Overcome escrita por Downpour


Capítulo 21
Capítulo 20 - There'll be Better Days


Notas iniciais do capítulo

olaaa pessoas maravilhosas ♥
tenho um aviso para vocês, essa semana eu estarei (literalmente) atolada de provas, e como eu não quero acabar deixando vocês na mão eu irei programar um novo capítulo para quarta feira de manhã, okay? Eu não irei ter tempo de abrir o nyah e responder comentários, mas no fim de semana darei o meu melhor para responder vocês :)
outra coisa que eu gostaria de falar, vocês preferem capítulo mais longos ( de 2.500 palavras para cima) em um espaço mais longo de tempo, ou capítulos mais curtos (de 1.200 a 2.00 palavras) em um espaço de tempo de 1/2 vezes por semana? Só por curiosidade mesmo :)
Eu queria agradecer de coração a Chay por ter recomendado a fanfic, e eu sugiro a você que de uma passada no perfil dela e vá ler Butterfly ♥ Muito obrigada por ter recomendado ♥3



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 20 - There'll be Better Days

 

 

  Senti meu pulmão doer enquanto eu me levantava do chão fazendo uma careta de dor, eu não conseguia acreditar no que diabos que tinha acabado de ver. Pisquei duas vezes enquanto a neblina branca subia, e a única coisa que eu conseguia ouvir era a minha respiração assustada. Senti meu ombro doer, um gemido escapou da minha boca enquanto eu me apoiava o meu corpo para se levantar. Eu me sentia zonza, completamente pálida e sentia que desmaiaria a qualquer momento.

Banheiro. Eu queria ir ao banheiro.

Comecei a descer as escadas lentamente, tudo que aconteceu ainda reprisava na minha mente. Era informação demais.

Dongsaeng? — Sana me encarou quando se encontra comigo no meio da escadaria — Você está bem? Parece que acabou de ver um fantasma…

Apenas acenei com a cabeça e entrei no banheiro mais próximo, em questão de minutos eu me vi vomitando todo o meu café da manhã.

Dei uma olhada no meu reflexo doentio no espelho. Eu não conseguia acreditar, Elisabeth tinha ido embora. Meus olhos começaram a lacrimejar, e eu não sabia se era por conta da minha aparência miserável ou pelo fato de eu ainda me sentir culpada por sua morte. Se eu nunca tivesse ido para aquela boate então Elisabeth ainda estaria viva.

Lavei o meu rosto com água gelada e tentei controlar a minha respiração afoita. Olhei para o meu reflexo procurando por Liz, senti a realidade me atingir quando percebi que ela não iria aparecer nunca mais. Era a minha culpa, sempre fora, ela tinha ido embora por causa de mim…

Para onde a alma dela tinha ido?

— Me desculpe, meu Deus, me desculpe Lizzie. — tapei a minha boca para abafar o choro.

O sinal tocou. A próxima aula já tinha começado e eu não estava na sala de aula, sabia que seria punida por isso. Mas eu certamente não estava com o emocional bom o suficiente para voltar para a sala de aula. Fiquei uns bons minutos em transe olhando para o meu reflexo, sem saber sobre o quê exatamente eu estava pensando de verdade. Quando me dei conta muito tempo já tinha se passado. Fiz um esforço para melhorar a minha aparência e saí do banheiro indo para a sala de aula, não me surpreendi quando a professora de inglês me esperava na porta com um pedaço de metal nas mãos.

Engoli em seco.

— Posso saber o por quê do seu atraso?

Meu olhar desfocou quando eu percebi que a sala inteira me encarava em silêncio.

Eu queria gritar dizendo que eu quase tinha sido atirada da cobertura, queria falar que a minha melhor amiga tinha tentado me matar...Ela tinha tentado me matar…

— Me desculpe professora eu… — olhei para a expressão furiosa dela, eu realmente não sabia como amenizar aquela situação.

— Me estenda a sua mão.

— Mas… — contestei arregalando meus olhos, antes mesmo que eu visse ela atingiu aquele pedaço de metal na palma da minha mão.

