Overcome escrita por Downpour


Capítulo 4
Capítulo 3 - Gwishin


Notas iniciais do capítulo

Olaa, tudo bom com vocês amores?
Desculpa pela demora, estava meio ocupado com a escola e acabei perdendo o dia de postagem, sorry mesmo gente.
Espero que vocês gostem ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 3 - Gwishin



"Todas as vozes em minha mente
Me chamando, do outro lado
Me avise quando surtir efeito
E eu vi cicatrizes em cima dela
Me avise quando surtir efeito"

Ed Sheeran

 

Passei todo o intervalo procurando pela tal garota grosseira e não a encontrei, bufei, minha curiosidade era extremamente irritante em certos pontos. Eu queria questionar Park Jimin, mas não me parecia adequado no momento. Fui apresentada a uma enorme quantidade de pessoas, e acabei sem conseguir gravar o nome de ninguém. Durante a última aula Jimin manteve-se em silêncio evitando me olhar pelo reflexo da janela que nós dois olhávamos distraídos.

No fundo eu me perguntava o porquê de aquela unnie ser tão grosseira e sozinha, de algum modo senti compaixão dela. Queria me aproximar e fazer amizade com ela, mesmo que as pessoas a tratasse como se ela não existisse.

Assim que cheguei em casa fui bombardeada de perguntas de Hoseok e Taehyung, que aparentemente parecia morar naquela casa, sobre a minha quase pequena discussão com Park Jimin. Aparentemente alguém da sala ouviu e resolveu espalhar para o resto das turmas, me perguntei mentalmente o porquê de tanto alarde com o nome de Jimin.

— Você realmente respondeu ele?

— Aigo, eu não acredito que ele está sentado à sua frente. — J-Hope, como gostava de ser chamado, cruzou os braços e bufou.

— Por que todo esse burburinho com o nome dele? — perguntei me apoiando na mesa da cozinha enquanto fazíamos a lição de casa juntos.

Os dois se entreolharam e deram de ombros.

— Jimin não é um dongsaeng de todo ruim. — Tae comentou baixinho.

— Ele é um dos garotos mais populares de nosso ano, Jimin trabalhou bastante para reerguer sua reputação nos últimos anos… — Hope comentou pensativo enquanto batucava sua caneta em seu caderno — apenas não dê muita bola pra ele.

Aquela frase fez com que eu fosse - novamente - tomada pela curiosidade.

— Como assim, “reerguer sua reputação”? — olhei para os dois meninos que pareciam um tanto desconfortáveis de se pronunciarem.

— Nós evitamos falar sobre isso, deixa nosso dongsaeng bem sensível. Na verdade fizemos um acordo de não tocar neste assunto novamente, mianhe. — meu irmão respondeu pondo um fim na conversa.

Voltei o olhar para o meu caderno, mas ainda estava digerindo a fala dele. Não podia negar que de quando tinha “conhecido” Jimin tenha achado sua personalidade um tanto estranha, ele não aparentava ser um rapaz grosseiro mas mesmo assim agia como um. Era mais do que óbvio que ali tinha coisa. Mas acabei por resolver me contentar com aqueles cálculos matemáticos, a vida pessoal de Park Jimin não era da minha conta.











Park Jimin, Cheongwa

[06:03 AM]





Acordou com os ombros tensos, olhou para a garota em sua cama e deu um longo suspiro. Levantou-se de sua cama e retirou sua camiseta, deixando-a em algum canto do quarto enquanto dirigia-se para o chuveiro. Seus pais tinham saído para uma viagem a negócios, e sua casa não poderia ficar melhor no mais perfeito silêncio. Ligou o chuveiro e entrou debaixo da água morna. Seu pensamento voltou para Jung Eunji, ele não entendia como e porque justamente ela tinha conseguido vê-la, anteriormente somente ele conseguia fazer tal proeza. Assim que percebeu que ninguém olhava para a garota, que seu nome não era chamado durante a lista de presença soube que algo estava errado. Além disso, aquela garota tinha uma “aura” incrivelmente negra, o que fazia com que ele não insistisse em descobrir quem ela era, embora ele tivesse uma ideia.

