Why Only Now? escrita por kinha-san


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

fannaruhina e thici, muito obrigada por recomendarem minha fic.

Capítulo dedicado a vocês.



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Capítulo 11

 

 

Ele não sabia descrever em palavras o que sentia naquele momento. Não tinha a possibilidade de fazer isso, pois nunca havia vivenciado tais sentimentos que o invadiram. Passara toda sua vida sem saber o que era ter o amor maternal. Sem saber o que era ter uma mãe de verdade. Agora ela estava ali o abraçando de uma maneira especial. O coração que passara tanto tempo sozinho estava aquecido como nunca esteve. Era como se de repente toda a solidão, todos os problemas, toda a humilhação, tivesse valido a pena para que ele pudesse passar por aquele momento.

 

— Eu ainda não consigo acreditar que você realmente está aqui. — Kushina tinha a voz carregada de emoção — é um presente de Kami para mim. Tem idéia de por quantas noites eu passei me perguntando como você seria? Se parecia comigo?

 

— E agora que viu o que acha? — Ele perguntou sorrindo abertamente, sua personalidade e de sua mãe eram tão parecidas.

 

— Você é muito bonito. — O olhar dela se anuviou com as lágrimas — Parece tanto com seu pai.

 

— Mesmo?

 

— Sim.  — Ela sorriu quando ele enxugou suas lágrimas — O mesmo sorriso, os mesmos olhos, e o cabelo também. Você parece com que ele quando era da sua idade.

 

— Eu li alguns relatórios que ele deixou. — Naruto disse a mãe — Anotações da vida dele.


 

— Não sabia que Minato fazia isso. — Ela riu divertida — O que ele conta?

 

— De tudo. — Ele também sorria — De quando entrou na academia ninja, do desejo de se tornar Hokage, quando conheceu você...

 

— Foram bons momentos. — O olhar dela estava carregado de nostalgia — Nós brigávamos como cão e gato. Eu o chamava de lombriga anêmica.

 

— Ele escreveu sobre isso. E acho que você tinha o apelido de... Lembrei! Demônio ruivo.

 

— Por que ele tinha que escrever sobre isso? O que você deve pensar sobre mim?

 

— Mas por que te chamavam assim?

 

— Eu era muito, como posso dizer... macho. — Os dois riram — Sempre tinha uma resposta na ponta da língua. Principalmente quando cheguei a Konoha. Não conhecia ninguém aqui, não tinha muitos amigos. Quando as  pessoas se aproximavam de mim eu pensava que era para rir da minha cara. No começo eu  não era uma boa ninja.

 

— Eu também não. — Ele disse .

 

—Treinei muito e desenvolvi um jutsu de futton muito bom. —Eles tinham o mesmo elemento — Quando eu o executava o vento era forte o suficiente para balançar meus cabelos pesados. Eles ficavam voando no vento. Era muito rápido. Quando os inimigos me percebiam já tinha os encurralados. Durante uma das missões um ninja me chamou de demônio, meus companheiros ouviram e acabou pegando.


 

— Nunca se sentiu incomodada por isso? — Ele perguntou.

 

— No começo sim, mas depois vi que aquela era uma forma deles reconhecerem meu potencial.

 

— Entendo... — Ele falou refletindo— Acho que a baa-chan deve estar nervosa lá fora.

 

— Baa-chan? — Ela perguntou confusa?— Você está falando de Tsunade?

 

— Sim. — Ele respondeu.

 

— Não acredito que você a chame assim. — O sorriso dela era bonito — Você é mesmo meu filho garoto — Ela bagunçou os cabelos loiros dele — Eu a chamava de loira peituda e ela sempre queria arrancar meu coro.

 

— Ela sempre me dá um soco quando a chamo assim. — Ele disse se lembrando das vezes que foi socado pela Hokage.

 

— Normal. Eu corria muito para me livrar das perseguições dela. — Ela fez que ia se levantar.

 

— Já se sente bem?— Ele perguntou preocupado.

 

—  Só foi um desmaio por causa do susto de ter visto você e aquela garota parecida com a Tomoe.

 

— Você conheceu mesmo a mãe da Hinata?

