Capítulo 12

 

            Ele não conseguia deixar de ter em sua mente a imagem dela indefesa naquela cama. As marcas arroxeadas ressaltavam-se toda vez que ele fechava os olhos e se lembrava da pele de Hinata. Quem poderia ter feito aquilo com ela? Machucá-la daquela forma fora um ato terrível. Acabaria com o infeliz que ousara tocar nela. Descontaria toda a raiva e frustração que sentia ao ter percebido que não foi capaz de defendê-la. Como não pudera perceber que ela sofria daquela forma? Amaldiçoava-se por isso. Fora um estúpido. Idiota. Fora incapaz de protegê-la. Que tipo de pessoa era?

 

Kushina olhava para seu filho preocupado. Não esperava aquela reação dele, mas já suspeitava que ele nutrisse algo a mais que amizade pela  Hyuuga. O que falaria para ele? Hinata lhe confiara aquele segredo, mas seria quase impossível convencê-lo de outra coisa que não fosse a verdade. O que poderia fazer. Estava entre a cruz e a espada. Naruto parecia estar furioso, qualquer coisa que ela falasse faria com que o turbilhão de sentimentos dentro dele explodisse.

 

−Me deixe entrar nesse quarto. Exclamou Naruto tentando passar mais uma vez pela mãe e entrar no local onde Hinata estava.

−Acalme-se filho— Ela colocou as mãos espalmadas no tronco dele para contê-lo —Não vou deixar você entrar.

−Mas eu tenho que entrar. —O ódio dele era visível no olhar. — Tenho que saber quem fez aquilo.

−Por que você quer tanto saber? — ela perguntou esperando que ele soubesse a resposta que ela queria ouvir.

−Alguém machucou a Hinata. É lógico que eu quero saber quem fez isso. Foi desumano. Ninguém tinha o direito de fazer isso com ela.

−Você não entendeu minha pergunta Naruto — Ela olhou bem para os olhos azuis do filho — Por que você quer saber quem fez isso? Por que quer tanto proteger a Hinata?

 

Ele entendeu o que sua mãe queria dizer. Será que tinha coragem para admitir para si mesmo a verdade? Ela queria saber o porquê dele querer protegê-la daquela forma. Ele fechou os olhos e imagens daquele último mês vieram a sua mente:

***

Ela caminhou afastando-se, ficando de costas para ele antes de responder.

 

—Por que meu nome é Uzumaki Naruto e eu não desisto nunca. — Ela sorriu — Esse também é meu jeito ninja de ser Naruto-kun. — Ela olhou para ele — Seu sorriso me salvou, eu não podia desistir enquanto você continuava em frente. Eu só queria alcançá-lo de alguma forma. Queria um dia poder andar ao seu lado, e não lá atrás. Você me ensinou a nunca desistir, muito obrigado por isso. — Ela voltou a andar — Boa noite, Naruto-kun!

 

***

 

 

— Pode me dizer o que sente? Eu só queria entender. — Ele disse enquanto sentava-se encostado em um muro. Ela fez o mesmo que ele.

 

— Posso sim. — Ela respondeu com um sorriso triste. Seria a primeira vez que conversaria tão abertamente sobre seus sentimentos. Estava confiante por ele não saber que ela falava justamente dele—Às vezes sinto raiva dele, por não gostar de mim. Mas na mesma hora que sinto raiva o amo, pois sei que não posso obrigá-lo a me amar. Quando me deito fico pensando que um dia as coisas possam ser diferentes, só que é difícil. Ele gosta de outra. Só que eu o amo tanto que seria capaz de ajudá-lo a ficar com ela. Não o culpo por não me amar, eu nunca falei a ele o que sinto. Acho que vai ser sempre assim. Eu me contento só em poder ver o sorriso dele, não preciso tê-lo só para mim para saber que o amo. Sei que o amo aqui dentro. — Ela colocou a mão sobre o peito — E mesmo que ele nunca venha me olhar com olhos de amor eu continuarei mantendo esse sentimento aqui, pois é isso que me mantém de pé.

