Overcome escrita por Downpour


Capítulo 9
Capítulo 8 - O passado não esta tão longe


Notas iniciais do capítulo

Oláa, tudo bem com vocês?
Eu sei, eu demorei e muito.
Tenho andado meio preocupada com as minhas notas, que ainda assim não estão como eu queria, então acabei deixando fanfics meio de lado. Resolvi tomar vergonha na cara, abrir o nyah, responder comentários, ir ler as fanfics que eu acompanho e postar um capítulo novo em Overcome.
Me desculpem meesmo, bem, deixando de lado esse monólogo. Vamos ao capítulo :)



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 8 - O passado não está tão longe



Kim Eunji, 2002

Cheongwa



De todos os lugares que eu mais detestava, o primeiro deles eram os cemitérios. Contudo isso não tinha muita importância naquele momento, eu detestava cemitérios mas sempre vinha naquele mesmo lugar para observar aquela mesma lápide.

Talvez isso não fosse muito saudável na época para uma criança da minha idade, mesmo assim eu sempre acabava ali. Em um momento ou outro me permitia derrubar lágrimas que eu segurava ao ver meus pais brigando, ou lágrimas que eu segurava ao lembrar que tinha a reputação de louca e delinquente. Para esquecer os motivos de eu fugir de casa toda tarde.

Olhei para o seu nome na lápide, sentia os cantos da minha boca estremecerem ansiando pelo momento em que eu me derramaria em lágrimas.

“Kwon MoonSeol”

 

Era incrível que desde quando ela tinha se suicidado, parte da família de minha mãe morreu. E a  minha mãe dificilmente sorria, meu pai chamava sua cunhada de “assassina suicida” e virava diversas garrafas de soju depois de discutirem por uma eternidade. Em alguns momentos eu já tinha chorado tanto ouvindo suas discussões que já não chorava, sentia minhas expressões faciais congelarem. Como se as minhas lágrimas para isso tivessem acabado.

Até ele achar outra, outra família melhor que a que ele tinha.

Então minhas lágrimas foram substituídas por remorso, não dele, eu tinha respeito demais do meu pai pra isso. Eu odiava aquela mulher e a filha dela. E foi naquele dia que uma Kim Eunji de oito anos prometeu a si mesma que tornaria o relacionamento dos dois um inferno, até que seu pai voltasse para casa.





Kim Eunji, 2012

Cheongwa




Meus olhos encontraram os de Jimin pela segunda vez naquele mesmo momento, ele franziu a testa tentando adivinhar o que eu pensava ao encara-lo. Mentalmente eu me perguntava se era comum um ser humano ser tão bipolar como ele, Jimin não estava magoado comigo? Não estava com medo? Não me detestava?

Mas agora ele estava na minha frente com o seu típico sorriso sacana que metade da escola julgava ser extremamente fofo.

— Então? — perguntou lentamente apoiando suas mãos em minha mesa.

Perto demais, pensei quando ele se inclinou em minha direção e eu recuei um pouco.

— Tudo bem, vamos fazer esse trabalho. — resmunguei procurando evitar que ele ficasse tão próximo novamente, aquilo tinha me dado arrepios de repente.

Ele tornou a sorrir e se virou para frente enquanto eu o analisava sem entender qual era o problema dele, resolvi deixar quieto eu nunca entenderia o que se passava na cabeça dele de qualquer maneira.

Quando o sino do intervalo tocou eu me juntei a Jungkook e Taehyung que conversavam animados sobre algo que eu realmente não compreendia. Me sentei na mesa dos meninos com minha típica cara de sono por ter virado a noite fazendo lições e ouvindo fantasmas desabafarem de madrugada. De alguma maneira ouvir fantasmas me desgastava aos poucos, mais do que a escola.

— ...Eu levarei Eunji-ssi para minha casa — ouvi Jimin falar diretamente com Hoseok, arregalei os meus olhos quase que me engasgando com o kimchi que eu comia — porque temos que fazer um trabalho de história local para quinta que vem.

— Desde quando esse dongsaeng começou a levar trabalhos escolares tão a sério? — Taehyung analisou o ruivo que revirou os olhos.

Hobi virou-se para mim com um olhar preocupado, como se mentalmente ele me perguntasse se eu realmente me sentiria bem indo para a casa de Jimin. Eu não sentia que era uma boa ideia, mas apenas balancei os ombros não dando muita importância para aquilo.




[...]






