Overcome escrita por Downpour


Capítulo 8
Capítulo 7 - Fragmentos de Lembranças


Notas iniciais do capítulo

olaa, tudo bom, gente?
a minha semana foi muito corrida, me desculpem mesmo pela demora, aqui esta o capitulo uahsuha
não desistam de mim ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 7 - Fragmentos de Lembranças




"Eu assisti tudo na minha cabeça
Num sentido perfeito,
Eles vão me levar da minha cama
E ao contrário de levar tudo o que vale algum centavo, eles vão só me levar."

Female Robbery

 

 

Eu caminhava pelos corredores de escola acompanhada Taehyung e Jungkook, os dois conversavam baixinho enquanto eu me perdia em pensamentos como sempre. Entrei na sala de aula e me sentei no meu lugar, olhei para frente sentindo que algo estava faltando.

Park Jimin estava faltando.

Senti uma sensação estranha, noite passada eu tinha me sentido um tanto confortável com a presença dele e agora ele já não estava aqui. Por quê eu estava me sentindo assim em relação a ele?

Sunbae, — me inclinei na direção do Yoongi — Park Jimin não virá hoje?

O garoto me olhou de uma maneira indecifrável, deu um sorriso de canto fazendo com que eu corasse. Não devia estar perguntando de Jimin para um de seus amigos, eu era totalmente ingênua. Mas a culpa da noite passada ainda me consumia e eu não sabia o por quê.

— O que Jimin mais faz é faltar. — Yoongi deu de ombros falando com naturalidade — ele deve estar com alguma garota.

— Hm. — comentei dando de ombros tornando a olhar para a janela, remoí aquelas palavras por alguns momentos me perguntando se realmente se tratava daquilo mesmo, mas acabei por deixar quieto. Mesmo que alho se removesse no fundo do minha mente, dei de de ombros, não tinha porque eu estar me preocupando com alguém como o Jimin.

E foi assim que o dia se seguiu, nenhum sinal do ruivo e muito menos da garota da última carteira. As horas se estendiam lenta e vagarosamente seguidas por aulas entediantes que aumentavam o meu sono cada vez mais. Dias e mais dias se seguiram assim, Jimin continuava se sentando a minha frente, mas não conversávamos mais. Era como se aquela noite na biblioteca não tivesse tido a mínima importância ou se não tivesse acontecido.

De início eu não entendi a atitude dele, e até tentei conversar sobre, mas Jimin sempre estava ocupado demais para falar comigo. Ele não estava dando a mínima para aquilo, e eu não via mais aquela menina que se sentava no fundo da sala de aula.

Me senti estranha por isso, como se algo estivesse tremendamente errado de alguma maneira. Mas acabei por me deixar levar e esquecer o ocorrido, voltando para a minha rotina de sempre. Passar o dia inteiro estudando, conversar poucas palavras com os meninos nos intervalos, olhar o meu celular costantemente esperando mensagens que nunca chegava, ter pesadelos com Harry ou com a guishin.

Não podia negar que ainda estava com medo, claro que eu estava com medo. Apenas tentei esconder meu sentimento e seguir a rotina. De alguma forma, mesmo assim, senti que algo estava faltando. Queria que Jimin se virasse e conversasse comigo, nem que fosse para falar um “oi” ou até mesmo me provocar sobre algo aleatório ou cantarolar alguma indireta. Eu queria que Jimin prestasse atenção em mim.

Mas eu nem sequer  sabia o porque disso.

Semanas e semanas depois e já não aguentava mais a rotina de estudo das escolas coreanas, eu estava exausta, cansada e não aguentava mais. Era só mais uma tarde que eu passava depois do horário na biblioteca estudando o conteúdo que eu tinha perdido em uma aula de biologia porque eu tinha saido para ir ao médico.

Médico.

Desde criança eu detestava médicos, em especial os psicólogos e psiquiatras.

Detestava ouvir que eu alucinava coisas e devia tomar remédios para ansiedade. Odiava ouvir que eram coisas de crianças da minha idade, que por conta dos meus pais separados, eu só queria atenção e fingia ver almas.

Eu nunca tinha pedido para vê-las.

Eu também detestava remédios. Eles me deixavam muito calma e com muito sono, quando meus pais viam que eu não estavam bem me ofereciam uma pílula e em questão de alguns minutos meu organismo se acalmava aos poucos. Mas aqueles remédios nunca me impediram de ver os mortos, apenas me faziam fugir daquilo.

— Posso me sentar aqui? — uma voz doce me chamou a atenção do livro de biologia, ergui o meu olhar e me deparei com uma garota um ou dois anos mais velha do que eu vestida com o uniforme da escola. Não podia negar o quão bonita ela era, aquela garota eram incrivemente deslumbrante. Tinha seu cabelo castanho escuro bem penteado e repartido com algumas mechas de sua franja caindo em sua testa, os olhos grandes castanhos sorridentes e os lábios levemente rosados. Ela parecia uma boneca.

—Hm, claro. — me movi desconfortável, tirando alguns livros da mesa para que ela pudesse se sentar. Tornei a ler o livro e fazer algumas anotações silenciosamente em meu caderno.

A garota sorriu de canto e assim que se sentou começou a me observar descaradamente.

— Seu nome é Kim Eunji, não é mesmo? — ela perguntou com os olhos brilhando, franzi a minha testa tornando a olhar para ela. Como raios ela sabia o meu nome? Assenti de leve concordando.

— Hm, sim sou eu.

— Eu vim aqui para lhe dar um aviso, — a garota olhou para os lados da biblioteca como se a qualquer momento alguém pudese vê-la ali — você e aquele garoto, vocês estão em perigo aqui.

