Overcome escrita por Downpour


Capítulo 14
Capítulo 13 - Sala de Aconselhamento


Notas iniciais do capítulo

Annyeong♥
Olha só quem resolveu dar as caras mais cedo e adiantar Overcome?
Gente a minha rotina na escola está me deixando morta de cansaço, mas mesmo assim eu dei um jeito de adiantar um bons capítulos para Overcome caso eu não pudesse escrever por causa das provas (como eu fiz isso com a correria eu não sei).
Enfim a maioria das provas passaram (e daqui umas semanas vão voltar tudo de novo kkjjkk) então eu vou começar a soltar os capítulos prontos ok? Espero que vocês realmente gostem, me digam as suas teorias ok? Te amo vocês ♥
Boa leitura! sz



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 13 - A Sala de Aconselhamento




Kim Eunji, 2012

Sala de Aconselhamento, Cheongwa

[09:33 AM]




Silêncio total.

O professor Ahn me olhava fixamente esperando que eu pronunciasse alguma palavra enquanto eu ouvia o barulho do relógio. Aquilo me lembrava minha primeira consulta em um psicólogo. Quando percebeu que eu não falaria nada ele pigarreou.

— O quê você pretende fazer quando sair daqui, Eunji? — o professor me encarou segurando uma caneta pronto para anotar qualquer coisa que eu falasse.

— Eu não sei. — respondi dando de ombros. Na verdade eu não tinha nenhum plano e nenhum grande sonho, viajar o mundo talvez? Não queria administrar os negócios da família ou ser alguma modelo renomada, eu simplesmente não tinha planos e nenhuma direção. Só planejava estar bem longe tanto da Coréia do Sul quanto dos Estados Unidos.

— A sua concorrência já soube o que queria desde pequena, estudam desenfreadamente para o vestibular. O quê te faz pensar que você seja melhor que eles?

Olhei para o alto sem paciência com aquele monólogo de “o quê você vai ser quando crescer?”

— Eu simplesmente não penso. — disse com prontidão. — Se eu não tenho concorrência logo não tenho porque pensar sobre.

— Então me diga, todas as notas altas que você se esforça pra tirar. De que elas te servem?

Pela primeira vez me senti sem alguma resposta pronta, desviei o olhar e batuquei meus dedos na mesa de madeira de acordo com o ritmo do ponteiro do relógio.

— Eu não sei. — respondi em voz baixa. Até então nunca tinha visto algum problema em ter alguma meta para a minha vida, tinha desistido dos meus sonhos anos atrás.

— Quero que você pense em algo que gostaria de fazer, algo em que você seja a melhor…

— Quem me garante em ser a melhor? — arqueei a sobrancelha, e estranhamente o professor elaborou um pequeno sorriso. Eu poderia jurar que ele iria me mandar se retirar da sala.

— Você gosta de escrever, Eunji?

Franzi a testa com aquela pergunta.

— Quero que para a nossa próxima sessão você me traga um texto com base no seu trabalho de história local, interrogando cinco pessoas da vizinhança.

— Omo, — exclamei sentindo preguiça de fazer o trabalho — wae?

— Estou aqui para te ajudar a descobrir sua vocação Eunji, simples assim. Pode sair. — ele apontou para a porta — Nossa sessão acaba aqui.

Me despedi do professor e me arrastei para a sala de aula resmungando, não entendia o por quê ele queria que eu entrevistasse a vizinhança. Na verdade eu não tinha a mínima vontade de sair por aí entrevistando pessoas completamente aleatórias sobre a história local. Me sentei em minha cadeira emburrada e abaixei a cabeça, senti o olhar de Yoongi, mas acabei por apenas lhe dirigir um breve sorriso e começar a cochilar.

A aula passou tranquila, eu provavelmente tinha perdido algum conteúdo importante enquanto dormia porque a lousa estava entupida de matéria quando eu acordei. A primeira pessoa que eu vi foi Park Jimin com seus cabelos ruivos, eu estava em um ponto onde eu sinceramente não sabia de mais nada.

No fundo da minha mente eu sabia que não deveria confiar em ninguém, mas Jimin ultimamente andava me passando uma aura de que eu poderia confiar nele. Eu queria acreditar nisso.