 

Ele a olhava admirado. Como ela podia passar por tudo aquilo e ainda continuar sorrindo, ele não entendia. Aquela conversa serviu para confirmar que ele realmente não amava Sakura. Não amava do jeito que Hinata amava aquela pessoa. Não sentia nem metade das coisas que ela disse. Estava pronto para seguir em frente, Hinata havia o ajudado.

 

 

***

 

 

Ela não soube dizer o que lhe deu para fazer aquilo, mas fez. Ela abraçou Naruto. E enquanto ainda estava abraçada falou a ele.

 

— Muito obrigada de verdade Naruto-kun.— Ela sabia que devia estar corada — Eu te disse que fui muito sozinha em minha vida, e você não faz ideia como é importante para mim ter um amigo como você. Obrigada.

 

Ela saiu o mais rápido possível do local, sem olhar para trás com as bochechas em flamas. Deixou Naruto embasbacado. Quando ela se afastou ele não queria que ela tivesse feito isso. Ela falou que ter um amigo como ele era muito importante, só que ela não fazia ideia de como para ele também foi importante aquele ato. No tempo em que ela estava abraçada a ele, o loiro não se sentiu sozinho. Aquele sentimento de solidão desaparecera naqueles momentos.  Ele se perguntava o que ela tinha de tão especial para fazer com que ele se sentisse daquela forma.

 

 

 

***

 

 

— Por que deixou seu cabelo crescer Hinata? — Ele perguntou.

 

— Como? — A morena realmente não havia compreendido o sentido da pergunta, afastou os papéis dos olhos e o fitou.

 

— Seu cabelo. —Ele tentou explicar melhor — Quando nós éramos mais novos seu cabelo era curto, por que o deixou cumprido agora.

 

Ela segurou uma mecha negra entre os dedos. Nunca havia parado para pensar naquilo até a pergunta de Naruto. Qual era o motivo para ter deixado o cabelo crescer? Analisou um pouco e com um sorriso respondeu.

 

— Eu queria mudar. — Ela começou — Na minha luta com Neji-nii-san, ele me disse que as pessoas não podem mudar o destino que lhes foi traçado, eu queria mudar meu destino. Não queria ser a menina mais fraca do grupo. Aí eu resolvi começar mudando o  meu exterior e depois, aos poucos, minha personalidade foi mudando também. Acabei me acostumando e não cortei o cabelo nunca mais, na verdade nunca tinha parado para pensar no comprimento dele.  Pensando bem, acho que seria uma boa ideia cortá-lo.

 

— NÃO! —O loiro exclamou — Não faça isso.

 

— Por quê? — A confusão era notável no rosto dela.

 

— Eu gosto do seu cabelo comprido. — As bochechas dele estavam levemente coradas. Ela realmente tinha ouvido aquilo? Ele falara mesmo que gostava do cabelo dela? Tinha certeza que seu rosto encontrava-se mais vermelho do que um tomate, a vida dela mudara tanto naqueles dias em que o loiro se aproximara. Era em horas como aquela que tinha o dever de mostrar o quanto havia evoluído. Suspirou e levantou os olhos para encará-lo.

 

−Então prometo que nunca vou cortar os cabelos. —Ela levantou uma das mãos para dizer que falava seriamente — É uma promessa de vida.

 

***

 

— Pare com isso Naruto-kun. — Ela disse — Vai se machucar desse jeito. Por favor. — As mãos delicadas dela o envolviam delicadamente, e a sensação de solidão foi embora. A mesma coisa que aconteceu quando ela o abraçou depois que eles jantaram.

 

A respiração dele voltou ao normal e ele se acalmou. Que tipo de efeito ela tinha sobre ele? Naruto não sabia explicar. Sentiu que Hinata o soltou e parou em frente a ele segurando as mãos ensanguentadas. A menina a puxou até sentar em um tronco de árvore que não havia sido destruído. Ele não tinha reação, só deixava que ela o guiasse. Viu-a rasgando a própria blusa. Uma tira fina que ela usou para amarrar os pulsos dele, evitando assim que o sangue continuasse a escorrer.