 

— Conheci. Tomoe foi minha melhor amiga. — Ela foi até a janela e abriu passando a admirar a noite que tinha o céu iluminado pelas estrelas. Naruto se aproximou da mãe. — Minha primeira amiga. Lembro que costumávamos a fazer planos para quando tivéssemos nossos filhos. Mesmo ela sendo daquele clã super regrado ela nunca deixou que os Hyuugas interferissem em nossa amizade. Tomoe foi uma das pessoas mais gentis que eu já conheci em toda a minha vida.

 

— Então Hinata teve a quem puxar. — Ele disse  — Ela é a gentileza em pessoa. Só que o pai dela não reconhece isso.

 

— Hiashi sempre foi uma pessoa fria. Eu disse isso a Tomoe, mas ela estava apaixonada por ele.

 

— E ele a amava?

 

— Não. O casamento foi imposto porque Tomoe era de uma importante ramificação dentro do clã, e Hiashi precisava se casar para assumir a liderança. Tomoe acreditava que um dia ele a amaria. Acho que isso nunca aconteceu.

 

— Acho que devia conversar um pouco com Hinata. — Ele sugeriu — Sei que ela iria gostar muito de ter mais informações sobre a mãe. Ela não sabe de muita coisa.

 

— humm — Kushina suspirou — O que essa Hinata é sua?

 

— Como? — Ele perguntou corando e a mãe riu. — Ora... Ela só minha amiga.

 

— Sei... — Disse a ruiva — Hiashi não deve gostar muito da amizade de vocês.

 

— Ela nunca falou isso, mas tenho a suspeita de que sim. Você vai ter tempo para saber o que aconteceu na vila.

 

—Vou? — Ela arqueou um das sobrancelhas vermelha.

 

— Claro. Ou a vai voltar para onde morava? — Ele perguntou com medo, não queria voltar a se afastar dela.

 

— Eu não poderia me separar de você novamente Naruto. — Ela sorriu — Vai ter que agüentar uma mãe faladora.

 

— Acho que sobreviverei. — Ele riu — Onde está hospedada?

 

— Numa pensão no centro da vila. Por quê?

 

— Você vai morar na minha casa. Que dizer sua... sei lá. Você entendeu.

 

— Entendi. — A risada dela era contagiante. — TSSSSSSSSSSSSSSUUUUUUUUNNNNNNNNAAAAAAAAAADDDDDEEEEEEE! — Ela gritou e Naruto começou a entender o porquê de Shikamaru e Kiba terem tanto medo das mães deles.

 

Poucos segundos depois Tsunade, seguida por uma tímida Hinata, entrou na sala. Hinata sentia seu coração bater acelerado. Não tinha idéia do que poderia ter acontecido. O que estava se passando no coração de Naruto. Não suportava a idéia de que ele pudesse estar sofrendo novamente. Seria um golpe muito duro para ele. Ela faria de tudo para ajudá-lo a superar tudo mais uma vez.

 

— Então se entenderam? — Questionou Tsunade parando em frente a  mãe e filho.

 

— Acho que sim, não é Naruto?— Kushina falou e Hinata sentiu seu coração se acalmar estava tudo bem.

 

— Claro. — Ele respondeu. — Já está ficando tarde, acho melhor nós irmos embora.

 

— Concordo. — Falou a ruiva.

 

— Onde você vai ficar Kushina? — A loira perguntou

 

— Na casa  do meu filho.

 

— Naquele cubículo sujo de Naruto? — A Hokage brincou ganhando uma cara feia do loiro.

 

— Eu me mudei para casa do meu pai. — Naruto resmungou.

 

— Tá bom. — Disse Tsunade.

 

— Temos que conversar sobre minha autorização para voltar a vila. — Falou Kushina.

 

— Agora já está muito tarde, passe durante essa semana aqui que resolveremos isso.

 

— Tchau. — Disseram todos se despedindo enquanto iam para fora do prédio Hokage.

 

Param no portão e Hinata falou:

 

— Tenho que ir. Já passei da hora de chegar em casa. — Seu pai provavelmente brigaria com ela.

 

— Pensei que voe ainda ia lá em casa.— Confessou Naruto.

 

— Temos que conversar um pouco Hinata. — Kushina disse sorrindo — Tenho tantas coisas para te falar sobre sua mãe.