Franzi a testa mordendo a tampa da minha caneta curiosa. Por quê todo mundo naquela escola era incrivelmente estranho e começava a falar de coisas anormais como se fossem comum e super cotidiano?

Aquele garoto?

A garota bufou e revirou os olhos.

— O sobrinho da Min… — ela fechou a boca como se tivesse falado demais. — Park Jimin — corrigiu-se rapidamente com um sorriso forçado.

Eu fechei os livros e arrumei as minhas coisas balançando a minha cabeça lentamente. Já estava começando a aceitar a ideia de que eu realmente era louca e  tinha imaginado aquela garota, que Park Jimin nunca tinha falado comigo e que ainda porcima que eu não me importava com a maneira de agir dele. E agora aquela garota resolvia me contradizer tempos depois?

Era um pouco demais para mim.

— Yah. — ela disse em um tom mandão — Sabe o que você faz quando alguém mais velho fala sua pirralha?

— Aish. — franzi a testa me perguntando quem ela pensava que era para me tratar daquela forma, eu ainda iria demorar um bom tempo para me acostumar com a hierarquia de idades da Coréia. Eu simplesmente não conseguia respeitar aquilo a risca. —Olhe, eu não sei do que você está falando. E eu não tenho nada a ver com Park Jimin, e aliás, também não estou em perigo…

A garota deu risada debochada.

— Ah você sabe. — ela estalou a língua com um olhar de quem sabia muito mais do que estava falando, tornei a encara-la curiosa. Esse era o meu erro, me entregar facilmente a minha curiosidade, deveria simplesmente ter saído dali e ter seguido para casa. — Sabemos muito sobre você Eunji-ssi, sobre a sua perca de memória e sobre a garota que você arrastou para cá.

Franzi a minha testa a encarando com uma expressão incrédula, ainda não tinha me acostumado com uma pessoa falar comigo naturalmente sobre ver almas.

Novamente me perguntei como raios ela sabia daquilo, mas dessa vez não comentei nada que fosse me entregar tanto quanto fiz com Jimin,

— Que garota? — falei com expressão fechada, evitando demonstrar a minha curiosidade aguçada.

A menina semicerrou os olhos e sorriu vitoriosa para mim.

— Acho que você saiba muito bem que é aquela ruivinha estressada.

Um sorriso surgiu nos meus lábios ao mesmo momento que eu estava espantada e sem reação. Então Lizzie estava viva, e além do mais, estava na Coréia?

Meu coração se aqueceu com aquela possibilidade.

— Não se anime tanto, ela veio se vingar, — a menina sorriu de maneira macabra — Elisabeth está aqui para te matar.

Fechei meus olhos lentamente absorvendo aquela fala. Por quê o meu periodo de normalidade nunca durava muito tempo? Respirei fundo procurando me acalmar e moldar o melhor disfarçe possível. Sorri para ela.

— Eu não sei do que você esta falando unnie, se permite, estou me retirando.

Comecei a andar apressadamente para a saída da biblioteca a tempo de ouvir ela dar uma risadinha debochada.

— Eu sei que você está com medo Eunji-ssi, sou a sua única opção.





[...]







Eu sentia que eu iria começar a cochilar ali mesmo.

Estava em mais uma aula de Chinês e estava prestes a dormir com a cabeça apoiada na janela da sala de aula, a professora tinha uma voz tão calma e serena que me soava como uma canção de ninar. Tinha dormido tão mal nos últimos dias por conta do ocorrido na biblioteca que acabava cochilando em um aula ou outra.

— ...Então eu quero que vocês façam uma pesquisa em chinês com a sua dupla já pré-selecionada e me entreguem no fim desta semana. Lembrem-se de aplicar o conteúdo aprendido na aula de hoje, podem começar….

Senti minhas pálpebras começarem a fechar e minha visão se transformar em diversos borrões pretos, todo o meu corpo foi tomado por uma onda de moleza e eu sentia como se eu não tivesse mais a minha consciência.

“Eu não vou dar o celular!” sentia como se eu estivesse gritando aquilo desesperadamente, porém a minha boca não se movia e não emitia um som sequer.

“Me dê o celular.” a voz de Harry fez meu coração acelerar, não de uma maneira boa. Eu sentia medo.

“Isso é tudo culpa sua Eunji’ a voz estridente de Lizzie me acusava duramente, uma onda de tristeza e irritação percorreu o meu corpo naquele momento. De longe eu ouvia barulho de pessoas brigando, tentava aguçar minha audição e tentar escutar mas eu sentia como se meu corpo estivesse se distanciando daquele borrão.

— Eunji-ssi? — senti mãos sacudirem os meus ombros.

Abri os meus olhos lentamente me habituando a luz da sala de aula, me deparei com o rosto de Jimin a minha frente. Ele mantinha uma expressão dura, embora parecesse preocupado comigo.

— Huh?

— Você estava sussurrando um nome e me incomodou, — ele resmungou revirando os olhos e desviando o contato visual. — um tal de Harry — pronunciou o nome de maneira errada e com certo menosprezo.

Senti meu rosto empalidecer enquanto eu me lembrava vagamente de fragmentos do meu sonho.

— Então quer dizer que eu estou me lembrando. — sussurrei baixinho assustada.

O ruivo me encarou por alguns momentos, pude perceber que ele abriu a sua boca para me perguntar alguma coisa, mas ele apenas se manteve calado como se não quisesse ser muito intrometido. Deu de ombros fingindo não se importar com o fato de eu ter sussurrado coisas estranhas durante o sono.

— Sinto-lhe dizer, — ele fingiu um sorriso triste — mas temos um trabalho em dupla juntos, e eu não aceito não.


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