Foclore Oculto. escrita por Júlia Riber


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Iara nem bem voltou e já tá roubando a cena.



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Era noite e o quintal do casarão era iluminado somente pela luz da lua cheia. Ainda sim, Cícero permanecia ali parado, no relento, observando a janela do quarto de Núbia. Aquela parecia agora a maior aproximação que poderia ter com a garota que sem querer amou.

Inicialmente ele havia observado na mata o casarão por uma hora inteira, até todas as luzes se apagarem. O do quarto de Núbia apagou primeiro, Cissa concluiu assim que ela sequer havia jantado, devia estar estruída e ter como único desejo se desligar do mundo.

Cícero já pensava em dar meia volta e despedir-se de sua cabana quando ouviu passos vindos do outro canto da casa, da entrada. Seu primeiro pensamento foi correr para mata, mas já não daria tempo e logo se deparou com Iara de camisola longa e pés descalços.

Cissa observou aquela mulher, que ele já bem sabia, ser mais perigosa do que bonita e sentiu um calafrio de medo lhe percorrer o corpo, porém soube omitir esse temor e agir naturalmente.

— Acabou o cárcere?

— Enfim — respondeu Iara com tom tranquilo —. Sem querer parecer óbvia, mas o que exatamente está fazendo rondeando minha casa?

Cissa deu de ombros.

— Só vim... Dar uma ultima olhada.

Iara olhou para ele e para janela do quarto de Núbia que ficava logo acima.

— E imagino que não seja na casa.

Cissa baixou o olhar, mas não precisava sequer responder.

— Eu já estou indo embora, você e seu marido não vão precisar mais se preocupar comigo, nem com meu coleguinha — disse ele apontando para própria cabeça, referindo-se ao Saci trancado nele.

Iara franziu os olhos verdes que pareciam ficar mais radiantes na luz do luar e Cissa imediatamente desviou o olhar presando pela própria segurança.

— Como assim vai embora? Vai desistir do seu plano e de Núbia assim tão fácil? — indignou ela, o que pegou Cissa de surpresa.

— Hum... Sim. Núbia me mandou embora e eu quero provar que não sou um possessivo impertinente como o Saci. Se isso a faz se sentir melhor eu vou me afastar.

Iara fez cara feia, mas Cissa não viu, pois prosseguia de olhar baixo.

— Olhe para mim e me diga se a ama — ordenou Iara, mas Cissa permaneceu de olhar baixo.

— Eu amo.

Iara levantou uma sobrancelha

— Porque está evitando me olhar?

— Porque eu não sou burro — disse como se fosse óbvio. — Eu estudei bastante sobre você, sei que pode manipular alguém só com o olhar e eu definitivamente não estou a fim de morrer afogado.

Iara riu e começou a se aproximar

— Morrer afogado? — Ela colocou a mão no rosto de Cícero — é isso que você acha que eu faço? — ela se aproximou e sussurrou no ouvido dele — eu faço coisa bem pior.

Cissa fechou os olhos sentindo imensa vontade de olha-la e tentou pensar em Núbia para afastar o encanto da Iara, o que realmente estava funcionando.

— Já disse que vou embora — falou ele ainda mantendo a força — Não precisa me matar.

Iara riu e deu um empurrão no ombro de Cícero, como se ambos fossem melhores amigos.

— Eu não vou te matar não, bobinho. Encantar o boy da minha mocinha é errado até para mim — disse ela com um sorriso carismático e Cissa com cara de surpreso a fitou enfim.

— Sério?

— Claro! Eu senti que você estava aqui e vim conversar, só isso.

— Conversar? — disse Cissa ainda nada convencido.

— Sim! Eu falei com Núbia antes dela ir dormir, ela disse que te mandou embora e eu fiquei com medo de você idiota realmente ir — explicou ela, depois encarou Cissa com seriedade — Você não pode ir embora.

— Oi?

Iara revirou os olhos.

— Como homem é lerda, meu tupã. Usa essa cabecinha, você quer o capuz, certo? Por isso Edgar te quer longe, mas eu? Quero é o capuz no quinto dos infernos, odeio o que aquele objeto amaldiçoado fez com meu marido, além de torna-lo um sociopata o fez quase mais poderoso do que eu! Sabe o quanto odeio ser inferior a alguém?