 

— Eu ficaria muito grata se a senhora fizesse isso. — Ela sorria da possibilidade saber mais informações sobre a mãe. — Só que não posso me demorar mais, papai não gostara de me ver chegando tarde.

 

— Apareça lá qualquer hora Hinata. — Ele disse desejando profundamente que ela fizesse isso mesmo — Estarei esperando.

 

— Obrigada Naruto-kun. — Ela dirigiu-se a Kushina — Espero que se sinta bem de volta a Konoha Kushina-san. Boa noite.

 

— Boa noite. — Respondeu Kushina e esperou Hinata desaparecer na rua escura— Ela é sempre assim tão educada?

 

— Sempre. — Ele riu e começou a caminhar junto com sua mãe. — Trata a todos amavelmente mesmo tento passado por tantas  coisas ruins.

 

— Não deve ser nada fácil ser a herdeira de um clã como aquele e ser filha de um homem com o caráter de Hiashi.

 

— Como sabe que ela é a herdeira? — Indagou Naruto.

 

—Tomoe disse-me que colocaria o nome de Hinata na sua primeira filha, e quando eu saí de Konoha, ela já sabia que esperava uma menina.

— Entendo.

 

— Ela me pareceu pálida Naruto.

 

— E está mesmo. Há algum tempo vem agindo assim. Alheia. Já tentei descobrir o que era, mas na consigo.

 

— Tentarei fazer alguma coisa por ela. — Disse Kushina — É a filha de minha amiga, tenho o dever de fazer algo.

 

— Faça mesmo. — Ele concordou.

 

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            Por que o sol tinha que bater em seu rosto e acordá-lo daquela maneira? Maldita a hora que se esqueceu de fechas as cortinas. Mas o que podia fazer? A casa era nova e ele ainda não estava habituado ao seu velho “apertamento” onde viveu praticamente toda a sua vida. Sentou-se na cama e esticou os músculos que ganhou durante tantos anos de treinamento. O que teria que fazer naquele dia? Ele não queria pensar naquilo no momento. Ainda tinha que se levantar, tomar banho, preparar o café da manhã se quisesse comer alguma coisa. Tanto para fazer e ele cheio de preguiça. Tomou coragem e se colocou de pé.

 

Foi até seu guarda-roupa e pegou uma toalha que tinha guardado no dia anterior quando seus amigos e Hinata- não tinha como dizer que ela era simplesmente uma amiga – o ajudaram a organizar as coisas. Seguiu até o banheiro que havia no seu quarto e tomou um banho frio. Sempre que acordava em sua casa fazia aquilo. O banho com água gelado o relaxava. Depois que terminou o banho se enrolou na toalha e usou outra para secar os cabelos molhados. Saiu do banheiro e colocou sua roupa, apenas uma bermuda, não havia motivo para vestir uma roupa melhor em casa.

 

Assim que saiu de seu quarto sentiu um cheiro muito bom no ar. Era comida. Foi em direção a cozinha passando pelo corredor. Ela estava sentada na mesa de madeira clara bebendo uma xícara que pelo cheiro continha café. Sua mãe.

 

— Bom dia dorminhoco. — Ela falou sorrindo enquanto ele se aproximava ainda com a cara de sono.

 

— Bom dia. — Ele foi até o armário a procura de seu lamem, mas não o encontrou — Cadê meu lamem? — Perguntou desesperado.

 

— Você tá perguntando sobre aquele monte de pacote de macarrão vencido? — Ele fez que sim com a cabeça — Joguei fora.

 

— Como? — O olhar dele era incrédulo.

 

— Estava vencido filho. Não me diga que você comia aquilo?

 

— Comia. — Ele falou sentando-se desanimadamente na cadeira ao lado da dela.

 

— Pois não devia. Aquilo faz mal.

 

— Mas era o meu lamem. — Ele ainda não estava conformado.

 

— Hoje nos compramos mais, mas que estejam na data válida para consumo. — Ela sorriu com o desespero dele lembrando que Minato entraria em uma briga se fosse para conseguir um pouco de lamem— O que você costuma tomar no café da manhã?

 

— Lamem?

 

— Não creio. Fiz um pão caseiro e café.