 

— Não precisa disso Hinata — Ele falou com um tom baixo — Daqui  pouco já estarão curadas.

 

— Eu quero fazer isso Naruto-kun. — Ela retirou um fio de cabelo que caiu sobre os olhos antes de voltar a falar, sem encará-lo.  — Eu não sabia da verdade quando te falei que o nome do yondaime era aquele.

 

— Sei disso Hinata.

 

— Naruto-kun. — Ela tinha que falar as coisas certas — Sei que está se sentindo muito chateado agora, mas pense melhor. Tsunade-sama fez o que seu pai pediu. Ela me entregou isso aqui para eu trazer para você. — Ela retirou o pergaminho do bolso, abriu a mão dele colocou o rolo sobre ela — Por favor, leia.

 

***

 

Aos poucos aquele monte de caixa foi chegando ao fim.

 

Ele resolveu admitir que não queria que aquilo acabasse. Que não queria parar de ver aquela que nas últimas três semanas ocupava seus sonhos. Desejava continuar vendo-a todos os dias. Conversar com ela. Ver o modo que ela tirava os longos cabelos negros que caiam em cima dos olhos perolados dela. Sua vontade era de poder ver para  todo o sempre aquele sorriso  meigo e tímido que só ela tinha. Desde o momento que fora abraçado por ela, que uma saudade do calor que emanava do corpo da morena, apoderou-se do Uzumaki. Perdeu as contas de quantas vezes durante aquele tempo pediu em pensamentos que ela o abraçasse.

 

Hinata... Qual era o motivo para ela estar tão triste? Ele estava sentindo falta de ver o sorriso dela, os olhos brilhando e as bochechas coradas. Daria tudo para poder ler os pensamentos que se passavam pela aquela cabecinha. Ela estaria sofrendo? Será que tinha haver com o cara que ela disse amar? Se fosse, iria até o fim do mundo e espancaria o infeliz que fez Hinata derramar lágrimas. Ela devia ser tratada como uma princesa, pois era isso que era. Devia ser acarinhada, confortada. Devia se sentir amada. Não sofrer. Não ela que já passara tanta coisa naquele clã, e continuava sorrindo para o mundo.

 

***

 

Abriu os olhos quando decidiu para de negar o que sentia. Era uma coisa tão maravilhosa que ele nunca pensou que um dia fosse passar por tais sentimentos que vivenciava agora.

 

−Por que você quer tanto protegê-la Naruto? — Kushina repetiu a pergunta quando seu filho abriu os olhos depois de ter passado alguns momentos parecendo pensar.

−Por que eu a amo mãe. — Ele falava seriamente e fez ela sorrir — E não suporto a ideia de que alguém possa tê-la machucado.

 

Ela sorriu satisfeita com a resposta que havia recebido. Era isso que queria ouvir. A verdade.

r13;Já que é assim que você se sente r13; Ela conseguiu por fim que ele se acomodasse no sofá r13;Pode entender que o que Hinata mais precisa agora é de apoio.

 

r13; Quem fez aquilo com ela?

 

r13; Eu não vou lhe falar Naruto. r13; Ela sorriu quando ele fez menção de protestar r13; Quem vai te falar, se ela quiser, é a própria Hinata.

 

Ele engoliu a seco. Não esperava ter encará-la tão rápido depois de admitir para si mesmo seus sentimentos. Não sabia como deveria agir com ela. Sua vontade era de abraçá-la mais fortemente quanto possível. Só que não sabia se deveria falar para Hinata de seus sentimentos.

 

r13; Eu não saberei agir com ela. r13; Disse mais para si mesmo do que para mãe.

 

r13; Você vai dizer tudo o que está aqui. r13; Kushina colocou a mão sobre o coração do filho r13; Não há nada melhor que ela possa ouvir a não ser que você a ama. E que ela não está sozinha neste momento tão difícil.

 

r13; Acho que não terei coragem de falar. r13; Ele se levantou r13; Mas quero saber quem foi o idiota que fez aquilo com ela.

 

Ele foi a passos lentos até a porta do quarto. Colocou a mão na maçaneta e abriu.