Acabou por deixar aquilo de lado, não devia se preocupar com aquilo e nem queria. Mas depois de ter visto a meia irmã de Hoseok manter contato visual com a garota estranha ele sentiu receio, e Park Jimin sabia que só havia uma única pessoa que poderia tirar algumas dúvidas de sua cabeça, a sua avó.

Vestiu uma camiseta de manga longa preta e um jeans rasgado azul marinho, observou a garota dormindo em sua cama. Tentou lembrar seu nome mas nada lhe veio a cabeça. Bufou, detestava estranhos em sua cama. A rapariga certamente tinha saído do sofá e ido dormir com ele na cama. Pegou a garota no colo contra sua vontade e a deixou no sofá cochilando como uma pedra, resmungou algo e vestiu uma jaqueta de couro pronto para sair de casa. Pensou seriamente em expulsar a menina de sua casa, mas deu de ombros sabendo que sua irmã assim que acordasse começaria a gritar com a estranha dormindo no sofá e a expulsaria da casa com uma vassoura velha, sorriu ao imaginar a cena.

Sua avó ficava em um asilo a duas horas de sua casa, Jimin não podia deixar de se sentir mal. Desde quando seus pais tinham começado a trabalhar sem parar e seus tios se recusaram a cuidar de uma “velha caduca”, resolveram a colocar em um asilo entre Cheongwa e Busan, para assim os familiares poderem vista-la com mais facilidade. Era um bom caminho até o asilo, mas o garoto não se importava, sentia-se culpado por não poder tirar sua avó daquela prisão. Passou duas longas horas escutando música enquanto olhava para a paisagem através da janela do ônibus, percebia o olhar malicioso de algumas garotas sobre ele, mas incrivelmente ele não se importou ou retribuiu o olhar. Estava com a cabeça cheia demais para poder se preocupar com o flerte de desconhecidas. Deveria estar relaxado por conta da noite anterior, mas apenas se sentia mais e mais tenso.

Jimin sentia que algo estava não indo muito bem com sua irmã, sua noona constantemente chegava em casa mais tarde com expressão cansada e alguns machucados que ela alegava ser do seu esforço ao dançar. Ele sentia que não deveria ter deixado ela fazer tantas audições em diversas empresas de entretenimento, pois desde que ela tinha começado a trabalhar como trainee acabava não tendo descanso nenhum.

Desceu do ônibus e rapidamente entrou no asilo que lhe dava arrepios, procurou por alguns momentos por sua avó e assim que ele a viu, percebeu o sorriso da senhora ao ver seu neto depois de tanto tempo.

Annyeonghaseyo harmeoni — sorriu acenando ao se aproximar da senhora que estava em uma cadeira de rodas sendo cuidada por uma enfermeira.

— Você deve ser Park Jimin-ssi? Os deixarei a sós para que possam conversar. — a enfermeira se curvou e deixou os dois sozinhos na recepção.

— Yah! — a senhora resmungou — Que menino atrevido, depois de tanto tempo sem me visitar você sequer se curva, onde…

Apressadamente Jimin se ajoelhou no chão, chamando a atenção de todos os funcionários ali presentes, e se curvou diante de sua avó.

— Me desculpe harmeoni. — disse ao se levantar, sua avó suspirou e acenou com a cabeça.

— Leve-me ao parque. —  a avó disse e Jimin o fez, a levando segurando a cadeira de rodas até o parque do lado de fora do asilo. Quem olhasse de fora certamente pensaria que ali seria um bom lugar para repouso, claro, se essa pessoa não fosse a pessoa a “repousar” ali. — Então? —  perguntou assim que Jimin tinha se sentado em um banco.