Cissa assentiu lentamente, entendendo.

— Como não pensei nisso antes?

— Porque é homem. Agora presta a atenção, eu não gosto de você, nem nunca vou gostar, mas quero que você consiga seu objetivo, porque é o meu também, não vou te ajudar nem te atrapalhar porque Edgar não pode saber dos meus planos, mas não vá embora.

— Eu não ligo mais para o capuz, eu amo a Núbia e é só com ela que eu me preocupo. Sinto muito, mas acho que vai ter que tirar o brinquedinho do seu marido sozinha.

— E você vai deixar sua amada com dois malucos como eu e Edgar? Que amor tosco! Escute-me, além de mãe d'agua, eu fui deusa do amor num período.

— Que amor assassino esse povo devia ter — comentou Cissa com uma risadinha.

— Cala a boca. Como eu estava dizendo, fui deusa do amor e entendo disso. Eu sei que Núbia te mandou embora porque estava com raiva e com motivo, mas se você for realmente, daqui uma semana ela já vai ter fugido para Bahia te buscar.

— Você acha que ela faria isso? — disse Cissa com um sorrisinho.

— Tenho certeza, e você, faria?

Cissa assentiu seriamente.

— Faria qualquer coisa.

Iara pareceu surpresa e logo sorriu.

— Olha, não é que faria mesmo.

— Oi?

— Desculpa, nesse meio tempo que a gente se olhou eu li sua mente — explicou Iara abanando as mãos.

— Hei, olha a invasão!

Iara revirou os olhos.

— Foi uma espiada, no máximo e te deu alguns pontos comigo. Agora sei que você realmente está apaixonado pela Núbia, então confio mais em você. Agora dica de quem é bem vivida, não vá embora, fique e lute.

Cissa não respondeu, somente suspirou, Iara por sua vez deu-lhe uma piscadinha e caminhou de volta ao casarão e após mais alguns minutos observando a janela de Núbia, o rapaz também se foi.

...

Pela manhã, Edgar acordou sentindo-se melhor do que nos últimos dias, quem sabe fosse o peso de Cícero que lhe saiu das costas. Ele alongou o pescoço o que fez seu corpo emitir alguns estales desagradáveis.

— Velho — disse o corvo pousado na penteadeira.

Edgar fitou o corvo indignado.

— Tu tem que parar de conviver tanto com a Iara.

— Iara, Iara, Iara! — disse o corvo batendo as asas.

— Já intendi — reclamou Edgar apoiando as duas mãos na penteadeira e fitando a si mesmo no espelho.

Considerando os mais de 100 anos, ele estava muito bem, mas definitivamente sentia-se incomodado com as rugas que surgiam em seu rosto e o cabelo branco omitindo os fios ruivos. Ele fitou o corpo vestido com uma camiseta preta comum e uma calça larga também da mesma cor e os braços nus que mostravam ao menos que ele estava em boa forma, mas infelizmente Edgar sabia que aqueles músculos não durariam muito tempo.

Ele bufou notando o quão ridículo eram aqueles pensamentos, grande coisa estar envelhecendo, se a idade não lhe matasse alguém iria e não eram poucos os interessados em mata-lo.

Edgar caminhou até o banheiro e ao abrir a porta se deparou com Iara na banheira, repleta de espuma e com algumas folhas e pétalas de rosa boiando na água. Um banho relaxante, supôs ele, mas no lugar errado.

— O que está fazendo aqui?

Iara abriu os olhos e o fitou com um sorrisinho.

— Ah, na suíte de hospedes não tem banheira, então vim tomar meu banho relaxante aqui, achei que você não ligaria.

— Como entrou no meu quarto?

— Grampo de cabelo — disse ela dando de ombros e passando as mãos nos braços, tirando o excesso de espuma —. Você não liga, não é?

— Claro que não — ironizou Edgar revirando os olhos. Ele então caminhou até a pia para fazer a barba.

— Sabe, ontem a noite me lembrei que tenho um pen drive que pode ser bem útil agora — comentou Iara.

