Overcome escrita por Downpour


Capítulo 18
Capítulo 17 - Pequena Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Olaa
Como foi a semana de vocês? A minha foi bem ruim pra ser sincera njgfbm
Aliás, feliz dia das mães ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/723234/chapter/18

Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 17 - Pequena Felicidade



Cheongwa, 2012

Kim Eunji

 

Jeon Jungkook [19:53 PM]

Eunji-ssi, tem certeza de que você realmente não quer ir na festa da Sana?

 

Parei de estudar por um breve momento para ver a notificação no celular, dei um breve suspiro balançando a minha cabeça negativamente. Não estava muito bem para ir em festas, muito barulho e pessoas amontoadas. Aquela noite eu só queria estudar o que tinha que estudar e dormir profundamente em minha cama. É claro que nada acontece da maneira que eu gostaria.

Coloquei meus fones de ouvido, para não ter de ouvir minha mãe conversando no telefone ao lado, eu já sabia do que a conversa se tratava. Era a minha psicóloga avisando que já fazia mais de um mês que eu não comparecia as consultas e que eu não tomava mais meus remédios. Também sabia que minha mãe não iria se sentir capaz de discutir sobre isso comigo agora, o que me dava um breve espaço de tempo para pensar.

—  Eunji. — ouvi ela bater em minha porta.

Franzi a testa ao perceber que tinha me enganado.

— Pode entrar. — respondi virando a página do livro de física.

—  Filha, tem acontecido alguma coisa na sua escola? —  ela perguntou se sentando na borda da minha cama, me olhando atentamente tentando captar qualquer mentira possível.

— Não, por quê? — menti, embora no fundo eu só quisesse implorar para ela que me matriculasse em uma escola do outro lado do mundo. Saber que Oh Chaeswa estava estudando no mesmo edifício que eu me assustava muito.

—  A escola me ligou, —  ela comentou pacificamente —  e a sua psicóloga também.

É, pelo menos algo eu tinha acertado.Só não esperava receber esse sermão tão cedo.

—  Por quê a escola te ligou omma?

—  Você não tem ido assistir as aulas, já não é a primeira vez que um professor te deixa pra fora da sala de aula… — ela comentou suspirando, eu sabia que no fundo ela se perguntava se tinha sido uma boa ideia ter me colocado para morar com ela e os Jung tão rapidamente —  Eu quero saber o que tem acontecido filha, eu quero te ajudar.

Senti o canto dos meus olhos lacrimejarem, embora eu tenha me obrigado a manter uma postura forte.

— Está tudo bem mãe, foram apenas alguns incidentes pequenos que não vão ocorrer novamente.

—  Você me promete que vai tomar seus remédios? Seus amigos de Portland estão te incomodando? Você não gostou da nova escola?

Dei risada por um momento, era tão estranho ter ela tão perto, conversando comigo e se preocupando comigo.

— Relaxa mãe

— A sua psicóloga me ligou, — minha mãe fez uma expressão mais séria e preocupada ainda —  fui informada de que você conseguiu recuperar suas memórias na noite do acidente, quer falar sobre isso filha?

Mordi os meus lábios, eu sabia no momento em que eu tinha pisado naquele consultório que eu teria alguma consequência, que algo iria me magoar. Os meus instintos já me diziam isso. Mesmo assim eu fui, porque eu precisava entender o porquê de ninguém querer falar comigo sobre aquela noite, e agora eu entendia. Elisabeth tinha morrido, a família dela provavelmente estaria me odiando agora. Harry? Se ele não estiver preso, provavelmente está cumprindo serviço comunitário para não sujar o currículo impecável dele. E Dana? Ah, Dana era simplesmente uma telespectadora que observava seu grupo de melhores amigos se dissipar aos poucos, ela simplesmente estava do outro lado enquanto nos assistia se separar, sem sequer tentar ajeitar as coisas.

Tinha decidido não pensar muito sobre o assunto, mesmo que o fantasma de Elisabeth resolvesse me atormentar de vez em sempre, simplesmente já tinha acontecido e nada do que eu pensasse sobre o assunto poderia mudar o passado. Ele já tinha acontecido de qualquer maneira.

— Não foi nada de mais mãe. —  menti, inicialmente eu senti a culpa por ter mentido justamente para a minha mãe, mas era uma mentira comum bom propósito. Como eu explicaria para ela que mesmo depois de ir em vários psiquiatras desde os seis anos eu continuava vendo almas, e agora eu via a alma da minha “melhor amiga” que tinha morrido naquele acidente? Era algo demais para ela lidar, e certamente algo que ela não conseguiria resolver.