Eu também não sabia mais como as coisas entre eu e Jimin andavam, começava a me sentir completamente estranha diante dele e queria que ele me desse atenção como no dia anterior. Me sentia estranha quando o via andando sorrindo com outras garotas, me pegava pensando o por quê de eu estar me sentindo assim, mas eu não conseguia achar uma resposta boa o suficiente para me convencer.

Quando eu me lembrava da cena dele comendo sorvete de baunilha, eu começava a sorrir sozinha.

Balancei a cabeça ignorando tais pensamentos e me dirigi para o almoço, hoje eu me sentaria com algumas meninas de outra sala para não ficar todo dia na mesa de Hoseok. Sentia que a minha presença na mesa tirava um pouco a liberdade dos meninos falarem o que eles queriam falar uns com os outros. Mesmo assim Hope me olhou decepcionado enquanto eu me sentava com as outras meninas.

—  Então você foi para a Sala de Aconselhamento hoje? — uma das garotas perguntou, ela tinha o cabelo curtinho repicado e o rosto fofinho, seu nome era Bora.

—  Hm, sim. — respondi pensativa —  O professor estava discutindo sobre o que eu pretendia fazer no futuro…

—  Omo, — uma outra garota de cabelo trançado de lado disse enquanto comia, seu nome era Sana, a garota com que Hoseok estava fazendo um trabalho escolar — isso me lembra uma história que uma dongsaeng costumava contar para os calouros do primeiro ano.

As três meninas do meu lado se encararam pensativas.

—  Aigo, —  uma garota de cabelos ruivos resmungou, seu nome era Rose, ela tinha se mantido quieta até então —  não leve isso a sério Eunji-ssi, aquela dongsaeng era realmente problemática.

— Mas afinal, do que vocês estão falando? — perguntei curiosa.

—  Da história da garota da Sala de Aconselhamento — Bora disse olhando para o seu almoço com uma expressão estranha em seu rosto —  a história era sobre uma garota que, de acordo com nossa saeng, a menina costumava passar na Sala de Aconselhamento todas as sextas feiras. É claro que a cada vez que nossa saeng contava a história um detalhe ou outro eram acrescentados...Bem, continuando…

“Essa garota da história era uma estrangeira em nossa escola, e um grupo de garotas, três garotas populares em especial não gostavam muito dela, por motivo qual nossa saeng nunca revelou. Elas perseguiam essa menina, exigindo algo. Até que um dia, depois de uma sessão na Sala de Aconselhamento essa garota se matou.”

“Acontece que esse corpo realmente foi encontrado, existem pessoas que dizem - como a nossa saeng — que a garota foi perseguida por essas três meninas na noite em que ela se suicidou, mas nada foi comprovado. A polícia fez várias buscas, mas acabou encerrando o caso como suicídio mesmo. De acordo com essa saeng, a alma da garota ronda a nossa escola procurando por vingança.”

— Unnie! —  Sana exclamou — Você não precisava assusta-la com essa história.

— Não leve a sério, Eunji-ssi, — Rose disse me olhando preocupada — é mais uma típica história sobre gwishins.






[...]




— Você sabia. — olhei para Park Jimin acusadoramente, meus braços estavam cruzados enquanto eu o encarava em um canto isolado da escola.

—  Eu sabia do quê? — ele perguntou, tentando fazer com que nenhuma reação transparecesse em suas expressões faciais.

—  Sobre a história da gwishin que ronda pela escola.

— Ah.  — foi tudo o que ele falou com uma expressão séria, por um único momento eu me perdi nos olhos dele me esquecendo completamente do porque eu estar ali, segurando seu pulso e discutindo. As memórias que eu tinha recuperado recentemente vieram a minha cabeça, senti a minha garganta secar e soltei o pulso de Jimin repentinamente.

Ele ainda tinha aquele rosto fofinho e um eye smile que eu invejava.

Ele também ainda tinha aquele sorriso de sempre.

Me perguntava como a minha mente tinha conseguido esquecer alguém tão importante, grande parte da minha infância ainda era um enorme borrão. Talvez pelo fato de ter sido uma época instável e ruim, esquecer tenha sido a proteção que o meu cérebro achou para eu continuar a seguir em frente.

— Você não vai falar nada? —  sussurrei em voz baixa, ainda olhando fixamente para os seus olhos, eu já não lembrava mais sobre o que eu queria questioná-lo. Eu odiava esse efeito que ele tinha em mim.