Edgar a fitou pelo espelho, com os olhos franzidos.

— Pen drive?

— Sim, com um vídeo do prefeito, uma confissão para dizer a verdade.

Aquilo fez Edgar tremer de leve a mão cortante o rosto com o gilete, porém ele ignorou o pequeno corte e voltou-se a Iara com mais interesse.

— Confissões? Iara por que não disse isso antes?

— Estou dizendo agora, não estou? Pois bem, no vídeo ele confirma que André matou aquele morador da vila porque estava dirigindo bêbado e também fala sobre o filho mais velho ter agredido a ex-mulher dele, e Jorge ter pago a nora para ela ficar calada. Deixa-me ver... Ah, também fala sobre o assedio que cometeu com algumas empregadas, sobre lavagem de dinheiro, desvio de investimentos públicos para as fazendas particulares dele, entre outras cositas mais.

— Bah tchê, isso é perfeito. Mas como conseguiu isso? — dizia Edgar com os olhos brilhando de satisfação.

Iara mexeu nas unhas, nada afim de tocar no assunto.

— Eu... O convenci a falar, oras, sou boa nisso.

Edgar franziu os olhos voltando a sua expressão séria.

— Imagino como você o convenceu... Quando fez isso que eu não me lembro?

— É que eu não falei... Você tinha voltado daquela viajem de trabalho um tanto nervoso e eu não quis te deixar mais bravo, pensei em te explicar essa história quando estivesse mais tranquilo, mas o tempo foi passando e...

— Espere — disse Edgar colocando a gilete na pia e cerrando os dentes — Você convenceu o prefeito a falar tudo isso enquanto eu estava viajando? Explica melhor isso, Iara.

Iara o fitou provocativa.

— Ah, não vai começar com ciúmes, ne? Esqueceu que não somos mais um casal, somente estamos vivendo sobre o mesmo teto.

— Mas naquela época éramos um casal, Iara! — disse Edgar já ficando nervo, o que somente fez Iara revirar os olhos.

— Para Edgar, não aconteceu nada seu idiota, acha que eu ficaria dessa forma com o Jorge? Aquele homem é repugnante. Não, eu só o enrolei. Convenci na base do meu encanto e de álcool também. Mas foi só isso.

Edgar rosnou, mas tentou se recompor. Voltou a se olhar no espelho e passou a mão sobre a barba não feita por completa, pegando o gilete novamente.

— Tanto faz. Quero ver esse vídeo, ainda hoje.

— Ok — disse Iara, ela então se levantou, nua mesmo e olhou para os lados. — Hum... esqueci a roupa e a toalha. Posso pegar alguma coisa do seu guarda roupa?

Edgar revirou os olhos.

— Pode — resmungou ele.

Iara deu uma risadinha e foi até o quarto dele, molhando todo o chão. Abriu o guarda roupa de Edgar molhando também algumas roupas e enfim achou uma toalha qualquer que amarrou no corpo. Antes de sair, ela foi até a porta do banheiro, onde Edgar passava água no rosto para tirar o creme de barbear.

— Ah, Edgar, só para avisar, molhei suas roupas sem querer, espero que não se importe.

Ela deu um tchauzinho e saiu, deixando Edgar com cara emburrada e tentando ao máximo manter a paciência.

No corredor Iara se deparou com Núbia que saia de seu quarto com cara de sono e ao ver Iara molhada de toalha vinda quarto de Edgar pareceu pasma.

— Iara?

— Bom dia, mocinha — disse Iara com um sorrisinho e depois entrou no seu quarto tranquilamente.

— Bom dia — disse Núbia ainda pasma.

No café da manhã Edgar e Núbia estavam à mesa em um silencio tranquilo até Iara, já vestida, surgir com um notebook. Ela afastou o café de Núbia e Edgar o que os fizeram olha-la acusativos, mas iara Ignorou suas caras bravas e posicionou o notebook de frente a ambos.

— O vídeo que te falei — disse ela com um sorrisinho para Edgar.

— Não sei se reparou, mas você atrapalhou nosso café — resmungou Edgar.

— É — concordou Núbia igualmente raivosa.

Iara abanou a mão.

