, num rompante, deu-lhe um beijo casto nos lábios. Ela ficou confusa demais com a iniciativa dele para falar alguma coisa. E então, no minuto seguinte, ele estava rumando para fora de sua casa.

Ela suspirou e sorriu, olhando para a bancada. O padrezinho tinha esquecido o telefone. Sacudiu a cabeça.

— Aiai...

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostou? Comente!
Não gostou? Comente para que eu possa melhorar!
Tá indiferente? Comenta uma coisa aleatória.
Mas por favor, comente!
Z, você já sabe, não leia minha fic. Te amo.
XoXo
Undisclosed Desires.