 

— Onde você conseguiu ingredientes para fazer isso?— Perguntou ele enquanto cortava um pedaço do pão.

 

— Eu acordo cedo querido. Já fui ao mercado há muito tempo.

 

— Está bom. — Ele falou.

 

— Vai sair hoje? — Eles se tratavam de um jeito de que quem olhasse pensaria que aquilo ocorria novamente. Nunca deduziriam que mãe e filho passaram quase vinte anos separados.

 

— Sim. — Ele respondeu a olhando — Tenho que passar no escritório ANBU. O Sasuke deve ter alguma missão para mim.

 

— Quem é Sasuke? — Ela questionou tranquilamente.

 

— Meu antigo parceiro de time. É um Uchiha.


 

— Fiquei sabendo que houve um massacre no clã.

 

— Ele foi o único sobrevivente. Aquele teme idiota. — resmungou — Com certeza vai passar uma coisa bem difícil para eu fazer. Onde a baa-chan estava com a cabeça para colocá-lo como líder da ANBU?

 

— Vocês sempre se tratam assim? — Ela perguntou divertida e ele sorriu.

 

— Sim. Mas considero muito aquele idiota.Passamos muitas coisas juntas.

 

— Por que na me conta um pouco?— Ela estava doida para saber um pouco mais sobre a vida dele.

 

— Quando Iruka-sensei falou que ficaríamos no mesmo time... — E Naruto começou a relata sua história para mãe.

 

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Seu pai a tinha chamado. Já não bastava o que tinha falado na noite anterior quando ela chegou atrasada em casa? Hiashi reclamara muito por ela ter chegado tão tarde em casa. Nem se importou quando a Hyuuga falou o que havia acontecido. Que Kushina tinha aparecido depois de tanto tempo que todos pensavam que ela estava morta. A situação só piorou quando ela se agüentar ouvir todas aquelas acusações disse sem pensar que ele deveria estar feliz por ela ter voltado para casa sã e salva e não ficar reclamando por ela ter chegado atrasada. Depois que falou isso ela esperou a reação dele, mas ele não fez nada. E as coisas sempre ficavam piores quando ele não reagia na hora.

 

Depois de tomar seu café da manhã e se arrumar foi se apresentar ao seu pai. Andou pelos corredores rapidamente, se chegasse atrasada seria mais uma coisa do qual ele reclamaria. Esperava que aquela conversa seria particular, por isso ficou evidentemente surpresa quando entrou na sala e viu Chiyo e o pai dele sentados ao lado do líder do clã Hyuuga. Foi até o tatame onde eles estavam e também se ajoelhou. Manteve o olhar dirigido para o próprio colo.

 

— Olhe para mim Hinata. — Ordenou Hiashi friamente, como sempre.

 

— Hai otoo-san. — Ela olhou para ele.

 

— Seu comportamento não está sendo um dos melhores Hinata.— Ela já estava acostumada com aquilo— Sei que você não é a líder mais indicada para o clã, mas é minha herdeira. — Aquelas palavras a machucavam ainda mais porque ele as falava na frente daquelas duas pessoas. — Por isso o mínimo que esperava era que você levasse a sério suas obrigações dentro do clã. Só que não tem feito. Sai à hora que quer, e volta quando bem entender. E ainda tem amizades que não deveria ter. Não sei se o erro foi meu a não ter criado você mais rigidamente — Aquilo sim era uma coisa irônica. Ser mais rígido? — Não encontro outra solução para acabar com sua teimosia a não ser — ela realmente não esperava ouvir as próximas palavras. — casar você. Já esta na idade de encontrar um bom marido e eu já escolhi seu noivo.

 

— Como? — Ela não conseguia falar mais nada. O choque da notícia se misturou com as dores que sentia e ela pensou que desmoronaria a qualquer momento em lágrimas.

 

— Você precisa de um marido firme e correto. Que siga as leis Hyuugas sem questionar. Tem que ter o pulso firme para controlar suas vontades.

 

— Eu na acredito que o senhor esta fazendo isso comigo. — Ela apelou para o sentimentalismo. — O senhor é meu pai, devia querer me ver feliz. Me ver casada com alguém que eu ame.