 

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            Ela sentia seu corpo tremer mesmo depois dele ter saído do quarto sendo praticamente arrastado pela mãe. Seu rosto não estava vermelho somente por que ele a tinha visto sem blusa, mesmo que só as costas. Estava vermelho por que gastara muitas lágrimas naquele dia. A sensação de fraqueza se apoderou do corpo dela novamente. As sensações de ouvir seu pai dizendo que ela deveria se casar com Chiyo ainda estavam muito vivas na mente dela. Seu coração se apertou e as lágrimas retornaram mais fortes, lembrando a ela que aquilo era realidade e não um pesadelo.

 

            Terminou de passar a pomada assim como Kushina havia falado. Os ninjutsus médicos que a mãe de Naruto utilizará começavam a fazer efeitos e ela já não sentia tanta dor como antes. A pior dor era a emocional. Sentia-se humilhada. Na verdade, esse sentimento já se fazia presente em seu ser a muito tempo. Seu pai fazia questão que ela se sentisse daquela maneira. Sua vida tinha chegado a um ponto que ela não suportava mais viver. Estava cansada de tudo aquilo. Às vezes desejava nunca mais acordar. Mas depois de desejar isso se lembrava de que não poderia ver o rosto do loiro novamente e desistia da absurda ideia.

 

            Estava cansada. Colocou somente a camisa preta que costumava usar debaixo de seu casaco lilás e sentou-se na cama. Aos poucos exaustão foi falando mais alto e ela acabou por se deitar na cama da mãe de Naruto. O travesseiro era tão convidativo que ela não se conteve e acabou utilizando para repousar sua cabeça. O sono veio sem demora e mesmo que não quisesse fechar os olhos não conseguiu evitar adormecer. Deixou-se entrar no mundo de sonhos. Ultimamente aquele era o único lugar em que realmente encontrava paz.

 

           

            Ele entrou com passos incertos no quarto. Seus olhos vasculharam toda a extensão do dormitório de sua mãe. Encontrou Hinata deitada na cama. Pelo ritmo de respiração dela e agitação do chakra estava dormindo. Naruto puxou uma cadeira e colocou ao lado da cama. Ela parecia tão indefesa com o cabelo negro esparramado sobre a brancura do travesseiro. Doía só de olha-la e saber que havia sofrido e ele foi incapaz de perceber tal coisa. Ainda meio hesitante ergueu mão com a intensão de acariciar os fios negros do cabelo dela, mas imediatamente recolheu. Não podia fazer aquilo.

 

            Não sem ter a permissão dela. Admitir que a amava foi bastante difícil, mas isso não diminuía a felicidade que sentia. Ela era especial. Uma garota gentil que não merecia estar passando por tudo aquilo. Quando se apaixonou? Impossível dizer. Talvez no momento que ela o abraçou para conter a fúria dela ao descobrir a verdade sobre a família. Ou quando ela falou que não havia desistido por causa dele. Por que ela queria segui-lo. Por que sentimentos tinham que ser tão complicados? A história se repetia novamente. Ele amava alguém que era apaixonado por outro. Foi da mesma forma com Sakura.

 

            Lembrava-se perfeitamente do dia em que começou a pensar no que aconteceria se ele realmente a amasse. Recordou-se de que daria tempo ao tempo. O tempo passara e ele acabou descobrindo que realmente a amava. O que fria agora? Não conseguiria ser rejeitado por ela. Devia falar? Não sabia. Correria o risco de acabar com amizade tão bonita que haviam construídos. Sua mãe havia lhe dito que devia falar a Hinata tudo o que estivesse em seu coração. Se fosse a única forma de ajuda-la faria isso. Mostraria a ela como era importante, que nada que aquele clã falava era verdade.

 

             Ela abriu os olhos lentamente. Ainda ardiam um pouco e estavam avermelhados por causa das lágrimas. Havia cochilado. Sentou-se. Ele estava lá. A olhava com um brilho no olhar que ela não soube identificar. Um nó se fez em sua garganta, o que falaria para ele? Naruto não falou nenhuma palavra só a olhava. Aquilo a incomodava muito. Talvez ela tivesse feito algo errado.