Já era a última aula do dia e eu estava extremamente cansada. Não aguentava mais resolver aquela lista enorme de exercícios, senti-me aliviada quando o sino tocou anunciando o fim daquela aula. Suspirei guardando as minhas coisas na mochila enquanto a professora resmungava algo como “Quero todos esses exercícios para amanhã completos.” Fingi não ouvir o que ela falava e peguei minha mochila começando a andar em direção a saída da sala de aula, eu andava distraída sem olhar para a frente. Assim que ergui meu olhar me deparei com ela, senti meu corpo suar frio.

Respirei fundo tentando me acalmar enquanto eu lentamente recuava alguns passos, minha sorte ou não, era que um amontoado de alunos se dirigiam para a porta e ninguém prestava atenção nos meus atos.

E como se nada pudesse piorar, ela virou a cabeça para trás, e seus olhos olhavam fixamente para mim.

Meu corpo gelou da cabeça aos pés, eu não conseguia fazer nada a não ser olhar para aqueles olhos totalmente negros e sem brilho. Recuei mais alguns passos e senti meu corpo colidir com algo, mãos me puxaram daquele monte de alunos apressados impedindo a gwishin de me ver.

Quando olhei para cima, me deparei com Jimin me olhando sem expressões faciais. Por um momento de impulso e medo, me aninhei a ele. Poderia jurar que ele me empurraria para longe, mas ele me puxou para perto e passou seus braços pela minha cintura enquanto eu escondia meu rosto em seu peitoral. Ficamos assim um bom tempo recebendo alguns olhares tortos até termos certeza de que o fantasma já não estava por perto. Nos separamos bruscamente como se nada houvesse acontecido.

— Hm, vamos. — Jimin resmungou começando a andar na minha frente.

Olhei para os lados ainda preocupada sobre o fato de que talvez ela estivesse por aí, atrás de mim, prestes a me matar.

Me senti extremamente aliviada quando chegamos no estacionamento da escola, suspirei com o coração tornando a bater novamente e me dirigi a saída da escola junto de Jimin. Ficamos parados em um ponto de ônibus olhando um para o outro sem assunto, a verdade era que eu não entendia o porquê de ele ter escolhido justamente eu para fazer um trabalho de sabe lá o que. Ele podia ter escolhido alguém mais próximo para isso, e não eu. Apesar disso, resolvi ficar quieta.

Entramos no ônibus e nos sentamos um do lado do outro, Jimin olhava para a janela enquanto a chuva respingava do lado de fora silenciosamente. Olhei para o outro lado com um suspiro fraco me distraíndo ao observar as pessoas no ônibus e na rua, o caminho passava lentamente me fazendo se sentir entediada e desejando já estar na minha casa. Liguei meu celular e coloquei meus fones de ouvidos, enquanto Twenty One Pilots tocava e eu sentia minhas pálpebras baixarem lentamente.





“Um sorriso maldoso brotou em meus lábios ao olhar para aquela garota com os olhos lacrimejando, inclinei a minha cabeça enquanto cruzava os meus braços com um sorriso vitorioso. Eu sempre ganharia dela não importava o que fosse, eu merecia aquela vingança, ela tinha me tirado tudo e eu logo também tiraria tudo dela.

Era isso que faziamos com ladrões.

Você é baixa Eunji. —  cuspiu enquanto lágrimas desciam pela sua bochecha.

Dei risada. Então agora estamos discutindo quem é realmente baixa?

Ela baixou a cabeça enquanto seu corpo tremia de ódio, mas eu não me importava com o que ela sentia em relação a mim. Estava magoada demais para me importar se ela me odiasse ou não, eu a odiava por ter me tirado o que eu tinha. Eu jamais a perdoaria por isso.

Me responda Chaeswa unnie —  pronunciei seu nome com deboche.

Nós costumávamos ser amigas, ela ergueu a cabeça me olhando com desprezo mas pelo que dizem você é realmente louca, eu nunca deveria ter feito amizade com uma doente como você.

Cale a boca! —  eu sentia a minha garganta rasgar enquanto eu gritava, minha voz saía rouca, doía muito. Você roubou a minha família. em um impulso de raiva chutei a sua barriga e congelei ao receber um olhar de ódio dela.

Meu corpo inteiro congelou e eu apenas conseguia respirar enquanto tudo rodava lentamente.

Chaeswa se levantava lentamente, vinha em minha direção e com um olhar raivoso desferia um tapa ardente em meu rosto.

Eu nunca tinha odiado tanto alguém na minha vida como aquela criança.”



Sentia alguém encostar em meu corpo fazendo com que eu acordasse daquele sonho, olhei em volta achando que a veria a minha frente, mas suspirei de alívio quando me deparei com Jimin resmungando que o nosso ponto de descer tinha chegado. Forcei um sorriso e desci do ônibus sentindo o meu corpo estremecer de medo, por que depois de tanto tempo eu tinha me lembrado daquilo? E além do mais? por que eu sentia medo?