 

— Amor é uma coisa sem valor. Não quero nenhum resmungo Hinata. Você vai se casar sim. Pode  começar a se acostumar com  idéia. Sinta-se lisonjeada por Chiyo ter aceitado desposá-la, nenhum outro Hyuuga concordaria em casa com você devido ao seu comportamento.

 

— O meu noivo é o Chiyo? — Ela perguntou sabendo que as lágrimas a qualquer momento desceriam sobre seu rosto pálido.

 

— Sim. Ele será um marido exemplar para você.

 

— Você não pode fazer isso comigo pai. — A voz dela já tinha aumentado de volume devido ao desespero de poder ter que dividir o mesmo tetro que aquele homem.

 

 

            — Não use esse tom comigo. — Seu pai realmente estava com raiva, podia ver isso no byakugan que ele tinha ativado automaticamente.

 

— O senhor vai destruir minha vida.

 

— Estou tentando impedir que você destrua os Hyuugas. Ela a olhou com ódio— Agora saia da minha frente.

 

Ela só queria desaparecer? Porque aquilo estava acontecendo com ela? O que tinha feito de errado para que aquela desgraça a atingisse? Seu pai a condenaria a uma vida infeliz. O que poderia fazer? Estava cansada de toda aquela humilhação. Não queria casar com ninguém, muito menos com Chiyo. Ele a desprezava e ela já amava a Naruto. Acreditava que nunca amaria outra pessoa que não fosse ele. O que seria de sua vida.

 

Foi correndo para seu quarto e tirou aquele quimono de seda belíssimo, ela não queria ser a princesa Hyuuga. Ela só queria ser a Hinata. Simplesmente Hinata. O que poderia fazer?  Foi até seu guarda-roupa e procurou seu diário. Aquele que escreveu por tantas noites. Sempre que se sentia assim lia aquelas anotações. Quando abriu não encontrou o dinheiro que sempre guardava ali. Foi aí que se lembrou que já algum tempo deixava o que recebia pelas missões com Tenten. Fora sua amiga que havia sugerido aquilo quando Hinata falou que entregava seu dinheiro todo ao clã para que ele pudesse administrar e não ficava com nada. Desde então Hinata guardava suas economias com amiga. Seria uma boa quantia para começar uma nova vida? Não. Mesmo detestando aquele clã amava demais sua família para abandoná-la. Se saísse de casa ficaria sozinha. Tudo seria mais fácil se tivesse alguém. Tudo que ela queria naquele momento era acordar e descobrir que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

 

&&&&&&&&&&.

 

Ela estava preparando o almoço. Naruto havia saído e disse que só voltaria pelo horário da terceira refeição do dia; estava tão feliz que não conseguia conter o sorriso que mantinha no rosto. Seu filho se tornara um bom homem. Ela constatou isso quando ele contou tudo que havia passado para trazer Sasuke de volta. Naruto havia falado que em breve os apresentaria. Ela queria conhecer tudo sobre a vida do filho. Cada detalhe que houvesse ela queria saber. Sobressaltou-se quando ouviu alguém batendo na porta.

 

Secou as mãos no pano de prato e desligou ao fogo, já havia acabado de cozinhar. Foi até a porta e abriu podendo ver a figura lânguida de Hinata parada a olhando com os olhos vermelhos.

 

— Hinata?

— A senhora disse que me falaria sobre minha mãe. — A menina deu um sorriso, mas ele não chegou aos seus olhos.

 

— Entre, por favor. — Ela disse preocupada algo grave tinha acontecido. Indicou o sofá e Hinata se sentou. — O que aconteceu querida? Parece abatida.

 

— Eu... — Ela sabia que precisava desabafar, mas não tinha certeza se conseguiria. — O Naruto-kun...

 

— Ele não está.— Ela entendeu que não queria que Naruto soubesse — Pode confiar em mim, afinal, fui a melhor amiga de sua mãe.

