Cidade dos Ossos - Vista por Outros Olhos escrita por Ann Wolf


Capítulo 1
Uma noite diferente


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo foi dos primeiros que eu escrevi então pode não estar muito interessante mas a história vai melhorando, prometo.



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Mais uma noite de caça. Ajeito o meu colete e puxo mais o cano das botas, de salto, que me chega até acima do joelho.

       - Detesto quando vou a discotecas.- Resmungo entre dentes, sabendo a resposta que me espera.

       - E detestas demónios. O que é melhor? Ficar no Instituto ou caçar?- Jace, na sua postura arrogante, sabe sempre o meu ponto fraco.

       Jace e eu somos amigos desde que comecei a treinar para ser o que sou. Mas, como bons amigos, às vezes agimos como o cão e o gato.

       - És surdo? Eu já disse que hoje tem de ter extremo cuidado. Se eu não for com vocês, o que eu mais receio ainda acontece.- Suspiro e começo a andar com o loiro ao meu lado. - Vocês exageram muito facilmente quando eu não estou por perto.

       É então que Alec e Izzy chegam. Izzy está com um vestido branco do estilo medieval que lhe escondem as marcas e as cicatrizes. Já o Alec utiliza a roupa de sempre, um colete de cabedal, onde coloca as laminas seráficas e o sensor de demónios, uma t-shirt preta por baixo e umas calças jeans também pretas. Tudo isso faz um contraste espantoso com os olhos azuis eléctricos que possui.

       - Quem é que exagera?- Resmunga ele.

       - Vocês. -Respondo. - Aposto em com vão dar nas vistas e a mundana vai ver vos!

       O Alec suspira e o Jace segue-lhe o exemplo.

       - Teimosa. -diz Isabelle. - Queres vir ou não? Tenho a certeza de que essa...

       - Clary. -No fundo do meu pensamento gostava de lhe dar um raspanete. Como pode ser tão irresponsável ao ponto de esquecer algo que pode trazer consequências graves para o mundo das sombras.

       - Isso. Ela não nos vai ver. Nós temos cuidado. -Ela vira-se e coloca a cabeça no ombro do irmão.

       Este para enquanto ela se encaminha para a porta. Só então reparo na mão sorrateira que vasculha no bolso do meu colete onde guardei a chave do Instituto.

       -Jonathan Cristopher! -Ele retira rapidamente a mão do bolso trazendo a minha chave atrás e um sorriso de triunfo no rosto.

       Alec começa então a correr seguido por Jace e por mim. Quando chegam à porta e a fecham na minha frente, quase Bato com a cara. Sinto a minha paciência a reduzir para o tamanho de uma ervilha.

       - Jace Wayland! Alexander Lightwood! -Ouço os risos deles do outro lado da porta. -Abram a porta! Já!

       - Hoje não. Vamos pessoal! A noite é uma criança. - A voz da Izzy começa a afastar se e uma enorme raiva a preencher me o corpo. "Por quê? Por quê é que eles me fizeram isto? Não percebem que estou preocupada?".

       Afasto me um pouco da porta para depois bater o pé com muita força.

       É aí que aparece o Church a ronronar e a tentar esfregar-se nas minhas pernas. Pego nele ao colo e começo a acariciar-lhe o pêlo.

       - Eles deixaram-te para trás? - A voz do Hodge, que reconheço à distância, faz com que me vire para o encarar.

       - Não tem olhos para ver? - A minha voz sai ríspida.

       Passo por ele num ápice, tentando ignorar a sua presença que me dá um ódio interminável.

       - Por quanto tempo pretendes ter essa atitude comigo, Lauren? Eu já te expliquei tudo o que sabia.

       Paro e ponho o Church no chão para que não receba danos colaterais com a discussão que aí vem.

       - É um mentiroso! - Atiro-lhe. - Você sabe quem os matou! Sabia até que aquela missão era mortal e, mesmo assim, enviou-os! Como sei que você não está a trabalhar para os demónios!

        O corpo dele fica tenso e sinto o ar a ficar pesado. No entanto, a expressão da minha face não mudou e eu mantenho-me imóvel.

       - Lamento que continues a pensar dessa maneira. - Ela desloca-se para o elevador, penso que para ir ao seu lugar favorito: a biblioteca.

       Enquanto isso, eu caminho para a cozinha com o Church a acompanhar-me. Ao menos ele nunca me atraiçoou.

       "Mamã... Papá...por quê?" é o que eu penso. Há 4 anos que tento responder a esta pergunta repetidamente. Gostava de saber o que aconteceu naquela fatídica noite em que ambos morreram.

       Quando chego à cozinha, dirijo-me rapidamente para o frigorífico onde encontro a última fatia do bolo de chocolate feito à 3 dias pela mãe da Izzy, Maryse Lightwood.

       Com a minha refeição comida, vou para o meu quarto onde me preparo porque amanhã três caçadores das sombras vão ter a conversa mais seria da vida deles comigo!

       O sonho começa com tranquilidade. Eu estou a despedir-me dos meus pais pois eles vão para um missão. Depois da partida deles, eu permaneço na sala de armas para os esperar, tenho o pressentimento de futura solidão, de algo estar errado.

       As horas passam e então ouço o Hodge a falar ao telefone recebendo o relatório da missão dos meus pais. O seu tom de voz parece triste e ouço algumas lamentações. Esgueiro-me para a biblioteca, onde o Hodge faz a ligação com a Clave. Logo percebo o sucedido, os meus pais pereceram, assassinados por demónios ou pelo menos assim o dizem. A chamada termina e, apesar da maneira como ele está triste, sinto um certo alívio vindo do meu tutor. Saio, dominada pela tristeza que me embacia os olhos, sendo perseguida pela escuridão absoluta. Não consigo gritar e a minha mente parece estar bloqueada. Ao longe, consigo ouvir uma voz masculina.

       - Hei-de te recuperar, minha cobaia, isto é só início.

       A escuridão domina-me e eu acordo completamente suada e desorientada.

       Tenho de tomar um duche e vestir um pijama novo pois as consequências daquele sonho conseguiram ensopar-me por completo.

       Ainda com o cabelo colado a testa dirijo-me a cozinha onde preparo os chás relaxantes que o Hodge nos costuma oferecer. Por alguns segundos tenho vontade de atirar o chá contra a parede mas apercebo-me que isso seria, para além de dramático, um desperdício.

       Bebo a mistura em dois goles, no entanto não é suficiente para me acalmar depois daquele sonho.

       Sento-me numa das poltronas da sala de estar esperando o sono chegar só que antes de ele me capturar, ouço o trinque da porta a abrir-se. Calculo que os meus "amigos" já chegaram.

       Eles falam alto o suficiente para perceber que o Alec e a Izzy estão a dar um raspanete ao Jace.                Ignorando a voz da razão, falo também:

       - A noite não correu tão bem como esperavam.

       O trio vira-se. O Alec parece ter perdido a cor da face e a Izzy controla-se para não morder o lábio, quanto ao Jace, encosta-se à parede com um ar aborrecido.

       - Estamos fritos...- Diz o Alec.

       - O que é que fizeram?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Irei tentar publicar todos os capitulos que eu puder hoje.



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