Bangtan Boys - Park Jimin
Overcome
Capítulo 25 - Broken Home

“Onde você está?
Oh, você
Por que você está chorando?
Somos apenas eu e você aqui
Eu e você
Oh, você”
4O’ Clock

Cheongwa, 2012
Park Jimin

Já era praticamente madrugada quando Jimin estava deitado em seu sofá assistindo qualquer programação aleatória na televisão, ele ainda se sentia estranho por finalmente ter falado tudo o que queria falar para Eunji. Não podia negar que estava contente em saber o que a garota pensava e em como ela estava se sentindo . Agora ele não precisava ficar reprimindo seus sentimentos por ela, eles só teriam de ter calma. Hoseok demoraria para aceitar a informação, e o irmão mais velho de Eunji, que ela chamava de Suho, parecia ser mais protetor que Hoseok.
Apesar de o diretor ter os chamado para conversar sobre suposta foto, Jimin não teve problemas com isso, agora estava preocupado com Eunji. Faria o possível para a mãe dela não descobrir nada, muito menos Hoseok.
Foi tirado de seus devaneios quando ouviu seu celular vibrar várias vezes seguidas, poderia jurar que era Moonsuk, desesperada do jeito que ela era, só poderia ser aquela garota. Revirou os olhos, não estava a fim de conversar com ela, então apenas ignorou o celular.
Mudou o canal na televisão, dessa vez passava algum tipo de documentário sobrenatural de caça fantasmas, Jimin revirou os olhos novamente se perguntando como as pessoas conseguiam achar isso divertido. Seu celular tornou a vibrar, ele irritado resolveu ver quem o ligava sem parar. Quase caiu para trás ao perceber que era seu hyung.
— Tae? — perguntou assim que atendeu.
— Hoseok quer falar com você — estamos te ligando faz quase uma hora e nada de você dar sinal de vida. — Onde você está?
— Eu estou em casa...vendo televisão? — o mais novo disse confuso, no fundo da ligação pode ouvir Hoseok resmungar algo nervoso.
— Pergunte se ela está na casa dele. — ouviu Hoseok falar para Tae pelo outro lado da linha.
— Ele quer saber se você está com a Eunji-ssi.
Jimin franziu a testa começando a ficar preocupado, aliás, já se passava da meia noite. Será que seu hyung tinha descoberto?
— Anya, por quê? Algo aconteceu com ela? — disse levantando-se do sofá com um pulo — eu estou indo aí agora. — disse desligando a ligação e jogando o celular no bolso de seu moletom.
— Jimin? — ouviu sua noona o chamar enquanto ele procurava as chaves da casa no bolso de sua calça — Aonde você está indo?
O garoto apenas bagunçou seus cabelos olhando para a irmã estático.
— Eu já volto noona, estou indo na casa do meu hyung.
— Essa hora? — ela exclamou.
Antes que Jimin fosse protestar com a irmã, viu por baixo do moletom que a irmã usava uma mancha roxa.
— Noona! — exclamou preocupado segurando o pulso da irmão e vendo a marca roxa e sua pele pálida, a analisando bem, parecia que sua irmã não estava se alimentando direito. — Você se machucou na empresa de novo?
A loira puxou seu pulso bruscamente, e um tanto assustada. Não esperava que Jimin percebesse a mancha.
— Eu caí em um ensaio. — resmungou.
— Mas…
— Debutar é difícil Jimin, — ela disse duramente — Eu só estou apenas me esforçando…
— Mas noona…
— Vá, — ela disse cansada — seu amigo precisa de você.
Jimin estava com pressa demais para reparar nas lágrimas que se formavam no canto dos olhos da irmã.

Me desculpe por não ser melhor,

Me desculpe por não ser a noona que deveria estar ao seu lado

Desculpe-me por nunca estar em casa

Me desculpe por nunca ter percebido que você estava quebrado assim como eu.

Me desculpe.

[...]