Eu não estava errada.

Com um suspiro cansado eu olhei para o lado, a minha mente andava uma bagunça desde aquele acidente e eu só queria colocar tudo em ordem e poder terminar a escola e ficar bem longe tanto da Coréia quanto dos Estados Unidos. Agarrei a alça da minha mochila enquanto seguia Jimin pelas ruas de um bairro que eu desconhecia, paramos na frente de uma casa. A casa de Jimin não era muito cara e nem muito simples, mas era muito bonita e bem cuidada. Eu conseguia sentir o cheiro de comida do lado de fora.

— A sua casa é bonita. — disse educadamente para Jimin que apenas deu de ombros enquanto abria a porta.

Eomma, acabei de chegar, estou com uma colega de cla…

Antes mesmo de eu tirar meus sapatos, me deparei com uma mulher com os cabelos bem arrumados castanhos claros e um vestido e sapatos sociais me encarando de cima a baixo. Ela olhou friamente para Jimin, o mesmo não exibiu nenhuma emoção ao encará-la.

Annyeonghaseyo, eu sou Kim Eunji, colega de classe de Jimin oppa. — abaixei a cabeça rapidamente e formulei um sorriso apresentável, ao olhar para o lado percebi um sorriso malicioso no rosto Jimin assim que eu pronunciei seu nome junto da palavra oppa.

Respirei fundo mentalmente procurando não bater nele na frente de sua mãe.

— Hm, — ela comentou como se não fosse grande coisa — o jantar já esta quase pronto. Sintam-se a vontade para comer quando quiserem.

Jimin pediu para que eu o seguisse e entrou em seu quarto, assim que eu entrei ele fechou a porta e revirou os olhos enquanto tirava o agasalho da escola. O olhei com os olhos arregalados e logo me virei de costas para ele, não afim de observar aquela cena.

O quarto de Jimin era simples, tinham alguns posters colados na parede, alguns instrumentos musicais em um canto, um computador ligado aberto em alguma rede social, guarda roupa e uma cama. Ele jogou a blusa do agasalho na cama e suspirou lentamente enquanto eu estava parada sem saber o que fazer.

— Você vai ficar enfeitando o meu quarto feito uma estátua? — Jimin ergueu uma sobrancelha.

— Hm — resmunguei me sentando na cadeira que ele provavelmente usava para se sentar diante do computador — o quê vamos fazer?

— Eu estava esperando você perguntar isso. — suspirou novamente, abrindo sua mochila. De lá ele tirou pelo menos umas quatro folhas com xeroxs impressas de jornais e dois livros pretos encapados. — Vamos estudar história local de Cheongwa.

O olhei incrédula, em que universo alternativo ele se interessaria em aprender sobre isso?

Ele apenas me entregou alguns papéis enquanto eu ainda o olhava confusa, baixei meu olhar para a folha de papel.




“Caso de Suicídio na Escola Cheongwa II

abril de 1982

 

Já se fazem duas semanas de que a aluna Amaya Kinoshita se suicidou na cobertura da Escola Cheongwa II, a polícia continua fazendo severas investigações no caso. As suspeitas indicam que a garota era debochada por seus colegas de classe por ser estrangeira, além de que suas notas diminuíram consideravelmente. Apesar de sua irmã mais nova alegar que Amaya jamais cometeria tal ato, a polícia está começando a cogitar como um suicídio por faltas de provas.”



O outro papel aparentava ter sido arrancado de algum lugar, com algumas partes faltando.



“De acordo com a irmã de Amaya, ‘minha irmã nunca cometeria suicídio, ela sempre foi uma garota brilhante e alegre sempre querendo o bem dos outros e de si mesma’ apesar dessas falas a polícia encerrou o caso como suicídio. A família Kinoshita insistiu na história mas nada foi encontrado para reabrir o caso.

A família Kwon foi seriamente julgada como suspeita pela família Kinoshita, mas nada se passou de rumores sem algum embasamento para reabrir o caso…”


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Gente, ninguém chegou a comentar - ainda - sobre o fato de o Jin não ter aparecido, mas eu vou falar mesmo assim adnajdn Eu ainda, isso mesmo ainda minha mente preguiçosa não trabalhou isso direitinho, ainda vou inserir ele na história com um papel que tenha relação com o contexto dos gwishins. Pra falar a verdade, eu pensei em colocar ele como ceifeiro uahsuah Mas nao pensem que eu esqueci ele u.u
Quero agradecer de coração as pessoas que estão lendo/acompanhando/favoritando a fanfic, muito obrigada gente, principalmente por não desistirem dessa criatura desleixada, vulgo eu sz
annyeong~~