Minha mãe suspirou por alguns momentos.

—  Tudo bem filha, espero que possamos retomar essa conversa mais tarde. — disse saindo do meu quarto me deixando sozinha.

Suspirei, sentindo um pouco de culpa. Virei o rosto para o lado, e me deparei com um garotinho de cabelos castanhos escuros e um rosto gordinho sentado na minha cama.

—  Annyeong Eunji-ssi.

—  Omo, —  olhei para ele enquanto fechava a porta do meu quarto, afinal, o que a minha mãe pensaria ao me ouvir falando sozinha? —  annyeong.

— Creio que você não se lembre de mim, não é mesmo?

Franzi a testa, tentando lembrar de algum momento que eu tenha encontrado aquela alma.

— Eu sou o hyung dele —  a criança falou com um sorriso triste. —  meu nome é Park Jiyoung, eu morri alguns anos atrás.

Arregalei os meus olhos por um momento.

—  Você é aquela alma! —  disse tapando a minha boca com as mãos —  Você é o irmão do Jimin, não é? Da memória que eu recuperei…

— Sim. — a criança sorriu — Receio ter que pedir a sua ajuda novamente, Kim Eunji-ssi.

Mordi meus lábios, já poderia esperar algo como “ajude o meu irmão”, eu só não me sentia bem o suficiente para conversar ou até mesmo olhar para Jimin naquele momento.

—  Pode falar.

— Meu irmão está em apuros, como sempre, é uma longa história na verdade.






Cheongwa, 2011

Park Jimin





Oh Moonsuk.

Esse era o nome da sua pequena e passageira felicidade.

Jimin não costumava namorar muitas garotas, na verdade ele procurava se despistar de tudo que fosse um relacionamento sério, independente de ser uma amizade de longa data ou um namoro. Ele estava cansado de ser abandonado pelas pessoas. Sua última “melhor amiga” tinha ido embora do país e sequer tinha se despedido, é claro que os problemas dela eram mais importantes que o dele. Apesar disso, ele se sentia bem com ela por perto. Era a única pessoa que compartilhava da mesma peculiaridade que ele, era uma garota um tanto engraçada  e gentil. Mas por causa dela ele não queria mais nenhuma amizade ou namoro, qual era o ponto de se fazer laços sendo que depois ele seria deixado de lado, como sempre.

Mas com Oh Moonsuk foi diferente, ela não se importava muito com o que as pessoas fossem falar dela. A garota tinha um sorriso lindo e parecia brilhar onde quer que ela fosse, Moonsuk era a garota que fazia com que ele desse um sorriso, mesmo que pequeno e debochado, em dias nublados.

Eram como fogo com fogo, uma hora brigavam interminavelmente, e nunca pediam desculpas um para o outro, mas um semana depois estavam juntos novamente como se nada tivesse acontecido.

Moonsuk era como uma bebida muito forte, tinha um gosto adocicado no começo, mas depois começava a queimar e descia queimando em sua garganta. Jimin não sabia, ou procurava não saber, que no fim daquele relacionamento, ele diria adeus sozinho.

Mas ele precisava dela ao seu lado, porque ela era a única que o fazia sorrir mesmo quando tudo estava prestes a desmoronar. Tudo parecia girar e era ela quem o segurava para que ele não caísse. Estava completamente dependente da pequena felicidade que aquela garota o transmitia.

Até aquele dia.

O dia em que ele se despediu sozinho.

O dia da festa de Kim Jongdae, quando ele encontrou sua namorada com outro cara. Por mais que ele tivesse discutido, gastado todas as suas forças espancando o cara que estava com ela até o mesmo ficar desacordado, Oh Moonsuk não se importou. Na época, ela tinha comentado o quão irritante ele estava sendo com ela, e sem se despedir ela foi embora.

Nada foi pior do que a confusão depois, seus pais tinham sido convocados na escola por conta do ocorrido. Sua mãe nunca tinha ficado tão nervosa com ele como antes, sua noona lhe deu um enorme sermão, alegando que ele jamais deveria correr atrás de vadias como Moonsuk. E mais, ela jogou na cara dele todas as outras milhares de vezes em que ela dizia que a garota não o levaria a lugar nenhum e só lhe traria sofrimento, mas Jimin estava cego demais para perceber.

Oh Moonsuk agora não era mais um nome que lhe trazia felicidade, e sim uma onda enorme de raiva.

Raiva por ter se apaixonado tão perdidamente, e raiva por ter sido feito de idiota novamente.