— Eu tenho algo a perguntar para a senhora. —  disse em voz baixa olhando para os lados — Alguns meses atrás eu notei a presença de uma garota estranha na minha sala, até então resolvi deixar de lado, talvez ela fosse apenas um jovem excluída das rodinhas sociais da turma. Só que as coisas mudaram quando eu percebi que ninguém além de mim conseguia ver aquela garota, até uma novata chegar na escola e fazer contato visual com ela. Harmeoni, o que seria isso?

A senhora de cabelos grisalhos semicerrou os olhos pensativa olhando para o seu neto, desviou o olhar assim que um pensamento estranho lhe passou pela mente. Balançou sua cabeça procurando afasta-lo, não, não era nada daquilo.

— Bem, pode ser um guishin escolar com assuntos pendentes. Talvez  essa estudante tenha morrido tentando fazer um teste importante e não conseguiu concluí-lo, existem milhares de possíveis motivos. Apenas a evite e tudo ficará bem, — a senhora suspirou —  e também avise a garota para não entrar em contato com o guishin.







Kim Eunji, Cheongwa

[15:54 PM]





Cocei meus olhos pela milésima vez naquele dia, tentei me focar no que a professora de sociologia dizia mas minha mente estava simplesmente dispersa naquele momento. Olhei para o fundo da sala de aula e a encontrei ali igualzinha ao dia anterior, trajava um uniforme antigo e amassado e tinha os cabelos negros lisos cobrindo parte de seu rosto pálido. Se eu não estivesse tão curiosa e disposta a ajudá-la, diria que aquela garota era tão assustadora que poderia ser uma ótima intérprete de algum dorama de horror. Vez ou outra eu olhava para Kim Taehyung que se localizava na outra ponta da sala de aula, Tae eram um aluno bem diferente e um tanto engraçado. Seu olhar estava perdido em um inseto que andava por sua mesa, ele o encarava curiosamente com um sorriso abobado no rosto. Sorri de leve com isso, ele parecia ser alguém bem legal, não me surpreendia ele e Hoseok serem melhores amigos.

Comecei a rabiscar alguma coisa na última folha de caderno para passar o tempo, era incrível o como aquela aula monótona não queria passar. Não tinha nenhuma mensagem em meu celular, e se eu sequer o ligasse a professora tinha o direito de confiscá-lo e eu não tinha ninguém para conversar. Naquele breve momento senti saudade da minha velha escolar em Portland, Lizzie e Dana sempre me convidavam para matar aula e conversar nas arquibancadas do campo de futebol americano. Já essa escola era extremamente organizada e rígida, além de passar basicamente o dia inteiro na escola estudando e sentir minha vontade de estudar se esvair do meu corpo de tanto cansaço, ainda tinham as lições de casa e os trabalhos em grupo, claro, todos valendo mais de metade da nota bimestral.

Pensar em Lizzie e Dana fez o meu pensamento recair automaticamente em Harry, eu deveria agradecer ao Universo por omma não saber de nosso relacionamento. No fundo eu sabia que meu ex não era um garoto para mim e eu não era uma garota para ele, simples assim. Mas a adrenalina de estar com ele e com as meninas, de fazer parte de um grupo e não ser a criança que todos evitavam e sim uma garota normal era tentadora. Apesar disso ele me machucava pelo simples fato de eu não poder tê-lo, e agora ele sequer se importava mais comigo ou algo que ligasse à minha pessoa.

Divagar sobre Harry me trouxe uma sensação estranha e um arrepio, algo estava errado. O sentimento apaixonado que eu costumava ter por ele ao pensar nele tinha mudado, tinha se tornado algo sombrio e eu não sabia o porque. Parte de mim sabia que algo importante tinha acontecido naquele acidente, eu só não conseguia me lembrar.

Meus pensamentos foram interrompidos com o sino, anunciando que as aulas tinham acabado. Guardei minhas coisas apressadamente assim que percebi que a garota do fundo se preparava para ir embora. Não demorou muito para que todos os alunos tivessem saído da sala.

— Yah, unnie! — resmunguei tentando alcança-la, mas fui impedida por uma mão segurando o meu pulso puxando-me para trás repentinamente







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