— Vá agora para a enfermaria e mande ligar para seus pais, não quero uma aluna doente em minha classe.

— Sim professora. — sussurrei cabisbaixa, tudo em mim doía, não só dor física como emocional. Peguei a minha mochila e saiu da sala de aula em disparada e passei reto pela enfermaria, não queria que a minha mãe soubesse que eu estava doente na escola.

Como a minha casa estaria vazia até Suho voltar de uma reunião que o fez faltar na escola, eu acabei indo para lá. Troquei de roupa colocando uma calça jeans, um moletom e um casaco. Pensei em comer alguma coisa, mas meu estômago estava tão ruim que eu resolvi apenas escovar meus dentes.

Sentei na cama de meu quarto com um suspiro pesado, eu ainda queria chorar mais, queria gritar e sair correndo sem rumo. Contato controlei os meus sentimentos, ou ao menos tentei. Quando meu olhar recaiu no amuleto que a harmeoni de Jimin mordi meu lábio inferior ao cogitar a ideia de ir visita-la. Eu não sabia como explicar ao certo, mas eu sentia como se ela fosse a única pessoa no momento qual eu pudesse conversar. Aquela senhora tinha me passado tanta tranquilidade e segurança da outra vez…

Coloquei um cachecol e com um suspiro cansado resolvi sair de casa e ir atrás daquela casa de repouso. Tive que andar algumas quadras para encontrar um ponto de ônibus, não me surpreendi quando começou a garoar. De alguma maneira a garoa que caía nos meus cabelos assemelha-se com o meu estado de espírito, disperso, distraído e entristecido. Dei sinal para o ônibus e me sentei em um lugar com vista para a janela, pluguei meus fones de ouvido no celular e comecei a ouvir música como uma tentativa de me distrair. Fechei meus olhos tentando me concentrar na música enquanto a chuva batia na janela do ônibus, aquilo acabou fazendo com que eu adormecesse em um sono sem sonhos.

Acordei com a minha cabeça doendo e com o meu corpo quente, resolvi apenas tomar algum remédio para dor. Olhei novamente para a janela reconhecendo que em poucos minutos eu estaria na casa de repouso da avó de Jimin. Tentei arrumar os meus cabelos com os dedos enquanto ouvia a conversa dos passageiros do banco de frente.

— Aigo, eu estou preocupada com o nível do mar… Ele tem subido bastante ultimamente, muito mais que o normal. Appa comentou que durante uma pesca a equipe dele acabou uma enorme baleia morta…

Eu apenas franzi a testa olhando para a tela do meu celular, como sempre, sem notificações. Dei de ombros e desci do ônibus me deparando com o enorme prédio do asilo. Provavelmente de fora aquele lugar parecia emanar paz, a casa de repouso tratava-se de uma construção completamente branca com a presença de colunas gregas na entrada. Havia um enorme florido jardim na frente, embora o cenário do céu acizentado e as gotas de chuva o tornassem um tanto deprimente. Aquele lugar até que era bonito e reconfortante.

— Meu nome é Kim Eunji… — eu murmurei para a recepcionista.

— Omo, você é a namorada do menino Jimin! — a recepcionista disse com um pequeno sorriso malicioso — Se me permite dizer a senhorita deu sorte…

Abri a minha boca procurando as palavras certas para responder ela, mas apenas fiquei quieta.

— Irei chamar a senhora Park para conversar contigo.

— Gomawo. — eu sussurrei em um tom de voz baixinho enquanto me dirigia para a sala de espera. Me sentei em uma das cadeiras dando um suspiro cansado, fechei meus olhos, eu só queria um lugar silencioso para poder chorar até conseguir dormir.

— Omo, criança, o quê veio fazer aqui a essa hora? — a ahjumma disse em sua cadeira de rodas com um olhar preocupado, eu não sabia dizer se era “sensor de avó” mas pelo meu rosto ela conseguia ver que eu estava doente.

— Annyeonghaseyo, — disse com a vó cansada, coisa que ela não deixou passar batido — desculpe a incomodar, eu não tinha para onde ir — sussurrei com os olhos transbordando por conta das lágrimas —… eu não tinha ninguém para falar nada sobre…

— Está tudo bem criança, não chore. Venha. — ela pediu com um sorriso gentil que eu a seguisse para o jardim, ela parou ao lado de um banco de madeira e pediu que eu me sentasse.