 

            — Desculpa. — Desculpa. 

 

            — Por que está me pedindo desculpas Hinata?  — Ele realmente não entendia.

           

— Eu não sei. — Ela confessou

 

— Vai me contar o que aconteceu, ou terei            que descobrir sozinho?— Ele tentou ser divertido, mas a tensão era muito grande para isso.

 

— Eu... — Ela não conseguia falar — Não tenho nada para dizer Naruto-kun.

 

— Como não?— Ele estava incrédulo — Quem fez isso com você Hinata?

 

Ela não queria falar daquilo, e ele a pressionava a dizer. Tudo que queria era um tempo só para ela, para colocar seus pensamentos em ordens. Estava tão exausta que nem percebeu as lágrimas se juntarem novamente em seus olhos. Em poucos segundos já chorava novamente. Naruto se levantou da cadeira e sentou-se ao lado dela na cama.

 

— Como não tem nada para dizer Hinata?— O coração dele se apertava com aquelas lágrimas. — Eu preciso saber o que aconteceu.

 

— Foi Chiyo. — Ela conseguiu dizer em meio aos soluços.

 

— Quem é essa pessoa?

 

— É meu treinador — Hinata olhou para Naruto — E meu futuro marido. Papai quer me casar com ele.

 

Ele estava ouvindo aquilo direito? Hinata havia mesmo dito que iria se casar? Não podia ser. Ele a olhou procurando alguma coisa na expressão dela que dissesse que aquilo era uma brincadeira. Não encontrou. Casamento. Ela não podia se casar. Ele a amava.

 

— Seu pai sabe o que ele faz com você?— Ele tentava ao máximo reprimir suas emoções para obter mais informações. Ela confirmou que sim, e ele teve que controlar muito a raiva ao ficar sabendo disso. — Você que se casar com ele Hinata?

 

— Não. — Ela respondeu — Mas não tenho escolha. Uma hora ou outra terei que voltar para casa. — Todas as palavras saiam em meio de soluços.

 

— Não vou deixar você voltar para lá. — Ele disse firmemente atraindo o olhar dela — Você não é obrigada a fazer uma coisa que não quer.

 

— Mas o clã...

 

— Hinata— Ele não se conteve e segurou à mão dela entrelaçando seus dedos — Você não merece sofrer. Os Hyuugas só fazem isso a você. Eu não posso permitir que  isso continue. Você não vai suportar toda essas pressão. Tem que tomar uma decisão. Não conseguirá ser feliz se continuar a tentar agradar o clã.

 

— Eles são as únicas pessoas que eu tenho Naruto-kun. Não posso deixa-las. Ficarei sozinha.

 

— Você tem a mim Hinata. — Ele ergue as mãos ainda entrelaçadas e acariciou o rosto dela — Sei que se comparado aos Hyuuga sou pouca coisa, mas gosto de você. — Ela arregalou os olhos — Verdade. Sei que a nossa amizade pode até acabar aqui, mas eu tinha que te dizer que você é especial para mim. Demorei muito para perceber isso, e agora que percebi não vou deixar que ninguém machuque você.

 

— Naruto-kun... — Ele a interrompeu.

 

— Eu sei que você gosta de outra pessoa, mas... Se não for pedir muito me dê uma chance. Dê-me uma chance para tentar fazer você feliz. Se não der certa a gente termina, mas eu só queria ter a chance de te mostrar que você é uma pessoa maravilhosa, que eu posso te fazer feliz.

 

— Naruto-kun... — Ela não conseguia acreditar em tudo que tinha ouvido. Ele ainda mantinha as mãos entrelaçadas. Seu coração palpitava freneticamente em seu peito. Ela não sabia por que ainda não tinha explodido. — Não existe outra pessoa Naruto-kun. Eu... eu também gosto de você.

 

— Você se apaixonou por mim? — Ele estava incrédulo.

 

— Não. — Ele não entendeu — Sempre foi você. No dia em que te falei que já amava, falava de você.

