Overcome escrita por Downpour


Capítulo 1
Prólogo - Lendas Urbanas


Notas iniciais do capítulo

Um prólogo bem curtinho para vocês, boa leitura! ♥



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Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Prólogo - Lenda Urbana



“Tiveste sede de sangue, e eu de sangue te encho.”

— Confúcio.




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Coréia do Sul, Cheongwa

Março,2011.





— “A garota corria pelos corredores como se sua vida dependesse daquilo, — olhou ao redor sorrindo de canto observando a reação das pessoas que a escutavam — e na verdade dependia. O som daquelas risadas preenchiam os seus ouvidos enquanto aquela pobre rapariga fugia com o sangue respingando pelos corredores da escola. Aos poucos seu corpo não aguentava mais toda aquela adrenalina, o seu sangue diminuía drasticamente e sua visão começava a oscilar. “

“Sem pensar muito, desceu as escadas para o porão, procurando fugir daquelas garotas enquanto lágrimas grossas e escaldantes lhe desciam pelo rosto moreno. Seus olhos se fecharam e seu corpo cedeu ao cansaço, caiu da escada e desceu lances e lances de degraus rolando deixando rastros de sangue para trás. Não aguentando mais aquele sofrimento seus olhos se fecharam perdendo a esperança.”

“As três garotas seguiram o rastro de sangue e a encontraram na área restrita do colégio, o porão. Assustaram-se ao se deparar com o corpo morto. Sem saberem o que fazer, fugiram para suas casas querendo acreditar que aquilo era apenas um pesadelo. Mais tarde a polícia investigou o caso por milhares de vezes, mas por falta de provas, acabaram por considerar um suicídio. Dizem até hoje, mais de quinze anos depois, que Amaya ronda por essa escola durante o período noturno. Já as outras garotas? Não se sabe sobre elas, provavelmente morreram de arrendamento…”

Um vulto ruivo chamou a atenção de todos ao redor para si, Park Jimin. O rapaz riu escandalosamente olhando para a garota que contava a história com certo deboche, revirou os olhos e bateu palmas.

— Vocês realmente acreditam nessa nessa porcaria barata? — disse retorcendo o lábio enquanto desalinhava seus fios com os dedos — Não percam tempo.

— Jimin oppa tem razão. — uma garota comentou arqueando a sobrancelha. — Como você pode saber algo que aconteceu a quinze anos atrás?

A fala de Jimin pareceu surtir efeito, todos ao redor analisaram a situação e começaram a questionar a garota enquanto o ruivo dava de ombros. Para ele, aquela guria apenas queria seus cinco minutos de fama.

— Vai nos dizer que você conversou com ela? — um rapaz ironizou.

A garota de cabelos negros trançados encarou Jimin, claro que ninguém a ouviria quando o oppa das garotas de sua escola discordava. Retorceu os lábios justamente como ele e lhe lançou um olhar de ódio.

— Dizem por aí que tudo tem volta, — sussurrou para que Jimin ouvisse seu tom ameaçador, apesar de estar apenas blefando — tomem cuidado, talvez vocês possam ser as três garotas que morreram afogadas em um poço de arrependimento.

— Ela é louca. — comentaram enquanto a menina se retirava da sala.






Estados Unidos, Portland

Março,2011.






O Sr. Kwon olhava para seu telefone atônito, sua ex-mulher tinha lhe ligado mais de sete vezes só naquela noite. Guardou o celular no bolso e disparou a correr pelos corredores do hospital. Kwon EunJi, sua filha, novamente ele tinha falhado como pai e colocado o trabalho a frente. Só não esperava que dessa vez sua filha fosse para uma festa sem lhe avisar e acabasse sofrendo um acidente de carro.

— Você é o responsável legal da Eun… — a enfermeira pronunciou o nome com certa dificuldade e o homem assentiu adentrando no quarto de imediato.

Deparou-se com sua filha deitada em uma maca sendo sustentada por soro. Algumas cicatrizes e hematomas se estendiam por seu braço, um marca vermelha de dedos estava presente em seu pulso. Apesar disso, ela se encontrava viva.

— Infelizmente a outra garota, no banco da frente, não sobreviveu. — a enfermeira olhou para o pai de Eunji que nervosamente passava a mão em seus cabelos sem saber o que fazer. — Seu nome era Elisabeth Campbell.

Claro que seu nome era Elisabeth, pensou o senhor cerrando os punhos, era óbvio que se Eunji estava em problemas a rapariga estaria por trás de tudo. Observou o corpo de Lizzie em sua maca, mesmo morta Elizabeth era deslumbrante. Seus cabelos cacheados ruivos encobriam as cicatrizes em seu corpo, enquanto o vestido vermelho que usava chamava toda a atenção para si. De alguma maneira, para o senhor Kwon, era um alívio que ela não viria a se comunicar com sua filha novamente.

Seu telefone tocou novamente, resolveu atender já esperando pela longa discussão que aquela conversa duraria.

— Mande minha filha de volta, não é a primeira vez que algo assim acontece, dessa vez ela poderia acabar morta. — ouvia Jung Yeonseol exclamar do outro lado da linha, manteve-se quieto porque sabia que ela estava certa apesar de tudo — Nossa filha tem pelo menos tomado a medicação? — um longo silêncio equivalente a um “não” estendeu-se.

A enfermeira cutucou o homem e apontou para Eunji, indicando que a garota tinha acabado de acordar. Os olhos da garota se abriram lentamente, ela olhou em volta repleta de pânico ao perceber as manchas de sangue por todo seu corpo.

— Tragam um calmante! — um médico gritou correndo para segurar a garota.

— Batimentos cardíacos aumentando… — um residente murmurou enquanto fazia alguma anotação em sua prancheta.

Eunji se debatia enquanto seu corpo suava frio, a este ponto ela chorava e tremia de nervoso murmurando palavras desconexas.

— Ele vai me matar, — sua voz rouca sussurrava com pavor — não…

Antes que qualquer médico pudesse fazer qualquer coisa, da mesma maneira que ela acordou, repentinamente desmaiou afogando-se em um sono profundo. O quarto do hospital ficou em silêncio, a única coisa que o senhor Kwon ouvia eram os gritos furiosos de sua ex-mulher.


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