Aquele era o pior momento para ficar resfriado.

Makishima acabara de voltar da Inglaterra, e o ar-condicionado do avião acabou deixando-o com dor de garganta, que logo evoluiu para um resfriado.

Tadokoro estava realmente empolgado com a volta de Maki para o Japão. Ele ficaria por umas duas semanas, o que era tempo suficiente para matar a saudade.

Entretanto, em vez de aproveitar a companhia do namorado, Makishima ficou em casa, enrolado em um cobertor, fungando a cada dois minutos e sentindo sua cabeça latejar.

Ele estava quase dormindo quando ouviu batidas na porta.

— Entra.

Makishima esperava que fosse sua irmã ou algum outro parente, entretanto, Tadokoro entrou no quarto.

— Tadokorocchi?! O que está fazendo aqui? — Se seu cabelo não estivesse tão despenteado, Makishima até teria se sentado.

— Você disse que estava resfriado, achei que fosse bom fazer uma visita. — Ele fechou a porta e foi até a cama. — Estou te incomodando?

— Não, não está. — Makishima tossiu. — Mas não tem muita coisa para fazer aqui, e eu posso te passar a doença

— Não tem problema. — Tadokoro se sentou na beirada da cama, e deu tapinhas no pé de Makishima, que estava descoberto. — Eu estou com saudades, e queria te ver.

Makishima conseguiu imaginar uma flecha atravessando seu coração naquele instante.

— Senta aí — ele resmungou, arrastando-se para o lado para dar mais espaço para Tadokoro.

Ele se sentou com as pernas esticadas e com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Makishima sorriu para si mesmo quando sentiu o colchão afundar.

Tadokoro começou a falar de algumas coisas que mudaram na cidade enquanto acariciava os cabelos de Makishima distraidamente.

E assim, com a testa encostada na coxa de Tadokoro, ouvindo sua voz grave e sentindo seus dedos ásperos correndo por seus cabelos, Makishima adormeceu, feliz por tê-lo visto depois de tanto tempo.