A Hokage olhava para a vila oculta de Konoha. A visão que podia ter de sua janela era uma das melhores, perdia somente para a visão do monte Hokage. Ela podia ver os portões principais, as árvores que faziam parte da vasta floresta que cercava o vilarejo. Tudo tão bonito. Konoha havia passado por muitas coisas antes de viver aqueles momentos de relativa paz. E Tsunade enchia-se de alegria toda vez que se recordava que um dos maiores responsáveis para aquilo era Naruto. Ele era um dos maiores orgulhos que tinha em sua vida. O menino de doze anos havia crescido.

Ela presenciara várias fazes da vida do Uzumaki e sabia que uma novo estava apenas começando. Ficara surpresa quando Kushina lhe falou sobre o relacionamento dele com Hinata. Nunca imaginou que um dia isso fosse acontecer, tinha ciência do sentimento da Hyuuga sobre o loiro, mas nunca esperou que Naruto correspondesse a tais sentimentos. Mais uma vez tudo tinha acontecido rápido demais e quando ela percebeu Naruto já tinha feito. Agora ela tinha outro grande problema em mãos: O que fazer com Chiyo? A reunião com o líder do clã Hyuuga estava marcada para a tarde, não sabia o que poderia esperar desse encontro.

Conhecia Hiashi há bastante tempo. Desde mais novo ele apresentava uma personalidade fria e egoísta, não se importando com as pessoas ao seu redor, dedicando todo o seu tempo aquele clã. Quando ficou sabendo que ele se casaria com Tomoe chegou a pensar que ele mudaria com o tempo, mas isso não aconteceu. Tomoe morreu e a frieza de Hiashi foi direcionada as filhas, com mais ênfase na primogênita. Podia ver nos olhos de Hinata toda dor que a falta de afeto, a falta de compressão, a falta de amor do pai haviam causado.

Talvez estar junto de Naruto fosse a melhor coisa que acontecera a vida da Hyuuga. Pela primeira vez ela poderia saber o que verdadeiramente era ser amada, pois Tsunade não tinha dúvida de que se tinha uma coisa que o Uzumaki fazia muito bem era demonstrar o seu sentimentos as pessoas. Ficar perto dele ajudaria Hinata a ver que a vida não se resumia aos limites do clã, que havia como ela viver sem o peso da responsabilidade de ser a herdeira e filha do insensível, frio e amargo Hyuuga Hiashi; Nos final das contas o saldo poderia até ser positivo.

— Senhora Tsunade. — Shizune apareceu na fresta da porta. — O líder do clã Hyuuga, Hiashi, acaba de chegar.

— Obrigada, Shizune. — A loira respirou pausadamente.— Por favor, faça com que ele vá até a sala de reuniões.

— Imediatamente. — Em poucos segundos Shizune já havia desaparecido.

Tsunade fechou os olhos e demorou cerca de um minuto para voltar a abri-los. A prova de fogo começava ali. Andou a passos lentos por sua sala. Hiashi provavelmente ficaria furiosa se ela se atrasasse ele ficaria furioso, por isso andou um pouco mais depressa. Não que ela se importasse em deixar Hiashi esperando, por que ela era Hokage, mas sim porque a conversa com ele seria melhor se ele estivesse calmo.

Quando ela entrou na sala por sua porta exclusiva, ele entrava no local por outra. A mesma pose impassível. A cabeça altiva como sempre. Ele olha para frente como se através de seu byakugan, sua linhagem tão idolatrada, nada passasse  desapercebido. Ele a olhava como se pudesse ler sua alma, como se nenhum segredo pudesse ficar escondido. Mas Hiashi estava enganado se pensava que  a Hokage abaixaria a cabeça para as últimas atitudes que ele havia tomado. Aquilo era inconcebível e a Hokage deixaria isso bem claro.

— Obrigada por ter vindo, Hiashi. — Os olhos castanhos claros eram encarados pelos pérolas. Tsunade estava sentada em frente ao pai de Hinata, e ele a a olhava esperando que ela entrasse logo no assunto.

— Apenas cumpri com a ordem que recebi da Hokage.—Aquele era Hiashi, o homem que nunca se submeteria a ordens, mas que as usava para sair por cima de alguma situação onde poder estava em jogo.

— Imagino que já tenhas ideia do motivo para eu ter convocado essa reunião.— Ele simplesmente acenou afirmativamente com a cabeça. — Bom, chegou aos meus ouvidos que Hinata, sua filha, saiu do clã. Mas não é de  hoje que já sei sobre o tipo de tratamento que ela vinha recebendo dentro do clã Hyuuga.— A face de Hiashi não demonstrava nenhuma emoção; vazia, esse era o nome.— Antes de qualquer coisa que lhe fazer uma pergunta: Você estava ciente sobre o tipo de treinamento que Hyuuga Chiyo estava oferecendo a sua filha, Hyuuga Hinata?