 

— Obrigada. — Ela suspirou tentando controlar as lágrimas. — Eu não agüento mais viver no clã Hyuuga. É muita pressão. Meu pai não gosta de mim. — As palavras foram saindo como enxurradas da boca dela — Sempre me culpou pela morte de mamãe. Eu nunca fui boa o suficiente— Ela controlou as lágrimas antes de continuar — Minha mãe ficou muito fraca depois do meu nascimento, ela não podia ter filhos, e o esforço que fez para me ter acabou deixando ela doente. Meu pai me culpava por isso, ele achava que eu ter nascido foi a causa de tudo. Quando Hanabi nasceu, mamãe não sobreviveu. Eu tinha cinco anos. Desde em tão minha vida tem sido só sofrimento. E para piorar a situação ele que fazer meu casamento com alguém que eu não amo. Eu não quero me casa com Chiyo.

 

— Oh querida! — Kushina a abraçou fortemente e Hinata soltou um gemido de dor — O que foi? — A morena não conseguia responder, pois as lágrimas não deixavam.  Kushina afastou a manga do casaco de Hinata e olhou para pele dela. Estava marcada por manchas rochas. — O que é isso Hinata?

 

— Treinamento. — Ela falou entre os soluços.

 

Kushina conhecia muito bem aquelas marcas de machucado. Não eram ferimentos simples. Ela se lembrava de como os oponentes de Tomoe ficavam depois de receber um golpe punhos gentis. E tinha certeza que aquela era a marca. Hinata continuava chorando quando Kushina afastou a gola do casaco da morena e viu as marcas no pescoço dela.

 

— Por Kami. Você está toda machucada Hinata. — Ela não acreditava que alguém dos Hyuugas fizesse treinamentos daquele tipo, era desumano. — Quem é seu treinador?

 

— Chiyo. — Ela respondeu secando as lágrimas.

 

— O homem que seu pai quer que você se case? Ele sabe o que esse Chiyo faz?

 

— Foi meu pai que autorizou. — Kushina cada vez sentia mais ódio de Hiashi. Como ele ousava fazer aquilo com a filha de sua melhor amiga.

 

— Venha comigo. — Ela puxou Hinata até seu quarto — Tenho um remédio que vai aliviar suas dores e  também sei alguns jutsus medicinais. — Ela fez com que Hinata se sentasse na cama e deu uma toalha para que ela pudesse tirar a blusa e cobri os seios. — Não vai doer nada querida. Enquanto Kushina aplicava o ungüento Hinata chorava. Porque sua vida tinha que ser daquela forma — Como conseguiu resistir a tanto tempo sendo atingida por esses golpes?

 

— Eu usava uma versão menor do Kaiten toda vez que ele me atacava— Ela explicou — Não havia necessidade da rotação. Eu só liberava chakra para todos os meus pontos de energia e criava um tipo de escudo que diminuía os danos do ataque.

 

— Foi muito inteligente. — Ela ouviu Hinata voltar a chorar — Vai acabar tudo bem Hinata. — Ela continuou a chorar e Kushina continuava a passar o ungüento e utilizar seu chakra para curar as piores feridas e hematomas. Ouviu a porta do quarto de aberta e sentiu Hinata apertar o pano mais contra si a ouvir a voz de Naruto.

 

O Uzumaki tinha acabado de chegar da ANBU. Por sorte, ou não, não havia missões por enquanto. Resolveu voltar para casa. Encontrou a residência silenciosa e achou estranho, pois sua mãe parecia ser uma pessoa barulhenta, como ele. Resolveu procurá-la no quarto. Abriu a porta e deparou-se com a cena que não esperava.

 

Hinata estava sentada sobre a cama e as costas estavam nuas. Ela segura uma tecido fortemente contra si. Ele não pode viver, mas pelo balançar de ombros ele deduziu que ela chorava.  Quando olhou para as costas dela viu as marcas roxas, não precisava de nenhuma explicação ele fazia idéia do que tinha acontecido.

 

— Quem fez isso com você Hinata? — Ele perguntou furioso ao pensar que alguém havia encostado as mãos em Hinata para machucá-la.

 

Hinata soltou um grito de espanto e se encolheu para que Naruto não visse seu estado.

 

— Termine de usar a pomada Hinata. Eu converso com meu filho. — Kushina se levantou da cama e arrastou o Uzumaki para fora do quarto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

não deu para trazer mais uma palavra hoje. No próximo voltarei a fazer.

o que estão achando da história.

Espero que curtam o capítulo