Cheongwa, 2012

Park Jimin



 Ele sorriu para a garota a sua frente, Park Jimin já não estava mais em seus sentidos. Tinha chegado naquela festa e bebido tudo o que podia, queria tirar todas aquelas preocupações de sua cabeça, mas depois de que Moonsuk apareceu em sua porta pedindo por perdão, ele simplesmente sentia que queria explodir. Se perguntava como alguém poderia ser tão hipócrita e falso como aquela garota, como alguém conseguiria cair nos encantos daquele sorrisinho de cobra que ela tinha.

Moonsuk estava do outro lado da pista, conversando com um garoto.

Jimin procurou não revirar os olhos de desgosto ao ver a garota, só não esperava que ela fosse até ele.

— Jimin! —  disse com um sorriso de orelha a orelha, expulsando a outra garota com um empurrão.

—  O quê você quer? — ele perguntou rude.

—  Queria que você atendesse as minhas ligações, correspondesse as minhas mensagens…

A cada palavra que aquela garota falava, Jimin se sentia cada vez mais nervoso com ela. Quando sentia que estava quase no ponto de explodir, sentiu alguém tocar o seu braço.

— Jimin?

Era Eunji, naquela noite ela vestia um suéter azul claro e uma calça preta, ela olhava preocupada para Jimin enquanto segurava a barra da jaqueta do garoto.

—  Vem. —  ela disse tirando o garoto do meio da pista de dança, ele estava tão bêbado que hora ou outra tropeçava ou falava coisas sem nexo algum.

—  Eunji-ah —  Jimin sussurrou se escorando em seu ombro enquanto a garota procurava algum ponto de ônibus para levá-lo para casa, nem acreditava de que tinha saído do conforto de seu quarto para evitar que ele discutisse com a sua ex namorada problemática. —  por quê você tem que ser tão difícil? —  ele bufou como uma criança irritada cruzando os braços.

—  Você está bêbado Park —  a garota retrucou —  cale a boca.

Os dois entraram no ônibus e como esperado, Eunji teve que pagar a passagem de Jimin, a garota resmungou e mandou ele se sentar nos bancos do fundo. Jimin começou a andar pelo corredor do ônibus vazio dando risada. A garota suspirou morrendo de vergonha da criatura de cabelos alaranjados que cantava “Bae Bae” sozinha com a voz falhando. Sentou-se do lado de Jimin, e o observou atentamente.

 

"Você pode permanecer linda, como agora?
Então, meu coração continuará acelerado, mesmo com o passar do tempo
Baby baby
Não definhe, é meu egoísmo quem pede
Você tem que ficar assim para sempre"

 

—  Você não me respondeu, por que você tem que ser tão difícil?

Ela suspirou desviando o olhar.

—  Você está bêbado. —  ela repetiu mais para si mesma do que para ele.

Assim que chegaram na frente da casa de Jimin, Eunji descobriu que não tinha ninguém ali além dos dois. Para melhorar a situação, Jimin não encontrava as chaves da porta da frente.

—  Aish, me dê a sua jaqueta Jimin, a chave deve estar em um dos bolsos.

—  Aigoo, você é muito chata Eunjinnie.

A garota ergueu o olhar, olhando para Jimin sem expressão, e por um momento um sorriso bobo surgiu em seu rosto. Ela apertou as bochechas de Jimin com um sorriso de canto.

—  Você é até que fofo assim. —  disse procurando pelas chaves nos bolsos da jaqueta do garoto. Abriu a porta da casa e entrou retirando os seus sapatos, por um momento pensou “aquela tal Oh Moonsuk tem sorte.” Mas logo abanou a cabeça tentando tirar aquilo de seus pensamentos —  Você está com fome?

—  O que você acha de nós comermos ramen? — Jimin disse com um sorriso com segundas intenções quando a garota fechou a porta. Eunji arregalou os olhos e deu um tapa em seu ombro.

—  Aigo, o quê deu na sua cabeça Park?

—  Oppa. —  Jimin corrigiu enquanto andava tropeçando em seus próprios pés até a cozinha. —  Eunjiii, eu estou com fome.

A garota revirou os olhos e ele sorriu de leve.

—  Eu gosto disso. —  comentou enquanto ela começava a lhe preparar seu ramen.

—  Disso o quê?

—  De você cuidando de mim.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês lembram da menina que mandou uma mensagem de texto para o Jimin no primeiro capítulo? Essa é a mesma garota daqui, prestem atenção nela, ela ainda vai fazer o circo pegar fogo hauhzus
Muito obrigada por ter lido até aqui, espero que vocês tenham gostado ♥
Beijos ♥ ~~