— Ah, vocês podem comer depois, isso é bem mais importante, pode salvar nossas vidas!

— O que é? — perguntou Núbia mais interessada, porém com saudade do pão que comia segundos antes.

— Um vídeo que incrimina Jorge montes — disse Iara com um sorrisinho malvado.

Núbia fez expressão estranhada e Edgar fitou Iara, acusativo.

— Não acho que devia comentar sobre isso aqui.

— Ah Edgar, pare de querer poupar Núbia de tudo, ela é da família também, precisa saber e ajudar em nossos negócios.

— Eu não vou matar ninguém — avisou Núbia.

— Nem nós, querida. Não se preocupe.

Ela então apontou para o pen drive no notebook e fitou Edgar e Núbia como se fossem a plateia se sua majestosa apresentação.

— Já houve outros conflitos entre os Montes e Nós, e eu e Edgar decidimos assim nos preparar para algo realmente preocupante, isto é, caso nossa parceria com Jorge não existisse mais, poderíamos tê-lo em nossas mãos. Mas agora nem o que temos contra Jorge pode convencê-lo a prosseguir nossa parceria, mas... Podemos convencer a população a odiar tanto o prefeito, que a vila vai esquecer a raiva que sente de nós, eles irão atacar Jorge e logo precisarão de um líder e é aí que entramos para ajudar a pobre população. É esse nosso novo negócio, Núbia. Eu e Edgar montamos o plano ontem à noite e estamos dispostos fazer o que for preciso, e você?

Núbia assentiu tentando processar tudo aquilo, sua cabeça estava doendo e seus olhos inchados de tanto chorar noite passada e ela ainda estava destruída pelo o que descobriu sobre Cícero, então qualquer coisa que a fizesse esquecê-lo parecia bom, até mesmo ajudar em um plano insano do casal maluco que a criava.

— Entendi... Eu vou ajudar no que eu puder também. Mas o que exatamente tem no pen drive?

Edgar e Iara trocaram olhares satisfeitos e em seguida fitaram Núbia com o orgulho de pais que acabam de descobrir que a filha tem as mesmas vocações deles.

— Bem — prosseguiu Iara —, certo dia, após uma briga de Edgar e Jorge, eu fiquei pensativa e decidi que documentos não eram o suficiente, eu queria confissões e poderia tê-las com meus poderes de persuasão. Nessa data em especial seu avô foi ao Rio de Janeiro, resolver alguns assuntos profissionais.

— E ela convidou um homem a nossa casa — disse Edgar em tom mordaz —. Que esposa maravilhosa.

Iara revirou os olhos e Núbia contraiu os lábios e levantou as sobrancelhas numa expressão de quem prevê uma discussão.

— Não se apegue aos detalhes, Edgar! O que interessa é que ele veio, ficamos na sala conversando, bebemos um pouco e bem, bêbado e enfeitiçado, Jorge falou mais do que devia, mal sabendo que havia uma câmera escondida. Eu me amo!

Iara soltou uma risadinha maléfica e deu play no vídeo.

No Início, a câmera que focava no sofá da sala, emitia somente as vozes de Iara e Jorge.

— Jorge! Que bom que aceitou meu convite.

— Não vi motivo para fazer diferente — disse ele junto aquela risada digna de um político carismático.

— Entre, por favor... Desde que Edgar viajou me sinto meio sozinha — disse a Iara do vídeo fazendo Edgar bufar e revirar os olhos.

Iara sorriu constrangida e pausou o vídeo.

— Vou passar para frente, essa parte não é importante — disse ela passando o vídeo, mostrando cenas dela sentada no sofá junto ao prefeito sempre oferecendo bebidas a Jorge montes uns cinco anos mais novos. Iara sempre mexia o cabelo e sensualizava de forma sutil com o vestido provocante que usava na ocasião. O prefeito montes bebia e não resistia em olhar para Iara de forma maliciosa ás vezes. Essas cenas mesmo passadas de maneira rápida, fez Edgar fitar a esposa nada contente e Núbia soltar umas risadinhas.

Enfim Iara deu play.

— Isso, é aqui.