 

— Então esse tempo todo...

 

— Eu era apaixonada por ti.

 

Ela ainda não acreditava que tinha dito aquilo com tanta tranquilidade. Havia falado naturalmente e isso era uma tremenda surpresa. Seu coração continuava frenético, mas a sensação de paz que se apossou do peito dela era tremenda. Ele gostava dela. Não disse eu te amo, mas já era o começo. Naruto continuava a olhando parecendo não acreditar naquelas palavras.

 

— Acho que sou eu que tenho que te pedir desculpas agora. — Ele falou sorrindo melancolicamente.

 

— Não. — Ela desviou o olhar dele — Você não tinha como saber Naruto-kun. Sempre fui muito tímida.

 

— Eu não tenho o direito Hinata. — A voz dele era firme — Não tenho o direito de te pedir uma chance sendo que nunca prestei atenção em você.

 

— Naruto-kun... — Ela apertou delicadamente a mão dele — Você sorrir já me ajudou bastante. Você nunca precisou fazer nada para ser importante para mim. Você existir já era o suficiente.

 

— Você é incrível Hinata. — O sorriso dele naquele momento tiraria a linha de raciocínio de qualquer mortal. — Vamos ter bastante tempo para fazermos o que já deveríamos ter feito há muito tempo. Você vai me aceitar em sua vida?

 

— Você já estava aceito desde meus doze anos Naruto-kun. — O sorriso dela também foi sincero e belo.

 

Ele acariciou o rosto dela com a mão que não estava junto à dela e sorriu quando ele fechou os olhos para apreciar melhor o carinho.

 

— Eu não sou a melhor pessoa do mundo Hinata. — A cada palavra ele seaproximava — Mas vou tentar ser por você. — As respirações deles já se mesclavam — Eu não vou deixar que machuquem você novamente. Eu vou te proteger — Os lábios deles se encostaram por um segundo — Eu te amo.  

 

Quanto tempo ela esperou por aquele momento? Muito

 

Quanto tempo ele desejou se sentir amado? Toda a vida.

 

Os lábios se juntaram de uma vez. E Hinata pensou que tinha morrido e chegado ao paraíso. 

 

Um único momento que fez valer apena tudo que ela tinha passado durante todo aquele tempo que não teve seu amor correspondido. Os lábios dele eram tão macios. Como o mais rico veludo vermelho. A boca dele se movia em sincronia com a dela, ditando o ritmo do beijo. Se ela morresse naquele momento morreria realizada. Ouvira um eu te amo vindo da boca dele e aquilo sempre foi o que mais desejara. Com a mão que não estava entrelaçada a dele, acariciou a bochecha dele.

 

A sensação que sentiu ao beijá-la foi melhor do que em seus melhores sonhos com ela. Hinata era delicada. E a cada toque, cada beijo, ele tinha medo que ela se despedaçasse como um cristal de gelo. Tomava cuidado para não parecer afoito demais e acabar por machuca-la encostando sem querer em algum ferimento que ela já tinha. Aquele beijo era um ato de amor. Seus sentimentos eram transmitidos ali para ela. E ele só desejava que um dia fosse capaz de fazer aquela garota que sempre o amou feliz.

 

— Hina... — Ele sussurrou quando o ar faltou e eles tiveram que parar para respirar. Os olhos dela brilhavam como ele nunca tinha visto. Ficou feliz com aquilo. Ela voltara a ser a mesma Hinata de sempre. As bochechas vermelhas comprovavam isto.

 

 

— Eu também amo você Naruto-kun. — Ela disse respondendo a declaração que ele fizera a pouco.— Sempre vou amar.

 

— E eu prometo que vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. Porque seu amor me faz feliz. — Em meio aquelas promessas outro beijo aconteceu.

 

Os corações estavam aquecidos. O amor deles bastava. Teriam muitos problemas. O clã Hyuuga tentaria impedir que ficassem juntos. Eles eram jovens, tinham muito que aprender daquela nova fase que começava. Só tinham certeza de uma coisa. Não permitiriam que atrapalhassem o que eles tentariam construir juntos.