— Estava tão ciente que fui eu mesmo que direcionei o treino de Hinata. Chiyo foi escolhido por justamente oferecer esse tipo de treinamento. O que era necessário para minha filha foi realizado.

— Era tudo o que eu precisava saber.— Tsunade remexeu-se na cadeira que ocupava — Outra pergunta: Você sabia que Hinata estava sendo altamente ferida durante esses treinos?

— Os ferimentos que minha filha sofreu durante o treino só provam que ela deve melhorar. Não teria se machucado se tivesse a altura de uma líder de clã Hyuuga. — A frieza dele era tremenda.

— Então creio que também está ciente sobre o motivo que levou Uzumaki Naruto a lutar contra Chiyo? — Hiashi afirmou positivamente. — E o que fará sobre o fato do dito Hyuuga ter tentado estrupar sua filha.— Durou pouco tempo, mas Tsunade poderia jurar pela alma de todos os Hokages que um leve tremor passou pelos olhos de Hiashi.

— Estrupar?  Acho que está havendo um pequeno engano.— A voz dele não mudara por nem um segundo.

— Creio que não há engano nenhum.— Ela tamborilou os dedos na mesa.— Hinata sofreu uma tentativa de estrupo , e quem fiz foi Chiyo. Naruto apenas a defendeu. Presumo que ele merece uma excelente punição, por isso convoquei a reunião. Estive pensando em várias possibilidades, mas o que poderá realmente acontecer, é o fato de que Chiyo será levado a julgamento.

Hiashi ajeitou-se na cadeira que ocupava. Situações como aquela estavam virando rotina. Ele ultimamente sempre encontrava-se em situações em que não tinha o que responder, mas nunca demonstraria isso. Todos deveriam saber quem ele era. Hyuuga Hiashi, o líder do clã mais poderoso de Konoha. Clareou os pensamentos e falou:

— Acho que, com certeza, está havendo um engano.Não sei se a senhora sabe, mas  Chiyo e Hinata estavam noivos. Não posso dizer que concordo com os avanços da juventudes, mas tenho que admitir que como jovens e noivos eles gostariam de ter algum tipo de relacionamento mais intimo.

— Acho que você não entendeu Hiashi.— Os olhos da Hokage flamejavam de ódio. — Não havia a intenção de qualquer intimidade por parte de Hinata. Chiyo estava tento forçá-la, e você me vem com a história de “avanços da juventude”. Que tipo de pai você é?

— A reunião, Hokage-sama, creio que não foi marcada pra discutirmos as minhas habilidades como pai.

— Mas você está redondamente enganado Hiashi.— A loira se levantou encarando o homem.— Quando as suas atitudes fazem mal a uma ninja de Konoha, ou seja, a sua filha, eu tenho todo o direito de interferir. Sou a Hokage da vila da folha, e seu um ninja meu está passando alguma coisa, vou interferir  e enfrentarei quem quer que seja. Desde um simples morador a um líder de clã.

— Eu quero uma resposta do conselho de Konoha.— Ele sabia usar muito bem as coisas a seu favor.— Não abro mão do direito que tenho de pedir um julgamento elo conselho.

— Você tem esse direito.— Ela não podia fazer nada contra aquilo. — Mas oq eu vai estar em julgamento?

— O direito que Chiyo tem de ser julgado segundo as leis do clã Hyuuga.— Ele falou, e pelas palavras, e o jeito de falar,Tsunade teve certeza que ele não pararia até conseguir seus objetivos.

— Está certo. — A Hokage suspirou três vezes.— Se essa é sua vontade você tem o direito de brigar por ela. Apenas quero lhe dizer algumas coisas. O que você faz com a Hinata é desumano, nenhum pai verdadeiro faria o que você tem feito. Deixar sua filha ser espancada daquele jeito pode ser considerado um crime. E permitir que um homem que tentou estrupá-la continue impune, é falta de caráter e vergonha na cara. Coce pode até ser líder dos hyuugas Hiashi, mas em primeiro lugar é pai de Hinata. Onde fica sua consciência em tudo isso, se é que você tem uma.

— Mais alguma coisa que você queira falar? — Ele retorquiu friamente.

— Nada mais. — Realmente ele não tinha consciência— Pode se retirar, vou encaminhar seu pedido ao conselho.

— Espero que sim.

Hiashi nunca foi o tipo de homem que demonstrava seus sentimentos, só que não foi isso que pareceu quando ele socou com toda força a mesa do seu escritório ao ponto de parti-la ao meio. Sua frustração, sua raiva, não provinha do fato de Chiyo ter tentado força sua filha, e sim porque havia mentido para ele. E novamente as coisas começavam a sair do seu controle. Tudo na sua vida perfeita estava dando errado.