No vídeo, passados 20 minutos, o prefeito já parecia entorpecido, estava mais largado no sofá e sentindo-se claramente mais à-vontade enquanto Iara estava de pernas cruzadas o analisando.

— Então... Eu preciso lhe perguntar algo, curiosidade.

— Claro, diga.

Iara se aproximou o encarando nos olhos.

— É verdade que André matou aquele morador da vila?

— Eu não devia dizer isso — murmurou ele abestalhado.

— É claro que devia, deve ser muito difícil guardar tudo isso para si, desabafe! — Iara pegou o rosto de Montes — diga para mim tudo que nunca quis dizer a ninguém. Diga todo crime que cometeu ou que acobertou... Diga

Montes pareceu confuso de início, mas após alguns segundos calado e olhando profundamente nos olhos de Iara, ele começou a soltar confissões como uma metralhadora de pecados.

— Sim, André matou aquele morador, ele estava bêbado e dirigindo meu carro, sendo que ainda sequer tinha 18 anos, mas eu encobertei tudo. Também encobertei quando meu filho mais velho abusou daquela empregada. Meus filhos são monstros, porque também não sou santo, a vila fim do mundo é registrada como município, recebe verba do governo federal e estadual para ter estrutura de cidade, só está na situação que está porque eu desvio o dinheiro publico para minhas contas privadas, eu roubo essa cidade há anos!

Iara parecia empolgada.

— Diga, diga mais.

— André também assediou várias moças, paguei a elas para não o acusarem, como paguei minha nora para não comentar sobre o tapa que levou do meu outro filho. E quando eu era mais jovem... tive um filho com uma moça que vivia na vila, na época não era prefeito, mas era uma figura importante e casado... Ninguém podia saber sobre aquilo.

— E o que você fez? — disse Iara claramente segurando sua alma vingadora de mulheres.

Lágrimas escorreram dos olhos do prefeito.

— Eu mandei mata-la, ela e o bebê. Me arrependo tanto, eu era jovem, irresponsável, por isso não culpo meus filhos, na juventude fazemos coisas erradas mesmo.

Iara negou com a cabeça.

— Isso não é ser jovem, Jorge, isso é ser canalha, cruel, somente.

Jorge a fitou confuso e Iara tentou disfarçar com um sorriso.

— Já está tarde... O senhor devia voltar para sua casa antes que sua esposa sinta sua falta — opinou Iara o fitando e provavelmente o persuadindo e Jorge assentiu ainda com expressão de idiota misturada a embriaguez.

— Sim... Eu devia. Já te disse o quanto é bonita?

— Várias vezes.

Iara se levantou e Jorge tentou fazer o mesmo, mas caiu de volta no sofá.

— Por que o mundo gira? — perguntou ele confuso.

Iara revirou os olhos e gritou:

— Messias!

O capataz apareceu correndo e a imagem dele no vídeo fez um arrepio percorrer a espinha de Núbia.

— Senhora?

— Ajude Jorge a voltar para casa — ordenou ela e o capataz obedeceu dando apoio ao Prefeito, o ajudando a se manter de pé.

Iara imediatamente pausou o vídeo e fitou Edgar e Núbia esperando deles alguma palavra.

— Isso irá nos salvar — concluiu Edgar o que fez Iara sorrir satisfeita. — Definitivamente este vídeo é uma verdadeira bomba de alta periculosidade.

— Os Montes são muito nojentos — comentou Núbia fazendo cara feia.

— Exatamente, por isso não reclame de nós, você poderia estar em famílias bem piores! — disse Iara.

Núbia balançou a cabeça considerando.

— Mas e agora, o que vamos fazer com isso?

— Espalhar — disse Edgar colocando a mão no queixo — os moradores da vila precisam saber dos desvios de dinheiro primeiro, depois dos maus da família e enfim se revoltarão.

— Essa cidade nem internet tem, como se espalha algo num lugar desse? — reclamou Núbia.

— Da maneira antiga, meu docinho — murmurou Iara fechando o notebook, depois voltou-se a Núbia com um sorriso maldoso — fofoca.

 


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Notas finais do capítulo

Perdoem-me pela demora, vou tentar atualizar com mais frequência a História ;)



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