Abaixei o meu olhar com vergonha enquanto me sentava.

— O que está a afligindo?

Então eu falei tudo, contei tudo o que eu estava carregando, disse o quão estava doendo. O como aquilo estava me assombrando, com quanto medo eu estava.

— ...E ela tentou me matar…

Quando eu admiti aquilo em voz baixa as lágrimas grossas começaram a descer pelo meu rosto e pingar na palma da minha mão que estava vermelha.

— Então eu resolvi vir aqui, falar com a senhora. Me desculpe por atrapalhar…

— Ani — ela disse com um sorriso gentil. — Eu sabia que hora ou outra você me procuraria, Eunji. Sei que não está sendo fácil para você lidar com uma situação que não é sua culpa, mas eu peço para que seja forte, lute contra isso e uma hora acabará. Quando você era uma criança você pediu para Jimin para de chorar, não pediu?

Ergui o meu olhar para a ahjumma que me sorria exatamente como Jimin, senti meu coração afundar ao lembrar-me dele.

— A senhora também sabia que nós já fomos amigos… — murmurei surpresa enquanto ela apenas concordou.

— Você pediu para o meu neto parar de chorar, porque por mais forte que o maremoto venha uma hora as marés irão se acalmar e tudo irá ficar bem. Não há palavras para que eu expresse o quão grata eu sou por você ter ficado do lado dele naquela época. — a senhora sorria para mim enquanto eu chorava, sentia um misto de culpa, medo e mágoa. — Jimin no fundo também é muito grato a você por isso. Então eu peço que você não se deixe abalar por mais difícil que a situação seja, porque as coisas ainda irão piorar…

“Vocês dois estão correndo contra o tempo, ainda há muito que os dois não sabem. E devo admitir que realmente não será fácil. A situação que você passou foi horrível sim, mas não deixei seus demônios vencerem. As situações difíceis vem para que nós fiquemos fortes, fugir desse tipo de situação altera tudo e te torna covarde por não enfrentar os seus medos.”

“Não tenha medo criança, e não chore, muito ao contrário sorria. Sorria acreditando que o dia de amanhã será melhor.”

Limpei as lágrimas do meu rosto com um soluço fraco.

— Muito obrigada ahjumma. — eu disse com um pequeno sorriso triste.

— Eu também peço que você tome cuidado, — ela alertou — Kwon Moonseol não é exatamente como você imagina. Ela era líder do trio mais poderoso na sua época de escola, ela, Oh Minjoo e Lee Soyeon. Ela escolheu Amaya como um alvo propositalmente, Moonseol queria conquistar a confiança de seu avô e assumir a empresa Kwon.

— Então... Então, Jimin estava certo? — perguntei surpresa e ela acenou com a cabeça. — Aish, eu só queria que isso acabasse logo de uma vez.

[...]

Mesmo na volta do caminho eu me permiti chorar um pouco, eu estava me sentindo acabada devastada. Embora ter conversado com a harmeoni de Jimin tenha acalmado o meu coração. A paisagem  através da janela do ônibus passava lentamente, ainda era de manhã, provavelmente quase meio dia.

Me distraí com a vista de um lugar majestoso, eu não sabia explicar como e por quê, mas eu simplesmente desci do ônibus e fiquei parada olhando.

Era uma igreja que tinha um aspecto europeu antigo, sua construção era completamente majestosa e a única coisa que eu conseguia fazer era observar abismada, pensando em como algo poderia ser tão bonito.

— Com licença? — uma freira me tirou de meus pensamentos, ela provavelmente deveria ter me visto parada observando a igreja com um sorriso nostálgico. Eu não conseguia entender, mas eu sentia nostalgia ao olhar para aquela igreja.

— Oh, me desculpe. Eu parei para observar. — disse com um sorriso torto.

A ahjumma sorriu para mim compreensiva.