—Chame Chiyo imediatamente. — Esbravejou para um servo Hyuuga. — Não demorou muito para que o rapaz chegasse. Alguns lugares do seu corpo ainda estavam enfaixados, e ele se locomovia com muletas. Pela primeira vez Hiashi ficou feliz por Naruto Uzumaki ter batido na pessoa em sua frente. — Sente-se Chiyo

O rapaz se sentou. Desde o momento que entrara na sala sentira o ódio que pairava como uma aura negra em torno de Hiashi. Respirou fundo, boa coisa não era. Que droga! Já tinha que conviver com o fato de ter perdido uma luta para o moleque raposa, agora provavelmente algo ruim ainda aconteceria.

— Por que tentou abusar da minha filha?— Ele sabia ser bem direto quando queria. E Hiashi não precisou de Byakugan para perceber o medo crescente de Chiyo. O rapaz nãor escondia, seus olhos estavam vidrados. — Eu lhe fiz uma pergunta Chiyo, espero ser respondido.

— Eu... Eu. — O rapaz respirou. Tinha que dar uma resposta para Hiashi. — Me desculpe Hiashi-sama, não consegui controlar meus impulsos, quando descobrir que a senhorita Hinata já tinha se deitado com  Uzumaki Naruto.— Ele só precisava tirar o foco de Hiashi sobre ele e colocá-lo em uma coisa melhor.— Sinto muito mesmo, minha intenção nunca foi desonrar a família principal.

Com um simples gesto ele fez com que Chiyo se retirasse claro que o rapaz saiu com um sorriso no rosto. Tinha conseguido desviar o foco de Hiashi.

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Quantas vezes não tinha visitado aquele lugar sozinho?Toda sua infância e grande parte de sal vida jovem. E agora tinha companhia. Apertou mais a garota em seus braços. Porque ela tinha que parecer tão frágil? Estava mesmo frágil ou era apenas impressão sua? Naruto nunca gostou de sentir o que sentia. Medo. Medo de perder aquela pessoa que tanto amava medo de Hinata abandoná-lo. Aquela possibilidade o assustava.

Ele não era um cara bonito, ou rico, não tinha uma família grande, apenas por sua mãe que por uma obra do destino reaparecera. O que tinha para oferecer a Hinata? Apenas seu coração e seu amor. Aquilo seria o suficiente para ela? Torcia para que sim, mas aquilo não era somente o que ele queria poder oferecer. Tinha a necessidade de poder proporcionar a pessoa que mais amava no mundo alguma coisa a mais. Segurança, essa era a palavra. Era a única coisa que podia oferecer a ela pelo menos por enquanto.

É devia voltar a treinar o mais rápido possível. Treinar e ficar mais forte. Já tinha controlado a raposa de nove caldas parcialmente, devia continuar a treinar e dominá-la completamente. Além do que isso seria uma forma de segurança para ele e para toda vila, não correria mais o risco daquela raposa o dominar novamente. Se bem que quando se tratava de proteger as pessoas que ele amava ele não conseguia se controlar, mais um motivo para manter Hinata e sua mãe em segurança. Fechou os olhos e apreciou a visão da vila de Konoha. O monte Hokage tinha uma das mais belas visões da vila.

— Naruto-kun? — ela o chamou com sua voz carinhosa. Ele a mirou. — Como vai ser?

—Como vai ser o que Hina?

— Minha vida daqui para frente?. — Os olhos dela não negavam. Ela tinha medo.— Agora eu não sou mais uma Hyuuga? Perderei meu sobrenome? E como vai ficar a situação com Chiyo? Não sei se conseguirei viver aqui em Konoha depois de tudo isso? E nós como vai ser? E se um dia você acordar e não me amar mais...

— Shhh— Ele a calou com o indicador. — Tudo vai dar certo. Confie em  mim. — Os olhos dele brilharam e ela acreditou. — E outra coisa, eu nunca, nunca, vou deixar de te amar, me entendeu bem?.— Hinata acenou positivamente. — Agora temos que ir. Sabe como ela vai ficar se nos atrasamos.

— Tem toda razão. — Ela se levantou com ajuda dele.— Sua mãe está esperando mais do que todos por esse natal.

— Então vamos antes que o demônio ruivo comece a nos caçar.— Ambos riram.

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A flores da chuva, como já diz o nome, era úmida e gélida. Uma tempestade a assolava. Os três ninjas procuravam abrigo para passarem a noite. A única garota do grupo tentava acalmar o animo dos rapazes.

— Você vão parar com isso já.— Ordenou com a voz firme. — Temos que cumprir essa missão com perfeição.

— Mas que droga.Não quero me intrometer nessa história de jinchurike. O kage está maluco ao nos mandar para essa missão.

— Não fale assim dele. — Resmungou a garota.— Sabe como ele tem nos treinado durante tanto tempo para isso.

— Isso mesmo. —A voz mais experiente do grupo falou. — Vamos a Konoha, cumpriremos nossa missão e traremos a cabeça de Uzumaki Naruto, para Kabuto sama, estamos entendidos.

Todos concordaram com o líder e continuaram sua busca.