— Uma hora ou outra você iria descobrir por outra pessoa. — ele deu de ombros — Creio que você saiba quem é a dongsaeng que conta essa história, certo?

Balancei a cabeça negativamente.

— Hum, isso vai ser divertido. —  ele deu um sorriso debochado, como se na verdade uma máscara cobrisse suas verdadeiras expressões —  Oh Chaeswa.

— Você...Você está brincando, não é? — o olhei com uma expressão vazia, um arrepio percorreu pelo meu corpo. Para minha infelicidade, ele simplesmente negou com a cabeça, me observando atentamente.

Oh Chaeswa era uma das piores partes do meu passado, era algo que odiava me lembrar, e algo que me seguiria pelo resto da vida.

Eu tinha sido má com ela.

Mas eu tinha meus motivos.

Eu só não estava preparada para essa montanha de coisas acontecendo ao mesmo tempo, a morte de Elisabeth, a lembrança do acidente, o retorno de Suho e o assassinato da gwishin. Era muita coisa para se assimilar, mas somar Oh Chaeswa com tudo isso era no mínimo maldade.

— Eu estou ferrada, não estou? —  perguntei sem querer saber a resposta, e então franzi a testa me lembrando vagamente da mensagem que eu tinha recebido uns dias atrás. Ergui meus olhos e encarei Jimin por alguns momentos, eu poderia simplesmente ter ignorado aquilo tudo e ter ficado quieta, mas aquilo estava entalado na minha garganta de tal forma que eu não seguraria por muito tempo. —  Como você sabe sobre ela?

O clima acabou ficando tenso, e tinha acertado um ponto, que até então eu não sabia, vulnerável em Jimin. A máscara de ironia que ele tinha pareceu se desmanchar. Mágoa. Era isso que seu rosto demonstrava.

—  Você nunca vai se lembrar, não é mesmo? —  ele aumentou o tom de voz, me fazendo por fim ter medo de ter ficado naquele lugar isolado sozinha com ele.

—  Do quê você está falando? —  perguntei engolindo em seco, algo em mim sabia do que ele se referia, mas eu queria ouvir da boca dele, queria saber mais e ir além de uma simples e curta memória.

— Vocês eram melhores amigas, até o seu pai trair a sua mãe com a mãe da Chaeswa, —  ele disse secamente observando as pequenas lágrimas que se formaram no canto dos meus olhos —  É claro que a Eunji daquela época não deixaria aquilo passar em branco, você fez da vida dela um inferno. Até ela conseguir fazer com que a escola inteira se virasse contra você, um pobre garota com diagnóstico de esquizofrenia.

“Você costumava ir ao parque e se sentar debaixo de uma árvore, aquele era o nosso ponto de encontro. Você passava a tarde chorando, alegando que tinha perdido a sua única melhor amiga, Quando na verdade o único melhor amigo que você tinha estava na sua frente, mas é claro que você não levaria a sério aquela criança bipolar…”

A cada palavra que saia da boca de Jimin eu podia perceber o alivio que ele sentia em colocar tudo aquilo para fora, não importava se aquelas falas estivessem me machucando ou não.

—  Jimin? — eu o interrompi, o garoto bufou e me encarou profundamente. Era óbvio que ele estava bravo, mas mesmo assim eu me atrevi a passar meus braços em torno de sua cintura e o envolver em um abraço. Por alguns momentos ele ficou rígido, sem entender o que eu estava fazendo. — Mianhe. — sussurrei afundando o meu rosto na curva de seu pescoço sentindo seu perfume.

Eu sabia que não tinha intimidade o suficiente com ele para tanto.

Sabia que para a cultura daquele lugar, isso não fosse muito “ético”.

Mas eu apenas continuei o abraçando.



“Suas ações e palavras descuidadas me derrubam

Estou escondida atrás do ridículo

Não me procure (...)

Há um mundo vazio e profundo e no meu coração, me salve

eu quero recomeçar (...)

Sobre você

Eu sou completamente sua

Eu quero voltar aos belos dias

reiniciar…”


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Notas finais do capítulo

Aaaaa não acredito que eu postei esse capítulo finalmente
Essa foi uma das cenas que eu mais gostei de escrever, não sei dizer porque jsndkdns ♥
Espero que vocês não fiquem bravos por eu ter parado o capítulo nessa parte jshzihzi
Muito obrigada por ter lido até aqui, eu saranghae vocês ♥