Jimin nunca tinha visto Hoseok tão cansado e nervoso ao mesmo tempo, aquilo era alarmante considerando que seu amigo era sempre sorridente e animado, algo estava muito errado. Taehyung estava do lado de Hoseok conversando baixinho com ele, enquanto Suho estava sentado na sala ao lado da mãe de Eunji.
— Nós temos que ir na escola procurar por ela. — Suho disse.
— Eu não consigo acreditar que eu realmente acreditei naquela dongsaeng, isso é tudo culpa minha. — Hoseok afundou sua cabeça em suas mãos.
— Querido por favor — a senhora Kim protestou com os olhos lacrimejando.
— Eu acreditei quando ela me disse que Eunji iria ficar até mais tarde estudando...Eu deveria ter ido atrás dela…
Jimin assistia aquela cena sentado no sofá da sala, nada daquilo que ele estava ouvindo parecia fazer algum sentido.
— Vocês já ligaram para Rosé e Sana? — o ruivo perguntou e os meninos apenas assentiram. — Eu vou procurá-la na escola. — disse engolindo em seco, se a garota ainda estivesse na escola, talvez aquela gwishin estivesse finalmente tentando se vingar dela.
— A escola está fechada agora. — a mãe de Eunji sussurrou com a voz fraca.
— Não tem problema. — o garoto disse se levantando.
— Yah, dongsaeng! — Hoseok exclamou se levantando do sofá, por um momento Jimin achou que seu hyung brigaria com ele, — vamos juntos.
— Eu levo vocês. — Suho disse abalado enquanto pegava a chave do seu carro.
A senhora Kim tentou protestar, alegando que não era seguro sair assim no meio da noite, mas os meninos não deram ouvidos indo diretamente para a garagem. Taehyung abriu a porta do carro e os meninos entraram apressado enquanto Hoseok mandava mensagens para a irmã.
Em alguns minutos andando de carro pela estrada eles viram uma menina na frente de um ponto de ônibus enrolada em um cobertor com o rosto completamente vermelho.
— É ela! — Hoseok exclamou enquanto Suho freava o automóvel bruscamente.
Olhando de longe, ela parecia estar apenas com frio enrolada naquele cobertor, de perto via-se o verdadeiro estrago. Uma cicatriz com sangue seco em seu supercílio, sua bochecha vermelha, um arranhão em seu pescoço e a boca ressecada. A marca de lágrimas em seus olhos eram extremamente visíveis.
— Eunjinnie. — Jimin abriu a porta do carro, sem se importar se os irmãos dela estivessem ali o observando — O quê aconteceu com você?
O olhar de Eunji subiu lentamente do chão até o rosto preocupado de Jimin, lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos novamente.
— Jimin.
— Coloque ela no carro. — Suho pediu para Jimin e o mesmo assentiu, guiando a garota para o banco de trás. O mais velho ligou o aquecedor do carro, olhou para a irmã mais nova com preocupação, nunca tinha visto ela daquela maneira. Já tinha acontecido de ela ter tido alguns surtos e ele ter presenciado, mas não tinha sido nada tão chocante como aquilo. — Onde você esteve?
Pela primeira vez naquele momento Eunji se moveu para secar as lágrimas em seu rosto, seu olhar deparou-se com o de Junmyeon e Hoseok, ambos preocupados.
— Eu estava na biblioteca. — ela respondeu tentando esboçar um sorriso.
— Omo, como você conseguiu esses machucados? — Hoseok disse espantado.
— Eu caí. — a voz da garota falhou, ela se sentia envergonhada demais para olhar para Jimin, ela tinha medo de que se ela encostasse nele Moonsuk estivesse ali olhando.
— O quê realmente aconteceu? — Jimin perguntou com uma voz doce cheia de preocupação.
— Nada demais.
— Então por quê você está chorando?
Ela afundou o rosto em suas mãos, mostrando mais machucados deixando Jimin mais preocupado do que já estava.
— Quem fez isso com você? — Junmyeon perguntou se inclinando no banco de motorista.
— Está doendo. — ela sussurrou com a voz fraca.
— Nós vamos te levar para casa e cuidar de você, mas depois, você nos dirá o que aconteceu exatamente?
Ela apenas balançou a cabeça positivamente como se não tivesse nenhuma escolha.

Cheongwa, 2012
Kim Eunji

Taehyung me estendeu uma xícara com chá, que alegou ser medicinal, enquanto Suho cozinhava algo para eu comer. Minha mãe já tinha me abraçado pela milésima vez naquela noite, e aquilo me deu um aperto no coração. Eu não queria chorar de novo, então me contive, mas eu gostava de perceber que a minha mãe realmente se preocupava comigo. Não estava acostumada a receber tantos abraços e tantos mimos, meu pai era sempre ocupado com o trabalho, então quase nunca nós vivíamos um momento em família.
Olhando nos olhos dela, eu percebia que ela olhava para mim e para Jimin disfarçadamente, minha omma sabia sobre nós. Talvez na verdade ela soubesse antes de eu sequer perceber meus sentimentos.
Me senti aliviada por ela não comentar nada.
Jimin estava sentado de frente para mim, ele tinha acabado de reclamar que eu tinha o preocupado demais, tinha me feito prometer que nunca mais faria isso. Um pequeno sorriso se formou no rosto de minha omma, eu sabia o que se passava na mente dela. Diferente de Harry, Jimin estava se importando comigo.
— E então? — Suho perguntou autoritário quando colocou uma porção de ramén e kimchi para eu comer sobre a mesa.
— Nós queremos a verdade. — Hoseok me olhou sério.
Suspirei começando a contar o porquê de eu ter ido parar na biblioteca e o porquê de ter me machucado, claro, eu não mencionei que fui porque achava que a pessoa que queria me encontrar era Chaeswa, e muito menos porque eu apanhei de uma ex namorada psicótica de Jimin. Apenas aleguei não conhecer a menina, o que em partes era verdade
Chocada a minha mãe quis reagir, ir para a escola fazer uma reclamação, ou simplesmente uma denúncia, mas eu apenas disse que não tinha provas de que a garota tinha me machucado, então por enquanto, de nada adiantaria.
A única coisa que eu me lembrava daquela noite foi do olhar pensativo de Jimin.
Eu gostava e ao mesmo tempo não gostava de vê-lo assim, porque eu nunca poderia saber o que se passava na mente dele, e agora, eu tinha quase que certeza que ele tentava descobrir quem aquela garota que eu mencionei era.
Ele me olhou como se soubesse exatamente o que tinha acontecido, e exatamente sobre quem eu estava falando.
E era isso que me assustava.