— A senhorita me parece uma criança que vinha aqui todas as semanas. — disse a freira com um olhar distante, como se estivesse se perdendo em uma memória antiga.

— Pareço? — perguntei enquanto seguia a freira que adentrava na igreja.

Fiquei mais surpresa ao olhar a parte de dentro da igreja, as paredes, os vitrais, o altar. Cada coluna daquele lugar era majestosa, a simples forma como o sol refletia nos vitrais…

— Sim. — a ahjumma disse se sentando em um dos bancos indicando para que eu me sentasse também.

Apesar de toda a dor do meu coração, eu me sentia leve ali, como se estivesse conectada a aquele lugar. De alguma forma, era como se o peso que estava em meu coração tivesse ido embora, nem que temporariamente.

— Ela vinha com seus pais todos os domingos, sua mãe costumava fazer uma trança em seu cabelo e ela costumava vestir um vestido branco florido. Kwon Eunji era o seu nome, — a freira sorriu — aquela criança sempre cantava no coral quando possível, ela tinha um melhor amigo. Eles não se desgrudavam a momento algum, Park Jimin, era o nome dele.

“Em algum momento, ela começava a vir para cá sozinha, eu costumava assistir a aquela pequena se sentar nos bancos do fundos e passar várias horas ali, mesmo que não tivesse missa a pequena continuava ali. Certa vez, curiosa como sou, fui a perguntar o por quê de ela ir para cá e sempre se sentar naquele mesmo banco.”

“Foi quando a pequena me disse que preferia estar ali do que estar em casa, era mais silencioso e lhe transmitia mais paz. Aos poucos o sorriso daquela pequena foi sumindo, juntamente com a sua presença. O seu melhor amigo também começou a sumir com o tempo, eu não via mais o sorriso daquele menino ao ver sua melhor amiga em seu melhor vestido. Afinal eles tinham crescido.”

— Você tem uma ideia do que tenha feito a menina se afastar? — perguntei com os olhos lacrimejando.

— A vida costuma ser assim criança, — ela me olhou triste, algo me fazia gostar daquela ahjumma — espero que aquela criança esteja vivendo bem.

— Eu também. — respondi quase que me engasgando com as lágrimas.

Fiquei mais algum tempo ali observando o lugar, exatamente como eu fazia quando criança, e quando me despedi da ahjumma, pude jurar ter ouvido ela falar “Eu sabia que um dia você voltaria pequena Eunji.”

Jimin [ 11:20 AM ]

Yah, Eunji onde você está? Uma amiga sua me disse que você estava aparentando estar doente.

Jimin [ 11:40 AM ]

Você está bem? Está com dor?

Jimin [15:34 PM]

Yah, você não vai sequer ler as minhas mensagens?

Jimin [17:21 PM]

Se você não me responder eu vou atrás de você, como você vai embora doente? Aish

Dei um sorriso bobo ao visualizar as mensagens de Jimin.

Hoseok oppa [17:23 PM]

Eunji, meu dongsaeng me disse que você está doente e ainda por cima não esta na escola. Onde você está? T-T

Sana unnie [17:21 PM]

Eunjinnie, onde você está?

Rose unnie [13:23 PM]

Dongsaeng, está tudo bem?

Resolvi ir na frente da cafeteira em que Rose trabalhava, afinal eu estava morrendo de fome e de cansaço. Não me surpreendi quando ela me olhou assustada.

— Yah! Sana me disse que você estava doente — ela me olhou preocupada vindo medir a minha temperatura com a palma da mão. — Você está fervendo! Aigoo…

Eu apenas a olhei com um sorriso cansado.

— Me desculpe.

— Aigo, — ela cruzou os braços — sente-se em alguma mesa, eu vou lhe trazer algo para comer.

Eu apenas assenti com a cabeça com um sorriso cansado.

“Tá tudo bem vir aqui quando eu falo: Um, dois, três, esqueça

Apague todas as memórias ruins, segure minha mão e sorria”

2!3! (Still Wishing there’ll be Better Days), BTS.


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Notas finais do capítulo

e aí, o que acharam do capítulo?
muito obrigada por terem lido até aqui ♥
annyeong ~~